APLICATIVO MENTALPRO PARA AUXÍLIO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

Publicado em 20/11/2023 - ISBN: 978-65-272-0008-6

Título do Trabalho
APLICATIVO MENTALPRO PARA AUXÍLIO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL
Autores
  • Igor Barreto Meirelles
  • Jorge Luiz Lima da Silva
  • Claudia Maria Messias
  • Kevin Sousa Barbosa
  • Gustavo Martins Lemos Tavares
Modalidade
Resumo expandido de Relatos de Experiências
Área temática
Tecnologias Sociais
Data de Publicação
20/11/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1_sepets/698168-aplicativo-mentalpro-para-auxilio-na-promocao-da-saude-mental
ISBN
978-65-272-0008-6
Palavras-Chave
Aplicativos Móveis; Saúde Mental; Tecnologia da Informação em Saúde.
Resumo
Introdução Os distúrbios mentais são uma preocupação relevante para a saúde pública, de acordo com informações da OMS (2018), onde aproximadamente 450 milhões de pessoas são afetadas por algum tipo desses distúrbios. Uma a cada quatro pessoas será impactada em algum momento da vida. No ano de 2020, a depressão destacou-se como a principal razão para o afastamento global, tornando-se ainda mais premente a necessidade de estratégias para mitigar os efeitos, especialmente durante a pandemia e o período de isolamento. Nessa perspectiva, entende-se que a saúde mental é resultado de interações complexas e múltiplas que envolvem fatores biológicos, psicológicos e sociais. Compreende-se que os determinantes sociais de saúde desempenham papel fundamental no desenvolvimento dos transtornos mentais, os quais podem impactar tanto a saúde física, quanto mental dos indivíduos. A prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) entre os usuários da atenção primária é significativa, especialmente em países como o Brasil. Exemplos de TMC incluem somatizações, fobias, transtornos do pânico, bulimia, transtornos depressivos, ansiedade generalizada e a combinação desses dois últimos, entre outros. A classificação desses transtornos torna-se desafiadora, devido à complexidade e similaridade dos sintomas. Esses transtornos são mais frequentes em grupos como mulheres, trabalhadores, adolescentes, gestantes e profissionais de saúde. Conforme apontado pelo Ministério da Saúde (2020), o período de distanciamento social acarretou uma série de desafios, tais como a deterioração das redes sociais, o estresse relacionado a dívidas, o estigma e a rejeição, a raiva e a agressividade, a desconfiança, além do surgimento ou recaída de transtornos mentais. Além disso, outros fatores como baixa renda, crises em países em desenvolvimento, o aumento da população idosa, as demandas do mundo tecnológico e a reorganização do sistema de trabalho contribuem para uma maior demanda e exigências psicossociais, resultando no aumento da prevalência de problemas de saúde mental. O objetivo deste estudo é relatar a experiência de desenvolvimento de aplicativo para auxiliar na suspeição de TMC com foco na promoção da saúde mental. Acredita-se que as tecnologias podem ser aliadas na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida. Método: a iniciativa surgiu durante a pandemia, devido à preocupação de acadêmicos de enfermagem com sua saúde física e, principalmente, mental. Um projeto de ensino foi criado em 2020, sob a coordenação do professor Jorge Luiz Lima, com o intuito de ajudar nas demandas de estudantes da área da saúde (oficinas, escrita de artigos, aulas, palestras, reforço de conteúdos sobre qualidade de vida e saúde mental). Com o passar dos meses, a atividade foi tomando forma, contando com a participação de vários integrantes do Brasil, com reuniões por via remota semanais. Nomeado como Projeto de Ensino e Extensão Saúde na Universidade (Pensu), as atividades ocorrem até os dias atuais e seus produtos são disponibilizados no Instagram (@espacoabertosaudeuff) e YouTube (Ciência & Saúde UFF e Espaço Aberto p/ Saúde UFF). A ideia de criar um app que pudesse ser utilizado em casa, de forma simples, útil durante o isolamento social impulsionou o grupo. A ideia existia desde 2017, entretanto a pandemia deu o impulso essencial, uma vez que que o recurso poderia ser utilizado na área da saúde, por alunos de escolas públicas, pelos próprios acadêmicos e por qualquer pessoa. O produto mostrava-se como ferramenta atrativa, face às discussões emergentes sobre saúde mental que perduram desde então. Contando com a participação de bolsistas de iniciação científica, tecnológica, docência e desenvolvimento acadêmico, o projeto do MentalPro foi testado e passou por várias sugestões. As escalas utilizadas fazem parte das pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado do professor orientador. Os produtos desse projeto integram ação de pesquisa, ensino, extensão e inovação que vão desde criação de banners com temas sobre educação em saúde, passando por artigos científicos, até os aplicativos em saúde. Todas as atividades compõem um programa de extensão, com 15 anos em 2023, chamado Espaço Aberto para a Saúde UFF. Com isso, a pesquisa trata-se de relato de experiência do passo a passo de estudo metodológico sobre construção de recurso tecnológico que objetiva a construção de uma aplicação híbrida, desktop e mobile. O estudo metodológico busca elaborar novos instrumentos ou ferramentas, estruturando a utilização da tecnologia para criar protocolos assistenciais, além de serem capazes de traduzir, validar e/ou adaptar instrumentos preexistentes a diferentes tipos de contextos. Com isso, o projeto de criação do app pretendeu reunir as informações, simplificá-las, torná-las acessíveis e com linguagem convidativa para as pessoas, a fim de disseminar os conteúdos de promoção e prevenção. Utilizou-se como referência os questionários validados no Brasil. As dimensões das principais escalas utilizadas em saúde mental que foram inseridas na programação: a Self Reporting Questionnaire (SRQ) que avalia TMC na atenção básica, criada por Goldberg e Huxley (1992); a Job Stress Scale, em seu formato reduzido para avaliar o grau de estresse no trabalho; e o inventário da síndrome do esgotamento profissional, conhecida como burnout, para aqueles com sinais de alto desgaste no trabalho (ALVES, 2004). A utilização do SRQ na atenção básica, sobretudo em países em desenvolvimento, é recomendada pela OMS, à medida em que preenche critérios acerca da facilidade de uso e custo reduzido. Tal questionário é utilizado em diversos países de culturas distintas a fim de rastrear transtornos não-psicóticos (Gonçalves, Stein; Kapczinski, 2008, Mari; William, 1986). Após a fundamentação teórica, deu-se início ao processo de design do aplicativo, que envolveu a criação da estrutura de navegação, a definição visual, a seleção de tipografia e a responsividade das telas. Para isso, utilizou-se o software de design colaborativo Figma, que permitiu a construção dos mockups necessários. Na etapa de desenvolvimento, foram adotadas linguagens amplamente reconhecidas no desenvolvimento web de sites e aplicativos, como Hyper Text Markup Language (HTML5), JavaScript e Cascade Style Sheet (CSS3). Além disso, o framework Vue JS foi escolhido para o desenvolvimento do aplicativo, e o Firebase foi utilizado para armazenar textos, títulos, mensagens de finalização e hospedagem da aplicação. Também foi utilizado o plugin do Material Design Vuetify, para garantir uma interface visual moderna e consistente. Foi utilizada a tecnologia PWA - Progressive Web App (Aplicativo Web Progressivo, em português). O recurso combina sites e aplicativos móveis para oferecer uma experiência de usuário simples. A principal característica de um PWA é a capacidade de ser instalado e executado como um aplicativo tradicional, mesmo sendo acessado por meio de um navegador da web. Isso significa que os usuários podem adicionar um PWA à tela inicial de seus dispositivos, e acessá-lo sem a necessidade de baixar e instalar um aplicativo separado (HUME, 2018). Os PWAs são projetados para serem responsivos, rápidos, confiáveis e capazes de funcionar offline. O recurso pode ser utilizado por meio de qualquer navegador moderno, e se adapta a diferentes tamanhos de tela, incluindo desktop, smartphone e tablet (ibid). Resultados: O fluxo de questões foi inserido na programação, em etapas diferentes durante a interação, dessa forma, consegue-se realizar a triagem selecionando os suspeitos. Destacam-se quatro momentos na interação durante o uso do aplicativo: momento um - para aqueles usuários que não trabalham e não apresentam suspeição, caso queira e clique no ícone “dicas de saúde” receberá orientações gerais para controle do estresse e ansiedade; momento dois - para aqueles que trabalham, a programação iniciará o questionário de estresse no trabalho, após a fase um completa; momento três - para aqueles que trabalham e são suspeitos de estresse moderado, os quais são encaminhados para o questionário de esgotamento profissional (burnout); após completar a fase um e dois e, por fim; momento quatro - onde aqueles com risco elevado e sinais de danos, descritos nas escalas / escores, são orientados com auxílio do GPS a buscarem unidade de saúde de referência no SUS (no caso, uma UBS). As informações necessárias básicas para utilização completa do recurso são: idade; sexo; estado e cidade. Cabe destacar que o aplicativo não possui pretensão de diagnosticar doenças, uma vez que trabalha com uma autoavaliação com foco na promoção da saúde física e mental. Para que o usuário chegue a receber a recomendação de buscar atendimento na UBS, provavelmente terá uma soma de sinais e sintomas que vão além do aspecto mental/ emocional, os quais podem ser situações que afetam a saúde global. As dicas de saúde e bem-estar são o foco do produto, mais de vinte subsequentes, onde a cada informação visualizada há botões de interação para a resposta do usuário sobre a sugestão da atividade. Conclusão: ademais, após ajustes e testagens acerca das versões que foram adaptadas conforme demanda, o produto digital será registrado na plataforma play store. A Universidade Federal Fluminense realizou o registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial n. BR512022001028-3. Nessa etapa, o desenvolvedor fornece todas as informações relacionadas ao produto digital oferecido. O produto encontra-se disponível em: pensu-promental.web.app, recomendado em pesquisas e buscas livres na internet com uma média de 200 acessos semanais em 2023. O aplicativo MentalPro possui potencial para se tornar ferramenta útil em vários ambientes de atendimento de saúde, como salas de espera, pré-atendimento, consultas médicas, de enfermagem, e triagem. Sua função é auxiliar os profissionais de saúde ao direcionar os cuidados apropriados para promover a saúde dos usuários. Adicionalmente, o aplicativo oferece a capacidade de identificar sinais e sintomas associados ao estresse leve, moderado ou até mesmo ao esgotamento, reconhecendo as necessidades dos usuários e fornecendo orientações sobre a importância de procurar atendimento profissional e especializado. Com isso, o aplicativo contribui para as práticas de educação em saúde e facilita a atualização dos profissionais de saúde no uso de aplicativos como uma ferramenta de suporte. Espera-se que essa experiência estimule o interesse no desenvolvimento de outros aplicativos para dispositivos móveis que abordem temas relacionados à saúde, incluindo transtornos mentais, os quais são frequentemente negligenciados. Isso ajudará a popularizar esses temas, contribuindo para a promoção da saúde, prevenção de doenças e redução de incapacidades. ALVES, M. G. M.; CHOR, D.; FAERSTEIN, E.; LOPES, C. S.; WERNECK, G. L. Versão resumida da Job Stress Scale: adaptação para o português, Rev. Saúde Pública, v.38, n. 02. p.164-171, 2004. GONCALVES, D. M.; STEIN, A. T.; KAPCZINSKI, F. Avaliação de desempenho do Self-Reporting Questionnaire como instrumento de rastreamento psiquiátrico: um estudo comparativo com o Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 380-90, 2008. HUME, D.A. Progressive Web Apps. Manning Shelter Island: NY, 2018. MARI, J.J.; WILLIAMS, P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. BJ Psych, v. 148, n. 1, p.23-26, 1986. TAMAYO, M.R.; TROCCOLI, B. T. Construção e validação fatorial da Escala de Caracterização do Burnout (ECB). Estud. psicol. v. 14, n. 3, p. 213-21, 2009. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Agência de Inovação. Tecnologias Sociais. Aplicativo Mentalpro recebe o Prêmio UFF de Excelência em Inovação para o Desenvolvimento Social de 2021. Disponível em: https://tecnologiasocial.uff.br/?p=6188. Acessado em :20/05/2023.
Título do Evento
1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (SEPETS)
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MEIRELLES, Igor Barreto et al.. APLICATIVO MENTALPRO PARA AUXÍLIO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL.. In: Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Centro de Tecnologia da UFRJ, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1_SEPETS/698168-APLICATIVO-MENTALPRO-PARA-AUXILIO-NA-PROMOCAO-DA-SAUDE-MENTAL. Acesso em: 16/07/2025

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