DESCOLONIZANDO CURRÍCULOS DAS GRADUAÇÕES EM SAÚDE: INTERSECCIONANDO RAÇA E GÊNERO

Publicado em 02/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0753-5

Título do Trabalho
DESCOLONIZANDO CURRÍCULOS DAS GRADUAÇÕES EM SAÚDE: INTERSECCIONANDO RAÇA E GÊNERO
Autores
  • Camille Correia Santos
Modalidade
GT 10: Equipes Multiprofissionais, combate ao racismo e ensino de história e cultura afrobrasileira, africana e indígena - Rutinéia Cristina Martins
Área temática
Saúde
Data de Publicação
02/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/799903-descolonizando-curriculos-das-graduacoes-em-saude--interseccionando-raca-e-genero
ISBN
978-65-272-0753-5
Palavras-Chave
Raça, Gênero, Interseccionalidade, Saúde
Resumo
A invisibilidade das questões étnico-raciais nos currículos acadêmicos tem sido evidenciada, entretanto, é preciso aprofundar como o gênero atua interseccionado à opressão da questão racial. Questionar que a universidade ocidentalizada é um espaço em que homens e mulheres brancas, corpos/sujeitos tidos como universais, são as grandes e ainda ocupa de forma majoritária. Pauta-se a necessidade de construir currículos em que o racismo e o sexismo, nos determinantes sociais em saúde, sejam encarados como fatores estruturais da hierarquização social associada à vulnerabilidades em saúde. O objetivo deste trabalho é refletir sobre a presença/ausência de referências/conteúdos que interseccionam raça e gênero nos currículos dos cursos de graduação em saúde. Faz parte do projeto em desenvolvimento no programa de doutorado. Os cursos da graduação em saúde que estão em foco no estudo: Nutrição, Enfermagem, Medicina, Odontologia e Psicologia. Neste trabalho inicial, realizou-se uma análise e diálogo critico com as referências os estudos do feminismo negro. Em análise preliminar sobre desconstrução do sexismo e raça nos currículos em saúde, nota-se que tem crescido o número de estudos, mas sendo a maioria abordada de forma genérica, como disciplina optativa, ademais ínfimos quando intersecciona raça e gênero. Dentre os estudos encontrados, os que apresentam reflexões teórico-conceitual em uma perspectiva crítica da descolonização, nos referenciais afrodiaspóricos e do feminismo negro, ainda são reduzidos. Essa descolonização precisa estar atrelada ao gênero, pois os estudos nos apresentam um marco temporal que a construção do feminismo branco, presente na academia, não dá conta de reconhecer e pautar as lutas das mulheres negras. hooks versa sobre o papel das mulheres na construção da ciência, na academia, afirmando que: “o campo acadêmico de escrever sobre crítica e ou pedagogia feminista continua sendo antes de tudo um discurso feito e ouvido por homens e mulheres brancas”. É necessário localizar as experiências das mulheres negras a partir da sua própria voz, da sua realidade, sair da dominação dos estudos das mulheres brancas, reconhecendo as diferenças de condição feminina sobredeterminadas pela raça e pela classe social. Collins também destaca que mesmo as mulheres negras tendo voz agora no espaço acadêmico, onde seus textos em sala de aula são bem-vindos, mas que a presença em si ainda está negada, criando uma ilusão de mudança, mascarando as políticas institucionais que as excluem dos espaços coletivos. O processo colonizador nos coloca “dentro de uma máquina ensino” que nos educa a partir da perspectiva da linguagem e da cultura do dominante, enquadrando nossas ideias e produções. Portanto, eis a importância de contrapor essa história colonial patriarcal racista, que constrói a base das universidades ocidentalizadas, permanecendo na supremacia epistêmica e uma autoridade na construção do conhecimento e da ciência, para que possamos sair da margem, chegar ao centro e desconstruir esse sistema opressor. Concluindo, é necessário descolonizar a ciência, não só enquanto recorte, e é nesse contexto, que se coloca que os currículos das graduações em saúde devem ter em sua estrutura autoras feministas negras, e recentralizar a localização cultural, política e econômica da nossa constituição histórica africana e indígena.
Título do Evento
I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Camille Correia. DESCOLONIZANDO CURRÍCULOS DAS GRADUAÇÕES EM SAÚDE: INTERSECCIONANDO RAÇA E GÊNERO.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/799903-DESCOLONIZANDO-CURRICULOS-DAS-GRADUACOES-EM-SAUDE--INTERSECCIONANDO-RACA-E-GENERO. Acesso em: 15/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes