TEATRO JOSÉ DE ALENCAR: PEÇAS SERIADAS, PATRIMÔNIO ÚNICO

Publicado em 19/04/2023 - ISBN: 978-85-5722-720-0

Título do Trabalho
TEATRO JOSÉ DE ALENCAR: PEÇAS SERIADAS, PATRIMÔNIO ÚNICO
Autores
  • Juliano Loureiro de Carvalho
Modalidade
Resumo
Área temática
Tema Geral 1 - Monumentos e Sítios - Subtemas: Fortificações e patrimônio militar, patrimônio religioso, patrimônio cultural subaquático, patrimônio do século 20, patrimônio industrial, arquitetura vernacular, patrimônio polar, arte rupestre.
Data de Publicação
19/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/5-icomos-2-icomos-lac/569537-teatro-jose-de-alencar--pecas-seriadas-patrimonio-unico
ISBN
978-85-5722-720-0
Palavras-Chave
Teatro José de Alencar, patrimônio do século XX, reprodutibilidade técnica, unicidade histórica
Resumo
O Teatro José de Alencar, construído entre 1908 e 1910 em Fortaleza-CE, foi projetado por Bernardo José de Mello, Herculano Ramos e pela empresa Walter MacFarlane & Co., de Glasgow, e se insere em processos locais de modernização urbanística da época. Tornou-se célebre no Brasil, tombado em nível federal desde 1964, especialmente em virtude da associação da estrutura em ferro fundido do volume da plateia com o partido arquitetônico com pátio, que valoriza essa fachada interna. Desde a década de 1980, constituiu-se uma discussão historiográfica sobre o edifício, com sucessivos textos de Flávio Motta, Geraldo Gomes da Silva e Cacilda Teixeira da Costa, que apresentaram visões discordantes sobre seu caráter único ou seriado, dado o emprego de peças industrializadas e, talvez, de um projeto padronizado. Partindo de tal questão, este texto explora como teatro nasce único, por resultar de dinâmicas locais; por ter arranjo fechado, atípico para um teatro de jardim; pela autoria compartilhada entre profissionais locais e a firma escocesa; por ser arranjo não-repetido, mesmo com peças seriadas; e por resultar de trabalho artesanal extenso, que conta apenas parcialmente com peças industriais. Além disso, a partir da documentação e da observação presencial, analisamos como processos ocorridos desde a construção conferem outras camadas de unicidade ao objeto, por meio da inserção de novas obras de arte e artesanato, como as pinturas decorativas da plateia; pelo acúmulo de ações de manutenção, legíveis nas variações de fornecimento dos vitrais e esquadrias; e pelo envelhecimento dos materiais, como o assoalho do palco, os ladrilhos hidráulicos do exterior e as barras de ferro dos corrimãos e guarda-corpos, continuamente manipuladas pelo público. Nos termos de Alois Riegl (1858-1905), o valor de antiguidade se apresenta intensamente, entre os demais valores culturais presentes. Revisitado a partir dos conceitos de Walter Benjamin (1892-1940), o Teatro José de Alencar faz perceber as vicissitudes que separam o observador contemporâneo da Fortaleza do início do século XX, ao tempo em que apresenta, palpáveis, os produtos das ações e dos indivíduos passados: faz emergirem as experiências simultâneas da aura e do vestígio. Mostra, portanto, como a complexidade da construção e conservação dos edifícios confere a estes uma potente unicidade histórica, mesmo quando são montados a partir de peças produzidas em série. A partir desse caso, discutimos e refutamos a afirmação corrente de que, na arquitetura do século XX, os elementos construtivos produzidos industrialmente seriam, pela natureza seriada de sua produção, reprodutíveis e substituíveis sem perdas culturais. Em sentido oposto, o caso evidencia que peças industriais podem se integrar, desde sua instalação, a uma realidade historicamente determinada e única; e que, com o tempo – materializado em envelhecimento, manutenção, obsolescência, transformação – podem adquirir novas instâncias de humanidade e unicidade.
Título do Evento
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais do 5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CARVALHO, Juliano Loureiro de. TEATRO JOSÉ DE ALENCAR: PEÇAS SERIADAS, PATRIMÔNIO ÚNICO.. In: Anais do 5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC. Anais...Belo Horizonte(MG) UFMG, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/5-icomos-2-icomos-lac/569537-TEATRO-JOSE-DE-ALENCAR--PECAS-SERIADAS-PATRIMONIO-UNICO. Acesso em: 15/12/2025

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