NO ESPELHO DE IEMANJÁ: A IMAGEM DO PATRIMÔNIO DAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS.

Publicado em 19/04/2023 - ISBN: 978-85-5722-720-0

Título do Trabalho
NO ESPELHO DE IEMANJÁ: A IMAGEM DO PATRIMÔNIO DAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS.
Autores
  • Profa. Dra. Danielle Rocha Benicio, UDESC
  • Júlia Charão Otero
Modalidade
Resumo
Área temática
Tema Geral 1 - Monumentos e Sítios - Subtemas: Fortificações e patrimônio militar, patrimônio religioso, patrimônio cultural subaquático, patrimônio do século 20, patrimônio industrial, arquitetura vernacular, patrimônio polar, arte rupestre.
Data de Publicação
19/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/5-icomos-2-icomos-lac/566242-no-espelho-de-iemanja--a-imagem-do-patrimonio-das-religioes-de-matrizes-africanas
ISBN
978-85-5722-720-0
Palavras-Chave
Patrimônio Religioso; Religiões de Matrizes Africanas; Preservação; Iemanjá; Florianópolis/SC.
Resumo
Almeja-se refletir acerca do apagamento e da invisibilização do patrimônio religioso afrodiaspórico em meio urbano, a partir do estudo do caso das reiteradas ações de destruição da imagem de Iemanjá, implantada no Recanto de Iemanjá. Este espaço público é instituído pela lei municipal n. 9.411/2013 no litoral do bairro Ribeirão da Ilha, junto à rodovia Baldicero Filomeno, no sul de Florianópolis, na porção insular. A estátua é criada para homenagear a divindade Rainha do Mar, sendo zelada pela Associação Beneficente Cultural Africana Ilê de Xangô, terreiro situado em frente ao local. Apesar dos cuidados, são frequentes os atos de vandalismo: a Orixá é violada em 2018, manchada com tinta vermelha e quebrada em vários pontos; e depredada duas vezes em 2019 - inicialmente, em setembro, uma mulher é filmada destruindo a estátua e, posteriormente, em dezembro, a mesma mulher é suspeita de atacar a marretadas a obra. A violência crescente desses atos explicita a realidade extremada de preconceito, racismo e intolerância religiosa em Santa Catarina, a qual, por conseguinte, espelha-se na seleção e na oficialização dos monumentos a serem protegidos legalmente pelo Estado, como também mantidos e restaurados com recursos governamentais. Diante disso, objetiva-se especificamente: averiguar a narrativa histórica, sob a luz decolonial, a respeito da criação do monumento e de seu espaço público contíguo, apontando as tentativas de desaparição desse patrimônio; analisar as imbricações entre a imagem da Mãe Sereia e os seus contextos natural, ligado às águas, e cultural, articulado à pesca, como também entre o bem potente de empoderamento identitário e a permanência do legado patrimonial vinculado à religiosidade das matrizes africanas; e contribuir para o reconhecimento, a valorização e a salvaguarda de heranças diversas na capital catarinense. Tal intento ampara-se na Constituição Federal do Brasil de 1988, a qual assegura a liberdade religiosa no país laico e, em concomitância, amplia a noção de patrimônio, abrangendo bens materiais e bens imateriais, inclusive os pertencentes ao povo negro. A despeito dos avanços legais e teóricos, a herança de grupos humanos não brancos-cristãos ainda urge por ser efetivamente protegida. Na execução da pesquisa qualitativa, baseada no método hipotético-dedutivo, adotam-se os procedimentos metodológicos de: documentação indireta, incluindo o exame de fontes documentais e iconográficas e a revisão bibliográfica; documentação direta, abarcando o levantamento de dados in loco, o registro fotográfico e a execução de entrevistas; sistematização dos dados, análise dos resultados e reflexão crítica do conteúdo analisado. Com isso, defende-se a hipótese de que, apesar da promulgação de legislação mais inclusiva, o discurso posto de modo hegemônico de enaltecimento do colonizador do litoral catarinense, homem branco católico de ascendência portuguesa, fundamenta as políticas e as realizações patrimoniais no município, promovendo os seus lugares de memória, os seus monumentos e a sua identidade - e desprezando as sobrevivências dos demais, não europeus. Por conseguinte, demonizam-se e exorcizam-se, atentam-se com destruição à desaparição, imagens que não são espelhamento.
Título do Evento
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais do 5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

UDESC, Profa. Dra. Danielle Rocha Benicio,; OTERO, Júlia Charão. NO ESPELHO DE IEMANJÁ: A IMAGEM DO PATRIMÔNIO DAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS... In: Anais do 5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC. Anais...Belo Horizonte(MG) UFMG, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/5-icomos-2-icomos-lac/566242-NO-ESPELHO-DE-IEMANJA--A-IMAGEM-DO-PATRIMONIO-DAS-RELIGIOES-DE-MATRIZES-AFRICANAS. Acesso em: 06/05/2025

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