IDENTIDADE E MOVIMENTO TRANSATLÂNTICO: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR UM COLETIVO NEGRO NA BUSCA POR PERTENCIMENTO

Publicado em 25/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0421-3

Título do Trabalho
IDENTIDADE E MOVIMENTO TRANSATLÂNTICO: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR UM COLETIVO NEGRO NA BUSCA POR PERTENCIMENTO
Autores
  • Camila Silva Domingos
  • Camile Eulalia Soares Costa
  • Larissa angélica domingos da silva
  • Marcos Vinicius do Nascimento Pacheco
Modalidade
Comunicações
Área temática
2.3 Reparação histórica: discutindo políticas de reparação e reconhecimento em relação à escravidão transatlântica
Data de Publicação
25/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/6-simposio-cientifico-do-icomos-brasil-patrimonio-e-direitos-humanos-396946/786010-identidade-e-movimento-transatlantico--estrategias-utilizadas-por-um-coletivo-negro-na-busca-por-pertencimento
ISBN
978-65-272-0421-3
Palavras-Chave
Coletivo negro, Pertencimento, Identidade, Movimento Transatlântico
Resumo
O processo de formação do território brasileiro foi pautado na colonização, a qual, segundo Aníbal Quijano (2005), é construída a partir de relações sociais que se configuram em termos de dominação, isto é, a concepção de raça e identidade racial passaram a ser atribuídas como instrumentos para estabelecer hierarquias, posicionar lugares e determinar papéis sociais correspondentes, deixando de ser apenas uma referência a presunções de estruturas biológicas. Neste sentido, o processo de colonização no Brasil utilizou-se da desidentificação étnica como forma de opressão e controle, por meio de diversas ferramentas, seja pela imposição da religião, adoção de nomes (Francisco’s, José’s e Maria’s) e outros métodos de desvinculação desses povos com suas raízes identitárias com a África. Assim, para melhor compreensão da identidade étnica dos negros, é necessário “olhar além mar” e compreender os processos e dinâmicas que levaram as transformações raciais, sociais e culturais vivenciadas pelos negros desde o processo de colonização até o Brasil contemporâneo, como sintetiza Beatriz Nascimento: “A invisibilidade está na raiz da identidade”. Ou seja, a partir dos vínculos entre Brasil e África é possível entender como foi, e ainda é, organizado e articulado o modo de vida dos negros no Brasil, que se deriva do conceito de território até a ocupação destes corpos nos espaços, percebendo que as identidades étnicas dos africanos escravizados se reconfiguraram e se reconstituíram em terras brasileiras a partir do momento em que indivíduos de vários grupos étnicos foram, intencionalmente, postos em um mesmo navio negreiro. Embora os colonizadores tentaram romper o vínculo entre Brasil e África através destas ações, nota-se formas de resistência para driblar aquilo que foi imposto, sendo uma dessas o aquilombamento, através da formação de coletivos. Diante disso, o coletivo Ca.fo.fo surge a partir desse movimento de ressignificação identitária, buscando reconhecimento e reparação no âmbito dos direitos humanos, construído por alunos negros do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora a partir da percepção de ausência de representatividade no meio acadêmico. Forma-se, portanto, um movimento emancipatório, inicialmente por necessidade de se encontrar no meio acadêmico, em que o corpo negro se coloca como centro de uma possibilidade de reparação histórica, de forma ativa e atuante. Neste sentido, entendemos a reparação histórica no contexto das ações do coletivo, como a busca pela reconstrução identitária. Para entender-se e ver-se uns nos outros, tentando reconstruir algo próximo ao sentimento que, no contexto da escravidão transatlântica, buscou-se destruir. O coletivo é, para a presença de jovens negros no ambiente acadêmico, mais do que um lugar de conforto, é a tentativa de construção de conhecimento respaldada por suas vivências e experiência, na busca por símbolos de identificação e pela formação de uma comunidade de apoio.
Título do Evento
6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos
Cidade do Evento
Juiz de Fora
Título dos Anais do Evento
6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DOMINGOS, Camila Silva et al.. IDENTIDADE E MOVIMENTO TRANSATLÂNTICO: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR UM COLETIVO NEGRO NA BUSCA POR PERTENCIMENTO.. In: 6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos. Anais...Belo Horizonte(MG) Juiz de Fora, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/6-simposio-cientifico-do-icomos-brasil-patrimonio-e-direitos-humanos-396946/786010-IDENTIDADE-E-MOVIMENTO-TRANSATLANTICO--ESTRATEGIAS-UTILIZADAS-POR-UM-COLETIVO-NEGRO-NA-BUSCA-POR-PERTENCIMENTO. Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes