AUTOETNOGRAFIA DE ITINERÁRIO DE REABILITAÇÃO PÓS-AVC

Publicado em 28/09/2020 - ISSN: 2175-6880

DOI
10.29327/125999.11-7  
Título do Trabalho
AUTOETNOGRAFIA DE ITINERÁRIO DE REABILITAÇÃO PÓS-AVC
Autores
  • vera l a fonso moreira de andrade
Modalidade
Apresentação Oral
Área temática
GT 16 - Sociologia da saúde
Data de Publicação
28/09/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/11snsp/236240-autoetnografia-de-itinerario-de-reabilitacao-pos-avc
ISSN
2175-6880
Palavras-Chave
sociologia da saúde, autoetnografia, itinerário terapêutico
Resumo
A vida seguia seu fluxo, e meu cotidiano - que até então eu percebia - estruturado com a família, pequenas caminhadas, amigos, viagens, de repente se interrompe pela doença. Este trabalho apoiado na fenomenologia de Schutz e na abordagem autoetnografica pretendeu elaborar uma narrativa acerca de minha experiência de doença. O “ponto de partida básico é [...] o fluxo da experiência subjetivo e espontâneo”(SCHUTZ, 2012, p.345). A notícia veio após consulta para obter atestado para atividade física. Diagnosticada com rompimento de cordoalha, procurei outras opiniões sobre fazer ou não a cirurgia aberta ou por vídeo. Tive um derrame intra-hepático e fiz repouso de seis meses para fazer a plastia da cordoalha, assistida por uma equipe especializada. Mais tarde, passado o medo da cirurgia e consequências, em casa ao levantar percebi algo diferente, não conseguia vestir o casaco, articulando os braços. Chamei o marido que não ouviu, fui à sala e falei percebendo desesperada que não me entendia embora eu emitisse sons. Alimentei-me com aflição. Chegada minha filha perceberam a situação e me conduziram rapidamente para o hospital. Passadas algumas horas e exames, fui diagnosticada com AVC isquêmico. Eu lúcida ainda na sala do pronto atendimento, sentia que estava em risco e queria me livrar do acesso no braço direito. Depois na UTI apavorada, não queria dormir com medo de morrer, de não falar. No quarto, recebi orientações profissionais, como fonoaudiólogo que me apresentou afasia, neuropsicóloga me acolhida, a fisioterapeuta atuando comigo para minimizar as sequelas de movimento. Paulatinamente minha vida se transformou a partir do que se tornou central “Como poderia me (re)habilitar?” Inicialmente as sessões foram diárias, depois semanais e por fim mensais. Desde então são anos me ajustando aos desafios e tecendo novas possibilidades. Na esteira de Alves e Souza (1999, p. 133) me engajando em um itinerário de cura repleto de “planos, estratégias e projetos voltados para [...] o tratamento da aflição”. Aprendi a ressignificar a aflição que sentia e que ainda sinto. Sigo adaptando-me às inúmeras dificuldades físicas. Narro sobre os desafios da doença e reabilitação, pois me auxilia a reorganizar a nova realidade, e me fornece outros modelos de ação (LANGDON, 2001). Uso como estratégias a gravação de áudios, a escuta repetida e atenta para lançar-me então no texto escrito sobre o qual a leitura lenta me conduz à compreensão e elaboração daquilo que vivi e estou vivendo.
Título do Evento
11 Seminário Nacional Sociologia & Política
Título dos Anais do Evento
Anais XI Seminário Nacional Sociologia & Política
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

ANDRADE, vera l a fonso moreira de. AUTOETNOGRAFIA DE ITINERÁRIO DE REABILITAÇÃO PÓS-AVC.. In: Anais XI Seminário Nacional Sociologia & Política. Anais...Curitiba(PR) UFPR, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/11snsp/236240-AUTOETNOGRAFIA-DE-ITINERARIO-DE-REABILITACAO-POS-AVC. Acesso em: 17/05/2025

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