A RELAÇÃO ENTRE O RACISMO ALGORÍTMICO E O MERCADO DE TRABALHO DIGITAL: A RACIALIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Publicado em 02/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0753-5

Título do Trabalho
A RELAÇÃO ENTRE O RACISMO ALGORÍTMICO E O MERCADO DE TRABALHO DIGITAL: A RACIALIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Autores
  • Fernanda Quevedo
Modalidade
GT 13: Discurso, raça e mídias digitais na América Latina - Glenda Melo e Kassandra Muniz
Área temática
Democracia e Incidência Política
Data de Publicação
02/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/800028-a-relacao-entre-o-racismo-algoritmico-e-o-mercado-de-trabalho-digital--a-racializacao-da-inteligencia-artificial
ISBN
978-65-272-0753-5
Palavras-Chave
Racismo Algoritimico, Inteligência Artificial, Mercado de Trabalho
Resumo
Para a discussão da desigualdade e do abismo racial no mundo do trabalho, é importante considerar dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD Contínua. Os números mostraram que apesar da queda generalizada da taxa de desocupação no Brasil em 2022, as pessoas pretas ou pardas somaram o maior número de desempregados, 64,7% no 2º trimestre deste ano. Durante o período, o desemprego esteve abaixo da média nacional entre brancos (7,3%) e acima entre os pretos (11,3%) e pardos (10,8%), na classificação utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. De acordo com o Instituto, as pessoas negras ocupam a maior taxa de desemprego e subocupações no Brasil em 2021. Segundo Barbosa (2022), o racismo se adapta a cada transformação social, econômica e tecnológica, a ponto de ser naturalizado, reforçando injustiças históricas. As desigualdades e hierarquias raciais acentuam a expropriação, privando de direitos e oportunidades a população negra. A resposta evocada para o cenário que se apresenta 134 anos após o fim da escravidão não pode ser reduzida a uma conjuntura, crise econômica ou política. Os fundamentos das desigualdades raciais nas relações de trabalho são estruturais, estão na escravidão, bem como na própria abolição e na maneira como a mesma ocorrera, pois ambas tiveram influência direta no tipo de modernização capitalista engendrada no Brasil. Para compreensão do racismo estrutural e sua função como instrumento de dominação tão presente na atual configuração social brasileira, recorre-se a formação social do país, sua transição para um capitalismo dependente que manterá a superexploração de negros e negras nos postos de trabalho mais precarizados e com os menores salários. No contexto da formação social do Brasil, é importante enfatizar a tendência de perpetuação do racismo no mercado de trabalho e, sobretudo, na Inteligência Artificial. Os efeitos do racismo se manifestam direta e indiretamente se perpetuando na organização das estruturas públicas e privadas (ALMEIDA, 2018). A partir da Quarta Revolução Industrial pode-se analisar, sob a ótica das disrupções no mercado de trabalho, os impactos da sua relação com o mercado de trabalho digital. A Indústria 4.0 automatizou funções, substituiu trabalhadores em setores diversos e está modificando os processos laborais de forma que contratantes e contratados estejam envolvidos em um universo de tecnologias do Big Data, do aprendizado das máquinas e da Inteligência Artificial. Em contrapartida, sabe-se que o sistema de funcionamento dos algoritmos, principal engrenagem das tecnologias de Inteligência Artificial, são essenciais para o avanço da competitividade em um cenário dominado pela doutrina econômica neoliberal (SILVEIRA; SILVA. 2020). São incontáveis os avanços sociais oriundos das tecnologias, porém, dados e análises científicas já identificam o racismo algorítmico como um novo tipo de prejuízo na dinâmica laboral. Para SILVA (2020), a estrutura racista global, contraria a perspectiva da neutralidade no aprendizado das máquinas e enfatiza a opacidade, ou a visão errônea de neutralidade, caracterizando uma difusão tanto da tecnologia quanto das relações étnico-raciais na sociedade, nos levando para a discussão acerca da racialização das tecnologias.
Título do Evento
I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

QUEVEDO, Fernanda. A RELAÇÃO ENTRE O RACISMO ALGORÍTMICO E O MERCADO DE TRABALHO DIGITAL: A RACIALIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/800028-A-RELACAO-ENTRE-O-RACISMO-ALGORITMICO-E-O-MERCADO-DE-TRABALHO-DIGITAL--A-RACIALIZACAO-DA-INTELIGENCIA-ARTIFICIAL. Acesso em: 16/07/2025

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