O USO DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
O USO DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Autores
  • Francisca Zeneide vitor
  • Maria das Dores de Oliveira
  • Luiziana Gomes Trindade
  • João Maria Oliveira de Souza
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/235983-o-uso-da-literatura-infantil-no-processo-de-alfabetizacao
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
ALFABETIZAÇÃO. LITERATURA INFANTIL. ENSINO E APRENDIZAGEM.
Resumo
INTRODUÇÃO O presente trabalho faz um estudo a respeito da importância de alfabetizar através dos contos de fadas, aguçando o imaginário das crianças, além de despertar o gosto pela leitura. Levando o leitor a fazer uma viagem maravilhosa pelos caminhos do imaginário, considerando e mostrando toda a importância dos contos e proporcionando satisfação na formação pré-escolar e na fase de aquisição da leitura e escrita. Baseado na pesquisa bibliográfica, que mostram as origens dos contos de fadas, sua repercussão na literatura infantil, tanto no Brasil como em outros países. Revelar-se-á todas as situações que ocorrem fora do nosso entendimento presente nos contos, suas principais lições e utilizações. Realizou-se também uma explanação profunda a respeito do que venha a ser um conto de fadas e sua importante simbólica. Constatará nas páginas seguintes, uma análise das obras “a branca de neve e os sete anões e “a dona baratinha”, com a finalidade de se observar o sentido subtendido fora das entrelinhas destas histórias”. Em suma, mostrar-se-á, que além de encantar as crianças, os contos de fadas são historicamente utilizados e de grande relevância na alfabetização. 2 ALFABETIZAÇÃO ATRAVES DA LITERATURA INFANTIL O projeto alfabetização através da literatura Infantil, implantado, trabalha na perspectiva da inserção da criança no mundo da leitura e da escrita desde a primeira infância, momento em que estes iniciam seu processo de alfabetização muitas vezes de forma indireta, pois ao participarem de situações variadas envolvendo a leitura as crianças estão inseridas em uma atmosfera prazerosa e significativa para elas. Segundo (RESSURREIÇÃO, 2005, p.03): A fantasia dos contos de fada é marcante para o desenvolvimento da criança. Há significados mais profundos nos contos de fada que se contam na infância do que a própria vida adulta ensina. É por meio dos contos infantis que a criança desenvolve seus sentimentos, emoções e aprende a lidar com essas sensações. Um exemplo bem simples é o comportamento da criança quando ela escuta e compreende a história e passa a utilizá-la como referencia para seus atos. Passando o que a história passou a ela através de ações. Visando que: “Histórias como: a branca de neve e os sete anões, a dona baratinha, Cinderela, o Lobo Mau e todos os seus companheiros continuam sendo os remédio mais eficientes contra as angústias e temores infantis. Quando essas histórias são apresentadas às crianças, os personagens podem ajudá-las a se tornar mais sensíveis, esperançosas, otimistas e confiantes na vida. A fantasia é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança. Nessas histórias, a criança se identifica mais facilmente com os problemas dos personagens. Ao ouvir ou ler uma historia a criança acaba mergulhando com prazer no faz-de-conta, as e dão vazão às próprias emoções.” (Da Ressurreição, 2005). Percebe-se a importância das histórias na educação infantil, em que a criança acaba se sentindo parte dessas e fortalecendo suas relações com o meio em que está inserida, desenvolvendo assim sua fantasia e imaginação. Como nos diz BETTELHEIM (1979 p.16): Os Contos de Fada nos permitem viajar para outro mundo, não menos real do que o nosso, desenvolvendo a fantasia e a imaginação enquanto estimula-se a mente. Proporciona o encontro com sonhos e anseios – através da identificação com os personagens – e, meios de proporcionar a busca de soluções dos problemas que habitam na mente da criança. A partir disso, acreditamos que através dos contos de fada os alunos constroem significados para as histórias e desenvolvem o prazer pela leitura. Partindo de alguns trabalhos que utilizam os contos de fadas na alfabetização, o trabalho discute as possibilidades do professor acolher a fantasia infantil como um importante aspecto do desenvolvimento. Mais do que a utilização dos contos de fadas na educação, trata-se de questionar a forma como a infância é percebida. A forma como os contos de fadas são utilizados na alfabetização está diretamente relacionada à concepção de infância que permeia o discurso pedagógico. A Educação Infantil, trabalha na perspectiva da inserção da criança no mundo da leitura e da escrita desde a primeira infância, momento em que estes iniciam seu processo de alfabetização muitas vezes de forma indireta, pois ao participarem de situações variadas envolvendo a leitura as crianças estão inseridas em uma atmosfera prazerosa e significativa para elas. Segundo (Ressurreição, 2005): Histórias como: Dona Baratinha, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, Cinderela, o Lobo Mau e todos os seus companheiros continuam sendo os antídotos mais eficientes contra as angústias e temores infantis. Quando essas histórias são apresentadas às crianças, os personagens podem ajudá-las a se tornar mais sensíveis, otimistas e confiantes na vida. A fantasia é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança. Nessas histórias, a criança se identifica mais facilmente com os problemas dos personagens. Ao mergulhar com prazer no faz-de-conta, as crianças dão vazão às próprias emoções (RESSURREIÇÃO, 2005). Um exemplo é quando a historia chama atenção da criança ela muda seu comportamento, principalmente quando ela escuta e compreende a história e passa a utilizá-la como referencia para seus atos. Para comprovar isso desenvolvemos este trabalho numa escola da rede municipal- em baixa do meio. 3 O PAPEL DO DOCENTE QUANTO AO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Ao utilizarmos a literatura infantil, devemos levar em consideração que a criança deve ter a oportunidade de descobrir na leitura de textos infantis, a imaginação, a magia, as fantasias, que são pertinentes aos textos criados para elas, proporcionando constantemente, a integração entre o que ela é capaz de criar ou incorporar através das histórias ao seu processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a história infantil deve ser bem aproveitada enquanto recurso para o processo ensino-aprendizagem, não somente recursos didáticos e pedagógicos, mas sim, para a construção e transformação de nossa imagem social, como seres sociais, culturais, históricos e afetivos, com capacidade de formular hipóteses, recriar conhecimentos, rever nossa postura enquanto seres atuantes e sujeitos na sociedade, enfim, de nos transformarmos em pessoas mais abertas e capazes, tanto no cognitivo quanto afetivo. Portanto cabe ao professor represar o uso que se faz da literatura infantil na sala de aula, para que ela não se torne simplesmente mais um recurso para o ensinar a aprender, mas sim, para o lúdico, a fascinação, a magia que o livro infantil exercerá na vida dessa criança. Então o professor estará conseguindo produzir na criança o gosto pela leitura, e não a obrigação de ler, ato que não gera prazer e não produzirá nenhum sentido ao leitor. Após realizar um estudo mais elaborado sobre a finalidade da leitura infantil, percebeu-se como a mesma deve ser trabalhada, algumas técnicas e alguns recursos que podem ser utilizados no trabalho com a literatura infantil. Enfim com base nessa breve fundamentação sobre aprendizagem, leitura e escrita, cabe-nos ressaltar que a mesma contribui muito no desenvolvimento da criança, mas para isso é necessário que o professor trabalhe com amor e comprometimento, tendo em vista que a literatura, se bem trabalhada na fase inicial da vida escolar produz na criança o interesse pelo mundo literário e possibilita a mesma, uma visão de mundo melhor. Sendo essa uma condição para identificar o que é melhor para si e para as pessoas que vivem ao seu redor. 4 SELECIONAR AS OBRAS LITERÁRIAS DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA A escolha de um livro de história deve atender as características e os interesses da idade da criança. Mas é necessário que o professor tenha clareza da diversidade de interesses apresentada pelas crianças, pois muitas vezes o que para o professor é algo interessante, para as crianças é pouco atraente, o que faz com que ela não se interesse pela história apresentada. Acredita-se que a seleção, a escolha dos livros de história deve apoiar-se em alguns aspectos básicos, como: a ilustração, a propriedade da imagem, a estética coerente com o tema e as emoções que a obra literária sugere, o destaque dos elementos figurativos como a cor, tamanho da imagem, disposição espacial, a ilustração de ser sem muitos detalhes, pois os mesmo no inicio atrapalham o uso da imaginação. O material das obras literária infantil deve ser resistente e durável. A caracterização dos personagens deve ter um número limitado, apresentar características distintas, com comportamentos que permitam a identificação pela criança. A forma de abordagem do tema pode ser feita através de dramatizações, narrativas, comicidades, lirismo, suspense, surpresas e outras formas. Na mensagem deve-se evitar a transmissão de preconceitos e também evitar a moral através de textos literários. A história deve oferecer uma mensagem que permita um espaço de criatividade, sem bloquear o imaginário da criança. A linguagem deve ser clara, simples, evitando a linguagem infantilizada, a mesma deve usar recursos como as rimas, ritmos e repetições. A criança gosta da maneira criativa do tema como é abordado pelo autor. A escolha de um livro de história deve atender as características e os interesses da idade da criança. Mas é necessário que o professor tenha clareza da diversidade de interesses apresentada pelas crianças, pois muitas vezes o que para o professor é algo interessante, para as crianças é pouco atraente, o que faz com que ela não se interesse pela história apresentada. Acredita-se que a seleção, a escolha dos livros de história deve apoiar-se em alguns aspectos básicos, como: a ilustração, a propriedade da imagem, a estética coerente com o tema e as emoções que a obra literária sugere, o destaque dos elementos figurativos como a cor, tamanho da imagem, disposição espacial, a ilustração de ser sem muitos detalhes, pois os mesmo no inicio atrapalham o uso da imaginação. Os textos apresentados para as crianças da pré-escola podem ser: contos de fada, ou melhor, todo o tipo de produção literária que possa ser, de alguma forma, compreendida pela criança, e deve ter presente, recursos que auxiliam no desenvolvimento dela. Contos de fada: “Era uma vez…”, geralmente é assim que começam todos os contos de fada, contados e perpetuados há milênios, atravessando os tempos através da tradição oral do folclore dos povos. A visão literária dos contos de fada atualiza ou reinterpreta os conflitos de poder e de formação de valores, através da mistura de realidade com fantasia, pois lidam com a sabedoria popular, com conteúdos essenciais das condições humanas, perpetuadas até hoje: amor, medo, carência, perdas, solidão, dificuldades e descobertas de ser criança. O enredo básico dos contos de fada são obstáculos, desafios que os heróis precisam vencer para ficar com suas princesas e terem um final feliz, e ainda com fadas e bruxas como papéis femininos, devido a mística que a feminilidade exerce sobre o homem, e assim estão sempre proporcionando auxilio ou dificuldades para que se atinja objetivos. O que pode ser visto em Abramovich, (1997, p.121): “a magia não está no fato de haver uma fada já anunciada no título, mas a sua força de ação, de aparição, de comportamento, de abertura de portas, na sua insegurança…”. Assim os contos de fadas objetivam mostrar o verdadeiro “eu” dos personagens, através de seres imaginários, fantásticos, belos, virtuosos e principalmente a realização existencial do ser humano. Mas, o que se tem que observar e analisar sobre a mente humana, e, principalmente a mente infantil, é a forma de perpassar muitas vezes a ideologia da sociedade vigente, pois contribuem para que a criança se acostume a aceitar as normas de conduta moral e social que lhe são transmitidas através dos contos. Mas é preciso que se faça um trabalho de interpretação compreendendo o sentido do conto de fada, além de fazer um questionamento frente a história que é contada, pois, é isso que enriquece as atividades e proporcionam a criança uma interpretação crítica e ampla visão do mundo. O “era uma vez…”, traz implícito a idéia de que se era assim há algum tempo, deve continuar a ser hoje, ou ainda, que tudo o que precisa ser feito ou pensado, vai partir de um acontecimento mágico para ser concretizado. Dessa forma, percebe-se ao se utilizar os contos de fada para se transmitir uma idéia ou modelo social, que deve haver uma análise para não se incorrer no erro de perpetuar esse desfecho de “foram felizes para sempre” ou “final feliz”, já que a realidade nem sempre permite que as coisas terminem dessa maneira. O que pode ser analisado em Abramovich (1991, p. 121) “por lidar com conteúdos de sabedoria popular com conteúdos essenciais a condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje”. 5 CONCLUSÃO Esse trabalho foi construindo procurando destacar as principais contribuição dos contos de fadas para a formação da criança ao longo dos séculos. Buscou-se explicar de maneira breve, a contextualização histórica, dos contos de fadas. O estagio permitiu compreender que contar histórias não é apenas abrir um livro e ler um monte de palavras ou mostrar várias figuras as crianças e sim despertar sua curiosidade, estimular sua imaginação, desenvolver seu intelecto e suas habilidades, porque enquanto diverte a criança, o conto de fadas favorece o desenvolvimento de sua personalidade. O maravilhoso dos contos de fadas faz com que aos poucos a magia, o fantástico, o imaginário deixem de ser vistos como pura fantasia para fazer parte da vida diária de cada um, inclusive dos adultos ao permitirem em muitos momentos se transportarem para este mundo mágico, onde a vida se torna mais leve e bem menos trabalhosa. Observamos que não há a necessidade de esperar pela Educação Infantil formal para que as crianças se envolvam com a leitura dos contos de fadas. Os pais podem e devem no ambiente familiar, mergulhar os pequenos, no mundo mágico da literatura infantil e assim, a criança conhecerá a realidade do mundo sem toda obscuridade nela presente, através da leitura dos contos de fadas. Foi possível identificar no decorrer da pesquisa é que as crianças se encantam pelos contos de fadas porque eles lhes conduzem para a descoberta de sua identidade e comunicação e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais a formação do caráter de cada criança. Foi um estagio maravilhoso que nos trouxe bastante conhecimentos e curiosidade sobre os contos de fada e a maneira de alfabetizar com os contos. Porém, é de responsabilidade do professor criar e incentivar o gosto pela leitura. Ler e manusear diariamente livros de histórias em sala de aula exercita a imaginação da criança, pois assim eles se sentem como se estivessem em contato com as próprias personagens e isso diminui muito a distância entre texto e aluno. Por isso, saliento a importância dos contos de fadas e da leitura no desenvolvimento da imaginação infantil: os mesmos contribuem muito na formação da personalidade, ajudam as crianças a entenderem um pouco melhor este mundo que as cercam. Se no processo de ensino se desse uma atenção especial ao emocional que existe em cada uma das crianças, este mundo seria bem melhor! É impressionante como podemos aprender, criar, sonhar, imaginar por meio de nossas leituras e recordações. Durante cada leitura que realizei para escrever este artigo mais me encantava e vibrava com cada novas descobertas. Os contos de fadas são enriquecedores e satisfatórios, eles ensinam sobre os problemas interiores dos seres humanos e apresentam soluções em qualquer sociedade. A fantasia ajuda a formar a personalidade e por isso não pode faltar na educação. Ao término desse trabalho podemos concluir que um projeto como esse tem grande importância para a nossa formação, pois nos mostrou que podemos formar escritores/leitores através da literatura, buscando com isso uma alfabetização mais criativa e dentro de um contexto mais próximo das crianças. 6 REFERÊNCIAS BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. DA RESSURREIÇÃO, Juliana Boeira. A importância dos contos de fada no desenvolvimento da imaginação. Pós-graduação em Novas Abordagens em Língua Portuguesa e Literatura da Língua Portuguesa – 2005. Faculdade Cenecista de Osório-FACOS/RS. http://angelagg-sombrio.blogspot.com.br/2012/10/contos-de-fadas-na-escola.html LIMA, Oliveira. Prefácio. In: BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. SP: Brasiliense, 1956. FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D´água, 1997. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VITOR, Francisca Zeneide et al.. O USO DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/235983-O-USO-DA-LITERATURA-INFANTIL-NO-PROCESSO-DE-ALFABETIZACAO. Acesso em: 31/05/2025

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