JORGE BEN NAS ENCRUZILHADAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

João Vitor Bessa Cordeiro de Souza

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Trabalho

Título do Trabalho

JORGE BEN NAS ENCRUZILHADAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Autores

João Vitor Bessa Cordeiro de Souza

Modalidade

GT 18: Discurso, racialização e negritude: corpo como gesto político e de identidade - Alexandra Aparecida de Araújo Figueiredo e Elizete de Souza Bernardes

Área temática

Discurso

Data de Publicação

02/10/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/800766-jorge-ben-nas-encruzilhadas-da-musica-popular-brasileira

ISBN

978-65-272-0753-5

Palavras-Chave

Jorge Ben; Negritude; Encruzilhadas; Biográfico comunicacional; Música popular massiva;

Resumo

Objetivo: Partimos de uma entrevista (1) do compositor carioca Jorge Ben para discutir seu lugar no cenário musical brasileiro entre os anos 1968-1972. Consideramos que Jorge Ben ocupou um entre-lugar nas tendências musicais de seu tempo. Isso se relacionou com a Bossa Nova, a Jovem Guarda e Tropicalismo. Por outro lado, um entre-lugar se situarmos o artista nas discussões mais amplas que trataram da música popular de seu tempo: a influência estrangeira em nossa música e o papel político da canção popular. No contexto da Ditadura Militar sob a vigência do AI-5. A partir de Leda Maria Martins, Stuart Hall e Kabengele Munanga, interpretamos Jorge Ben nas encruzilhadas da música popular, estrategicamente "neutro" na discussão política e utilizando a estilização retórica do corpo para comunicar discursos de afirmação da Negritude e de valorização da história negra. Buscamos compreender quais os sentidos eram atrelados ao signo do "político" no Brasil do passado e interpretar em que medida as canções do artista produzem sentidos "apolíticos" ou políticos. E relacionar a sua atividade ao movimento da Negritude no que diz respeito a ideias de afirmação da identidade negra que surgem como poesia e influenciam movimentos políticos. Este artigo é fruto de minha pesquisa de dissertação de mestrado "Negro é lindo: a afirmação da Negritude na poética de Jorge Ben (1968-1972)"(ECO-UFRJ) Justificativa: Vivemos um momento em que cresce interesse acadêmico pela obra de Ben, nos últimos 15 anos, foram publicadas teses, dissertações e livros discutindo sua obra. Além disso, trata-se de um estudo sobre as formas com que artistas negros brasileiros lidaram com a censura do regime militar e, apesar de se declararem "neutros" em relação à ditadura produziram discursos significativos de afirmação da Negritude. Embasamento teórico: A pesquisa utiliza os conceitos: Encruzilhada (MARTINS, 1999); Negritude (CÉSAIRE, 2010; MUNANGA, 2019); Cultura popular (HALL, 2013); Capital cultural (BOURDIEU, 1999). Sob a perspectiva teórico-metodológica do Biográfico Comunicacional (SACRAMENTO, 2011, 2014); Música popular brasileira do período: (TINHORÃO, 2010; SOVIK, 2009, 2018; MELLO, 2010); Raça e racismo (GOMES, 2018; DOMINGUES, 2007; MUNANGA, 2019; HALL, 2013; HOOKS, 2019) Metodologia: Analisamos entrevistas: a) 1995, Programa Roda Viva, TV Cultura; b) 2009, Revista Trip; c) 2022, Podcast W/Cast. Além disso, nas menções ao nome do artista em: a) Jornal do Brasil; b) Correio da Manhã; c) Revista do Rádio entre 1963-1972: reportagens, notícias, críticas e entrevistas, além de menções a ele feitas por profissionais da música. Análise: Analisamos as publicações jornalísticas para construir o contexto histórico; analisamos as canções e entrevistas para interpretar os sentidos produzidos pela atuação do artista. Conclusão: Jorge Ben, quando se mudou para Copacabana, se beneficiou das relações que criou para se inserir nos círculos restritos da Bossa. Porém foi estigmatizado e "exotizado", sendo chamado de "macumbeiro da Bossa Nova". Esse movimento o excluiu, enquanto a Tropicália o abraçou, anos depois, quando viveu a ascensão da sua carreira. Após ser inferiorizado no início da carreira por sua raça, Jorge responde com a afirmação da Negritude, criando um discurso de resgate histórico e valorização da cultura negra brasileira.

Título do Evento: I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SOUZA, João Vitor Bessa Cordeiro de. JORGE BEN NAS ENCRUZILHADAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/800766-JORGE-BEN-NAS-ENCRUZILHADAS-DA-MUSICA-POPULAR-BRASILEIRA. Acesso em: 30/06/2025