JUDICIALIZAÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: A VIOLAÇÃO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Publicado em 28/06/2021 - ISBN: 978-65-5941-237-2

Título do Trabalho
JUDICIALIZAÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: A VIOLAÇÃO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
Autores
  • Elimar Clismam da Silva Garcia
  • Andrea Karoline Ramos Campos
  • Edelyny Maria Leoncio Brito
  • Kaline De Souza Barbosa
Modalidade
Trabalhos Científicos através da apresentação de Pôster/Banner
Área temática
c) Formação do residente para o SUS
Data de Publicação
28/06/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/7ecrs/200655-judicializacao-de-suplementacao-alimentar-de-pacientes-oncologicos--a-violacao-do-direito-humano-a-alimentacao-ad
ISBN
978-65-5941-237-2
Palavras-Chave
Nutrição, Suplemento, Judicialização, Direito Social
Resumo
INTRODUÇÃO :A Constituição Federal (CF) de 1988, traz em seu art. 6 a alimentação enquanto direito social. Deste feito, a mesma está firmada como um direito social humano, além de se encontrar enquanto determinante social de saúde. Uma vez que reconhecido este enquanto direito e condição para manutenção da dignidade humana, o Estado deve assegurar que este direito seja executado. A existência de uma neoplasia maligna acarreta distintas mudanças na realidade do paciente, e mesmo quando o tratamento é viabilizado pelo SUS, transfigura-se em dispendioso e demanda a utilização de muitos medicamentos, insumos, suplementos e alimentação específicos, decorrendo na multiplicidade dos pleitos para que possam financiar as despesas que são geradas. Este trabalho busca contribuir para a ampliação da discussão sobre a judicialização da suplementação alimentar ao paciente com câncer, sendo assim de suma relevância para a sociedade, uma vez que as taxas de adoecimento por câncer vem crescendo no país, e os números de petição no judiciário cada vez mais altos em decorrência da dificuldade de acesso ao direito da saúde e da alimentação. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência que foi realizado no Centro Regional Integrado de Oncologia, em Fortaleza, Ceará - Brasil, durante o período de março a agosto de 2019 (totalizando 6 meses). O estudo analisou a alimentação enquanto direito fundamental do ser humano, sendo este incluído na Constituição Federal de 1988 enquanto direito social do indivíduo. O relato foi baseado na vivência de residentes de nutrição e serviço social acerca dos atendimentos a nível ambulatorial de pacientes oncológicos impossibilitados de alimentar-se de forma nutricionalmente completa e que apresentavam diagnóstico de risco nutricional, necessitando assim, de suporte nutricional com suplementação específica por via oral ou enteral com urgência para não comprometer seu tratamento oncológico. Observando a necessidade do paciente de forma individualizada foi elaborado laudos nutricionais e prestado orientações para que este possa iniciar a judicialização pela defensoria pública da cidade onde reside e a partir daí aguardar o recebimento da suplementação e iniciar o acompanhamento nutricional específico. PRINCIPAIS RESULTADOS: observou-se no referido campo de atuação a individualidade da necessidade suplementar em cada paciente, uma vez que estes apresentam diferentes tipos de neoplasias e em decorrência dessa particularidade deve-se analisar tal individualidade para a escolha do tipo de alimentação suplementar. A suplementação em pó é a mais utilizada devido a sua praticidade de consumo, boa tolerância pelo paciente e atribui-se o seu custo benefício como um dos fatores de escolha. Outra forma suplementar utilizada é a dieta enteral industrializada para pacientes em uso de sonda seja ela nasogástrica ou nasoentérica. O indivíduo portador de sonda não consegue deglutir por via oral alimentos de nenhum tipo de consistência. Uma opção é a alimentação caseira que assim como no o paciente de cabeça e pescoço, as técnicas utilizadas acarretam no empobrecimento nutricional da alimentação, com isso a dieta enteral artesanal não obtém um ganho ponderal desejado, necessitando de uma suplementação completa. Os pacientes que mais buscaram o atendimento para orientações e esclarecimentos pertenciam a um contexto social com vulnerabilidades socioeconômicas, em sua maioria adoecidos por neoplasias malignas de cabeça e pescoço e do trato digestivo. Destaca-se que estes tipos de neoplasias, em especial as de cabeça e pescoço, atualmente são compreendidas como patologias expressamente marcadas pelos determinantes sociais, inclusive pela dificuldade de acesso ao sistema público de saúde. Em relação ao período entre a abertura do processo judicial até a execução de do mandato, observou-se uma média de três meses (cabe ressaltar que foi uma observação empírica durante a experiência vivenciada no campo de atuação), demonstrando assim a morosidade do sistema judicial brasileiro. CONCLUSÃO: O direito à saúde é um direito fundamental à pessoa humana. A alimentação adequada apresenta se dentro da saúde enquanto requisito essencial para promoção, proteção e recuperação de saúde, fazendo parte dos determinantes sociais de saúde. Do ponto de vista nutricional a alimentação suplementar se faz necessária uma vez que a neoplasia acarreta para o desequilíbrio metabólico. Prado e Campos (2017) enfatizam que, por meio de vários fatores tumorais e/ou humorais, esses desequilíbrios podem interferir no estado nutricional dos indivíduos portadores de neoplasias, culminando em perda de peso intensa que, quando não tratado, acarreta em uma depleção energético/proteica denominada caquexia. Tal agravo foi observada nos pacientes em nosso trabalho. Uma vez que estes tinham como a principal queixa a perda de peso intensa, que foi possível observar no exame clínico e nas medidas antropométricas (peso, altura, IMC e circunferências). Contudo, os suplementos alimentares não são fornecidos por via direta dos equipamentos que constituem o SUS, sendo necessário na grande maioria das vezes ação de responsabilização do Estado através de via judicial destes suplementos. É fato que este direito geralmente é reconhecido na instância judicial, todavia a morosidade judicial tem se colocado como um verdadeiro drama para os pacientes que almejam que seu direito seja executado. Dessa forma conclui-se que durante o processo de judicialização de suplementos específicos para o paciente oncológico ainda existem empecilhos como a burocracia ao acesso e a demora na tramitação. Dificuldades estas que comprometem a saúde do paciente bem como sua qualidade de vida durante e posterior ao tratamento.
Título do Evento
7º Encontro Cearense de Residências Em Saúde
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais do Encontro Cearense de Residências em Saúde
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GARCIA, Elimar Clismam da Silva et al.. JUDICIALIZAÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: A VIOLAÇÃO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA.. In: Anais do Encontro Cearense de Residências em Saúde. Anais...Fortaleza(CE) Campus do Pici- UFC, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/7ecrs/200655-JUDICIALIZACAO-DE-SUPLEMENTACAO-ALIMENTAR-DE-PACIENTES-ONCOLOGICOS--A-VIOLACAO-DO-DIREITO-HUMANO-A-ALIMENTACAO-AD. Acesso em: 17/07/2025

Trabalho

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