GRUPO OPERATIVO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO

Publicado em 28/06/2021 - ISBN: 978-65-5941-237-2

Título do Trabalho
GRUPO OPERATIVO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO
Autores
  • Jamille de Lima Santos
  • Ana Paula Maia Nogueira
  • Luana dos Santos Silva
Modalidade
Trabalhos Científicos através da apresentação de Pôster/Banner
Área temática
c) Formação do residente para o SUS
Data de Publicação
28/06/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/7ecrs/200310-grupo-operativo-de-hipertensao-arterial-e-diabetes-mellitus--relato-de-experiencia-de-um-projeto-de-intervencao
ISBN
978-65-5941-237-2
Palavras-Chave
Grupo Operativo, Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica.
Resumo
Introdução: Nas últimas décadas, constatou-se mudança no perfil da mortalidade da população brasileira, com aumento dos óbitos causados por doenças crônico-degenerativas e causas externas. As doenças cardiovasculares são as causas mais comuns de morbidade e mortalidade em todo o mundo e, entre os fatores de risco, encontram-se o Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) – sendo considerados como fatores independentes e sinérgicos. Segundo o Ministério da Saúde cerca de 60 a 80% dos casos brasileiros de HAS e DM podem ser tratados na Atenção Primária à Saúde (APS) através de medidas preventivas e de promoção à saúde. Como uma das estratégias de formação de profissionais voltada para as necessidades do Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde criou o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF- AB). Uma das ferramentas de trabalho do NASF-AB é a Educação em Saúde que, por sua vez consiste numa prática social baseada no diálogo, ou seja, na troca de saberes, favorecendo a compreensão dessa relação no processo saúde-doença e, também, o intercâmbio entre o saber científico e popular. Aliada à esta prática, a dinâmica de Grupos Operativos consiste numa técnica de trabalho coletivo, cujo objetivo é promover o processo de aprendizagem por meio da realização de uma tarefa em comum. Portanto, diante desta premissa e considerando que as doenças crônicas não-transmissíveis, em especial HAS e DM, são enfermidades que se destacam no cenário do município de Aracati, em especial no território de atuação da equipe NASF-AB, elaborou-se o Projeto Hiperdia, com a implantação do Grupo Operativo intitulado “Grupo Hiperdia”, tendo em vista o acompanhamento desse público-alvo por meio de intervenções coletivas de educação em saúde capazes de melhorar a qualidade de vida dos usuários e diminuir a morbimortalidade por essas patologias. Descrição da experiência: O diagnóstico situacional da Unidade Básica de Saúde Abengruta 1 evidenciou alta incidência de descompensação dessas doenças que poderiam aumentar o número de comorbidades dos pacientes, além de propiciar queda na qualidade de vida e óbitos. Até então a unidade não realizava grupos operativos com esse foco e o vínculo entre equipe e usuário apresentava-se fragilizado. Visando estimular o autocuidado e aumentar o nível de formação dos usuários acerca das suas doenças para obter modificações no estilo de vida, incluindo dieta e regularidade de atividade física, uso correto das medicações conforme prescrição médica, além de estreitar laços com a unidade de saúde supracitada, o projeto de intervenção priorizou o planejamento de ações e criação de metas para atingir o cuidado continuado e multidisciplinar dessas enfermidades. Dentro desse contexto, a presente experiência foi realizada na UBS Abengruta 1, situada na Rua José de Alencar, nº 1789, bairro Nossa Senhora de Lourdes, responsável por atender 5 microáreas. Atualmente o território possui 834 famílias cadastradas e apresenta um perfil epidemiológico com um grande número de indivíduos hipertensos (191) e diabéticos (195). A experiência iniciou-se no segundo semestre do ano de 2018 permanecendo até os dias atuais, totalizando 10 encontros e 105 pacientes assistidos. No primeiro encontro houve uma roda de conversa com os participantes com o objetivo de conhecê-los e ouvi-los, seguida do planejamento participativo com a elaboração de um cronograma de atividades educativas a serem efetivadas em grupo, sendo proposto a execução do projeto uma vez por mês, com duração de 1 hora e meia. Nos demais encontros foram realizadas atividades de educação em saúde contemplando as seguintes temáticas: 1- Conhecimento sobre as enfermidades e promoção do autocuidado; 2- Complicações da HAS e do DM; 3- Medidas de glicemia capilar e aferição de PA; 4- Uso correto de medicações; 5- Suporte emocional para o enfretamento das enfermidades; 6- Prática regular de atividade física; 7- Exercícios fisioterapêuticos para prevenção de complicações vasculares; 8- Alimentação saudável e adequada e; 9- Direitos do cidadão do SUS. Principais resultados: Com apenas 10 grupos realizados já se pôde notar decréscimos nos atendimentos de urgência e mudança no estilo de vida dos usuários. Uma parcela desses usuários com frequência regular no grupo, mudaram o status de sedentário e iniciaram práticas de atividades físicas regulares, como também apresentaram mudança de hábitos alimentares e melhora nos níveis pressóricos e glicêmicos. Ademais, esses pacientes se mostraram mais comprometidos com o autocuidado e conscientes sobre seus direitos no SUS. Conclusão: Sabe-se que o sucesso terapêutico da HAS e do DM envolvem o conhecimento científico da equipe multidisciplinar, mas relaciona-se de forma estreita com o autocuidado do usuário. Nesse sentido, a criação do Grupo Operativo Hiperdia na UBS está colaborando para o controle adequado dessas doenças e para a diminuição do número de agravos, comorbidades, e consequentemente melhora da qualidade de vida desses usuários, além de fortalecer o vínculo entre usuário e equipe de saúde. Portanto, conclui-se que a realização das atividades educativas pelo NASF-AB ainda contribui para o fortalecimento do Grupo Operativo, de forma a consolidá-lo como um espaço de compartilhamento de experiências e de aprendizado relevante para a promoção da saúde no âmbito do SUS. REFERÊNCIAS: BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes do NASF (cadernos de atenção básica n. 27). Brasília: Ministério da Saúde, 2009. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Hipertensão Arterial e Diabetes mellitus: Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão arterial e ao Diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. SOARES, Sônia Maria; FERRAZ, Aidê Ferreira. Grupos operativos de aprendizagem nos serviços de saúde: sistematização de fundamentos e metodologias. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro , v. 11, n. 1, p. 52-57, Mar. 2007.
Título do Evento
7º Encontro Cearense de Residências Em Saúde
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais do Encontro Cearense de Residências em Saúde
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Jamille de Lima; NOGUEIRA, Ana Paula Maia; SILVA, Luana dos Santos. GRUPO OPERATIVO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO.. In: Anais do Encontro Cearense de Residências em Saúde. Anais...Fortaleza(CE) Campus do Pici- UFC, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/7ecrs/200310-GRUPO-OPERATIVO-DE-HIPERTENSAO-ARTERIAL-E-DIABETES-MELLITUS--RELATO-DE-EXPERIENCIA-DE-UM-PROJETO-DE-INTERVENCAO. Acesso em: 19/06/2025

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