O ACERVO DE ARCHIMEDES MEMÓRIA: DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA COMO FERRAMENTA DE RECONSTITUIÇÃO HISTORIOGRÁFICA

Diego Nogueira Dias; Jonas Delecave de Amorin

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Trabalho

Título do Trabalho

O ACERVO DE ARCHIMEDES MEMÓRIA: DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA COMO FERRAMENTA DE RECONSTITUIÇÃO HISTORIOGRÁFICA

Autores

Diego Nogueira Dias
Jonas Delecave de Amorin

Modalidade

Resumo

Área temática

Eixo 3 – Arquitetura e Documentação: Pesquisa na História da Arquitetura e do Urbanismo: Metodologias e abordagens na pesquisa sobre a História da Arquitetura e do Urbanismo; Historiografia e fontes documentais: a escrita da história a partir dos acervos; O edifício como documento: leitura crítica com tecnologias contemporâneas; Biografias digitais: arquitetos e suas obras sob novas lentes documentais; Documentação e preservação de técnicas construtivas e arquitetura vernacular; Poéticas digitais: intersecções entre arte, arquitetura e patrimônio na era digital.

Data de Publicação

05/09/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/8arqdoc/1078633-o-acervo-de-archimedes-memoria--documentacao-arquitetonica-como-ferramenta-de-reconstituicao-historiografica

ISBN

978-65-272-1474-8

Palavras-Chave

Archimedes Memória, Acervos de arquitetura e urbanismo, Pesquisa documental, Arquitetura eclética

Resumo

Os acervos de arquitetura são fontes inestimáveis para a pesquisa acadêmica. Além de fornecerem subsídios para a historiografia, possibilitam descobertas que enriquecem narrativas consolidadas e, eventualmente, redirecionam marcos fundamentais para todo um campo. Archimedes Memoria, cearense, se mudou para o Rio de Janeiro ainda jovem para estudar arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Foi aluno de Heitor de Mello e logo começou a trabalhar em seu escritório, tornando-se rapidamente seu principal auxiliar, e assumindo sua direção, após a morte do seu mentor, em 1920. Ao longo de quarenta anos, Memória atuou em dezenas de projetos, majoritariamente no Rio de Janeiro, então Capital Federal, e consolidou um legado entre ecléticos, neocoloniais, art décos e protomodernistas, sendo considerado por muitos como “o último dos ecléticos”. Também marcou o ensino de arquitetura na ENBA, tendo ingressado para docente por concurso público, ainda em 1920, e se tornando o professor catedrático da principal disciplina de projeto, responsável pela formação de toda uma geração de arquitetos modernistas, dentre eles Lucio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Attílio Corrêa Lima e Wladimir Alves de Souza. Após seu falecimento, seu acervo ficou guardado com seu filho, Thales Memória, e por 70 anos foi apenas Thales que manuseou este material. Apenas em 2018, após o falecimento de Thales, o neto de Archimedes Memória, Péricles Memória Filho, cedeu o acervo em regime de comodato ao Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e foi sobre este acervo que um dos autores realizou sua pesquisa de doutorado. O contato direto com o acervo documental possibilitou, ao longo do doutorado, consideráveis descobertas a respeito de projetos executados cuja autoria não era atribuída a Memória, assim como a identificação de diversas propostas não executadas, que hoje existem apenas no papel - o que ressalta ainda mais a importância deste material tanto para a historiografia da arquitetura brasileira quanto em prol do entendimento do funcionamento e do fazer arquitetônico de um dos maiores escritórios de arquitetura da primeira metade do século XX no Rio de Janeiro. Dessa forma, este trabalho pretende, além de traçar a narrativa por trás do histórico do acervo, apresentar o processo de catalogação que vem sendo realizado nas mais de 5000 pranchas, e ressaltar a importância e relevância da preservação e manutenção dos acervos de arquitetura e urbanismo brasileiros, e como eles contribuem significativamente para a historiografia da construção e transformação arquitetônica, estilística e estrutural do país. Urge valorizar os espaços de salvaguarda de acervos brasileiros, para que tais registros documentais de notável importância sejam resguardados e mantidos em instituições brasileiras, em um período em que diversas fontes documentais têm sido vendidas ou cedidas a instituições estrangeiras, empobrecendo as fontes primárias de pesquisa brasileiras e nosso patrimônio documental.

Título do Evento: 8º SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO
Cidade do Evento: Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento: Anais do 8º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

DIAS, Diego Nogueira; AMORIN, Jonas Delecave de. O ACERVO DE ARCHIMEDES MEMÓRIA: DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA COMO FERRAMENTA DE RECONSTITUIÇÃO HISTORIOGRÁFICA.. In: Anais do 8º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação. Anais...Belo Horizonte(MG) Escola de Arquitetura da UFMG, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/8arqdoc/1078633-O-ACERVO-DE-ARCHIMEDES-MEMORIA--DOCUMENTACAO-ARQUITETONICA-COMO-FERRAMENTA-DE-RECONSTITUICAO-HISTORIOGRAFICA. Acesso em: 21/09/2025