RACISMO, SEXISMO, “IMAGENS DE CONTROLE” E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NOS PORTAIS G1 E UOL

Publicado em 02/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0753-5

Título do Trabalho
RACISMO, SEXISMO, “IMAGENS DE CONTROLE” E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NOS PORTAIS G1 E UOL
Autores
  • Nayara Luiza de Souza
Modalidade
GT 13: Discurso, raça e mídias digitais na América Latina - Glenda Melo e Kassandra Muniz
Área temática
Gênero e Sexualidade
Data de Publicação
02/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787542-racismo-sexismo-imagens-de-controle-e-violencia-de-genero-nos-portais-g1-e-uol
ISBN
978-65-272-0753-5
Palavras-Chave
mulheres negras; jornalismo; racismo; violência; imagens de controle.
Resumo
“Como é que a gente chegou a este estado de coisas, com abolição e tudo em cima?” (GONZALEZ, 2020, p.83). Ao considerar esse estado das coisas como uma permanência da escravidão através do racismo como um organizador da sociedade brasileira, a presente pesquisa adota a provocação feita por Gonzalez em 1983 quando publicou pela primeira vez o texto “Racismo e sexismo no Brasil”. Para a socióloga a questão transcorre a negação do racismo no Brasil, país onde impera, o mito da democracia racial e afeta de maneira específica as mulheres negras. Gonzalez (2020) defende no referido ensaio referido que os imaginários difundidos sobre as mulheres negras por intelectuais brasileiros e reproduzidos pela imprensa reforçam lugares de apagamentos e ocultação das mulheres negras na sociedade brasileira congelando-as em três estereotipias: da “mulata”, da “mãe-preta” e da “doméstica”. Em uma proposta semelhante, Patrícia Hill Collins (2019) explica a continuidade da lógica colonial na vida das mulheres negras através da difusão histórica de “imagens de controle” (p.135) que desumanizam, estereotipam e posicionam a mulher negra em lugares congelados de “mammies”, “matriarcas”, “mãe dependente do Estado”, “Rainha da Assistência Social”, “Jezebel” ou “hocchies” e “damas negras”. Diante dos dados nacionais que revelam que as mulheres negras são aquelas que mais morrem no país vítimas da ação combinada entre racismo e sexismo como revelam dados do Atlas de Violência dos últimos dez anos, observa-se que as narrativas jornalísticas apesar de noticiar crimes motivados por relação de gênero diariamente essas narrativas seguem acompanhadas de um apagamento das mulheres negras. Ao realizar um monitoramento de mídia em 2015, o Instituto Patrícia Galvão já descrevia a cobertura midiática de crimes de gênero permeado por uma “baixa atenção à condição racial das vítimas” (SANEMATSU, 2015). Essa mesma constatação se repete em Leal, Carvalho e Antunes (2020), ao apontarem que “a dimensão racial não faz problema como componente interseccional para as estratégias narrativas jornalísticas que tratam dos crimes contra mulheres” (LEAL; CARVALHO; ANTUNES, 2020, p. 29). Desse modo essa pesquisa objetivou analisar, a partir da observação dos textos audioverbovisuais veiculados pelos portais G1 e UOL, como as “imagens de controle” (Collins, 2019) se perpetuam e/ou atualizam lógicas de exclusão de mulheres negras nas construções das narrativas jornalísticas. Foram coletadas para observação inicial 1017 tabuladas tendo as “imagens de controle” como operador analítico e a Sociologia da Imagem (Cusicanqui, 2015) como metodologia. Através da análise das recorrências das “imagens de controle” COLLINS (2019), uma previsão de GONZALEZ (2020) se confirmou apontando que é como “doméstica” que as mulheres negras são retratadas nas narrativas jornalísticas. A outra “imagem de controle”, mas repetida foi a da mucama na figura da Jezebel. Seja através da sexualidade ou da força de trabalho, as narrativas revelam que as mulheres negras ainda são vistas por seu corpo e não por suas vidas completas mesmo ou principalmente em situações de violência.
Título do Evento
I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Nayara Luiza de. RACISMO, SEXISMO, “IMAGENS DE CONTROLE” E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NOS PORTAIS G1 E UOL.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787542-RACISMO-SEXISMO-IMAGENS-DE-CONTROLE-E-VIOLENCIA-DE-GENERO-NOS-PORTAIS-G1-E-UOL. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

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