DOR NEGRA, HERANÇA BRANCA: AS MEMÓRIAS DA ESCRAVIDÃO E A LISTA DO PATRIMÔNIO MUNDIAL NO BRASIL (1980 – 2020)

Publicado em 25/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0421-3

Título do Trabalho
DOR NEGRA, HERANÇA BRANCA: AS MEMÓRIAS DA ESCRAVIDÃO E A LISTA DO PATRIMÔNIO MUNDIAL NO BRASIL (1980 – 2020)
Autores
  • Francisco Phelipe Cunha Paz
Modalidade
Comunicações
Área temática
2.2 Rastros da escravidão: mapeando e valorizando itinerários históricos relacionados à escravidão transatlântica
Data de Publicação
25/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/6-simposio-cientifico-do-icomos-brasil-patrimonio-e-direitos-humanos-396946/777731-dor-negra-heranca-branca--as-memorias-da-escravidao-e-a-lista-do-patrimonio-mundial-no-brasil-(1980--2020)
ISBN
978-65-272-0421-3
Palavras-Chave
Racismo, Patrimônio Mundial, Memórias da Escravidão, Patrimônio Difícil
Resumo
Nos últimos quarenta anos tem se intensificado o interesse pelas memórias da escravidão e as expressões desse passado como os lugares de memória, o patrimônio cultural e espaços museais. Ao acessar o passado da escravidão, grupos e indivíduos e, mesmo o Estado, constroem narrativas próprias sobre esse passado, o que Johann Michel (2015) define por regimes memoriais, que mesmo antagônicos em seus usos podem coexistir durante um mesmo período. Assim, esta comunicação partilha o itinerário parcial da pesquisa sobre as formas como o tráfico transatlântico de africanos e a escravidão são lembrados e representados no Brasil a partir da observação dos processos de patrimonialização de bens culturais brasileiros que compõem a lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco entre os anos de 1980 e 2020. Notadamente aqueles sítios das antigas cidades Atlânticas/Negras, na definição de Flávio Gomes e Juliana Farias Et al. (2006); Marcus Carvalho (2018), os Centros Históricos (CH) dos principais portos [Rio de Janeiro, Salvador, Olinda e São Luiz] de desembarque de africanos escravizados no Brasil. Para tanto, estão sendo analisados a construção dessas candidaturas: documentação apresentada, dossiê e fichas, valores reconhecidos e/ou atribuídos. O primeiro bem listado é o CH de Ouro Preto/MG, em 1980, desde então outros 23 bens foram somados a este, sendo 7 Centros Históricos de antigas cidades escravistas e, mais recentemente, (2017) o Cais do Valongo, o primeiro desde então onde a escravidão figura como justificativa central do valor patrimonial. Isto posto, questionamos: como estão representadas nas memórias oficiais as memórias da escravidão? Como se dão os usos e as disputas públicas por esse passado nos sítios patrimonializados? Qual o lugar da raça e do racismo nas maneiras como as políticas de memória e reparação tem sido construídas? Como as populações negras tem agenciado no presente, o passado da escravidão nas lutas por reconhecimento, reparação e combate ao racismo? Vilma Piedade (2017) define Dororidade ao dizer que “ a Dor cunhada pela escravidão. [...] deixou marcas profundas, marcas que ainda vivenciamos”. Franz Fanon e Achille Mbembe nos permitem entender a escravidão e o passado colonial como produtor de um trauma que produz uma ferida, a “ferida colonial”. Serão as memórias de passados traumáticos como a escravidão e o colonialismo, testemunhos contra a vida? Sendo a escravidão ainda experimentada como ferida no presente, como nos relacionamos com suas memórias e como se dá essa relação para a população negra. O que são as memórias da escravidão, a quem elas pertencem? Podemos pensar nas memórias da escravidão no Brasil, muitas vezes associadas a locais de sofrimento, como patrimônios difíceis? Para quem esses patrimônios são difíceis?
Título do Evento
6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos
Cidade do Evento
Juiz de Fora
Título dos Anais do Evento
6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PAZ, Francisco Phelipe Cunha. DOR NEGRA, HERANÇA BRANCA: AS MEMÓRIAS DA ESCRAVIDÃO E A LISTA DO PATRIMÔNIO MUNDIAL NO BRASIL (1980 – 2020).. In: 6º SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO ICOMOS-BRASIL: Patrimônio e direitos humanos. Anais...Belo Horizonte(MG) Juiz de Fora, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/6-simposio-cientifico-do-icomos-brasil-patrimonio-e-direitos-humanos-396946/777731-DOR-NEGRA-HERANCA-BRANCA--AS-MEMORIAS-DA-ESCRAVIDAO-E-A-LISTA-DO-PATRIMONIO-MUNDIAL-NO-BRASIL-(1980--2020). Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

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