“VOCÊ É MARXISTA, NÃO É?”: O PAPEL DO MARXISMO NAS LÓGICAS DE CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS DE RAYMOND WILLIAMS NO BRASIL

Publicado em 22/09/2022 - ISSN: 2175-6880

Título do Trabalho
“VOCÊ É MARXISTA, NÃO É?”: O PAPEL DO MARXISMO NAS LÓGICAS DE CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS DE RAYMOND WILLIAMS NO BRASIL
Autores
  • Carla Baute
Modalidade
Trabalho Completo
Área temática
GT 08 -INTELECTUAIS, MARXISMO E PRODUÇÃO CULTURAL: DILEMAS DA ESQUERDA LATINO-AMERICANA
Data de Publicação
22/09/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/12snsep/485001-voce-e-marxista-nao-e--o-papel-do-marxismo-nas-logicas-de-circulacao-das-ideias-de-raymond-williams-no-brasil
ISSN
2175-6880
Palavras-Chave
História Intelectual; Circulação de ideias, Raymond Williams, Marxismo, Marxismo no Brasil.
Resumo
A figura do crítico galês Raymond Williams (1921-1988) suscitava reações ambivalentes dentre alguns marxistas contemporâneos ao autor. Isso se deve ao fato de que determinadas abordagens mais ortodoxas do materialismo histórico deixavam pouco – ou nenhum – espaço para as potencialidades da produção cultural para além de mero reflexo da sociedade. O artigo “Você é marxista, não é?”, publicado em 1977, é uma assertiva tomada de posição e uma espécie de “acerto de contas” de Williams com essa tradição intelectual. Se nas primeiras décadas de sua trajetória, o autor buscou se desvencilhar do que ele chamava de mecanicismo presente em autores tais como Gueorgui Plekhanov e Christopher Caudwell, por exemplo, seria somente nos anos 1970 que suas interpretações heterodoxas, tanto do próprio Karl Marx quanto de outros nomes como Antonio Gramsci, os frankfurtianos e Lucien Goldmann, levariam a um certo “reencontro” com o marxismo e resultaria em suas contribuições mais significativas, cunhada como a teoria do materialismo cultural. Ao dar ênfase às lógicas de produção e reprodução de significados e valores das formações sociais, Williams deslocou a metáfora da base determinante/superestrutura determinada para um entendimento mais dinâmico e totalizante. Suas contribuições podem ser lidas tanto como causa e quanto como sintoma de um período de transformações profundas na intelectualidade de esquerda. Desde os finais da década de 1970 e até os dias de hoje, a fortuna crítica de Williams tem presença significativa na América Latina. Quando se trata do Brasil, as discussões em torno de seu pertencimento ou não a uma tradição específica podem ser indícios importantes para a reflexão acerca de nossos arranjos intelectuais locais. Partindo do pressuposto que processos de circulação de ideias não acontecem desvinculados de dinâmicas próprias aos jogos de poder simbólico, entende-se que nessas práticas a “filiação” teórica de um autor carrega consigo características que indicam os espaços nos quais seu pensamento poderá florescer ou não em um campo intelectual alheio aquele de origem. Com isso em mente, a presente comunicação discutirá diferentes períodos e contextos brasileiros nos quais o marxismo de Williams foi/é por vezes exaltado, ocasionalmente silenciado e eventualmente esquecido. Busca-se, com isso, argumentar a respeito do estatuto do marxismo dentro do arranjo de forças classificatórias em nosso país.
Título do Evento
12º Seminário Nacional Sociologia & Política
Título dos Anais do Evento
Seminário Nacional Sociologia & Política UFPR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BAUTE, Carla. “VOCÊ É MARXISTA, NÃO É?”: O PAPEL DO MARXISMO NAS LÓGICAS DE CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS DE RAYMOND WILLIAMS NO BRASIL.. In: Seminário Nacional Sociologia & Política UFPR. Anais...Curitiba(PR) UFPR, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/12snsep/485001-VOCE-E-MARXISTA-NAO-E--O-PAPEL-DO-MARXISMO-NAS-LOGICAS-DE-CIRCULACAO-DAS-IDEIAS-DE-RAYMOND-WILLIAMS-NO-BRASIL. Acesso em: 13/06/2025

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