TRILHA DE LONGO CURSO, CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS: TRILHANDO NA BIODIVERSIDADE COM SUSTENTABILIDADE

Felipe Kohls Rangel; Marcia dos Santos Ramos Berreta; Rodrigo Koch

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Título do Trabalho

TRILHA DE LONGO CURSO, CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS: TRILHANDO NA BIODIVERSIDADE COM SUSTENTABILIDADE

Autores

Felipe Kohls Rangel
Marcia dos Santos Ramos Berreta
Rodrigo Koch

Modalidade

Resumo Expandido

Área temática

GT 5 - EA e Políticas Públicas

Data de Publicação

12/12/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/1seminario-rede-araucarias/582199-trilha-de-longo-curso-caminho-das-araucarias--trilhando-na-biodiversidade-com-sustentabilidade

ISBN

978-65-272-0105-2

Palavras-Chave

caminho das araucárias, conservação, geração de renda, lazer

Resumo

TRILHA DE LONGO CURSO, CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS: TRILHANDO NA BIODIVERSIDADE COM SUSTENTABILIDADE Felipe Kohls Rangel 1, Drª. Márcia dos S. R. Barreta 2, Drº Rodrigo Koch 3 1 Biólogo; Mestrando pela UERGS, Brasil, e-mail: felipe-rangel@uergs.edu.br 2 Doutora em Geografia; UERGS, Brasil, e-mail: marcia-berreta@uergs.edu.br 3 Licenciado em Educação Física; Especialista em Administração e Marketing Esportivo; Doutor e mestre em Educação; Pós-doutor em Sociologia, UERGS, Brasil, E-mail: rodrigo-koch@uergs.edu.br RESUMO EXPANDIDO INTRODUÇÃO Na contemporaneidade se faz necessário o uso de todas as ferramentas e estratégias que forem possíveis para frear a destruição dos ambientes naturais que vêm sendo rapidamente atingidos. A pressão antrópica sobre as áreas naturais ao longo dos séculos, para expandir o uso da terra, fragilizou, ou fez desaparecer, importantes ecossistemas naturais em todo o Planeta. São muitas às quais os elementos da biodiversidade estão sujeitos, tais como a exploração de madeira e minério, expansão urbana desordenada, contaminação de solo e recursos hídricos, introdução de espécies exóticas invasoras, dentre inúmeras outras. Neste contexto, cada vez mais, as novas gerações estarão sujeitas a não terem oportunidades de usufruir de modo sustentável da natureza e suas belezas. Para tentar frear esse avanço da destruição dos ecossistemas, foram sendo criados instrumentos legais que evitem a acelerada degradação dos diferentes ecossistemas. Um desses instrumentos são as Unidades de Conservação (UCs), que são áreas com limites definidos e legalmente protegidas com objetivos de conservação de seus ecossistemas através de regramentos específicos de acordo com o tipo de categoria da unidade de conservação. No entanto, devido a fragmentação dos habitats, que anteriormente ocupavam grandes áreas, esses estão frequentemente divididos em pequenas "ilhas" de remanescentes dos ecossistemas, dificultando a conexão ambiental de uma área protegida a outra, ou de um fragmento nativo para outro, influenciando drasticamente na efetividade do principal objetivo das Unidades de Conservação e, por consequência, na qualidade de vida das populações. Dos vários fatores de degradação já mencionados acima, essa estratégia de proteção e conservação da biodiversidade, que são as Unidades de Conservação, acabam ficando isoladas em um mosaico de ambientes onde, invariavelmente, não há conectividade entre ambientes naturais, ocorrendo um isolamento entre elas, o que impede o fluxo gênico, e a paisagem perde suas características cênicas e de riqueza da biodiversidade. Num esforço de minimizar esses problemas de isolamento entre as UCs, algumas medidas de planejamento têm sido desenvolvidas pela gestão pública ao longo do tempo. Dentre essas medidas está a implantação dos corredores ecológicos, que são espaços entre fragmentos florestais e/ou unidades de conservação que possibilitam a transição das espécies de um ponto ao outro, os corredores ecológicos têm uma importância na manutenção do fluxo gênico entre as espécies, além de contribuir para populações que necessitam de uma extensão maior para sua sobrevivência. A importância desta ferramenta de conservação está conceituada na Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000, a lei que instituiu o sistema Nacional de Unidades de Conservação. Assim as propriedades rurais são importantes para a implementação de corredores ecológicos, ao exercer seu papel na conservação, que também traz benefícios aos proprietários que aderem a esta estratégia, à gestão ambiental e à qualidade do ambiente como um todo. Para incentivar e "popularizar" na sociedade a noção de conservação ativa, podemos afirmar que o Ecoturismo é um instrumento eficiente para a promoção do desenvolvimento sustentável. O ecoturismo contribui também para geração de emprego e renda, além de proporcionar recreação e saúde. Nesse sentido surgiu, em 2017, uma iniciativa articulada em nível governamental, na esfera federal, por meio da Coordenação-Geral de Uso Público do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, o projeto de Trilhas de Longo Curso no Brasil. Com a Portaria Conjunta – MMA/MTur nº 407 de 19 de outubro de 2018, ficou instituída a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, tendo três pilares básicos, que são: conservação, recreação e geração de renda. As trilhas de longo curso funcionam praticamente como corredores ecológicos de longa distância, que se transformam em ferramentas reconhecidas pela legislação brasileira para ampliar a conectividade entre áreas preservadas, garantindo a manutenção da vida selvagem e na melhoria de indicadores ecológicos. Entre as trilhas de longo curso que estão sendo planejadas no Brasil, temos aqui na região dos Campos de Cima da Serra que envolve Santa Catarina e Rio Grande do Sul a Trilha de Longo Curso Caminho das Araucárias. O Caminho das Araucárias é um projeto de trilha de longo curso que conectará o Parque Estadual do Caracol, no município de Canela (RS), ao Parque Nacional de São Joaquim (SC). O Caminho integra a Rede Brasileira de Trilhas, compreendendo um percurso de aproximadamente 600 km, composta por trechos de trilhas e estradas sinalizadas entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Cataria. O percurso dispõe de trechos que podem ser feitos a pé, de bicicleta ou a cavalo, possibilitando ao viajante contato com belas paisagens, campos, rios, matas, comunidades tradicionais e a cultura local. A diversidade dos ambientes e de atrativos permite descanso, aventura e convívio pleno com a natureza. Dentro deste contexto há a necessidade de um diagnóstico em um dos importantes trechos do Caminho das Araucárias, na parte que pertence ao município de São Francisco de Paula, será identificado todos os elementos importantes que existem neste percurso e que contribuirá para o desenvolvimento sustentável deste caminho. Assim o projeto visa desempenhar uma abordagem analítica, de como a população do entorno pode se inserir no Caminho das Araucárias, tanto no lado de geração de emprego e renda, como da adesão às estratégias de conservação. Primeiramente está sendo realizado um levantamento bibliográfico, análise de imagens do Google Earth, programa Q-Gis e pesquisas no Cadastro Ambiental Rural. Estes levantamentos e investigações preliminares irão trazer subsídios para que se possa identificar quais as propriedades que tem potencial valor para ser beneficiada e inserida com os objetivos da trilha de longo curso. 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As trilhas de longo curso surgiram para o mundo no século XX, mais precisamente no ano de 1921. O norte-americano Benton Mackay, naquele ano, criou um projeto de sinalizar um caminho na Cordilheira dos Apalaches, um total de 3.600 km de trilhas situado na América do Norte, contraparte oriental das Montanhas Rochosas nos Estados Unidos. Em 1937 a trilha já estava toda sinalizada, graças ao apoio de inúmeros voluntários amantes do excursionismo. Esse projeto obteve êxito e, na atualidade atrai cerca de dois milhões de trilheiros todos os anos. Hoje existem dezenas de trilhas nos Estados Unidos que somam aproximadamente 80 mil quilômetros de trilhas sinalizadas e, oficialmente protegidas. Servindo como ferramenta de conservação conectando paisagens através das trilhas de longo curso o qual vem sendo implantada no mundo inteiro. (icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/destaque/175-grandes-trilhlhas-do-mundo.html) Aqui no Brasil, nasceu uma iniciativa a partir de 2017 articulada por meio da Coordenação Geral do ICMBIO, movida pela experiência da Trilha Transcarioca e Trilhas de Sucesso que apareceram em outros países, surgiu a Rede Brasileira de Trilhas - RBT, inserida no Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, instituído pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA. Um dos grandes desafios da RBT para o sucesso do projeto das Trilhas de Longo Curso é aliar a conservação dos recursos naturais, a recreação e geração de renda para as comunidades que vivem em torno destas trilhas. No caso, a busca da conectividade entres as unidades de conservação através de corredores ecológicos, faz com que surja um caminho natural para conciliar a recreação com a geração de renda e melhoria de qualidade de vida das comunidades de pequenos proprietários rurais que vivem nestes locais. Ou seja, levar um produto como o ecoturismo através de trilhas que irá beneficiar a todos os atores envolvidos neste projeto, oportunizando a melhorar os valores referentes entre as relações homem-natureza. E, com a implantação do Caminho das Araucárias surge essa possibilidade de realizar estudos que poderão contribuir para os objetivos principais das trilhas de longo curso, buscando alinhar o percurso com os três pilares conservação, por intermédio de identificação de possíveis corredores ecológicos e recreação que irá proporcionar uma demanda de turistas amantes da natureza que por consequência trará geração de renda e emprego para a comunidade do entorno. Neste sentido as trilhas de longo curso estão baseadas nestes três pilares: • Ferramenta de Conservação - As Trilhas de Longo Curso são enormes corredores ecológicos que se transformam em ferramentas reconhecidas pela legislação brasileira para ampliar a conectividade entre áreas preservadas garantindo a manutenção da vida selvagem e na melhoria de indicadores ecológicos. • Recreação e Saúde - As Trilha de Longo Curso são importantes aparelhos de recreação e de qualidade de vida com grande o potencial turístico e esportivo • Geração de Emprego e Renda - As Trilha de Longo Curso são catalizadoras de emprego e de renda principalmente nos serviços de apoio ao turista, favorecendo o desenvolvimento sustentável e minimizando o efeito de esvaziamento das áreas rurais. Como o movimento de implementação das trilhas de longo curso no Brasil é recente, ainda não há muitas pesquisas relacionadas e realizadas sobre o assunto. Poucas são as pesquisas desenvolvidas com relação a este tema, temos aqui por exemplo duas dissertações uma do Thiago M. Silva (2020, pg 83) que escreve em sua dissertação: “A título de contribuição prática do projeto para o desenvolvimento do turismo, crê-se que é preciso que os operadores de turismo percebam que a dimensão da paisagem é outro ponto importante é que dentro da nova categoria das Travessias de longo curso, a Trilha Transcarioca soma-se aos outros projetos brasileiros que oferecem estímulos de lazer alinhados às ações de conservação da biodiversidade e consolidação dos corredores verdes como a Trilha Transmantiqueira (MG, RJ e SP) e o Caminho das Araucárias, entre Canela (RS) e o Parque Nacional de São Joaquim (SC).” E outro de Omena & Bregolin (2020, pg 14) que em seu artigo afirmam: “Com a implantação do Caminho das Araucárias surge uma nova possibilidade para ampliar o apoio da sociedade na conservação dessas áreas, seja por parte dos usuários que usufruem de uma experiência na natureza com qualidade, seja por parte das populações do entorno que obtêm benefícios com o maior uso público ordenado nas trilhas”. As citações acima tem como base a preocupação de alinhar, conservação, geração de renda e turismo, são estudos recentes que tem como objetivo e foco às trilhas de longo curso. Esses estudos sobre homem x natureza x geração de renda, já vêm sendo realizados há muitos anos, podemos exemplificar pela coletânea de estudos e pesquisas no Brasil entre 1967-2007 sobre Meio ambiente, esporte, lazer e turismo publicado em três volumes. Cito um dos estudos a 1999 Alba Vieira TURISMO ECOLÓGICO: ESSA POSSIBILIDADE DE LAZER É “QUENTE” “O campo do Lazer vem se ampliando consideravelmente devido à sua estreita relação com as demais áreas de atuação do homem, além de ser um momento privilegiado que pode propiciar uma maior integração dos sujeitos com a natureza.”. Ou seja, muitos estudos existem sobre a relação dos três pilares da RBT, entretanto o tema de trilhas não estava inserido, entretanto, todos esses estudos trarão subsídios para este trabalho. 2. METODOLOGIA Primeiramente uma equipe de Geoprocessamento do Grupo gestor do Caminho das Araucárias elaborou o traçado principal do Caminho das Araucárias entre o município de Canela (RS) até Urubici (SC). O trecho se deu pela compilação de vários arquivos de formado KML, na qual foi sendo desenhado até surgir o trajeto atual, procurando sempre quando possível o melhor caminho próximo as belezas cênicas que o caminho oferece. A partir deste eixo principal, está sendo trabalhado o percurso no território de São Francisco de Paula. Assim, com análise de imagens Landsat, estão sendo identificado todas as propriedades deste trecho. Também, concomitantemente, estão sendo realizadas pesquisas em busca de artigos e legislações atinentes ao assunto referentes ao tema do ecoturismo, turismo de aventura, áreas protegidas, entre outros temas ligados a natureza, além das legislações referentes as políticas públicas que possam beneficiar todo o cidadão em sua propriedade, principalmente na área da conversação dos recursos naturais e do turismo sustentável. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa está no processo inicial ainda, não havendo resultados que possam ser discutidos no momento. Primeiramente estão sendo realizados levantamentos por imagens de satélites Landsat para que possam ser identificadas no trecho do Caminho das Araucárias, dentro do território do município de São Francisco de Paula, as inúmeras propriedades que estão no entorno do eixo principal do Caminho das Araucárias. Essas propriedades em sua maioria são de pequenos produtores rurais que vivem de produção nos seus campos. Esse primeiro estudo será importante para elaborar o planejamento do segundo momento do trabalho, pois será traçado a estratégia para realizar as atividades em campo com o objetivo de fazer o reconhecimento das propriedades que possuem pontecial para se inserir como uma possível propriedade parceira do Caminho das Araucárias. Os resultados esperados nesta fase é de identifcar colaboradores que vivem em propriedades rurais com a condição de fornecer serviços ao caminhante, como alimentação e hospedagem. Além de motivar a geração de renda às propriedades locais, visando também implementar a conciência da conservação sem deixar de promover uma serviço ecossistêmico que são benefícios fundamentais que são gerados pela natureza para a sociedade, refletindo numa qualidade de vida melhor paras todos os envolvidos. SegUndo WILSON, ANDRADE, 2014 “Os Serviços Culturais, por sua vez, são os benefícios imateriais obtidos dos ecossistemas. Incluídos nessa categoria, estão as atividades recreativas e o ecoturismo, a geração de conhecimento tradicional e formal, assim como as experiências estéticas” 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Espera-se que a pesquisa identifique e traga uma nova forma de geração de renda, às propriedades rurais do município de São Francisco de Paula, podendo ser extendido a toda a regiao do Projeto, levando em consideração os três pilares das trilhas de longo curso. A identificação destas propriedades será fundamental para que o objetivo principal das trilhas de longo curso, que é a conectividade das unidades de conservação por meio de corredores ecológicos seja construída com parcerias importantes, entre a comunidade local e a gestão pública. Palavras – Chaves: Trilhas de Longo Curso; Geração de Renda; Conservação REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n.9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília, DF, 2000. BRASIL. Portaria Conjunta Nº 407, DE 19 DE OUTUBRO DE 2018, MMA, Brasília, 2018 Omena M.T & Bregolin M. 2020. A Importância das Trilhas Regionais para Viabilização da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso - Silva T. M. 2020. A Trilha Transcarioca: as transformações do corredor verde na paisagem do município do Rio de Janeiro – RJ – Dissertação de Mestrado do Programa de Pós Graduação de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro www.redetrilhas.org.br/w3 acessado em 02.02.2022 https://www.sema.rs.gov.br/inicial acessado em 03.02.2022 1999 Alba Vieira TURISMO ECOLÓGICO: ESSA POSSIBILIDADE DE LAZER É “QUENTE”

Título do Evento: I SEMINÁRIO NACIONAL ARAUCÁRIAS EM REDES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Cidade do Evento: São Francisco de Paula
Título dos Anais do Evento: Anais do Primeiro Seminário Nacional Araucárias em Rede de Educação Ambiental
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

RANGEL, Felipe Kohls; BERRETA, Marcia dos Santos Ramos; KOCH, Rodrigo. TRILHA DE LONGO CURSO, CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS: TRILHANDO NA BIODIVERSIDADE COM SUSTENTABILIDADE.. In: Anais do Primeiro Seminário Nacional Araucárias em Rede de Educação Ambiental. Anais...São Francisco de Paula(RS) UERGS, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1seminario-rede-araucarias/582199-TRILHA-DE-LONGO-CURSO-CAMINHO-DAS-ARAUCARIAS--TRILHANDO-NA-BIODIVERSIDADE-COM-SUSTENTABILIDADE. Acesso em: 01/05/2025