EFEITOS DO HIIT EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE DIABETES

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
EFEITOS DO HIIT EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE DIABETES
Autores
  • ALEX CESÁRIO DA SILVA
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/238661-efeitos-do-hiit-em-individuos-portadores-de-diabetes
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
Atividade física. HIIT. Diabetes.
Resumo
1. INTRODUÇÃO O exercício físico tem sido considerado uma ferramenta não medicamentosa para a prevenção e o tratamento de doenças não transmissíveis, como por exemplo, a obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes tipos 2 (MAILLARD et al., 2016; MEYER et al., 2012). O treinamento intervalado de alta intensidade, totalmente conhecido como HIIT, tem ganhado cada vez mais adeptos no meio da atividade física pelo dinamismo, praticidade e por estudos comprovando a sua eficácia no processo de emagrecimento, aumento da resistência cardiovascular, controle metabólico em geral e aptidão física. O HIIT consiste em realizar tiros “all ou” ou em intensidades próximas ao VO2máx intercalados com descanso ativos ou passivos. O fato de ser realizado em menos tempo e ter um treino eficiente atrai ainda mais adeptos para a prática do mesmo. É notória a necessidade da atividade física bem orientada em ambos os casos, nos diabéticos, a atividade física tem papel principal de atuar no controle da glicemia (COLBERG et al, 2010), onde muitos optam por caminhadas diárias, porém pode-se fazer o HIIT em menos tempo e obter resultados iguais ou na maioria das vezes até melhores que a caminhada. Nesse presente trabalho, tem como objetivo avaliar os efeitos do treino intervalado em alunos com diabetes e alunos cardiopatas. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. EFICIÊNCIA DO HIIT O HIIT comprovadamente melhora a sensibilidade à insulina (RICHARDS et al., 2010) e o metabolismo da glicose (BABRAJ et al., 2009), com redução significativa em seus níveis de glisose no sangue, o que nos mostra a importância da utilização do HIIT no controle da diabete. Obviamente, que por se tratar de uma limitação especial, o treino intervalado deve ser bem prescrito e orientado pelo profissional de educação física, analisando as variáveis e as individualidades físicas e biológicas de cada aluno. Quando se trata de doenças cardiovasculares se observa uma relação inversa entre a intensidade do exercício e o risco de desenvolver doença arterial coronariana. O HIIT nesses casos já comprovou eficiência no aumento da potência aeróbia, melhora em relação ao limiar anaeróbio, maior aumento no tempo de exaustão, remodelamento do músculo cardíaco, melhora do VO2máx, que tem uma relação direta no índice de sobrevivência deste grupo. Estudos indicam que o treinamento intervalado de alta intensidade tem proporcionado em cardiopatas melhora no condicionamento cardiorrespiratório O treinamento intervalado de alta intensidade é um método seguro e eficiente nos indivíduos com doenças cardiovasculares. Está associado a respostas e adaptações tão ou mais favoráveis do que o treinamento contínuo de moderada intensidade, historicamente o método tradicional de treinamento neste grupo. Considerando, por fim, que a principal justificativa alegada pelos pacientes para a não adesão a um programa de atividade física é a falta de tempo, o treinamento intervalado desponta como opção bastante positiva, já que sessões mais intensas e curtas podem produzir benefícios iguais ou superiores ao tratamento que atualmente é o padrão. (MARINO, 2013) O HIIT deve ser considerado uma ferramenta eficiente na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares e deve ser inserida em programas de reabilitação cardíaca, obviamente também deve ser orientado e acompanhado por um profissional de educação física. Em resumo, exercícios intermitentes de alta intensidade assemelham a uma alternativa relevante para a prevenção e o tratamento dos fatores de risco que a compõem. Desta forma, diferentes protocolos de treinamento de alta intensidade com potencial motivacional e eficiência temporal podem aumentar a adesão aos programas de exercícios que objetivam reduzir os fatores de risco das doenças crônicas, estando eles isolados ou agrupados (síndrome metabólica). Sugere-se, portanto que tal modo de exercício seja considerado na prescrição e nas sugestões de atividades para promoção da saúde na SM. (DEL VECCHIO, 2013). Em relação às aplicações voltadas para o emagrecimento, uma revisão geral sobre o tema, sugere que a perda de massa corporal parece ser maior mesmo que o gasto calórico energético obtido com o treinamento intervalado seja menor (MAILLARD et al., 2016; TREMBLAY; BOUCHARD, 1994) ou igual ao do treinamento contínuo (TRAPP et al., 2008). O HIIT tem sido comprovadamente uma ferramenta eficiente no combate ao sedentarismo, no emagrecimento, no tratamento e prevenção de doenças crônicas e síndromes metabólicas. 2.2 ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORIA NA DIABETES O Diabetes Mellitus Tipo 1é caracterizado como uma doença autoimune que causa a destruição das células beta-pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, esse quadro resulta na dependência, ao longo da vida, da gerência do hormônio via exógena para a redução da hiperglicemia. (MARÇAL, 2018). As taxas de mortalidade para indivíduos diabéticos continuam altas, e resultam na baixa expectativa de vida dessa população em relação a população em geral. Para reduzir estas taxas, uma política preventiva deve ser adotada buscando: identificação precoce da doença, atividades físicas e tratamento de doenças cardiovasculares e fatores de risco associados. (SOUZA, 2014). Recentes revisões sistemáticas têm abordado a relação entre exercício físico e gerenciamento metabólico, em indivíduos com DM1. Estudos, que também incluem meta-análise de ensaios clínicos randomizados (ECRs), demonstram que melhorias no controle de glicemia com essa prática, de forma planejada, organizada e periódica, são bastante heterogêneas (MARÇAL, 2018). A prevenção das complicações em longo prazo e meta na gestão de pacientes com diabetes. A importância da atividade física regular para crianças e adolescentes com DM1 tem sido destacada nos últimos anos. Apesar dos resultados benéficos do exercício físico, o nível de atividade física realizado por pacientes diabéticos continua um quesito de preocupação (SOUZA, 2014). Antes de iniciar um programa de atividade física é interessante que o indivíduo portador de diabetes faça uma bateria de exames e se alinhe com outros profissionais visto que uma intervenção multidisciplinar acarreta em melhores efeitos. “Estudos apontam que a associação de dieta, mudanças no estilo de vida e atividade física, melhora a sensibilidade à insulina e o perfil metabólico com redução nos níveis de colesterol” (SOUZA, 2014, pag. 111). 3. MATERIAIS E MÉTODOS A amostra consistia em dois indivíduos portadores de diabetes tipo 1 e tipo 2 do sexo masculino. Foi utilizado o protocolo de Gibala que consiste em: 10 séries com 60 segundos de estímulo e 60 segundos de intervalo. O intervalo foi realizado de forma ativa com uma intensidade próxima a 60% da frequência cardíaca máxima. (GIBALA, 2009). Outro parâmetro utilizado foi a Escala de Borg (Borg&Noble, 1974) sendo ela referência para o intervalo ativo em 12 (Relativamente fácil) e o estimulo máximo em 16 (Cansativo). Os dados foram organizados e analisados no programa excel (Microsoft Versão 2010). Para a análise, usou-se estatística descritiva com gráficos e tabelas para os dados de comparação. Foram realizadas 12 sessões de HIIT onde era aferida a glicemia e frequência cardíaca dos indivíduos antes e depois do exercício. Para aferir a glicemia foi utilizado um glicosímetro da marca G-TechFreeLite e para frequência cardíaca um relógio cardíaco Polar Ft7 90054890 com sensor de frequência cardíaca. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este estudo foi composto por dois indivíduos portadores de diabetes tipo 1 e 2 do sexo masculino, o primeiro indivíduo possuindo 20 e o outro indivíduo 54 anos. INDIVIDUO I INDIVIDUO II PRIMEIRA SESSÃO DE TREINO PRIMEIRA SESSÃO DE TREINO Idade 20 Idade 54 Peso 56 Peso 68 Altura 169 Altura 170 IMC 19,6 IMC 23,5 F.C pré 60 F.C pré 60 F.C pós 72 F.C pós 62 Glicemia pré HIIT 127 Glicemia pré HIIT 113 Glicemia pós HIIT 97 Glicemia pós HIIT 138 ÚLTIMA SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO F.C pré 57 F.C pré 60 F.C pós 104 F.C pós 78 Glicemia pré HIIT 179 Glicemia pré HIIT 105 Glicemia pós HIIT 150 Glicemia pós HIIT 93 Tabela 1: Tabela comparativa Pré e Pós Exercício Segundo o American Colege (2000) a importância de promover o exercício como um componente fundamental das habilidades de prevenção e no tratamento do diabetes tipo II deve ser enxergada como uma prioridade. O aumento da glicemia após a primeira sessão do HIIT pode se dar em decorrência de uma resposta, do fígado devido a execução de uma atividade física, em resposta ele aumenta a quantidade de glicose e libera na corrente sanguínea. Lembre-se , no entanto, que a glicose necessita de insulina, a fim de ser utilizada pelos músculos.Então, se você não tem insulina suficiente disponível, os seus níveis de glicose no sangue pode realmente aumentar logo após o exercício. Basicamente, estimulada pela demanda de seus músculos em exercício, o seu corpo está derramando glicose em sua corrente sanguínea. Se você não tem insulina suficiente disponível para “abrir a porta” para os músculos, a glicose não pode entrar em seus músculos para fornecer energia necessária. De acordo com a Associação Americana de Diabetes, hiperglicemia pode ocorrer antes, durante e após vários tipos de exercício. Se o paciente se sente bem, sem presença de cetonas no sangue ou urina e há razão clara para o nível de glicemia elevado, como subdosagem de insulina ou refeição precedente, não há necessidade de adiar o exercício. No entanto, se existe privação de insulina de 12-48 h, certamente o indivíduo apresentará corpos cetônicos na circulação sanguínea e hiperglicemia. Nesses casos o exercício físico forçado deve ser evitado (MARÇAL et. Al, 2018). 5. CONCLUSÃO Nesse contexto fica cada vez mais evidente que a epidemia de diabetes que vem se disseminando está associada a níveis baixos de atividade física e uma prevalência crescente de pessoas com diabetes. Desta forma, a importância de promover o exercício como um componente fundamental das estratégias de prevenção e no tratamento do diabetes tipo II deve ser enxergada como uma prioridade. Diante dos dados apresentados no presente estudo, verifica-se a importância da prática regular de exercícios físicos, com o propósito de se obter um melhor controle metabólico em pacientes diabéticos. Dessa forma espera-se que o estudo possa nos deixar atentos e nortear para estimular e promover um estilo de vida mais ativo e saudável a população em geral em prol de conscientizar o paciente diabético da importância da atividade física e como aliado no tratamento da doença e na população inativa como forma de prevenção. REFERÊNCIAS BABRAJ, John A. Extremely short duration high intensity interval training substantially improves insulin action in young healthy males. 2009 COLBERG, SR; Exercise and type 2 diabetes: the American College of Sports Medicine and the American Diabetes Association: joint position statement. 2010. DEL VECCHIO, Fabrício B.; GALLIANO, Leony M.; COSWIG, Victor S. Aplicações do exercício intermitente de alta intensidade na síndrome metabólica. 2013. GIBALA, M. J.; MCGEE, S. L. Metabolic adaptations to short-term high-intensity interval training: a little pain for a lot of gain?. Exercise and sport sciences reviews, v. 36, n. 2, p. 58-63, 2008. GIBALA, M. J.; McGee, S. L.; GARNHAM, A. P.; HOWLETT, K. F.; SNOW, R. J.; HARGREAVES, M. Brief intense interval exercise activates AMPK and p38 MAPK signaling and increases the expression of PGC-1alpha in human skeletal muscle. J Appl Physiol. Vol. 106. Núm. 3. p.929-934. 2009. MAILLARD, F. et al. High-intensity interval training reduces abdominal fat mass in postmenopausal women with type 2 diabetes. Diabetes and Metabolism, 2016. MARCAL, D. F. S. et al . Efeitos Do Exercício Físico Sobre Diabetes Mellitus Tipo 1: Uma Revisão Sistemática De Ensaios Clínicos E Randomizados. J. Phys.Educ., Maringá, v. 29, e2917, 2018. MARINO, Pablo. O Exercício Intervalado nas Doenças Cardiovasculares. 2013. MEYER, P. et al. High-intensity interval exercise in chronic heart failure: protocol optimization. Journal of Cardiac Failure, v. 18, n. 2, p. 126–133, fev. 2012. RICHARDS, JC. Short-term sprint interval training increases insulin sensitivity in healthy adults but does not affect the thermogenic response to beta-adrenergic stimulation. 2010. SOUZA, A. C. R. M.; SILVA, D. C.; FREITAS, T. G. P.; BORGES, M. F; Avaliação Do Nível De Atividade Física Em Adolescentes Com Diabetes Mellitus Tipo 1 E Sua Correlação Com Variáveis Metabólicas.RevBrasAtivFis e Saúde. Pelotas/RS. v.19, n.1, p. 109-120. Jan/2014 TREMBLAY, A.; BOUCHARD, C. Impact of exercise intensity on body fatness and skeletal muscle metabolism. v. 43, n. 7, p. 814–818, 1994. TRAPP, E. et al. The effects of high-intensity intermittent exercise training on fat loss and fasting insulin levels of young women. International Journal of Obesity, v. 32, n. 4, p. 684–91, 2008.
Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, ALEX CESÁRIO DA. EFEITOS DO HIIT EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE DIABETES.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/238661-EFEITOS-DO-HIIT-EM-INDIVIDUOS-PORTADORES-DE-DIABETES. Acesso em: 11/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes