RESUMO EXPANDIDO: BANCO COMUNITÁRIO DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO E A PARTICIPAÇÃO DA INCUBADORA DE INICIATIVAS E EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS

Publicado em 20/11/2023 - ISBN: 978-65-272-0008-6

Título do Trabalho
RESUMO EXPANDIDO: BANCO COMUNITÁRIO DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO E A PARTICIPAÇÃO DA INCUBADORA DE INICIATIVAS E EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS
Autores
  • JOAO BATISTA DE LIMA MARTINS NETO
  • Caroline Tertulino da Silva
  • Fernanda Soares Alves
  • Glaucia Lavinia Oliveira Xavier
  • Glória Maria da Silva Gomes
  • Lívia Maria Silva Coutinho
  • MARIA SILVA
  • Maria Luiza Santos Nascimento
  • Vitória Vivian Cardoso da Silva Aragão
  • Ilena Felipe Barros
  • Roberto Marinho Alves da Silva
Modalidade
Resumo expandido de Relatos de Experiências
Área temática
Tecnologias Sociais
Data de Publicação
20/11/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1_sepets/698625-resumo-expandido--banco-comunitario-da-reserva-de-desenvolvimento-sustentavel-estadual-ponta-do-tubarao-e-a-parti
ISBN
978-65-272-0008-6
Palavras-Chave
Banco comunitário, Moeda Social, Economia Solidária
Resumo
Nordeste, Rio Grande do Norte INTRODUÇÃO O trabalho que aqui será descrito faz parte do processo formativo dos membros da Incubadora de Iniciativas e Empreendimentos Solidários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A incubadora tem como objetivo realizar atividades de promoção e fortalecimento à Economia Solidária utilizando da Educação popular junto a povos e comunidades tradicionais, as ações da INICIES se materializam como projetos de extensão universitária de incubação, preconizando a valorização da sociobiodiversidade, o respeito às diversidades culturais e a defesa pelos direitos humanos enquanto contribui com a promoção do trabalho associado e da cooperação garantindo a viabilidade produtiva, econômica, a geração de trabalho e renda de uma forma que traga melhorias nas condições de vidas das pessoas e de suas comunidades. Portanto, o trabalho apresentado busca sistematizar os avanços e desafios impostos à implementação do Banco Comunitário da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão que a incubadora, juntamente a parceiros, presta assessoria. Bancos Comunitários são referenciados como uma tecnologia social pois favorece o desenvolvimento socioeconômico de comunidades historicamente empobrecidas pela dinâmica do modo de produção capitalista, além de ser um instrumento de fomento à economia local, um banco comunitário se caracteriza como um tipo de resistência da população por preconiza que os ganhos financeiros na comunidade devem ser utilizados para o desenvolvimento da mesma trazendo impactos positivos em toda a região. Para a elaboração do trabalho foi utilizado o método crítico dialético na perspectiva da pesquisa-ação envolvendo os autores direta e indiretamente nos processos desta assessoria, além da realização de estudos bibliográficos sistêmicos acerca da temática que evidenciaram a compreensão de que a implementação de um banco comunitário, assim como outras tecnologias sociais, é um processo árduo e longínquo, pois mecanismos de promoção social nem sempre demonstram resultados em curto prazo exigindo dos colaboradores a persistência e uma perspectiva utópica que mova seus protagonistas para que não se desestimulem. DESENVOLVIMENTO Um Banco comunitário caracteriza-se pela oferta de serviços financeiros solidários, através da sua natureza associativista busca promover o trabalho e a renda fazendo uso da reorganização das economias locais, inserindo-se no campo das Finanças Solidárias, definidas por Coelho (2003) como uma forma de democratização dos sistema financeiro na qual às necessidades básicas da população são priorizadas inserido assim os “excluídos” do sistema bancário na economia. Pode-se afirmar que as finanças solidárias são um elo de integração e sustentação da relação entre a sociedade e a economia através dos princípios da ética e da solidariedade favorecendo o desenvolvimento social de forma sustentável. Logo, as finanças solidárias fazem parte dos processos de socialização e democratização dos instrumentos de intermediação financeira que possibilita as relações econômicas entre os pequenos, criando espaços de fomento para o desenvolvimento humano através do fortalecimento do trabalho nos territórios. O objetivo de um Banco comunitário é a promoção do desenvolvimento territorial, principalmente nos territórios de baixa renda, suas ações preconizam à criação de redes locais de produção e consumo, isso de dá através do apoio às iniciativas de economia solidária que podem ser: prestação de serviços, apoio a comercialização e empreendimentos socioprodutivos. Desta forma, é correto afirmar que sua base está diretamente associada aos princípios da Economia Solidária. A implementação e o funcionamento de um banco comunitário surge da iniciativa associativista e envolve moradores e entidades existentes em um determinado contexto territorial. O fomento para a criação de novas atividades socioeconômicas torna-se um meio para que problemas públicos concretos relacionados às condições de vida da região sejam reduzidos, por isso a atuação do Banco destina-se a criação de estratégias e mecanismos para tal. Para que um BCD possa se articular é necessário a existência e a circulação de uma Moeda Social que seja criada pelo próprio banco comunitário. A moeda social é complementar à moeda nacional, o real, e tem por finalidade fazer com que o dinheiro permaneça na comunidade, ampliando a comercialização local, possibilitando a circulação da riqueza na comunidade, gerando trabalho e renda (MELO NETO SEGUNDO; MAGALHÃES, 2009). Desde 2019, a A INICIES atua em parceria com o Serviço de Assistência Rural e Urbano (SAR) e organizações locais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT) , a qual compõe-se de 13 comunidades, contudo, as ações da INICIES tem sido mais expressivas nas comunidades de Diogo Lopes, Sertãozinho e Barreiras; realizando ações de formação política, diagnóstico e planejamento das ações, buscando ofertar subsídios para o Conselho Gestor do Banco Comunitário da RDS Ponta do Tubarão. Entre as atividades formativas e de assessoria, destacam-se: Curso de Formação de Agentes Comunitários de Finanças Solidárias; atividades de mobilização da população e participação em eventos locais para disseminação da proposta do Banco Comunitário e da Moeda Social; apoio financeiro para impressão das moedas sociais; além da produção de uma série de quatro vídeos sobre Finanças solidárias, moeda social, E-dinheiro e Banco comunitário. A partir desse processo foi possível dar alguns passos na implantação do Banco Comunitário na RDSEPT, o qual tem o objetivo de promover o desenvolvimento local sustentável e solidário através do fomento às iniciativas de geração de trabalho e renda, redes de cooperação de produção, de comercialização e de integração de produtores e consumidores. O processo de mobilização com a comunidade foi iniciado com a aplicação de questionários para o levantamento socioeconômico da produção e do consumo local, já com a intenção de descobrir se os moradores teriam interesse em conhecer e aderir a proposta de utilizar um banco comunitário na Reserva. A partir disso foi intensificado o trabalho com as organizações locais, que mesmo enfrentando dificuldades no que se refere a mobilização e comunicação popular, se mantiveram firmes em acreditar na proposta. A INCIES e o SAR se mantiveram presentes nesse processo prestando assessoria para conduzir essa ideia junto a comunidade, contribuindo com a realização das reuniões e articulação para criação de um Conselho Gestor do Banco Comunitário, que possibilitou a articulação para realização de uma enquete para que decidiu o nome da moeda social da comunidade, a qual foi escolhido “Cavalo Marinho”, com o nome decidido foi realizado o concurso da moeda para escolher quais artes estariam estampadas em cada moeda, pois são exclusivas. Com a moeda já escolhida e iniciado o processo de produção, o Conselho deu seguimento à elaboração do estatuto do Banco onde estão as diretrizes e como deve funcionar, para prosseguir com a ideia cada vez mais próxima da concretização. RESULTADOS Em seu processo de consolidação o Banco Comunitário de Ponta do Tubarão encontrou diversos desafios, ao passo que obteve também avanços significativos. Um dos principais desafios foi garantir a participação e envolvimento das organizações e da comunidade, já que eles que impulsionam as ações do banco, e se fazem necessários, junto a comunicação popular que desempenhou um papel essencial em meio a necessidade de apoio e aceitação da comunidade para que o banco pudesse ser implementado. Visando superar esses desafios, foram realizadas formações de agentes comunitários de finanças solidárias, intercâmbios com outros bancos comunitários e a produção de vídeos explicativos sobre o funcionamento do banco. Mesmo diante das dificuldades, o Conselho Gestor do banco conseguiu avançar, realizando uma enquete para decidir o nome do banco e iniciando a produção do estatuto, que define as diretrizes e o funcionamento do banco. Após alguns anos de mobilização, o Conselho Gestor conseguiu construir o lastro do banco com o apoio de parceiros, e assim, mesmo sem a sede finalizada, o funcionamento foi iniciado com o câmbio das moedas, e os demais serviços foram implementados gradualmente. E como o envolvimento da comunidade é fundamental para o sucesso do banco, foram feitos cadastros com comerciantes locais que aderiram à proposta. Assim se firma a noção de que cada processo de implementação de um banco comunitário é único e requer atenção especial às condições e características de cada comunidade. O envolvimento da comunidade e o fortalecimento dos parceiros e organizações são essenciais para a manutenção e avanço do banco, fortalecendo a buscando a concretização de seus objetivos, de promover o desenvolvimento local, facilitar as transações comerciais na própria comunidade e fortalecer os empreendimentos locais. É uma tecnologia social importante para o desenvolvimento sustentável da região, e a coletividade da comunidade e o envolvimento de todos são fundamentais para que o banco continue avançando e cumprindo sua missão. CONSIDERAÇÕES FINAIS Vale salientar que a criação e implementação do Banco Comunitário da Reserva de Desenvolvimento Ponta do Tubarão, se encontra em execução. Mas, com a criação e funcionamento do banco espera-se que o mesmo contribua para o desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental da comunidade. Objetiva-se também, que este seja um instrumento de colaboração e fortalecimento das organizações sociais existentes na comunidade, garantindo o equilíbrio com as características naturais da região e o modo de vida da população, incentivando seus moradores a realizar suas atividades diárias e mensais de consumo e de venda de produtos e serviços na própria comunidade, facilitando o pagamento de contas a partir dos serviços de correspondência bancárias, além de fortalecer os empreendimentos associados ao banco comunitário. Um conjunto significativo de iniciativas de Bancos Comunitários no Brasil destaca a importância que esse instrumento vem adquirindo para o desenvolvimento territorial local, desde o primeiro banco criado no Conjunto Palmeira, em Fortaleza-CE: o Banco Palmas. São iniciativas como essas que inspiraram a articulação das lideranças locais da RDSEPT, e o desejo de fortalecer a economia e os recursos naturais da comunidade. Apesar dos grandes desafios enfrentados, o processo de implementação e abertura do BC-RDSEPT também encontrou vantagens, sobretudo, como colaboradores e parceiros envolvidos, para ser possível seu desenvolvimento e inauguração. Sabendo como o trabalho comunitário requer paciência e envolvimento de participantes que se dediquem, encontrou-se nessa caminhada para implantação do banco parceiros comprometidos que enxergaram na comunidade, no conselho e em todos as parceiros e parceiras que foram feitos na trajetória, nos processos de formação e organização, pois sem esse apoio o banco não estaria funcionando, ademais é a coletividade da comunidade e envolvimento que fará o banco comunitário permanecer e avançar no seu funcionamento. REFERÊNCIAS COELHO, Franklin Dias. A história das finanças solidárias. ANPUH–XXII Simpósio Nacional de História–João Pessoa, 2003. Marx, Karl. O Capital - Vol.I, Tomo 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983. MELO NETO SEGUNDO, João Joaquim de; MAGALHÃES, Sandra. Bancos comunitários. 2009. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. NETTO, José Paulo. Introdução ao método da teoria social. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 668-700, 2009.
Título do Evento
1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (SEPETS)
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NETO, JOAO BATISTA DE LIMA MARTINS et al.. RESUMO EXPANDIDO: BANCO COMUNITÁRIO DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO E A PARTICIPAÇÃO DA INCUBADORA DE INICIATIVAS E EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS.. In: Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Centro de Tecnologia da UFRJ, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1_SEPETS/698625-RESUMO-EXPANDIDO--BANCO-COMUNITARIO-DA-RESERVA-DE-DESENVOLVIMENTO-SUSTENTAVEL-ESTADUAL-PONTA-DO-TUBARAO-E-A-PARTI. Acesso em: 12/06/2025

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