Entre a Serra e o
Mar: Construindo Diálogos entre Saúde, Ecossistemas e Tecnologias
A XXXI Semana Científica da
UNIFASE/FMP, com o tema “Entre a Serra e o Mar: interfaces entre saúde,
ecossistemas e tecnologias”, propõe uma reflexão ampliada e integrada que
articula ciência, território e sociedade. O evento promove o diálogo entre os
saberes acadêmicos, as práticas comunitárias e as tecnologias sociais e
digitais como estratégias fundamentais para a promoção da saúde coletiva, sustentabilidade
e justiça ambiental.
Os territórios são espaços
dinâmicos onde se entrelaçam dimensões ambientais, sociais, políticas e
tecnológicas. No contexto dos ecossistemas fluminenses — caracterizados por
zonas de montanha, bacias hidrográficas e áreas costeiras — observa-se uma
crescente interdependência entre fatores ecológicos e processos de
desenvolvimento humano. A intensificação dos impactos ambientais, como a
poluição hídrica, os deslizamentos de terra e os eventos climáticos extremos,
revela a urgência de abordagens interdisciplinares e multiescalares para a
compreensão e intervenção sobre os determinantes socioambientais.
A nossa programação contempla
mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras e mostras de trabalhos, abordando
questões estruturantes como sustentabilidade, inovação tecnológica e políticas
públicas em saúde. A inclusão de temáticas ligadas à gestão em saúde e à
cooperação com empresas e instituições públicas reforça a importância de
modelos de governança mais responsivos, sustentáveis e intersetoriais.
Ademais, o evento reconhece o
papel dos saberes tradicionais, dos conhecimentos locais e das práticas
culturais no enfrentamento de vulnerabilidades socioambientais. Populações
indígenas, quilombolas, ribeirinhas e camponesas, historicamente
invisibilizadas nos processos decisórios, detêm repertórios epistemológicos
valiosos para a construção de estratégias adaptativas e resilientes. Incorporar
essas perspectivas ao debate científico amplia o alcance das investigações
acadêmicas e contribui para a formulação de soluções contextualizadas.
Nesse cenário, pensar as
interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias implica romper com lógicas
fragmentadas e propor uma ciência comprometida com a complexidade dos fenômenos
contemporâneos. Entre a serra e o mar, entre a ciência e a comunidade, entre a
gestão e a participação social, abre-se a possibilidade de construir novos
referenciais para o desenvolvimento sustentável e a equidade em saúde.