MEMÓRIA, ESQUECIMENTO E SILENCIAMENTO COMO PRÁTICAS SOCIAIS DE RACISMO: MOVIMENTOS DE REIVINDICAÇÃO DE MEMÓRIA

Publicado em 02/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0753-5

Título do Trabalho
MEMÓRIA, ESQUECIMENTO E SILENCIAMENTO COMO PRÁTICAS SOCIAIS DE RACISMO: MOVIMENTOS DE REIVINDICAÇÃO DE MEMÓRIA
Autores
  • Lauriane Cruz Aguirre
Modalidade
Comunicações Orais - apresentação presencial.
Área temática
Memórias Negras
Data de Publicação
02/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787399-memoria-esquecimento-e-silenciamento-como-praticas-sociais-de-racismo--movimentos-de-reivindicacao-de-memoria
ISBN
978-65-272-0753-5
Palavras-Chave
violência policial, movimentos sociais, comunicação social
Resumo
Compreende-se que as estruturas sociais permeiam a constituição da memória oficial e que memórias não são privilegiadas. Nestas dinâmicas decorrem disputas, com a emergência das reivindicações de grupos minoritários – como a população racializada e periférica – que têm suas memórias eclipsadas pela versão dominante (Pollak, 1989; 1992). Objetivou-se no estudo tensionar os aspectos que caracterizam o silenciamento e o esquecimento da memória racializadas e periféricas e as estratégias e movimentações sociais de memória, como os grupos de mães de vítimas da violência policial. Assim como salienta Mbembe (2018) e Missiatto (2021), todos estes aspectos compõem uma política de apagamento dos indivíduos considerados excedentes no cenário social, logo a sua existência corpórea, ancestral, material e simbólica não sendo pertencentes da estrutura hegemônica da sociedade são relegados ao esquecimento. Com isso, o texto propõe compreender como se dá o desenvolvimento da memória oficial, afetando os grupos sociais que têm suas memórias apagadas, aplicada às estratégias de resistência. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica em matéria de memória, esquecimento, silenciamento (Pollak, 1989; 1992; Rampinelli, 2013) e seus atravessamentos na estruturação social, mais especificamente considerando o racismo (Bento, 2002; González, 1988; Mbembe, 2018; Missiato, 2021). Missiatto (2021) se somando às dinâmicas de esquecimento e apagamento dos aspectos referenciais de existência e pertencimento. Como exemplificação, associada às dinâmicas de pagamento da população negra e periférica, pode-se citar movimentos como as Mães da Cinelândia, no Rio de Janeiro (Araujo; Souza; Silva 2022) e o grupo de Mães em Luto da Zona Leste, em São Paulo. Este último que reivindica pela manutenção da memória das mortes por violência policial nas redes sociais, compilando publicações das fotos das vítimas e depoimentos de familiares (Calado, 2020). No mesmo contexto o movimento das Mães de Maio, de São Paulo, resgatando a memória das chacinas de maio de 2006, que possui produções de livros relatando as histórias das pessoas executadas em maio de 2006 e relembrando outros casos de violência policial em outros locais do Brasil (Fernandes, 2021). Apesar da naturalização destes processos, que tem suas raízes do racismo e da branquitude (Bento, 2002) como uma estrutura fundamental no silenciamento para a manutenção do status quo, as memórias subalternizadas adquirem potência de atuação em coletivos. Os movimentos sociais chamam a atenção para a luta e resistência ao endereçar a responsabilidade aos perpetradores das múltiplas formas de violência provocadas pelo contexto social. Com isso, as organizações de Mães, como exemplificadas neste ensaio (Calado, 2020; Fernandes, 2021; Silva; Silva; Portela, 2023; Souza, 2021) evidenciam um panorama complexo das estratégias de resgate da memória, ao mesmo tempo que tensionam reflexões sobre a organização da memória vigente.
Título do Evento
I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AGUIRRE, Lauriane Cruz. MEMÓRIA, ESQUECIMENTO E SILENCIAMENTO COMO PRÁTICAS SOCIAIS DE RACISMO: MOVIMENTOS DE REIVINDICAÇÃO DE MEMÓRIA.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787399-MEMORIA-ESQUECIMENTO-E-SILENCIAMENTO-COMO-PRATICAS-SOCIAIS-DE-RACISMO--MOVIMENTOS-DE-REIVINDICACAO-DE-MEMORIA. Acesso em: 10/07/2025

Trabalho

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