O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA O ALUNO DE EJA NA ESCOLA EDINOR AVELINO

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA O ALUNO DE EJA NA ESCOLA EDINOR AVELINO
Autores
  • Maria Zilca dos Santos Costa
  • JACIANE LINDOLFO BARBOSA
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/237546-o-atendimento-educacional-especializado-para-o-aluno-de-eja-na-escola-edinor-avelino
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
AEE, PRÁTICAS PEDAGOGICAS; INCLUSÃO; ESCOLA.
Resumo
RESUMO Este artigo propõe fazer uma reflexão acerca da sala do AEE (Atendimento Educacional Especializado), da Escola Municipal Edinor Avelino, no Município de Macau-RN. Com a finalidade de conhecer melhor sobre o tema Inclusão Escolar, assim, como apontar a importância da sala do AEE como apoio a Inclusão Escolar de alunos com deficiência, a sala do AEE é importante para complementar ou suplementar a formação educacional do aluno com necessidades especiais específicas, eliminando barreiras que impedem a plena participação dos alunos, público alvo da educação especial, conferindo a autonomia e a independência que necessitam, garantindo seus direitos, além de saber de fato como é realizado o atendimento do aluno com deficiência intelectual da EJA (Educação de Jovens e Adultos) da instituição de ensino em estudo. Palavras-Chave: SALA; AEE, PRÁTICAS; PEDAGOGIA; ENSINAR; APRENDER, INCLUSÃO; ESCOLA. ABSTRACT This work has its goal highlight the importance of psychomotor tender in school ages more precisely in early childhood education, which has a primary need of the brelationship of movement to education and motor, cognitive and affective construction of these learners during their early school life. There are now poles definitions of what psychomotor since its emergence as a theoretical followed, after practice, to arrive at a middle ground between the two, however, is the fact that the mean Psychomotor aims the study of human movement that has from gestation day of the current life. Keywords: PSYCHOMOTOR; EDUCATION; DEVELOPMENT; DANCE; CONSTRUCTION. INTRODUÇÃO A Inclusão Escolar tem sido um grande desafio para as escolas não só na instiuição de ensino em estudo, mas em muitas escolas no cenário do país, neste artigo abordamos o conceito da sala do AEE (Atendimento Educacional Especializado), a prática pedagógica do professor dessa sala e qual a consequência desse atendimento ao aluno da EJA (Educação de Jovens e adultos), da instituição em estudo. No entanto, ao propormos construir escolas inclusivas que se preocupam com todos os discentes, devem ser feitas inovações nos processos de organização de ensino e aprendizagem, passando a considerar o ritmo de aprendizagem, a operacionalização da sala do AEE, a flexibilização dos tempos e dos espaços, a implementação de recursos de acessibilidade, o enrequecimento curricular, além do uso de metodologias ativas e interativas e o caráter processual da avaliação. O objetivo geral é, portanto, garantir a aprendizagem com qualidade para todos os alunos com deficiência; os objetivos específicos são: complementar o atendimento do aluno com deficiência; elaborar recursos pedagógicos que eliminem as barreiras da aprendizagem dos alunos com necessidades especiais; possibilitar ao aluno com necessidades educacionais especializadas condições de desenvolvimento social, cognitivo, motor e inter-relação com o outro. Os principais teóricos que utilizamos como aporte foram os seguintes: DECLARAÇÃO DE SALAMANCA; ASSANTE (2000) BATISTA (2006); LIBÂNEO (2004); PILETTI (2002); PIMENTA (2010); dentre outros. Todos tiveram uma contribuição significativa na construção desse artigo. A metodologia utilizada foi do tipo qualitativa, na qual as pesquisas bibliográficas e a observação ao Atendimento Educacional Especializado da referida instituição serviram de embasamento para a discursão e análise dos resultados. A estrutura organizacional está assim distribuída: esta introdução. O primeiro capítulo, que discutimos a escola enquanto espaço para as práticas sociais e interacionais entre os sujeitos, destacando a importância da atuação docente em consonância com a sua formação e prática educativa. Abordamos também a importância da sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), assim como é desenvolvido o atendimento do aluno com necessidades especiais. No segundo capítulo apresentamos como é realizado o atendimento educacional especializado do aluno da EJA, qual sua especialidade e do quanto está sendo importante o atendimento desse aluno com necessidades especiais, para o seu desenvolvimento social. O terceiro capítulo é formado pelas considerações finais, abordando as descobertas e achados do trabalho, com destaque à sua relevância para futuros estudos na área educacional. Apesar de o assunto ser complexo, acreditamos na necessidade da realização de outras pesquisas abordando o tema da inclusão escolar. Assim, a intenção é que o estudo possa subsidiar práticas docentes e trabalhos futuros no campo educacional, uma vez que o assunto é importante. Discutir sobre esse tema é um convite à uma reflexão sobre nossas crenças e práticas, que muitas vezes acabam por nos distanciar de uma escola e de uma sociedade inclusivas. 1. A Escola como instituição social. Para entendermos teoricamente o tema em questão, foi necessário esclarecer alguns conceitos relevantes, como as concepções de escola, sala de aula,docente e discente. Acreditamos que a escola deve ser reflexiva, tendo em vista ser um espaço de aprendizagem; daí a necessidade de se ter um projeto próprio, construído, de fato, com a cooperação de todos os envolvidos no processo educacional. Isto é possível, desde que haja interação da escola com a comunidade, crença na capacidade de pensamento dos docentes e envolvimento dos discentes na construção de uma escola cada vez melhor. 1.2 Escola: discutindo conceitos As escolas são espaços de desenvolvimento que promovem o bem-estar das pessoas, das organizações e das sociedades. Segundo Piletti (2002, p.55), “assim como a sala de aula, a escola também apresenta uma organização social”. É nas escolas que as pessoas aprendem uma variedade de conhecimentos sistematizados, como também algumas competências que dificilmente poderão aprender em outros espaços. A escola desempenha um papel fundamental na consolidação das sociedades democráticas, por ser um espaço que promove o conhecimento, com foco na justiça social, na igualdade, na solidariedade e em princípios sociais e éticos. Nesse contexto, é relevante discutir, neste estudo, sobre a trajetória da concepção da escola, a fim de familiarizar o leitor sobre a importância do espaço educacional, tendo em vista que a escola pode ser concebida como um ambiente propício para desenvolver e preparar os discentes para desempenhar o papel de cidadãos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998), a escola é um espaço importante para a socialização dos alunos. Nesta perspectiva, pressupõe-se o enraizamento da escola na comunidade, a interação entre equipe escolar, alunos, pais e outros agentes educativos, possibilitando a construção de projetos que visam a melhor e mais completa formação do aluno (BRASIL, 1998). Devemos levar em consideração que nos processos educativos é importante saber aonde se quer chegar, avaliando toda trajetória, construíndo, assim, o próprio conhecimento. Conforme afirma Libâneo 2004. A escola é lugar de compartilhamento de valores e de aprender conhecimentos, desenvolver capacidades intelectuais, sociais, afetivos,éticos, estéticos. Mas é também lugar de formação de competências para a participação na cida social, econômica e cultural. Libâneo (2004, p.32). Libâneo (2004) podemos observar que a escola, deve se atentar em proporcionar situações que acrescentem e despertem a importância do aprendizado nos discentes, motivando-os e despertando-os para o valor desse conhecimento para o futuro. Assim, a escola terá como desafio fazer do ambiente escolar um espaço que ajude no aprendizado; um local onde se concretiza o conhecimento de forma satisfatória e funcional e não apenas um ponto de encontro dos discentes. Percebemos que a função da escola na sociedade é formar profissionais capacitados para atuar na construção de cidadãos críticos e capazes de pensar, refletir e agir enquanto membros da sociedade. Considerando o exposto, é para isso que as escolas servem e é também por isso que a sua importância não deve ser questionada. Contrário a isso, a escola não estará cumprindo o seu papel enquanto instituição social emancipadora. 1.2 DOCENTE: processo formativo x prática pedagógica Em relação à formação do docente, observando a trajetória histórica da Educação no Brasil, especificamente na década de 90, dava-se no nível de ensino denominado magistério. Assim, durante muito tempo, acreditava-se que o proceso formativo do professor era definitivo, e que através dessa grade curricular formativa o docente estva preparado para desempenhar a profissão ao longo dos anos. Pelo contrário, em pelo século XXI, muito se tem discutido acerca do processo formativo do docente, uma vez que a educação brasileira nas últimas décadas tem passado por estruturações e mudanças. Mudanças essas sustentadas não só pelos anseios, lutas e embates sociais, mas também por documentos legais como a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (lei nº 9.394/96). Vejamos o que dispõe a LDB (art. 62) acerca do processo formativo do professor de educação básica: A formacão de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de lincenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal (BRASIL, 1996). Atualmente, percebemos a necessidade cada vez maior de aperfeiçoamento na profissão, a formação continuada é uma expressão que faz parte da atividade docente no dia a dia, assim como suposições de que para ser considerado um bom professor é necessário que o docente tenha sólida competência formativa, embasada nos conhecimentos teóricos e práticos. Posto isso, devemos considerar que quem trabalha com o conhecimento deve estar atento e ter meios de compreender o que está acontecendo à sua volta, sobremaneira com seus discentes, para, a partir daí, difundir e promover o conhecimento, como acrescentou Libâneo (2004, p.187): (...) uma formação permanente, que se prolonga por toda vida, torna-se crucial numa profissão que lida com a transmissão e internalização de saberes e com a formação humana, numa época em que se renovam os currículos, introduzem-se novas tecnologias, acentuam-se os problemas sociais e econômicos, modificam-se os modos de viver e de aprender, reconhece-se a diversidade social e cultural dos alunos. Libâneo (2004, p.187): Em face do exposto, no campo educacional é possível relacionar o desempenho do professor segundo a sua prática pedagógica. Assim, podemos conceber que o desempenho do docente, a partir de uma visão renovada, pode ser entendido como uma gama de habilidades e competências que o professor possui para desenvolver sua prática docente em sala de aula. De acordo com Libâneo (2013), além dos conhecimentos teóricos e metodológicos, cabe ainda ao professor dominar com eficácia seu trabalho pedagógico, mas também desenvolver a capacidade de avaliar as dificuldades pertinentes ao seu contexto educacional. Para o autor, é tempo, é tempo de o professor despertar para as novas exigências do mundo globalizado, que exige dos docentes atitudes formativas, além dos conhecimentos teóricos e práticos, inclusive novos modos de pensar, agir e interagir em sua prática pedagógica. Segundo o autor: A sociedade brasileira está passando por intensas transformações econômicas, sociais, poli´ticas, culturais. As novas exigências educacionais frente a essas transformações pedem um professor capaz de exercer sua profissão em correspondência às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, dos meios de comunicação e informação (LIBÂNEO, 2004, P.73-74). Em vista das considerações aqui apresentadas, compreendemos a formação do professor, tanto inicial como em serviço, importante pra a aquisição de saberes e desenvolvimento de competências profissionais, pois ao estudante cabe aliar os conhecimentos teóricos aos práticos, dentre eles: o saber educar, o saber orientar, planejar e o saber disciplinar. Assim, compreendemos também que as mudanças no campo educacional são constantes, e cabe ao docente estar atualizado e capacitado para exercer sua profisssão com eficiência, ou seja, estar constatmente nesse processo interacional tanto com seus alunos quanto com colegas de profissão, trocando informações e experiências, refletindo e discutindo em grupo sobre as inovações pedagógicas, participando ativamente do contexto educacional do qual faz parte. 1.3 SALA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO Dificilmente conseguimos pensar em sala de aula separadamente da escola e vice-versa, uma vez que esse ambiente é instituído na escola. Trata-se, portanto, de um espaço de aprendizagem, no qual os sujeitos se reúnem para aprender: docente, discentes e conhecimento. A sala de aula, segundo Vaconcellos (2012), é o cenário privilegiado, onde se desenrola, efetivamente, o processo de aprendizagem; professor e aluno, em constante interação, são os atores centrais, protagonistas de uma cena que não há coadjuvantes. Por outro lado, não podemos pensar a sala de aula apenas como uma realidade física e sim, e mais concretamente, como um espaço que ainda está por fazer, na medida em que pessoas o penetra fisicamente. Enfim, uma sala de aula, entre tantas concepções, segundo Piletti (2002), é o ponto de partida para os estudos sociológicos da educação escolar; é nesse ambiente que acontecem os principais fatos da vida escolar de um sujeito. Para o autor, é na sala de aula que se dá o encontro entre alunos e destes com o professor, todos buscando aprender e a se desenvolver. Conforme Decreto 6.571/2008 que incluiu o Atendimento Educacional Especializado (AEE) em todas as escolas do país, o objetivo é garantir a aprendizagem com qualidade para todos os alunos com deficiência. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é compreendido como o conjunto de atividades pedagógicas e recursos de acessibilidades organizados institucionalmente em caráter contínuo. A complementar a formação dos discentes com deficiências, transtornos globais e funcionais do desenvolvimento, como apoio permanente e limitado ao tempo e a frequência dos alunos as salas de Atendimento Educacional Especializado e suplementar a formação dos discentes com altas habilidades ou superdotação com diagnóstico e orientações do Núcleo de Atendimento Multidisciplinar (NAM). Segundo BATISTA & MANTOAN: “A inclusão escolar não significa desconsiderar as especialidades e necessidades educacionais de cada aluno. Pelo contrário, inclusão significa preservar os direitos dos alunos de frequentar as escolas comuns e atender às necessidades específicas para que cada aluno alcance seu pleno desenvolvimento.” ( BATISTA & MANTOAN, 2006, P.122) De acordo com BATISTA & MANTOAN (2006), “a inclusão de alunos com deficiência mental nas escolas comuns contempla a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) de forma complementar e em horário diferente daquele estabelecido pelo ensino regular”. Desse modo, não substitui a escolaridade comum do aluno com deficiência, por isso esse atendimento acontece no contraturno ao da sala de aula regular do aluno, duas vezes por semana com duração de 60 minutos, ou uma vez por semana com o tempo de 120 minutos. Os atendimentos são individuais somente para autistas, cegos ou surdos, os demais podem ser atendidos em até 3 alunos por tempo, de acordo com a demanda. O docente que atua na sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), esquematiza o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) de cada discente com Necessidade Educacional Especializado (NEE), comtempla as necessidades específicas de cada discente, cria estratégicas para cada deficiência, confecciona material individualizado, organiza a forma de avaliação dos discentes, além de assegurar condições para a continuidade de estudo nos demais níveis de ensino. Conforme afirma BATISTA & MANTOAN 2006. “A necessidade de uma atuação complementar implica um trabalho distinto e diferenciado daquele desenvolvido pela escola comum. Ou seja, não se reproduz nesse atendimento o mesmo conteúdo e nem tampouco a metodologia adotada pela escola comum. Todo o trabalho é pautado na necessidade e particularidade do aluno, tornando-se necessariamente subjetivo e, por isso mesmo, é caracterizado como um “atendimento”, mas isso não impede uma ação eminentemente pedagógica.” (BATISTA & MANTOAN, 2006, P.121) Mediante o exposto, percebemos, que o professor utiliza recursos como jogos, brinquedos e livros, adequado a cada necessidade especial, como por exemplo: a tradução de textos e a representação de objetos da língua brasileira de sinais, por isso, as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) também podem ser chamadas salas de Recursos Multifuncionais. Como estratégia principal será observado a potencialidade de cada aluno, sobre essa forma de ensinar, BATISTA & MANTOAN (2006) declara que “todo o planejamento e mesmo as atividades são construídos a partir do aluno; o professor traça o caminho do processo de aprendizagem em acordo com seus alunos.” A sala de AEE tem vários recursos didáticos, computadores, livros, dicionários, além dos recursos pedagógicos no sentido de jogos e recursos imagéticos. A Declaração de Salamanca (1994) destaca que: A capacidade de professores especializados deverá ser reexaminada com vista a lhes permitir o trabalho em diferentes contextos e o de desempenho de um papel-chave nos programas relativos às necessidades educativas especiais. Seu núcleo comum deve ser um método geral que abranja todos os tipos de deficiência, antes de se especializar numa ou várias categorias particulares de deficiência. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. (1994, P.38) Em suma, compreendemos uma exigência para que o professor atue na sala do AEE é que o professor tenha uma formação diferenciada, ou seja, o professor deve ter formação inicial que o habilite para ao exercício da docência e formação específica para a Educação Especial, além de outros profissionais que possam ajudar em questões mais específicas e peculiares para auxiliar na aprendizagem do aluno, como intérprete de libras, monitores, etc. PIMENTA (2010) enfatiza: As áreas de atuação do AEE, nas escolas de Ensino Regular, são psimotrocidade, arteterapia, pensamento lógico-matemático e linguagem, desenvolvido de forma interativa, sob coordenação de um pedagogo e o professor especialista. PIMENTA (2010, P.15) Mediante as considerações mencionadas, entendemos que o professor do AEE é parte fundamental na inclusão, porém de modo algum é o único responsável por efetivá-la. Parece-nos conveniente afirmar que deve existir o diálogo entre o professor do AEE e o da sala de aula regular, que devem trabalhar em sintonia, desenvolvendo ações em parceria para beneficiar os alunos. Não menos importante para a escola que o pensamento dos gestores educadores e demais profissionais esteja voltado para a perspectiva da Educação Inclusiva. 2. O discente em Atendimento na Escola Municipal Edinor Avelino. Quando pensamos em espaços de aprendizagens, logo nos remetemos à imagem do professor e do aluno. Essa relação passa a ter grande importância, uma vez que um não existe sem o outro. Para que o trabalho do professor seja efetivado, é preciso que haja alunos e, no mínimo, um espaço educacional. Para Freire (1996, p.57), “a prática docente que não há sem a discente é uma prática inteira”. Assim, entendemos que não há discente sem docente ou vice versa. O aluno observado Paulo*, é da Escola Municipal Ednor Avelino, no Município de Macau -RN, está atualmente matriculado no Ensino regular no 4º período do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), tem 25 anos é diagnosticado com deficiência intelectual, apresenta dificuldade no desenvolvimento intelectual e no processo de aprendizagem. No entanto, mostra-se esforçado para superar as dificuldades do cotidiano escolar. Seu comportamento é associado a uma criança de três anos de idade, é ingênuo. No processo da linguagem escrita é copista, porém reconhece algumas letras do seu nome, ou seja, o que ensina hoje, amanhã precisa ensinar novamente. De acordo com Assante (2000), “na procura de uma compreensão mais global das deficiências em geral, em 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS), propôs três níveis para esclarecer todas as deficiências, a saber: deficiência, incapacidade e desvantagem social. Em 2001, essa classificação foi revista e reeditada não contendo mais uma sucessão linear dos níveis, mas indicando a interação entre funções orgânicas, as atividades e a participação social. O importante dessa nova definição é que ela destaca o funcionamento global da pessoa em relação aos fatores contextuais e do meio, re-situando-a entre as demais e rompendo o isolamento.” Contextualizando, vejamos o que acrescenta BRASIL (2007), quando enseja que: O diagnóstico na deficiência mental não se esclarece por uma causa orgânica, nem tão pouco pela inteligência, sua quantidade, supostas categorias e tipos. Tanto as teorias psicológicas desenvolvimentistas, como as de caráter sociológico, antropológico tem posições assumidas diante da condição mental das pessoas, mas ainda assim, não se consegue fechar um conceito único que dê conta dessa intrincada condição. BRASIL (2007, p.10). Dessa maneira, percebemos que o aluno além da sua dificuldade intelectual apresenta ações infantilizadas, agitação, baixo nível de concentração, somado a todos esses fatos, ainda apresenta crise de ansiedade na escola. O que exige estratégias diferenciadas por parte do docente. O aluno não apresenta problemas motores. BATISTA (2006) assegura que dessa forma, a inclusão de alunos com deficiência mental nas escolas comuns contempla a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) de forma complementar e em horário diferente daquele estabelecido pelo ensino regular. BATISTA (2006, p.121) Embasada nessas considerações, a professora que atua na sala do (AEE) da referida escola, iniciou o atendimento individualizado do aluno Paulo*, inicialmente duas vezes por semana os resultados foram surgindo em passos lentos, porém satisfatório. Aos poucos não se observava mais a euforia do aluno, agitação ou nervosismo. O aluno passou a ser assíduo na escola, ao contrário de outrora quando frequentava a sala de aula regular, todavia, o discente não quer mais estudar na sala de aula regular, apenas no AEE. Segundo BATISTA (2006): O professor especialista tem que constantemente provocar e permitir o desenvolvimento desse aluno, assumindo uma posição de investigador. Para tal, ele não trabalha com um planejamento fechado realizado de cima para baixo, muito menos com exercícios previamente estabelecidos. O processo de construção do conhecimento, nesse caso, não é ordenado de fora ou de cima para baixo, e não é possível ser planejado sistematicamente, obedecendo a uma sequência rígida e predefinida de conteúdos a asserem assimilados. Todo o planejamento e mesmo as atividades são construídos a partir do aluno; o professor traça o caminho do processo de aprendizagem em acordo com seus alunos. BATISTA (2006, p.124) Nessa perspectiva duas principais metodologias a professora da sala do (AEE), prevalece com o referido aluno para melhorar a atenção, concentração foram: a música e pintura, as atividades adaptadas respeita seu gosto e o gênero musical, o forró em especial. O aluno não demonstra compreensão à jogos, histórias contadas, nem tampouco computador. Mediante as considerações mencionadas, entendemos que “na concepção inclusiva a adaptação ao conteúdo escolar é realizada pelo próprio aluno e testemunha a sua emancipação intelectual. Essa emancipação é consequência do processo de auto-regulação da aprendizagem, em que o aluno assimila o novo conhecimento, de acordo com suas possibilidades de incorporá-lo ao que já conhece” BRASIL (2007, p.13). Em suma, observamos que houve uma considerável mudança no comportamento do aluno Paulo*, após o atendimento na sala do AEE, além da assiduidade ele tornou-se participativo, prestativo, solidário e não mais apresenta crises de ansiedade dentro da escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho objetivou buscar conhecimento acerca de como é realizado o Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Escola Municipal Edinor Avelino, no Município de Macau- RN. Buscamos compreender quais as metodologias e/ou práticas pedagógicas são adotadas pelo docente especialista em atendimento ao aluno com necessidades especiais. Na experiência do nosso trabalho, consideramos que os objetivos propostos foram atingidos. Sabíamos tratar-se de um assunto complexo e difícil de lidar, já que observamos que a professsora da sala do AEE está repleta de desafios de apredizagens e momentos únicos de superação. No entanto, no decorrer da observação, descobrimos que o aluno com deficiência precisa de ações pedagógicas diferenciadas e para que isso aconteça, cabe a escola organizar tanto o espaço fisíco, quanto materias pedagógicos, respeitando sempre suas capacidades e habilidades motoras. Consideramos nosso trabalho importante não só para os participantes, mas para toda a instituição educacional, pois devemos ter em mente que nenhum ser humano é igual ao outro, mesmo os gêmeos mais idênticos, apresentam algumas diferenças físicas e comportamentais. O mesmo ocorre com as pessoas com deficiência, nenhuma pessoa com deficiência é igual à outra. O que devemos lembrar é que as particularidades individuais das pessoas com deficiência devem ser levadas sempre em conta. Acreditamos, portanto, que a sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE) é importante para complementar a formação educacional do aluno com necessidades especiais, garantindo a aprendizagem com qualidade, nessa perspectiva enfatizamos a importância da relação entre o professor da sala do AEE e o professor da sala regular, pois a inclusão não acontece simplesmente pela presença física do aluno com deficiência nas salas de aulas comuns, mas pela interação e aprendizado que eleva os conhecimentos desses alunos. Com base na fundamentação teórica, está muito claro a importância da sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para que possa identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade com a intuito de eliminar as barreiras a participação do aluno no contexto educacional e social. Convém enfatizar que para atuar na sala do AEE, é necessário a qualificação dos profissionais, pois não são poucos os desafios. Em suma, desejamos que todo esse estudo possa subsidiar o trabalho de profissionais como pedagogos, professores, estudantes e pesquisadores da área educacional. Sabemos que o assunto é extenso e complexo, demanda mais pesquisas na área. Discutir sobre Atendimento Educacional Especializado (AEE) é abrir margem para tentarmos minimizar os efeitos negativos da exclusão escolar, traz muitas expectativas, mas à medida que vamos nos envolvendo é prazeroso e apaixonante. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Inclui o Atendimento Educacional Especializado em todas as escolas do país. Diário Oficial, Brasília, DF, dia 18 setembro. 2008. Seção 1, p. 26. _______ Resolução n°4, de 2 de outubro de 2009. Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Inclusiva, Brasília: MEC/SEESP 2007. ------------. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quatro ciclos do ensino fundamental: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/introdução.pdf>. Acesso em 15/04/2019. ------------. Referências para a Formação de Professores. Brasília, DF: SEF/MEC, 1999. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABABcAL/referenciais-formacao-professores. Acesso em 12/04/2019 DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca – Espanha. ASSANTE. V. Situation de handicap et cadre de vie. Paris: Éditions desjournaux Offciels, 2000. (Avis et rapports du conseil économique et social.) Disponível em: www.vicent-assante.net. Acesso em 10/05/2019 BATISTA, Cristina Abranches Mota & MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para deficiência mental. Brasília: MEC/Seesp, 2006. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. Ed. Revista e ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. 18 ed. 4.imp. São Paulo: Editora Ática, 2002. PIMENTA, Selma G.; Maria L. O estágio e a formação inicial e contínua de professores. In: Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2010. 5 ed. (Coleção Docência em Formação. Série saberes pedagógicos) VASCONCELOS, Maria Lúcia. Educação básica: a formação do professor, relação professor-aluno, planejamento, mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2012.
Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Maria Zilca dos Santos; BARBOSA, JACIANE LINDOLFO. O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA O ALUNO DE EJA NA ESCOLA EDINOR AVELINO.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/237546-O-ATENDIMENTO-EDUCACIONAL-ESPECIALIZADO-PARA-O-ALUNO-DE-EJA-NA-ESCOLA-EDINOR-AVELINO. Acesso em: 16/07/2025

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