CÓDIGOS ESPACIAIS RIBEIRINHOS NA AMAZÔNIA: ESTUDO DE ASSENTAMENTOS EM AFUÁ (PA)

Publicado em 24/01/2020 - ISBN: 978-85-5722-360-8

Título do Trabalho
CÓDIGOS ESPACIAIS RIBEIRINHOS NA AMAZÔNIA: ESTUDO DE ASSENTAMENTOS EM AFUÁ (PA)
Autores
  • Letícia Ribeiro Vicente
  • Luna Bibas
  • Ana Claudia Duarte Cardoso
Modalidade
Artigo Completo
Área temática
5. Arquitetura vernácula e necessidades locais. Pretende-se aqui trazer ao debate todas as questões relativas as modificações nas tradições tanto enquanto fazer, quanto produtos materiais.
Data de Publicação
24/01/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/2arqvernacula/190964-codigos-espaciais-ribeirinhos-na-amazonia--estudo-de-assentamentos-em-afua-(pa)
ISBN
978-85-5722-360-8
Palavras-Chave
Afuá. Amazônia. Comunidades ribeirinhas. Várzea.
Resumo
A pesquisa assume como local de análise o município de Afuá, na ilha do Marajó, Estado do Pará. Estudou-se a sede municipal bem como duas vilas, a de São Sebastião (Idelza) e Santo Antônio (Julinho). Afuá estrutura-se a partir do rio, em área de várzea, com edificações palafíticas ligadas por estivas (pontes de madeira) e modo de vida que difere do modo de vida de cidades “convencionais” (com ruas, carros, prédios). Para compreender as peculiaridades do modo de vida local, o objetivo desta pesquisa é caracterizar tipologias espaciais de assentamentos humanos ribeirinhos ligados ao sistema rio – mata – roça – quintal (LOUREIRO, 2014) presentes no contexto de várzea. Confirmaram-se em Afuá resultados obtidos em outras pesquisas de campo, realizadas pelo grupo de pesquisa, em municípios paraenses (ilhas de Belém, Mocajuba, Afuá) nos últimos anos, quanto à incorporação de costumes e práticas passadas de geração em geração nos códigos espaciais adotados em vilas ribeirinhas. Observou-se que pactos sociais e territoriais constituídos ao longo de séculos refletem a cultura da várzea. O estudo dos códigos espaciais em Afuá evidencia tipologias criadas pelo camponês caboclo (COSTA, 2012), que incluem a natureza, na concepção de cidade. Em Afuá o rio estruturou a ocupação do território. Na sede municipal nota-se que existe um gradiente (estágios de manutenção e/ou ruptura) relacionado ao código espacial ribeirinho. Este interfere na relação do espaço público e privado e na sociabilidade local, e apresenta-se de modos distintos nos dois bairros existentes: Centro (mais antigo/consolidado) e o Capim Marinho (área de expansão). Nas Vilas constatou-se que a ocupação é iniciada com a primeira residência construída em palafita, rente ao rio. A palafita pressupõe um saber pré-existente, haja vista que é um tipo de edificação presente em diversos contextos ribeirinhos do mundo (BAHAMÓN; ALVAREZ, 2009), mas que na Amazônia carrega traços caboclos, de miscigenação de espacialidades. A primeira ocupação constitui uma unidade de referência. É o primeiro assentamento, que se replica na medida em que os filhos crescem casam, e montam suas próprias residências, anexas à primeira casa, e também assentadas à beira do rio. Com o passar dos anos alguns desses assentamentos crescem e se diferenciam, pela localização, ou influência/contatos de outras famílias. O assentamento passa a receber equipamentos, como igreja, galpões (que funcionam como centros comunitários), escola, unidades básicas de saúde, feiras/mercados (ou locais de trocas comerciais), e pode transformar-se em uma vila ribeirinha, que polariza assentamentos menores do entorno, pelos serviços oferecidos e pela possibilidade de sociabilidade, a exemplo das festividades de santos. Existem códigos espaciais próprios da região Amazônica, ligados a um padrão ribeirinho de ocupação. Este apresenta características vernáculas, ao mesmo tempo em que sofre modificações pela introdução de ideias exógenas, as quais causam rupturas espaciais e sociais, e interferem na sociabilidade. Afuá apresenta-se como estudo de caso pela expressividade da adaptação ao contexto de várzea (sede e vilas em palafita). Este fato possibilita a observação do gradiente de ocupação e permite observar, através de relatos e levantamentos espaciais, semelhanças dentre os assentamentos ribeirinhos.
Título do Evento
2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
ANAIS 2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VICENTE, Letícia Ribeiro; BIBAS, Luna; CARDOSO, Ana Claudia Duarte. CÓDIGOS ESPACIAIS RIBEIRINHOS NA AMAZÔNIA: ESTUDO DE ASSENTAMENTOS EM AFUÁ (PA).. In: ANAIS 2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA. Anais...Belo Horizonte(MG) Escola de Arquitetura da UFMG - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/2arqvernacula/190964-CODIGOS-ESPACIAIS-RIBEIRINHOS-NA-AMAZONIA--ESTUDO-DE-ASSENTAMENTOS-EM-AFUA-(PA). Acesso em: 19/05/2025

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