A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PRÉ-ESCOLA

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PRÉ-ESCOLA
Autores
  • Aldivânia Audiroftan Nunes dos Santos Câmara
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/237774-a-importancia-da-brincadeira-no-processo-de-desenvolvimento-da-crianca-na-pre-escola
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
brincadeira – desenvolvimento – criança pré-escolar
Resumo
1. INTRODUÇÃO Atualmente, em pleno XXI vivemos numa sociedade extremamente capitalista, a influência da informática e dos aparelhos eletrônicos na vida da criança tem modificado as relações desta com a brincadeira, com o brinquedo, e isto tem levado as instituições educacionais a desenvolverem um modelo de Educação inserindo nas atividades da escola o lúdico, numa tentativa de resgate à utilização da brincadeira em sala de aula como instrumento de desenvolvimento e aprendizagem. Deste modo, o presente trabalho se propõe a discutir a brincadeira e suas implicações para o desenvolvimento da criança, bem como teorizar acerca das diferentes possibilidades de brincadeira que podem ser realizadas no ambiente escolar. Para se ter uma ideia importante no que diz respeito a brinquedos e brincadeiras na construção do conhecimento e da aprendizagem nas crianças é fundamental que se conheça o ambiente e o material que vem a ser o brinquedo, objetivando que competências e atitudes estas brincadeiras podem contribuir para a construção da identidade e o desenvolvimento intelectual e matemático da criança pois como afirma Vygotsky (1989, p. 35): O brincar é o caminho pelo qual a criança compreende o mundo em que vive e que será chamada a mudar. A essência do brincar é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção. É preciso atentar que o mundo da criança difere qualitativamente do mundo atual dos adultos, nele há o encanto da fantasia, do faz de conta, do mundo imaginário, do sonhar e do descobrir. Neste contexto, é através das brincadeiras, atividades mais nobres da infância, que a criança irá se conhecer e terá a oportunidade e sensibilidade de se constituir socialmente. É também a partir da espontaneidade do brincar que ela poderá expressar as diferentes expressões de vida e convivência em seu contexto familiar e social. De acordo com essa perspectiva, este artigo tem finalidade de refletir sobre o grande valor do ato de brincar e aprender na construção do conhecimento, uma vez que a brincadeira possibilita a criança explorar seu mundo interior e exterior descobrindo os elementos em si, exercitando a socialização e adquirindo qualidades fundamentais e sociais. Queremos, ainda, proporcionar a reflexão sobre a necessidade dos docentes tirarem o máximo de proveito do potencial educativo das brincadeiras tornando-o mais natural e agradável. Assim, buscando compreender a importância da brincadeira no desenvolvimento da criança, usamos como referencial teórico para mediar este estudo, autores como Piaget (1977), Vygotsky (1984 – 1988 – 1989), Nicolau (1988), Bettelheim (1954), Marcelino (1996) e RCNI (1988). O presente artigo apresenta-se dividido em três partes interligadas ente si, num primeiro momento abordaremos a presença do brincar no ambiente escolar, como agente de socialização, interação e facilitador. Num segundo momento discutiremos a brincadeira no desenvolvimento da criança, segundo a ótica dos teóricos já mencionados anteriormente. No terceiro momento relatamos sobre minha prática pedagógica com o trabalho lúdico. Por fim, apresentaremos as nossas considerações finais, nossas descobertas e perspectivas quanto ao tema pesquisado. 2. O LUGAR DA BRINCADEIRA NA ESCOLA Você já parou para pensar que brincar na escola não é o mesmo que brincar em casa ou na rua? Esse fato ocorre porque o cotidiano escolar é marcado por determinadas características, funções e modo de operacionalização pré-determinados, podemos dizer que é pouco inflexível. A escola, como lugar essencialmente destinado à apropriação e elaboração pela criança de determinadas habilidades e determinados conteúdos do saber, deveria ser uma instituição que tivesse como objetivo possibilitar ao educando o desenvolvimento dos processos de pensamento e de sociabilidade, pois é nela que a criança aprende como se relacionar com o próprio conhecimento e com o outro, contribuindo, para o desenvolvimento psíquico do ser humano. Segundo Bettelheim (1984, p. 105): Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas, brincar é sua linguagem, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos. Por isso, a brincadeira não pode ser negada, nem secundarizada na escola. Todavia, não pode ser vista só como forma de aprender, privilegiando-nos, assim, a atividade cognitiva implícita na brincadeira em detrimento de seu caráter lúdico. Incluir o jogo e a brincadeira na escola bem como pressuposto o duplo aspecto de servir ao desenvolvimento da criança, servir como forma de satisfação de necessidade do lazer e também servir à construção do conhecimento. Na verdade, é na escola que existe o professor, pessoa que conduz intencionalmente as relações de ensino, de acordo com os objetivos e com as concepções didático-pedagógicas, concepções e objetivos constituem, ao mesmo tempo, crivo de seleção das atividades lúdicas apresentadas às crianças. A seleção é utilizada na maioria das escolas pelos seus professores como forma de didatizar a atividade lúdica das crianças, restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso-motora e auditiva, por meio do uso de brinquedos, músicas e jogos. E essa não é a intenção do uso do lúdico. Essas atitudes de alguns professores acabam bloqueando a organização independente da criança para a brincadeira. Isso torna a ludicidade na escola apenas um exercício da transmissão de determinada visão de mundo, definida a priori pela escola, o que facilita para o professor. Marcelino (1996, p.38) assevera que: É fundamental que se assegure à criança, o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo, para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção ... “como se fora brincadeira de rosa”. O que o autor quer dizer é que a brincadeira, na escola, revela-se muito mais complexa e múltipla do que na rua ou na comunidade, porque deve levar em conta o brincar e o aprender, pois é muito mais que isso. É a prática social, desejo, emoção e ação voluntária dos indivíduos. É preciso que os professores saibam que aprendizagem e a diversão, por si só, não se realizam. É preciso sistematização de conteúdos para que as brincadeiras aconteçam como processo para a inclusão da ação e de reflexão. Além disso, é bom salientar que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Para isso, a escola deve oferecer oportunidade para a construção do conhecimento através da descoberta e da invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança no seu meio 2.1 A IMPORTÃNCIA DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA É preciso pensar a criança em um contexto mais amplo; como elas vivem, como se comportam, e principalmente no mundo como interagem. São marcas importantes para o seu desenvolvimento social, é o ato de brincar, ou seja, a brincadeira, atividade esta que ela faz sozinha ou acompanhada. Segundo RCNEI (1988, p. 22) O brincar é responsável pelo aprimoramento de características fundamentais para a criança, como a identidade e a autonomia. Brincando ela se comunica, gesticula, emite sons e representa atividades estas que desenvolvem a sua imaginação. Diante dessa afirmação, podemos observar que brincar não significa apenas recrear, é muito mais, pois é uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Entretanto, é através da brincadeira que a criança revive suas alegrias, seus medos, seus conflitos e frustrações transformando sua realidade naquilo que lhe interessa. Sobre a importância do ato de brincar é importante para o desenvolvimento psíquico, físico, emocional, social e moral da criança. No entanto, para que ela não perca a característica do brincar como ação livre, iniciada e mantida pela criança, a necessidade do ato de brincar fica clara nos escritos de Nicolau (1987, p. 78), Brincar não constitui perda de tempo, nem é simplesmente uma forma de perceber o tempo (...) o brinquedo possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve afetivamente e opera mentalmente, tudo isso de maneira envolvente, em que a criança imagina, constrói conhecimento e cria as alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar. De acordo com a visão do autor, vale ressaltar que os brincadeiras são de suma importância para a infância e para o processo de todo o seu desenvolvimento, não estando relacionados somente ao ato de brincar, e sim ao seu desenvolvimento integral. Para Piaget (1977), a brincadeira é uma assimilação quase pura do real ao eu, não tendo nenhuma finalidade adaptativa. A criança pequena sente constantemente necessidade de adaptar-se ao mundo social dos adultos, cujos interesses e regras ainda lhe são estranhas. De acordo com o estudioso, a criança não consegue satisfazer todas as suas necessidades afetivas e intelectuais de adaptação ao mundo adulto. Assim, ela brinca porque é indispensável ao seu equilíbrio afetivo e intelectual. De acordo com a afirmativa acima, podemos dizer que, para Piaget, a brincadeira é uma atividade que transforma o real, por assimilação, conforme as necessidades da criança em razão dos seus interesses efetivos e cognitivos. Isso significa que para esse teórico, a brincadeira é uma forma de expressão da conduta humana, dotada de características espontânea e prazerosa, que passa a ser um processo assimilativo. Tomando como exemplo a brincadeira de faz de conta que é um jogo simbólico no qual as crianças criam símbolos lúdicos que funcionam como uma espécie de linguagem interior, que permite a elas reviver e repensar acontecimentos interessantes ou impressionantes. Ainda Piaget (1977), as atividades lúdicas fazem parte da vida da criança. O autor identifica três tipos de brincadeiras. Brincadeiras de exercício, brincadeiras simbólicas e brincadeiras de regras. No primeiro caso, consistem de qualquer novo comportamento que a criança executa com o objetivo de compreender situações ou objetos colocados à sua frente. Por exemplo, a repetição da ação de balançar um objeto com a finalidade de entender o movimento é chamada de brincar pelo autor, pois, além de ser um ato de conhecer, a criança tem prazer na execução dessa atividade. Esse tipo de brincadeira é característico dos primeiros dois anos de vida da criança. No que se refere às brincadeiras simbólicas, o objetivo perde seu valor em si e passa a estar em função daquilo que a criança representa no momento. Por exemplo, pedrinhas podem representar coisas para comer. Os símbolos usados são individuais e específicos de cada criança e de cada situação. No caso das brincadeiras regradas, as regras definem a estrutura das atividades. Para o autor, os jogos com regras são instituições sociais, na medida em que são independentes da vontade dos indivíduos que participa, deles, alguns transmitidos com a participação dos adultos, outros permanecem especificamente infantis. Estes últimos possibilitam uma situação mais favorável à qualidade lúdica e podem colaborar para o desenvolvimento social das crianças. Enfim, na concepção piagetiana, esse tipo de atividade, em todas as fases da criança, corresponde a um impulso natural que, consciente ou inconscientemente, satisfaz suas necessidades por meio da assimilação do real. Já para Vygotsky (1984), a brincadeira tem um papel fundamental no desenvolvimento do pensamento da criança. Além disso, quando a criança assume um papel na brincadeira, ela opera com significado de sua ação e submete seu comportamento a determinadas regras. Isso conduz ao desenvolvimento da vontade, da capacidade de fazer escolhas conscientes, que estão intrinsecamente relacionadas à capacidade de atuar de acordo com o significado de ações ou de situações de controlar o próprio comportamento por meio de regras. Segundo o teórico Vygotsky (1988), ao brincar a criança tenta agir sobre os objetos, como os adultos. É por isso que as brincadeiras das crianças pequenas caracterizam-se pela reprodução de ações humanas realizadas em torno de objetos. Ele ainda pressupõe que as atividades lúdicas são pré-requisitos importantes de existência de regras nas brincadeiras. Essas ações lúdicas praticadas espontaneamente pelas crianças contribuem para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, cognitivas e também para a afetividade recíproca, a interação social, estabelecendo lações de amizade entre os companheiros. Nas brincadeiras, a criança experimenta sentimentos diferentes (amor, confiança, solidariedade, união, proteção; mas, pode também sentir inveja, frustrações, rejeição, entre outros. Quase sempre existe o incentivo à curiosidade, ao estimulo, à descoberta, à competição, propondo vivencias que traduzem simbolismos do mundo adulto e do mundo infantil, onde a criança interage, busca situações, coloca-se inteira, manipula problemas, descobre caminhos, desenvolve-se como ser social, exige sua participação ativa no processo para um crescimento sadio, liberador de energias e de conflitos, onde o equilíbrio pode ser encontrado no dia a dia. Nesse sentido Vygotsky (1989, p. 122) frisa que: A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudança da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real. Nelas aparecem a ação na esfera imaginativa numa situação de faz de conta, a criação das intenções voluntarias e a formação dos planos da vida real e das motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. Há uma “zona de desenvolvimento proximal”, que se refera a distância entre o nível de desenvolvimento atual determinado através da solução de problemas pela criança, sem ajuda de alguém mais experiente e o nível potencial de desenvolvimento medido através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes. A “brincadeira” é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança, exercendo uma função primordial na formação da criança. Para Vygotsky (apud, BOMTEMPO, 2008) brincar é a situação imaginária criada pela criança, pois as brincadeiras mudam de acordo com a idade, exemplo um brinquedo que interesse a um bebe deixa de interessar a uma criança mais velha. Ele ainda afirma que a imaginação é uma atividade que não está presente em uma criança muito pequena. De acordo com o estudioso, é através do brincar que a criança desenvolve a sua imaginação, a sua criatividade e o seu pensamento, portanto, o brincar sempre esteve presente na vida do ser humano independente de classe social, raça, gênero e cultura. É de grande importância que a criança possa viver realmente a sua infância porque o brincar faz parte de sua vida. 2.2 O TRABALHO DENTRO DA MINHA PRÁTICA PEDAGÓGICA O meu trabalho como professora dentro da minha prática pedagógica foi realizada na Escola Municipal de Educação “Maria do Socorro” no ano de 2010, tendo como objetivo atender crianças de 2 a 4 anos de idade. Esta unidade escolar situa-se no distrito de Baixa do Meio, a mesma faz parte de Guamaré, está inserida em um bairro de classe média baixa, com pequenos comércios à sua volta, e atende as crianças do próprio bairro e outros distritos vizinhos. A comunidade é bastante participativa no que se refere a festividades, reuniões, comemorações e outras atividades na escola. Na rotina escolar a brincadeira acontece de duas maneiras: livre e coordenada. Para compreender melhor é preciso explicitar cada um deles, apesar de muitas vezes eles acontecerem de maneiras interligadas. O brincar livre acontece de forma espontânea, onde a criança por si só ou em pequenos grupos decide a brincadeira sem a mediação do professor. Um exemplo a ser destacado é a “brincadeira de casinha” na qual as situações acontecem com desejo e o combinamento entre as crianças. As crianças da nossa escola permitiram-nos observar que o ato de brincar espontâneo proporciona a manipulação de materiais, a imaginação, a exploração de circunstancias vividas ou imaginadas, onde a criança torna-se capaz de não só a imitar a vida como também de transformar e aprender a lidar com o mundo, formando assim sua personalidade. A brincadeira infantil permite que a criança reviva suas alegrias, seus conflitos e seus medos, resolvendo à sua maneira e transformando a realidade. O professor deve, nessa fase, variar os objetos oferecidos para a criança, deixando que eles explorem e criem situações através de jogos. Como exemplo os encaixes, as sucatas, as fantasias, os fantoches, as máscaras, as caixas, entre outros, possibilitam que elas criem diferentes formas de brincar com os objetos. Nas brincadeiras lúdicas orientadas, o papel do professor deve ser o de mediador, proporcionando a socialização do grupo, a integração e a participação das pessoas envolvidas, favorecendo atitudes de respeito, aceitação, confiança e conhecimento mais amplo da realidade social e cultural. Além de oportunizar situações de aprendizagem especificas e aquisições de novos conhecimentos, dando condições para que a criança explore diferentes materiais, objetos e brinquedos. É importante que o professor planeje os objetivos que quer atingir, bem como o tempo e o espaço que a brincadeira deve acontecer. Em nossa escola, baseamos o nosso trabalho na linha piagetiana, acreditando que do ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção do conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um agente e não como um passivo que recebe e absorve o que lhe é ensinado. Para que os jogos e brincadeiras ajudem no processo de construção do conhecimento, devemos incluir atividades que favoreçam a troca de sugestões e opiniões das questões e criar situações para o desenvolvimento da autonomia. O nosso trabalho é norteado pelos cantos formados por salas de aula, onde cada um tem sua função, as crianças são orientadas pelas professoras e realizam as atividades propostas de acordo com os objetivos que se pretende alcançar com a sua turma e dos projetos que surgem através do interesse da criança. As salas são divididas em espaços agrupados por uma ou mais duas mesas, onde são desenvolvidas atividades que limitam o número de participantes, conforme combinado com a professora em roda, no início do seu período. São elas: ? Sala de artes, onde ficam os lápis, canetinhas, diversos tipos de papeis, onde as crianças desenham, brincam e criam com tintas, desenvolvendo a imaginação e a criatividade; ? Sala de brinquedoteca, onde as crianças brincam com diversos tipos de brinquedos como: blocos de encaixe, quebra-cabeça, brincadeiras de casinha e diversas fantasias, desenvolvendo assim a sua imaginação através do faz de conta. ? Sala de leitura, onde trabalhamos com as crianças poemas, historinhas, dramatização e contos de fadas, para que elas possam desenvolver e viajar com o pensamento através da imaginação. Conforme nossa realidade atual cabe a escola proporcionar momentos de recreação através de jogos e brincadeiras, promovendo a interação e socialização das crianças. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do que foi exposto no texto podemos verificar que a brincadeira é um meio que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, sejam elas motoras, cognitivas ou linguísticas, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada a experiência pré-escolar da criança. Nesse sentido a pré-escola por ser um seguimento da sociedade que organiza e se estrutura formalmente, deve oportunizar o desenvolvimento da criança de acordo com as suas potencialidades e seu nível de desenvolvimento, pois a criança não inicia sua aprendizagem somente ao ingressar na escola, ela traz consigo um gama de conhecimentos e habilidades adquiridas desde os seus primeiros anos de vida em seu ambiente sócio-cultural. Diante dessas considerações, seria oportuno salientar também que a pré-escola deve oferecer à criança uma ambiente de qualidade que estimule as interações sociais entre as crianças e professores, e que sejam um ambiente enriquecedor da imaginação infantil, onde a criança tenha a oportunidade de atuar de forma autônoma e ativa. E é nesse local que o educar tem papel fundamental no preparo do ambiente e na seleção e definição dos objetivos a serem alcançados por meio da brincadeira infantil. Portanto, é imprescindível que os professores compreendam a importância da brincadeira e suas implicações para organizar o processo educativo de modo mais positivo, contribuindo para o desenvolvimento das crianças. É buscando novas maneiras de ensinar por meio do lúdico que conseguiremos uma educação de qualidade e que realmente consiga ir ao encontro dos interesses e necessidades da criança. Cabe ressaltar que uma atitude lúdica não é somente a somatória de atividades e antes de tudo, uma maneira de ser, de estar, de pensar e de encarar a escola, bem como relacionar-se com os alunos, é preciso saber entrar no mundo da criança, no seu sonho, no seu jogo e, a partir daí, jogar com ela. Quanto mais espaço lúdico proporcionarmos, mais alegre, espontânea, criativa, autônoma e afetiva ele será. Propomos aos educadores infantis, transformar o brincar em trabalho pedagógico para que experimente como mediadores o verdadeiro significado da aprendizagem. Enfim, dentro da minha prática pedagógica ficou claro que como professora, não apenas contribui para aprendizagem das crianças, mas consegui tornar minhas aulas mais dinâmicas e prazerosas, aplicando o lúdico dentro das brincadeiras realizadas com as crianças. Pois é necessário criar oportunidade para que o lúdico aconteça de uma maneira educativa. Deve-se procurar inovar para não deixar que as aulas sejam cansativas e caiam na rotina. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BETTHELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho. São Paulo. Artmed, 1984. 358p. BOMTEMPO, ELDA. A brincadeira de faz-de-conta: lugar do simbolismo, da representação, do imaginário. IN: Tizuko Morchida (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 11. Ed. São Paulo: Cortez. 2008 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. V. 2. Brasília. MEC/SEF. 1988. MARCELINO, Nelson Carvalho. Estudo do Lazer: uma introdução. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1996. NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. A educação pré-escolar: fundamentos e didática. São Paulo: Ática, 1987. OLIVEIRA, Zilma M. R. de L. S. VIGOTSKY. Algumas ideias sobre desenvolvimento e jogo infantil. A pré-escola e a criança de hoje. São Paulo: FDE, 1988. (Ideias, 7) PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fortes, 1988. ________________________ 2. Ed. Porto Alegre: Martins Fortes, 1989. 168 p.
Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CÂMARA, Aldivânia Audiroftan Nunes dos Santos. A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PRÉ-ESCOLA.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/237774-A-IMPORTANCIA-DA-BRINCADEIRA-NO-PROCESSO-DE-DESENVOLVIMENTO-DA-CRIANCA-NA-PRE-ESCOLA. Acesso em: 02/05/2025

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