O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autores
  • Josineide Martins da Silva
  • Luciana Ivete Maciel Bezerra
  • Gildene da Silva Brazão
  • Márcia Maristela do Nascimento Braulino
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/236184-o-desenvolvimento-da-psicomotricidade-na-educacao-infantil
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
Psicomotricidade. Educação Infantil. Aprendizagem. Desenvolvimento.
Resumo
INTRODUÇÃO A psicomotricidade é uma ciência de suma importância na evolução da criança, através dela a mesma deve ser sempre estimulada e assim, poder obter uma formação completa. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho de conclusão de curso, para obtenção do título de Pós-graduação em Psicomotricidade, da Faculdades Integradas de Várzea Grande - FIAVEC, tem por finalidade apresentar estudos realizado através de pesquisas intitulado “O desenvolvimento da psicomotricidade na Educação Infantil”, no qual tem por objetivo explorar como a motricidade pode ser desenvolvida e assim, utiliza-la como um elemento facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento da criança, momento em que alicerça-se todo o desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo. Ao propor este estudo, buscamos compreender a relação que a psicomotricidade tem com a infância, quais as suas contribuições na Educação Infantil e como esse enfoque deve acontecer no cotidiano da escola. Propormos também a utilização de atividades motoras como meio e forma de levar conhecimentos com maior acessibilidade às crianças apresentando condições para desenvolver suas habilidades, elaborar conceitos e formular hipóteses. Deve-se a estas afirmações e inquietudes o fato do tema ter-nos chamado atenção para a elaboração desse artigo, com vistas a contribuir com nossa formação profissional e pessoal, também para assegurar a efetivação das propostas manifestadas nos estudos aqui realizados. A psicomotricidade contribui como um grande apoio para o ensino e aprendizagem de crianças de forma global, mas as crianças dessa nova geração ela contribui estimular para que mesmo convivendo num tempo no qual a forma de brincar e de conhecer o mundo tenha mudado ela possa se desenvolver da melhor forma possível, pois visa contribuir integralmente no desenvolvimento físico, mental, social da criança, crê-se que o trabalho da psicomotricidade sirva para ajudar o aluno a se expressar, tornando-se criativo e ativo no espaço escolar e social. A psicomotricidade vem muito a contribuir para a formação da consciência corporal e incentivar o movimento nas diversas etapas da vida da criança, além de muita diversão, as crianças vão representar e familiarizar-se com o universo em que convivem. Visando que com a pesquisa bibliográfica possa verificar as diferentes contribuições disponíveis sobre o tema abordado, ela dará suporte a todas as fases da pesquisa. De acordo com Ruiz (1996, p. 58), “a pesquisa bibliográfica consiste no exame do manancial teórico, para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto que se tem como tema de pesquisa científica” Para uma melhor compreensão deste artigo, dividimos em seis partes, organizadas da seguinte forma: no primeiro capítulo: trata-se da parte introdutória, contendo uma visão geral do trabalho em questão; em seguida realizamos um breve resumo sobre a Educação Infantil, no terceiro capitulo relatamos brevemente sobre o conceito da psicomotricidade, logo após, damos ênfase ao trabalho intitulado “O desenvolvimento da psicomotricidade na Educação Infantil”; no quinto capítulo apresentamos o corpo em movimento; e no sexto e último capítulo, nossas considerações finais, fazendo uma reflexão sobre a construção do trabalho, suas contribuições para o nosso conhecimento tanto pessoal como o profissional e, sobretudo, sua significância para profissionais da área em futuras pesquisas. CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL A educação pública no Brasil teve início no século XX. Por muitas décadas ocorreram muitas mudanças: a pré-escola não tinha uma formalidade, não havia professores especializados e muitas vezes a sala de aula era preenchida por voluntários, que logo desistiam desse trabalho. Com à Constituição de 1988, a criança foi aos poucos sendo colocada no lugar de sujeito de direitos e a Educação Infantil foi introduzida na sociedade educacional. As primeiras movimentações direcionado aos cuidados da criança foi em 1874, onde órgãos municipais do Brasil começaram a reservar uma contribuição financeira para as crianças negras, místicas ou brancas que eram desprezadas, essas crianças tinham que ser apresentadas frequentemente aos superiores. Tempos depois foi fundada a Santa Casa de Misericórdia pela a Igreja Católica de natureza beneficente. Com a chegada da República houve uma maior preocupação com educação da criança, porém foi só no século XX, que há ações começam a demonstrar atuações por parte da administração pública. (KUHLMANN JR., 2002),mapresenta uma visão da criança humilde como delinquente, pois, as crianças eram pouquíssimas nutridas, em famílias nas quais a bebida era bem constante e moravam com familiares que, por vezes não tinham um trabalho e muito menos uma renda fixa. No dia 14 de Novembro de 1930, o presidente Getúlio Vargas funda o Ministério da Educação (MEC), uma entidade do comando federal do Brasil estabelecido no desígnio nº 19.402, intitulado Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, esse órgão era o que amparavam que as crianças mais necessitadas eram desprovidas de culturas e eram vistas para explicar o fracasso escolar delas, tal ideia conduziu por muitos anos a Educação Infantil, estabelecendo um olhar assistencialista sem que houvesse uma reflexão crítica mais intensa sobre os problemas sociais. Na década de 80, ocorreu uma pressão por parte das classes populares para a expansão do ingresso à escola. O ensino para as crianças pequena começa a ser exigida como um dever do Estado, que ainda não tinha se envolvido legalmente com essa missão. No ano de 1888, devido os movimentos feministas e sociais, a Lei reconhece a educação em creches e pré-escolas como direito da criança e dever do Estado. A Constituição no art. 205, diz que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1). Em meados do século de 1990, aconteceu uma grande mudança sobre concepção de criança, onde procura-se compreender a criança como um ser social e histórico, onde a aprendizagem ocorre pelas relações entre a criança e o meio social. Esse pensamento sociointeracionista tem como grande estudioso Vygotsky, que destaca a criança como ser sociável, que está inserida numa cultura sólida (OLIVEIRA, 2002). Ainda nesse século, cria-se o Estatuto da criança e do adolescente – ECA, garantindo ainda mais o direito das crianças enquanto cidadãs. A Lei de Diretrizes e Base da Educação foi elaborada para determinar e regularizar o sistema de educação brasileira com bases na Constituição. Vejamos o que o Art. 3º da LDB o que diz a respeito do ensino nacional: O ensino será com base nos seguintes princípios: igualdade de condição para o acesso a permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço á tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da igualdade e dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996, p. 1). Em 1998, é elaborado o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil), um documento que busca orientar atividades realizada com crianças de zero a seis anos de idade. Ele simboliza um enorme avanço na procura de organizar melhor a categoria da Educação Infantil, mostrando sugestões que une o cuidar e o educar, o que atualmente é um dos maiores obstáculos da Educação Infantil. No art. 29 da Lei de Diretrizes e Bases, foram determinadas às crianças com a idade de até seis anos, com intuito de integralizar a ação familiar e da sociedade, tencionando o amadurecimento global da criança nos pontos de vista físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. Isto nos remete à MENDONÇA, 2012; [...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizado da criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42). De acordo com a citação supracitada, é na Educação Infantil que a criança irá se desenvolver plenamente, pois é no decorrer desse período que acontece o processo de socialização e troca de experiências com o outro que a tornarão sujeito com identidade. Em concordância com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação infantil é um processo designado a crianças com intervalos de idade entre zero a seis anos: sendo que creches para a faixa de zero até três anos e as pré-escolas para crianças de quatro a seis anos (MATTIOLI apud TADEI; STORER, 1998). A Educação Infantil é fundamental e muito importante porque desenvolve um papel de destaque no desenvolvimento social e individual da criança. Ela vai crescendo de forma cognitiva, tendo acesso a diversos objetos e com a arte, cultura e a ciência, dando origem à sua criatividade na escola e a escola deve ser um ambiente preparado, com professores que valorizem a criatividade e a capacidade de qualquer criança que já tem um conhecimento prévio, tem uma história e a sua própria linguagem. EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil, é vista como a primeira etapa da Educação Básica, abrange crianças com idade entre 0 e 5 anos (no Brasil decretada pela Lei Federal n° 11.114 de 16 de 2005) e entende como o início do período de vida escolar. Esse ciclo é contemplado como uma importante fase na formação das crianças, pois colabora com fatores no desenvolvimento do indivíduo e proporciona diversas maneiras de ver o mundo e de unir-se a ele. A Educação Infantil também se torna uma etapa essencial para o desenvolvimento integral da criança e deve ser atendida em conjunto com profissionais capacitados que possam. No entanto, na prática, se torna visível à carência de profissionais qualificados adequadamente para atender as particularidades das crianças em Creches e Pré-escolas. Nesse sentido Nascimento (2007, p.107) faz a seguinte crítica: Embora a Educação Infantil seja parte integrante da Educação Básica, sua especificidade é pouco reconhecida [...] a única diferença apontada pela lei entre a Creche e a Pré-escola diz respeito à faixa etária. [...] o fato de ter sido definida como um nível de ensino implica uma série de normatizações próprias à instituição escolar. A criança, alvo do atendimento multifacetado que deveria dar conta das questões afeitas ao cuidado e à educação, passa a ser vista como aluna, mesmo que tenha três meses de idade. É nessa etapa que as crianças fazem amigos, ficam no convívio por horas com outras crianças e adultos que não fazem parte do seu ciclo familiar. Neste espaço, elas são instigadas e estimuladas por diversas atividades pedagógicas e jogos lúdicos, a praticar suas habilidades motoras, a fazer descobertas, desenvolver sua autonomia e proporcionar seu desenvolvimento dentro de um contexto global, permitindo o regime de letramento. Até os cinco anos, a criança passa pelas mais complexas etapas do desenvolvimento humano, nos aspectos: intelectual, emocional, social e motor; esses conhecimentos são conceituados riquíssimos, mas sabendo que elas dependem das capacidades e das condições ofertadas pelo convívio que a criança está inserida. Perante essa realidade, a Educação Infantil pode aprovar uma compreensão mais próxima dos desejos próprios, do grupo e das diversidades, possibilitando uma relação entre crianças e adultos. Kramer (2008, p. 104) de modo oportuno, convida a todos a batalhar pelos direitos da infância, a reconhecer a sua importância e suas especificidades, a escutar e dar espaço para que a criança participe realmente do seu contexto sociocultural, uma vez que: [...] o desaparecimento da infância ou do conceito de infância está relacionado à destruição do próprio conceito de homem como sujeito da história e da cultura. Valorizar a infância e lutar pela sua não destruição significa, portanto, participar de uma luta que temos perdido historicamente – a que visa defender e garantir a humanidade, a tolerância, o respeito pelo outro e suas diferenças, a capacidade de rir e brincar (KRAMER, 2008, p. 105). É evidente a importância da psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança, tanto na propriedade motora como também no ponto dos domínios sociais, afetivos e cognitivos. Nesta perspectiva, a criança precisa desenvolver uma motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências motoras que construam sua imagem e sua figura corporal. A psicomotricidade é resultado da combinação do movimento/corpo/relação, que perante o conjunto de forças e sensações se une aos conceitos do dia a dia, tais como: produzir textos, contar história, dar recado, fazer compras, varrer a casa, dentre outros. Assegurando a aprendizagem de opiniões formais associados à aprendizagem de outras opiniões, assim agindo no desenvolvimento definitivo. CONCEITO DA PSICOMOTRICIDADE “O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o psiquismo, que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa”. (Fonseca, 2004, p.16). A expressão motriz descreve o movimento, á psico define a função psíquica em duas etapas, a sócio afetiva e cognitiva. Em outros sentidos, quer dizer que através da atividade da criança desenvolve-se completamente sua afetividade, seus desejos, como também possibilita suas capacidades de comunicação e articulação de ideias. A expressão psicomotricidade foi utilizada pela primeira vez na França por Dupré, com pesquisas que se tornaram destaque a partir de 1920, com o objetivo de provar a inclusão das habilidades motoras com as habilidades afetivas e cognitivas. A psicomotricidade é uma ciência que tem como função estudar o homem com o convívio do meio onde está, uma educação transdisciplinar que estuda a conexão mútua entre o psiquismo e a motricidade. Reportando-se ao movimento humano tem por propósito de pesquisa o homem por meio de seu corpo em movimento comparado com a sociedade e consigo mesmo. A psicomotricidade se dá através de ações educativas de movimento espontâneo e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade. É uma prática pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sociocultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos alunos. (Le Boulch 1992) A Psicomotricidade por ser uma área que tem como objetivo o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo se torna necessário para o trabalho com crianças na fase da Educação Infantil, sabe-se que é por meio de atividades psicomotoras que a criança encontra oportunidades de desenvolver-se plenamente. Mediante a esse ponto de vista, concorda-se analisar que o trabalho psicomotor facilita de modo relevante o desenvolvimento de aprendizagem na primeira infância, visto que com o exercício de tais atividades o educador terá a capacidade de comunicar com a criança, de garantir uma relação direta e afetuosa com a mesma. Como indica Bueno (1998, p. 58) “a criança se sentirá bem na medida em que seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir”. Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998) o trabalho relacionando o movimento deve acontecer logo nos primeiros anos de vida e é de suma necessidade o respeito às singularidades de cada faixa etária, além de considerar as inúmeras culturas corporais. Referente aos conteúdos o RCNEI destaca que: Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade. Devem ser organizados num processo contínuo e integrado que envolve múltiplas experiências corporais, possíveis de serem realizadas pela criança sozinha ou em situações de interação. Os diferentes espaços e materiais, os diversos repertórios de cultura corporal expressos em brincadeiras, jogos, danças, atividades esportivas e outras práticas sociais são algumas das condições necessárias para que esse processo ocorra (BRASIL, 1998, p. 29). Parafraseando Fonseca (1995), a psicomotricidade possibilita recursos de prevenção e intervenção nas Dificuldades da Aprendizagem, além de ser um importantíssimo método para desenvolver competências de aprendizagens, sendo que esses elementos poderão apenas ser demonstrados se a ação psicomotora for bem organizada e desenvolvida. Dessa forma, nota-se a importância em desenvolver atividades psicomotoras que visem responder todas as necessidades das crianças, pois elas dependem de bons mediadores para que o processo de aprendizagem ocorra com sucesso. Segundo Fonseca (1988) explica que: “o movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significativo”. O movimento no desenvolvimento infantil é de suma importância, se falando nas etapas iniciais da criança, quando a mesma ainda não alcançou a fala e o movimento se dar como uma fala, um meio de comunicação, manifestando sensações e pelo movimento demonstrar o contato com o mundo que lhe cerca. Com base nesses autores, podemos afirmar que, para atingirmos um bom desenvolvimento psicomotor da criança, as atividades necessitam ser bem preparadas e bem realizadas de modo que proporcione a criança o prazer ao executá-las. O DESENVOVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL O desenvolvimento do sujeito é um procedimento de avanço e transformação, tanto no aspecto físico como no psicológico. Em cada fase de vida, aparecem características próprias, podendo haver a aceleração ou o atraso destes processos, dependendo da pesquisa de cada situação, de forma peculiar. A criança sente a necessidade de explorar seu meio naturalmente, ganhando habilidades motoras, mentais e sociais básicas. A criança compreende o mundo através de seu corpo, explorando as mais variadas situações e por meio delas experimentando novos acontecimentos, compreendendo o ambiente. Na medida que a criança se evolui, quanto mais ela entrar em contato nas situações, será bem melhor para seu autocontrole corporal, ampliando sua percepção. Araújo (2013) ressalta que, “Desde o primeiro dia de vida, a criança se desenvolve de forma contínua, e é pelo movimento que a criança estabelece as primeiras formas de linguagem”. A esse respeito Oliveira 2000, ressalta que: É pela psicomotricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos, e é manipulando-os que ela redescobre o mundo: porém esta descoberta a partir dos objetos só será verdadeiramente frutífera quando a criança for capaz de segurar e de largar, quando ela tiver adquirido a noção de distância entre ela e o objeto que ela manipula, quando o objeto não fizer mais parte de sua simples atividade corporal indiferenciada (OLIVEIRA, 2000, p.34) Pesquisas mostram que algumas das dificuldades em escrita podem ser precavidas por meio de atividades motoras, sendo assim podemos certificar que, através dos jogos contribuímos o avanço do desempenho em escrita para as séries futuras. Os exercícios psicomotores podem ser uma das aprendizagens escolares básicas, pois são fundamentais no desenvolvimento da escrita. Isso significa que o jogo e o brinquedo se preocupam com os obstáculos provenientes do desenvolvimento desapropriado do corpo, sendo assim, um precioso recurso nas escolas quando adaptado às etapas do desenvolvimento infantil. Kyrillos e Sanches completam dizendo que, Na Educação Infantil começamos a exploração intensa do mundo, das sensações, das emoções, ampliando estas vivências como movimentos mais elaborados. A linguagem corporal começa então, a ser substituída pela fala e pelo desenho, no entanto, é essencial que continue sendo explorada. O trabalho com movimentos e ritmos, de grande relevância para a organização das descobertas feitas, torna-se mais sofisticado. Nesta etapa, a atenção é voltada para o desenvolvimento do equilíbrio e de uma harmonia nos movimentos (2004, p.154). A psicomotricidade na educação infantil ocorre principalmente através de brincadeiras, na qual vem a contribuir no desenvolvimento psicomotor da criança durante a sua evolução. E para o desenvolvimento corporal da criança a psicomotricidade tem um papel fundamental para uma boa aprendizagem. Seber (1997) afirma que: “é preciso entender que, o domínio de uma atividade não é conquistado de imediata. Só o funcionamento de uma ação pode conduzir a um aprimoramento dos movimentos”. Segundo Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação dos tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A psicomotricidade para ser bem trabalhada, é de suma necessidade, que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras, só assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, necessárias ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. É muito importante destacar que o movimento é a primeira expressão que ocorre na vida do indivíduo, pois desde o útero materno realizamos movimentos com o nosso corpo, onde vão se constituindo e formalizando grandes importância no comportamento. O CORPO EM MOVIMENTO Na Educação Infantil, a criança procura por experiências em seu próprio corpo, elaborando conceitos e organizando a figura corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá consentir a compreensão da maneira que a criança obtém percepção do próprio corpo e das oportunidades de se expressar por meio do seu corpo, se posicionando no tempo e no espaço. É preciso que a criança passe por diversas fases no seu desenvolvimento. A primeira manifestação na vida de um indivíduo é o movimento. Desde a vida no ventre materno, executa movimentos com o corpo, no qual vão se organizando e realizando grandes intervenções no comportamento. Desta maneira, estima-se que a psicomotricidade é um excelente recurso que ajuda a promover preventivos de intervenção, possibilitando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Mendonça aponta que: Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor infantil. É preciso estar atento para que nenhuma perturbação passe desapercebida e seja tratada a tempo, para que a capacidade futura da criança não seja afetada e prejudique a aprendizagem da leitura e da escrita (2004, p.20-21). O corpo tem a capacidade de expressar-se com si próprio e com os que integram o cotidiano do indivíduo, este método de comunicação do corpo num todo, ou seja, corpo, mente e pensamento, sentimento entre outros se conecta de modo direto com a criança desde o nascimento e vão se modificando e caracterizando-se ao longo de seu desenvolvimento, recebendo também funções próprias, isto descreve a necessidade de se trabalhar pelas formas da psicomotricidade no ambiente escolar de modo a beneficiar o desenvolvimento global e integrado dos indivíduos. Mendonça ressalta ainda que: O desenvolvimento psicomotor quando acontece harmoniosamente, prepara a criança para uma vida social próspera, pois, já domina seu corpo e utiliza- o com desenvoltura, o que torna fácil e equilibrado seu contato com os outros. As reações afetivas e as aprendizagens psicomotoras estão interligadas. A psicomotricidade é abrangente e pode contribuir de forma plena para com os objetivos da educação (2004, p.25). O ser humano é um ser enigmático de emoções e ações asseguradas através do contato entre corpos, nas práticas psicomotoras que muito ajuda o desenvolvimento de afetos entre os indivíduos, o contato físico, as emoções e as ações. O objetivo da Psicomotricidade é desenvolver as possibilidades motoras e criativas do ser humano em sua totalidade, partindo do seu corpo, levando a centralizar sua atividade e a procura do movimento e do ato. Vele salientar que na psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, obras de Henri Wallon põem em destaque o papel da atividade corporal no desenvolvimento de funções cognitivas. Wallon (1968) afirma que o pensamento nasce para retornar a ele. A Psicomotricidade, como qualquer ciência tem seu próprio objetivo de estudo, porém retira sua unidade e especificação, isso quer dizer que o corpo e a sua expressão dinâmica são fundamentados, de acordo com Kyrillos e Sanches, em três conhecimentos básicos: O movimento, que segundo os conhecimentos atuais ultrapassa o ato mecânico e o próprio indivíduo, sendo à base das posturas e posicionamentos diante da vida; o intelectivo, que encerra a gênese e todas as qualidades da inteligência do pensamento humano, seu desenvolvimento depende do movimento para estabelecer, desenvolver e operar; o afeto, que é a própria pulsão interna do indivíduo, que matiza a motivação e envolve todas as relações do sujeito com os outros, com o meio e consigo mesmo (2004, p.167). A experimentação do corpo, das sensações, dos limites e movimentos é essencial para a criança da Educação Infantil, é nesta fase que ela está construindo a sua imagem corporal. Desta forma, ela tem a necessidade de descobrir seu corpo e também o corpo do outro. As atividades psicomotoras são primordiais para que aconteça esta formação, pois é brincando e explorando o espaço, que ela se constitui tanto nos aspectos motor e sensorial, como emocional, expandindo seus conhecimentos de mundo. Nesta ocasião, a linguagem corporal é o meio de comunicação mais utilizada pela criança. A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE BOULCH 1984, p.024). Desta maneira, a aprendizagem da criança está interligada ao desenvolvimento psicomotor. Este aspecto é importantíssimo para unificar a Psicomotricidade com a Educação Física, desenvolvendo a criança integralmente. Pois a educação psicomotora é constituída em um trabalho educativo, baseado e fundamentado no movimento natural consciente e espontâneo com o intuito de organizar, completar ou aprimorar o comportamento global da criança. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo teve por objetivo expor a importância do desenvolvimento da psicomotricidade na Educação Infantil no processo ensino-aprendizagem, bem como a contribuição que a mesma oferece nos aspectos motor, afetivo e cognitivo. É indispensável o trabalho com exercícios psicomotores nas atividades escolares, e por isso, essa proposta deve ser posta em prática na escola desde o maternal e não pode ser ignorado durante todo o ensino infantil. Com base neste contexto, observamos a importância das atividades motoras na educação, pois elas ajudam no desenvolvimento global das crianças. No entanto, as crianças passam por diversas fases, uma diferente das outras e cada fase requer atividades propicias para cada faixa etária. Em diversas práticas pedagógicas, podemos observar que a utilização dos jogos na Educação Infantil quase sempre se justifica nas pesquisas sobre seu papel no desenvolvimento infantil. Este fato talvez já possa ser considerado suficiente para comprovar a importância da atividade lúdica na aprendizagem, como recurso pedagógico. É preciso dá valor a cada ação da criança que brinca, é necessário ultrapassar o óbvio e profetizar a seriedade do fenômeno. O lúdico incentiva e desenvolve a socialização, que influencia diretamente no aspecto sócio afetivo, daí sua importância na sala de aula. A psicomotricidade pesquisa conhecer o corpo nas suas relações, convertendo num mecanismo de ação. Este corpo visto como objeto, marcado por uma mente que pensa. A desenvolvimento da psicomotricidade no ser humano ocorre de forma espontânea. Ela auxilia e prepara melhor a criança para uma melhor compreensão da aprendizagem escolar. O corpo e o movimento estabelecem alicerces para o desenvolvimento da criança. No campo da Psicomotricidade, a relação, a vivência corporal e linguagem simbólica são imprescindíveis. A psicomotricidade facilita à criança a viver e agir no seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. O professor precisa enxergar a psicomotricidade com bons olhos, pois ela vem contribuir no desenvolvimento motor e intelectual da criança, posto que o corpo e a mente são elementos integrados da sua formação. Por fim, é fundamental que as instituições escolares promovam a alfabetização em união com o mundo vivido pela criança, respeitando as suas particularidades, as suas brincadeiras, as suas vontades pessoais e principalmente, o seu jeito de compreender o mundo. É a partir desse olhar diferenciado que se promove o desenvolvimento psicomotor infantil e assim, obter um excelente resultado no processo de alfabetização da criança. REFERÊNCIAS ARAUJO, Andreza Santiago Gottgtroy de; SILVA, Eduardo Rodrigues da. As contribuições da Psicomotricidade na Educação Infantil. Educação Pública: comportamento.Disponível:<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/bibliote ca/comportamento/0116.html>. Acesso em: 09 de jan. 2019. BARRETO, S.J. Psicomotricidade, educação e reeducação.2ª ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000. BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria e prática. São Paulo: Lovise, 1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Art. 205-214. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 1988. FONSECA, V. Psicomotricidade. 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Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Josineide Martins da et al.. O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/236184-O-DESENVOLVIMENTO-DA-PSICOMOTRICIDADE-NA-EDUCACAO-INFANTIL. Acesso em: 06/05/2025

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