ÁCIDO ACETILSALICÍLICO EM PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES: QUANDO AINDA UTILIZAR?

Publicado em 29/12/2022 - ISBN: 978-85-5722-507-7

Título do Trabalho
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO EM PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES: QUANDO AINDA UTILIZAR?
Autores
  • Pedro Ivo Bittencourt Santana
  • Erick Matheus Moreira Benassuly
  • Caio Resende da Costa Paiva
Modalidade
Resumo
Área temática
Saúde e bem-estar
Data de Publicação
29/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/21jornadacientificadohub/583046-acido-acetilsalicilico-em-prevencao-primaria-de-doencas-cardiovasculares--quando-ainda-utilizar
ISBN
978-85-5722-507-7
Palavras-Chave
Prevenção Primária, Doenças cardiovasculares; ácido acetilsalicílico
Resumo
Introdução A aspirina produz um efeito antiplaquetário clinicamente relevante ao acetilar irreversivelmente o sítio ativo da ciclooxigenase-1 (COX-1), que é necessária para a produção de tromboxano A2, um poderoso promotor de agregação. Esses achados são alcançados por doses diárias de 75 mg (e superiores) ou talvez doses tão baixas quanto 30 mg. Doses mais altas de aspirina também inibem a COX-2, que bloqueia a produção de prostaglandinas levando a efeitos analgésicos e antipiréticos1,2. Durante muito tempo o AAS tem sido usado para prevenção de eventos cardiovasculares, tanto primária quanto secundária. Porém nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma em relação ao seu uso, particularmente na indicação para prevenção primária de eventos cardiovasculares. Objetivos: De modo objetivo, através de revisão de literatura, investigar as indicações atuais do AAS na prevenção primária de eventos cardiovasculares. Métodos: Revisão integrativa de literatura da base de dados PubMed, LILACS dos últimos 5 anos com os termos “acetilsalicílico, aspirina, prevenção primária, cardiovascular”, diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia dos últimos 5 anos, site médico UpToDate, livros de cardiologia Braunwald 12ª edição (2022) e Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia 3ª edição (2021). Foram excluídos estudos que versavam sobre outras temáticas, como gestação, prevenção de câncer colorretal. Resultados: A aspirina em baixa dose fornece benefício clínico comprovado na prevenção secundária de doenças cardiovasculares1,3. Entre os pacientes com infarto do miocárdio prévio, acidente vascular cerebral, cirurgia de revascularização miocárdica, angioplastia, doença arterial periférica ou angina, o uso de aspirina em comparação ao placebo está associado a uma redução de 19% em quaisquer eventos cardiovasculares graves, uma redução de 31% no infarto do miocárdio não fatal, redução de 20% na doença cardíaca coronária maior e redução de 19% no acidente vascular cerebral total1,3. Na prevenção primária, no entanto, o papel da aspirina não é direto, particularmente na era pós-estatina, onde o risco absoluto de um evento cardiovascular é menor e o risco de efeitos adversos maiores, incluindo sangramento, permanece o mesmo. Dada a complexa matriz de benefícios e riscos, o uso de aspirina na prevenção primária requer tomada de decisão compartilhada individualizada. A diretriz da Sociedade Européia de Cardiologia (ESC) de 2019 define que pode ser considerado o uso do AAS 75-100mg/dia para pacientes sem história de IAM ou revascularização, mas com evidência definitiva de DAC em imagem – recomendação IIb, nível de evidência C4. A Associação Americana de Diabetes (ADA), em sua diretriz “Standards of Medical Care in Diabetes – 2018”, estabelece que o uso de aspirina (75-162 mg/dia) pode ser considerada na estratégia de prevenção primária em pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2 que apresentam risco cardiovascular aumentado, incluindo a maioria dos homens e mulheres com diabetes com idade = 50 anos que têm pelo menos um fator de risco maior adicional (história familiar de doença cardiovascular aterosclerótica precoce, hipertensão, dislipidemia, tabagismo ou albuminúria) e que não apresentam risco aumentado de sangramento, nível de evidência C1,4. Estudos recentes (ASCEND, ASPREE e ARRIVE) abordaram especificamente o benefício do uso de AAS em prevenção primária de eventos cardiovasculares 2,3,4. Conclusão: A decisão de uso de AAS para pacientes sem eventos cardiovasculares prévios requer a ponderação de benefício cardiovascular (risco cardiovascular) e risco de efeitos adversos, principalmente risco de sangramento, podendo em alguns casos ainda ser passível de uso.
Título do Evento
21ª Jornada Científica do Hospital Universitário de Brasília
Título dos Anais do Evento
ANAIS DA 21ª JORNADA CIENTÍFICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTANA, Pedro Ivo Bittencourt; BENASSULY, Erick Matheus Moreira; PAIVA, Caio Resende da Costa. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO EM PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES: QUANDO AINDA UTILIZAR?.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/21jornadacientificadohub/583046-ACIDO-ACETILSALICILICO-EM-PREVENCAO-PRIMARIA-DE-DOENCAS-CARDIOVASCULARES--QUANDO-AINDA-UTILIZAR. Acesso em: 20/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes