ESTRATÉGIAS DE COPING EM PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Publicado em 25/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0797-9

Título do Trabalho
ESTRATÉGIAS DE COPING EM PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Autores
  • Giulia Gazineo Trindade Assis
  • Mariana De Oliveira Amaral De Abreu
  • LIANA AMORIM CORREA TROTTE
  • MARLUCI ANDRADE CONCEIÇAO STIPP
Modalidade
Projeto de pesquisa com Métodos Mistos
Área temática
Desenho Convergente
Data de Publicação
25/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/2simm-saude/804650-estrategias-de-coping-em-pacientes-com-doencas-cronicas-nao-transmissiveis
ISBN
978-65-272-0797-9
Palavras-Chave
Enfermagem, Doença Crônica, Coping Skill
Resumo
Introdução: Mudanças nos padrões demográficos, nutricionais e epidemiológicos vêm moldando o cenário global, culminando no aumento de doenças crônicas não transmissíveis. As doenças crônicas, em geral, se caracterizam por longos períodos de latência e evolução, lesões irreversíveis e complicações que acarretam em diferentes graus de incapacidade ou óbito, constituindo um poderoso agente estressor. De acordo com o modelo proposto por Lazarus e Folkman, o estresse é visto como um fenômeno contextual, resultante da interação entre o indivíduo e o ambiente em que a situação é percebida como significativa, apresentando demandas que ultrapassam suas capacidades de enfrentamento em relação ao evento em questão. Portanto, as pessoas que lidam com doenças crônicas precisam de recursos ativos que lhes permitam gerenciar os estresses decorrentes da sua condição. Isso engloba tarefas e habilidades relacionadas ao enfrentamento, coping, e à integração destes à sua vida diária. O coping ou estratégias de enfrentamento são os esforços cognitivos e comportamentais, utilizados pelos indivíduos para interpretar e superar problemas ou desafios. Essas estratégias desempenham um papel crucial na maneira como os indivíduos lidam com os diversos aspectos da vida. No caso de pacientes com doenças crônicas, estudos sugerem que a forma de enfrentamento reflete nas taxas de mortalidade, reinternações, sintomas depressivos, sensação de bem-estar psicológico e adesão a comportamento de autocuidado. Nesse cenário, o coping deve ser reconhecido como uma ferramenta essencial, visto que a compreensão das estratégias de enfrentamento do paciente não apenas enriquece a abordagem terapêutica, mas também sinaliza uma forma fundamental de cuidado centrado no paciente. Logo, os profissionais de saúde, em especial enfermeiros, que historicamente desempenharam papel significativo em abordagens humanizadas e centradas no pacientes, devem se apropriar dessa abordagem para gestão eficaz de situações estressantes decorrentes do diagnóstico de uma condição crônica. Isso envolve a compreensão da singularidade do paciente e promoção da sua autonomia, proporcionando assim, uma assistência holística e efetiva. Portanto, o reconhecimento das estratégias de enfrentamento adotadas pelos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis pode direcionar o cuidado, ensino e orientações, podendo prevenir complicações e reduzir a progressão da doença, contribuindo significativamente para a Agenda 2030 e o desenvolvimento sustentável, da Organização das Nações Unidas, que visa alcançar 17 objetivos, incluindo o Objetivo 3 (Saúde e bem-estar), onde se destaca a meta 3.4 que se refere à redução de mortes prematuras devido a doenças não transmissíveis; Objetivos: 1) Caracterizar os pacientes internados por doenças crônicas não transmissíveis; 2) Identificar as estratégias de coping adotadas por pacientes internados por doenças crônicas não transmissíveis; 3) Analisar as diferentes estratégias de coping utilizadas em função do perfil clínico e epidemiológico dos pacientes; 4) Propor subsídios à contribuição do profissional de enfermagem frente às estratégias de coping identificadas; Método: Trata-se de pesquisa, oriunda de uma dissertação de mestrado, com abordagem de métodos mistos, que utilizará a estratégia triangulação concomitante, também chamada de paralelo-convergente (QUANT + QUAL), que será realizada em um Hospital Universitário Federal do município do Rio de Janeiro. Essa estratégia compreende a execução simultânea do estudo quantitativo e qualitativo, atribuindo a igualdade de pesos entre ambas as etapas, e depois comparados com o objetivo de determinar convergências, diferenças e combinações, de forma a preencher as lacunas para o fenômeno de estratégias de coping em pacientes com doenças crônicas não transmissíveis. Serão incluídos os pacientes acima de 18 anos, de ambos os sexos, internados na referida instituição e portadores de doenças crônicas não transmissíveis. Serão excluídos do estudo os acometidos por qualquer situação debilitante, que os impeçam de manter uma comunicação, seja ela de origem clínica, emocional ou psicológica (dor, dificuldade respiratória, dificuldade de comunicação, alterações neurológicas, psiquiátricas, ou doenças em situações avançadas). Para atendimento aos objetivos propostos, serão utilizados os seguintes instrumentos: Questionário de Dados sociodemográficos, Inventário Brief COPE e uma entrevista semi-estruturada. A coleta de dados quantitativos ocorrerá através do preenchimento do Brief COPE, uma escala de auto resposta multidimensional composta por 28 itens, que avaliam 14 estratégias de enfrentamento distintas, sendo cada estratégia composta por 2 itens. A resposta aos itens é dada em uma escala Likert de quatro pontos (1 = não tenho feito de jeito nenhum; 4 = tenho feito bastante). O escore final é calculado pela média dos dois itens correspondentes a cada estratégia, variando de 1 a 4. Escores mais altos correspondem ao maior uso de uma determinada estratégia de enfrentamento. Já os dados qualitativos serão coletados a partir de uma entrevista semiestruturada composta por três perguntas que almejam explorar as estratégias coping através das percepções subjetivas do paciente, permitindo identificar tipo de enfrentamento aos desafios da condição crônica, como cuidam de si mesmos e como percebem o impacto dessas estratégias em seu bem-estar. Após a coleta de dados, as variáveis sociodemográficas e clínicas dos pacientes e os dados quantitativos serão organizados no Programa REDCap, que permite o gerenciamento dinâmico de dados, e posteriormente transferidas para o software de análises estatística, Statistical Package for the Social Sciences – SPSS na versão 25.0 (IBM SPSS, 2017). Para a realização da análise qualitativa, os dados coletados por meio de entrevista semiestruturada formarão corpus textual que será analisado com auxílio do Software IraMuteq®; Resultados Esperados: A aplicação do método misto permitirá a compreensão mais apurada do fenômeno estudado, onde almeja-se descobrir qualitativamente as diferenças nas estratégias de coping utilizadas pelos pacientes de acordo com seu perfil clínico e epidemiológico, como idade, sexo, tipo e tempo de diagnóstico da doença crônica. Já os resultados qualitativos, possibilitarão identificar outros fatores subjetivos inerentes aos desafios e percepções da doença, como comportamentos, pensamentos ou ações específicas. A triangulação concomitante dos dados permitirá através da convergências, diferenças e combinações dos dados, uma base robusta para o desenvolvimento de intervenções pela enfermagem, com o objetivo de oferecer suporte e orientação direcionadas tendo como base o cuidado centrado no paciente. Além disso, a pesquisa poderá oferecer subsídios para melhores discussões e capacitação dos profissionais, visando o desenvolvimento de estratégias baseadas em evidências, a fim de melhorar a qualidade da prática clínica no manejo dos sintomas e no tratamento dos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis, além de contribuir para o avanço teórico e científico.
Título do Evento
II Seminário Internacional de Pesquisa de Métodos Mistos na Área da Saúde
Cidade do Evento
Florianópolis
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Internacional de Pesquisa de Métodos Mistos na Área da Saúde
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ASSIS, Giulia Gazineo Trindade et al.. ESTRATÉGIAS DE COPING EM PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.. In: Anais do Seminário Internacional de Pesquisa de Métodos Mistos na Área da Saúde. Anais...Florianópolis(SC) Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/2SIMM-Saude/804650-ESTRATEGIAS-DE-COPING-EM-PACIENTES-COM-DOENCAS-CRONICAS-NAO-TRANSMISSIVEIS. Acesso em: 27/06/2025

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