XXIII ENCONTRO DE HISTÓRIA E II SIMPÓSIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS CULTURAIS, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO – PROMEP

XXIII ENCONTRO DE HISTÓRIA E II SIMPÓSIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS CULTURAIS, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO – PROMEP

presencial UEG - Campus Cora Coralina - Goiás - Goiás - Brasil

O evento já encerrou

finalizado

{{'Receba_os_melhores_eventos_da_sua_area' | translate}}

{{'Receber_eventos' | translate}}

Além das imagens hegemônicas: visualidades Decoloniais

O XXIII Encontro de História e II Simpósio de Pós-graduação em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP), é uma experiência acadêmica, científica e cultural que vai se consolidando como parte das atividades do Curso de História da Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Cora. O Curso de História esteve sempre presente e resiliente, neste ano de 2024, realizaremos atividades acadêmicas, científicas e culturais como um processo de fazer chegar os saberes que produzimos na graduação e pós-graduação em História. Um esforço dos professores e acadêmicos para fazer essa composição simbólica, cultural, política e educacional que sempre se constituiu na Universidade Estadual de Goiás. Além das imagens hegemônicas: visualidades Decoloniais é o tema norteador deste ano, procurando construir saberes que consigam entender essa diversidade social, cultural, simbólica e resiliente dos povos originários no território que convencionou denominar de América. Repensar e construir um olhar às avessas e que os homens e mulheres desse passado com o agora sejam visualizados e estudados com as experiências resilientes que marcou e ainda marca a trajetória histórica dos povos originários com suas línguas, artes, povos diversos, formação social, política e cultural. Povos que são originários e humanos neste imenso território.

Inscrições

{{'Label_CodigoPromocionalAplicadoComSucesso' | translate}}
{{'Label_Presencial' | translate}} {{'Label_Online' | translate}} {{'Label_PresencialEOnline' | translate}}

{{item.titulo}}

{{'Label_DoacaoAPartir' | translate}} {{item.valores[0].valor | currency:viewModel.evento.moeda}}

{{item.descricao}}
{{'Titulo_Gratis' |translate}} {{viewModel.configuracaoInscricaoEvento.descricaoEntradaGratis}}
{{entrada.valor | currency:viewModel.evento.moeda}} {{entrada.valor | currency:viewModel.evento.moeda}}  

{{entrada.valorComDesconto | currency:viewModel.evento.moeda}}

{{'Titulo_Ate' | translate}} {{entrada.validoAte |date: viewModel.evento.cultura.formatoData}}
{{'Titulo_Ate' | translate}} {{entrada.validoAte |date: viewModel.evento.cultura.formatoData}}
{{'Label_APartirDe' | translate}} {{entrada.validoDe | date:viewModel.evento.cultura.formatoData}}
Calendar

{{'Titulo_NaoDisponivel' | translate}}

ST APROVADOS - relação das apresentações


ST 1 – Cultura Popular e a resistência camponesa no cerrado: saberes e práticas culturais de enfrentamento

 

Coordenadores:

Lucas Pires Ribeiro

lucas.ribeiro@ueg.br

Valtuir Moreira da Silva

valtuir.silva@ueg.br

 

Data: 28 de novembro de 2024 

Horário: 14 h

Local:  http://meet.google.com/yea-yivz-tfc

 

Resumo do Simpósio Temático

 

Nas últimas décadas, em virtude da consolidação da História Cultural na historiografia goiana, novas e importantes possibilidades de pesquisa têm se apresentado no horizonte de pesquisadores e pesquisadoras. Entre as possibilidades temáticas, o cotidiano da cultura camponesa, no transcorrer do processo histórico, tem ocupado um espaço significativo tanto na historiografia quanto em outras “áreas” do conhecimento. A formação do território goiano, caracterizada na consolidação de uma estrutura agrária violenta, incidiu fortemente na formação social, cultural e econômica desse imenso espaço. Na concepção de alguns pesquisadores, em especial Júlio Borges (2016), a formação do território pode ser entendida a partir da categoria de fazenda-roça goiana. No entanto, o território se encontra permeado por uma diversidade sociocultural em virtude da presença ativa e resistente dos humanos. Destarte, o presente Simpósio Temático procura fazer uma imersão reflexiva sobre as ações e intervenções dos humanos, das camadas populares, no território goiano. De maneira mais específica, uma reflexão sobre os camponeses e suas práticas culturais, analisando os modos e as maneiras que essa categoria encontrou, historicamente, para se posicionar ativamente diante de uma estrutura agrária, representada nos poderes dos grandes fazendeiros, opressora e violenta. Nesse sentido, objetivamos reunir pesquisadores e pesquisadoras, das mais diversas formações acadêmicas, que apresentem temáticas que versam tanto sobre a cultura popular quanto sobre a cultura camponesa, apresentando as diferentes formas de resistência – causos, contos, poesias, músicas, mutirões, folguedos populares, organização sindical, associações, movimentos sociais - que esses atores e atrizes sociais, de forma individual ou coletiva, tanto no passado quanto no presente, adotaram para garantirem uma vida digna e se posicionarem de maneira resistente dentro do território goiano. A cultura popular e a cultura camponesa estão inseridas no presente Simpósio Temático enquanto categorias que representam práticas, valores e costumes de resistência aos poderes coloniais.

 

Palavras-chave: Cultura popular. Camponeses. Resistência.

 

 

 

                                                     COMUNICAÇÕES

 

O encontro de culturas tradicionais da Chapada dos Veadeiros: cultura popular e resistência

José Fernando Saroba Monteiro

jfmonteiro2@hotmail.com

 

Resumo: Em 2023, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros foi eleito patrimônio imaterial goiano, pela Lei nº 22.007. Aqui importa perceber o reconhecimento, por meio da patrimonialização, de um bem imaterial, de uma celebração, que contempla a cultura popular tradicional, iniciativa primeira do Encontro de Culturas. Mais do que contemplar a cultura popular tradicional, aliás, o Encontro serve como um lugar de resistência, ao abrigar este tipo de manifestação tão preterida nos centros urbanos e entre a cultura dominante. Isso porque, ao reunir diferentes expressões artístico-populares – como a catira, curraleira, congada, sussa, batuque, lundu, e.o., originadas dentro e fora do estado de Goiás – o Encontro de Culturas garante a subsistência de seus mestres, brincantes, dos folguedos, cantos e danças, muitas vezes esquecidos e que, sem ter um espaço para sua prática e permanência, correm o risco de até mesmo se extinguirem. Deste modo, além de celebrar a cultura popular tradicional brasileira, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros funciona como uma plataforma para dar visibilidade a essa cultura, despertando o interesse das novas gerações e, com isso, assegurar a sua perenidade, além de promover o intercâmbio entre os atores culturais, que ampliam o conhecimento sobre a realidade de seus congêneres e dialogam sobre as causas e soluções para os problemas enfrentados. Ademais, a humanização e a sensibilização sobre diversas causas, não apenas culturais, mas também relativas ao meio ambiente, sustentabilidade, economia rural, produção artesanal, tradição indígena e quilombola, são importantes frentes de ação do Encontro. Sediado na Vila de São Jorge, às portas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o evento coexiste com o turismo, com o avanço da agricultura extensiva e com a urbanização crescente que, se não bem reguladas, representam ameaças ao ecossistema da região, como outrora fora o garimpo, proposta contrária a do Encontro de Culturas, que prefere defender os saberes ancestrais, a medicina natural, o cultivo orgânico, o artesanato, contos, rituais, crenças, servindo, portanto, como locus de resistência para a cultura popular tradicional em suas mais diferentes formas.

 

 Uma viagem pelos galhos tortuosos do cerrado: reflexões patrimoniais sobre o bioma brasileiro

 

Nayrhainne Souza Duarte Araújo

nayrhainne.aaraujo.seduc.go.gov.br

Luana Nunes Martins de Lima

luana.lima@ueg.br

 

Resumo: O presente artigo busca apresentar, refletir e caracterizar o bioma Cerrado e suas características socioculturais, pautadas numa perspectiva patrimonial. Por detrás de seus galhos tortuosos e secos, o Cerrado brasileiro carrega profusos elementos culturais, ambientais e sociais do povo que coabitam em seu território, e, compreender esta relação faz-se importante para o desenvolvimento de políticas públicas e ações que visam preservar o bioma como Patrimônio Natural do país e dos estados em que se faz presente. As análises e estudos sobre o conceito de patrimônio está em constante transformação e aproximou-se, por volta da década de 1970, dos temas ambientais e naturais, ampliando as pesquisas que debruçam sobre a importância da preservação e conservação dos elementos naturais para a vida humana. São por meio destes elementos que a população desenvolve seus modos de vida, fazeres e saberes, que perpassam tradicionalmente por várias gerações, fortalecendo, portanto, a importância de se pensar a natureza, também, como patrimônio. Desta forma, este trabalho, auxilia e evidencia as características que relacionam o bioma Cerrado, com as discussões empreendidas sobre a noção de Patrimonio Natural e sua urgente necessidade de preservação, para manutenção da vida humana, e, também, de sua cultura.

 

Palavras-chave: Cerrado. Patrimônio Natural. Preservação.

 

 

 

O mutirão no campo como prática cultural não hegemônica

 

Leticia Rodrigues de Paulo

leticiagoias321@gmail.com

 

Resumo: Este resumo tem como objetivo analisar o mutirão no campo como prática cultural tida como não hegemônica, mas que reverbera no âmbito político, social, cultural e econômico. A metodologia deste trabalho se caracteriza como estudo bibliográfico. Para tanto, utilizar-se-á como referencial teórico os estudos de Sabourin e Caron (2009). Nas últimas décadas, a ampliação de categorias como o Patrimônio tem oportunizado que novos atores sociais, ora à margem da sociedade, sejam trazidos a tona. Com isso, temos a inserção dos povos do campo, suas tradições, costumes, festas e a infinidade de saber fazer de cada comunidade camponesa. Práticas que afirmam e reafirmam suas identidades. Esses sujeitos, que em suas trajetórias carregam o histórico de subordinação, exploração face a elite rural que ainda impera e o desafio do crescimento e centralidade do urbano, outrossim também detém formas de enfrentamento, lutas e resistências através de práticas passadas de geração em geração, presentes no cotidiano dos povos do campo, como é o caso dos mutirões. Para Sabourin e Caron (2009), os mutirões são formas de cooperação entre os camponeses na execução de trabalhos que envolvem bens comuns e coletivos (mutirão para plantio) ou em benefício de uma única família (mutirão para reforma de casa). O Mutirão fortalece o senso de comunidade e pertencimento, constitui uma forma de cooperação e sociabilidade. Ademais, contrapõe-se à dinâmica capitalista neoliberal, haja vista que o resultado do trabalho é revertido em benefício daqueles que o fizeram e não pode ser apropriado. No que concerne ao patrimônio cultural, o mutirão nas comunidades do campo, apresenta-se como um vasto território a ser desvelado, mas que já enuncia diversidade em suas múltiplas práticas culturais.

 

Palavras-chave: Mutirão. Campo. Patrimônio.

 

 

 As ruas como um cenário de resistência, manifestações e protestos que moldaram a História

 

Yasmin Marques da Silva

marquesyasmim94@gmail.com

 

Resumo: Este artigo busca analisar as ruas como importantes espaços de transformação social e resistência, lugares onde diferentes grupos se reúnem para expressar demandas culturais, políticas e sociais que influenciam a organização e identidade da sociedade. A pesquisa adota uma visão ampliada das ruas, considerando-as mais do que simples vias de circulação: são verdadeiros palcos de mobilização popular e construção de identidades coletivas. Com base nos estudos de teóricos como Walter Benjamin (1987), Henri Lefebvre (2006) e Maria Stella Bresciani (1982), o artigo investiga como as ruas se tornam agentes de mudança social. Documentos históricos, como boletins da Diocese de Goiás, ofícios e artigos de jornais, são utilizados para demonstrar o papel das ruas em momentos críticos, ilustrando como esses espaços públicos se tornaram locais de resistência e de confrontação de estruturas de poder. A análise revela que as ruas, tradicionalmente vistas como "mão única", possuem na realidade múltiplas direções e significados. São espaços dinâmicos onde a mobilização popular desafia as fronteiras de controle e onde novos significados sociais são construídos. Examinando documentos que registram episódios de protestos e manifestações, o artigo destaca a importância desses espaços públicos na construção da vida urbana, permitindo que grupos marginalizados expressem suas lutas e conquistem visibilidade. Conclui-se que as ruas cumprem uma função essencial na organização social e no exercício da resistência, sendo um cenário vital para expressões de identidade e contestação ao longo da história, bem como um lugar de inovação social e luta por justiça.

 

Palavras-chave: Ruas. Resistência. Documentos Históricos. Espaço urbano.

 

 

Da Associação dos Lavradores do Xixá à Cooperafi: formação da luta camponesa em Itapuranga (1954-2000)

 

Valtuir Moreira da Silva

valtuir.silva@ueg.br

 

Resumo: Para E. Paul Thompson (1994) existiu uma formação da classe operária inglesa que se constituiu a partir das inúmeras experiências da vida cotidiana. Inspirado nas leituras thompsianas de entendimento da realidade social e histórica a presente comunicação tem como escopo de análise produzir um balanço das organizações, embates e experiências sociais, políticas e culturais em que estiveram envolvidos os trabalhadores rurais camponeses do município de Itapuranga (GO). O processo de formação das organizações sociais e das lutas no território de Itapuranga é um processo que se faz formar e tem a ver com os costumes em comum que fora socializado nas mais diversas capacidades produtivas do movimento social camponês. O recorte temporal não é fixo e nem pode se entendido como seu início e fim, mas entendo que parte de um processo formativo que envolve saberes que foram sendo repassados aos outros companheiros na lide da luta, no trabalho, nas reuniões, nas celebrações religiosas e nos cursos formativos, desde as comunidades eclesiais de base até nas reuniões do sindicato, partido e das instituições que nasceram ao longo deste período. Daí, o habitus, como nos ensina Bourdieu ( ) vai se constituindo com a Associação dos Lavradores do Xixá, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itapuranga, Associações de Produtores, Associação do Adubo, Comunidade de Baixa Renda, Escola Popular do Laranjal, Cooperativa Mista dos Produtores de Itapuranga, do Hospital do Sindicato (Associação Popular de Saúde), da Sociedade da Vaca, da Feira da Agricultura Familiar, da Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga, do Peg Pag Solidário e Responsável, do Empório da Cooperafi e da Associação das Mulheres do Xixá são práticas e realidades que existiu um processo formativo da luta camponesa em Itapuranga e que se serviu como um processo de fazer

formar e informar. Assim, estudar, refletir e compreender os 66 anos de luta e embate seja uma tarefa importante para compreendermos que a revolução se faz com inúmeras estratégias e considero que o vivido e experienciado no município de Itapuranga é parte de um contexto que se revoluciona sempre.

 

Palavras-chave: Organização. Camponeses. Resistência e Educação.

 

 Poesia e resistência nos versos de Zé Lemes: uma imersão na sabedoria popular de um camponês do município de Itapuranga-GO

 

Lucas Pires Ribeiro

lucas.ribeiro@ueg.br

 

Resumo: O município de Itapuranga-GO, localizado no interior do estado de Goiás, possui uma relação histórica com a cultura camponesa. Desde a ocupação mais efetiva do território, a partir das primeiras décadas do século passado, é possível identificar nos documentos e registros históricos que a formação do município é marcada pela forte presença dos trabalhadores e trabalhadoras rurais nos mais diferentes setores: laboral, econômico, religioso, cultural e assim por diante. Levando em consideração um recorte temporal de longa duração, envolvendo a cultura camponesa e a ocupação do território, especialmente a partir da segunda metade do século XX, a presente proposta de comunicação, que resulta de uma pesquisa em construção, procura compreender os sentidos e os significados da análise crítica e reflexiva realizada por um trabalhador rural - José Raulemar Toledo, conhecido popularmente na condição de Zé Lemes - sobre a condição dos/as camponeses no município de Itapuranga a partir da segunda metade do século XX. Essa leitura interpretativa e representativa feita por Zé Lemes encontra-se sustentada em uma quantidade enorme de poemas escritos e posteriormente declamados para os atores e atrizes sociais que estabeleceu e construiu suas relações sociais. Por meio da leitura poética de Zé Lemes, característica de uma sabedoria inerente à cultura popular, torna-se possível desnudar um contexto socioeconômico marcado por muitas dificuldades materiais que os camponeses itapuranguenses vivenciaram: expulsão e migração para o espaço urbano, avanço da monocultura da produção na região e exploração sistemática dos/as trabalhadores rurais pelos grandes fazendeiros. No entanto, além de escrever e declamar as dores, Zé Lemes cantou as diferentes formas de resistência dos camponeses: associações, mutirões, surgimento de cooperativas, sindicatos, Hospital da Santa Casa do Povo e outras conquistas e estratégias de resistência importantes. Por meio da poesia de Zé Lemes, na condição de uma hipótese de pesquisa, desnuda-se uma realidade sociocultural de vivência e convivência dos trabalhadores rurais no município de Itapuranga a partir da segunda metade do século XX.


Palavras-chave: Zé Lemes. Camponeses. Resistência. Cultura Popular




 ST 2 - Os Arquivos, fontes históricas e Patrimônio Cultural

 

Coordenador

Eduardo de Souza Barros

eduardobarrosadv@hotmail.com

 

Data: 29 de novembro de 2024 

Horário: 8 h 30 

Local: Sala Urbano Berquó

 

Resumo do Simpósio Temático

 

O presente Simpósio Temático tem como objetivo discutir a função dos arquivos enquanto fontes históricas e patrimônio cultural. Este evento busca estimular o debate e a troca de ideias entre pesquisadores das áreas de arquivologia, história e patrimônio cultural, visando à busca de soluções para os desafios contemporâneos relacionados a esses temas. Os arquivos desempenham duas funções principais: servem como prova para o exercício de direitos e constituem fontes primordiais para a pesquisa historiográfica. Além disso, são reconhecidos como espaços de memória e poder, desempenhando um papel fundamental na preservação, proteção, educação e divulgação do patrimônio cultural. A relação entre arquivos e patrimônio cultural é, portanto, tanto histórica quanto jurídica. Desde a Constituição de 1946, os acervos arquivísticos passaram a contar com proteção constitucional. Atualmente, a proteção dos acervos arquivísticos está assegurada pelo inciso IV do artigo 216 da Constituição Federal de 1988. Dessa forma, qualquer acervo documental produzido que trate da identidade, trabalho ou memória dos diversos grupos formadores da sociedade brasileira é legalmente reconhecido como patrimônio cultural, gozando, assim, de proteção jurídica por parte do Estado brasileiro. Diante disso, a interconexão entre arquivos, história e patrimônio cultural é vital para a construção da memória coletiva, para a educação e para a identidade cultural de um povo. Portanto, o presente Simpósio Temático, recebera trabalhos que versem sobre os seguintes temas: descrição e organização de acervos arquivísticos incluindo processos de digitalização de acervos; a relação entre acervos e memória; o arquivo enquanto lugar de memória; os usos políticos dos arquivos e do patrimônio cultural; legislação de arquivos; legislação sobre patrimônio cultural; os arquivos como fonte primária do historiador; a relação entre arquivos e patrimônio cultural; narrativas individuais e coletivas na produção de acervos; acervos pessoais e memória; o papel dos diversos grupos sociais na construção do patrimônio cultural e os arquivos. Este simpósio proporcionará um espaço valioso para a reflexão e o diálogo sobre a importância dos arquivos na preservação da memória coletiva e do patrimônio cultural.

 

Palavras-chave: Arquivos, Fontes Históricas, Patrimônio Cultural

 

 

COMUNICAÇÕES

 

O acervo documental do Antropólogo visual  Jesco von Puttkamer como fonte histórica e patrimônio cultural brasileiro

 

Eduardo de Souza Barros

eduardobarrosadv@hotmail.com

 

 

Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a relevância do acervo do antropólogo visual Jesco von Puttkamer como uma fonte histórica e como patrimônio cultural nacional. Os arquivos desempenham duas funções fundamentais: por um lado, atuam como provas para o exercício de direitos, e por outro, constituem fontes primárias essenciais para a pesquisa historiográfica. Além disso, os arquivos são reconhecidos como espaços de memória e poder, exercendo um papel crucial na preservação, proteção, educação e divulgação do patrimônio cultural. Nesse sentido, a relação entre arquivos e patrimônio cultural se configura de maneira simultaneamente histórica e jurídica. Desde a Constituição de 1946, os acervos arquivísticos passaram a ser amparados por proteção constitucional. Atualmente, a proteção desses acervos está garantida pelo inciso IV do artigo 216 da Constituição Federal de 1988, que assegura que qualquer acervo documental relacionado à identidade, ao trabalho ou à memória dos diversos grupos que compõem a sociedade brasileira seja reconhecido como patrimônio cultural, desfrutando, assim, de proteção jurídica pelo Estado brasileiro. A interconexão entre arquivos, história e patrimônio cultural, portanto, revela-se fundamental para a construção da memória coletiva, para os processos educativos e para a afirmação da identidade cultural de um povo. Este estudo configura-se como uma pesquisa de natureza descritivo-exploratória, com ênfase no levantamento bibliográfico, sendo já concluído. A análise se concentrou no acervo localizado no IGPA/PUC-GO, além de incorporar textos de historiadores, juristas, arquivistas, museólogos, antropólogos, sociólogos, psicólogos e documentos legais. Os resultados obtidos permitem afirmar que o acervo em questão é complexo, culturalmente diversificado, composto por variados suportes documentais, e se enquadra plenamente no conceito legal de patrimônio cultural brasileiro. Com isso, foi possível elaborar um produto de pesquisa na forma de um catálogo de arquivo, contendo a descrição de todos diários de campo de Jesco von Puttkamer. Conclui-se, portanto, que este acervo é uma fonte primária de estudo relevante para diversos profissionais, especialmente para historiadores, e deve ser considerado patrimônio cultural nacional, tanto pela sua relevância histórica quanto pelo seu valor cultural e social

 

Palavras-chave: Arquivos, Fontes Históricas, Patrimônio Cultural

 

  

 

Arquivos e justiça histórica: o tratamento arquivístico como aliado ao direito à memória

 

Lara Lins

alaralins@gmail.com

Luciana Rattes Máximo de Castro

 lucirattes@gmail.com

 

Resumo: Os arquivos constituem fontes primárias de informação essenciais para a preservação da memória coletiva, desempenhando um papel crucial na construção do que pode ser compreendido como patrimônio cultural. Entretanto, quando negligenciados ou tratados de maneira inadequada, esses acervos perdem sua funcionalidade, tornando-se inacessíveis ou subutilizados. Este estudo explora o impacto do tratamento arquivístico – que engloba práticas como classificação, descrição e digitalização de documentos – na democratização do acesso à informação, destacando como essas ações podem habilitar grupos historicamente marginalizados a acessar registros de suas memórias, dar visibilidade às suas próprias narrativas e questionar as perspectivas historiográficas predominantes. O objetivo central da pesquisa é examinar o potencial emancipatório dos arquivos quando compreendidos como instrumentos para a preservação da memória e a transformação social. A metodologia adotada combina uma revisão bibliográfica interdisciplinar, que articula estudos arquivísticos, teorias decoloniais e políticas públicas voltadas para o patrimônio cultural, com a análise de estudos de caso sobre práticas de tratamento e difusão de acervos documentais. Dentre os casos abordados, destacam-se iniciativas que priorizam a digitalização e a descrição orientadas para a acessibilidade. Os achados preliminares indicam que, ao serem tratados em conformidade com os princípios arquivísticos, respeitando ou restaurando seus contextos originais de produção, os arquivos ampliam significativamente as possibilidades de participação de diferentes grupos sociais na construção do conhecimento histórico. Assim, informações presentes em documentos e suas relações com o todo no contexto de origem da documentação possibilitam que informações subjetivas acerca da cultura de uma comunidade possam ser analisadas e compreendidas apesar da supressão de informação sobre esses grupos subalternizados em fontes históricas, possibilitando trazer à luz elementos culturais que foram preteridos, narrativas inteiras silenciadas pela memória oficial. Nas considerações finais, enfatizamos a necessidade de políticas públicas robustas e consistentes que assegurem tanto a preservação quanto a acessibilidade dos arquivos públicos. Ao serem tratados como repositórios de memória e instrumentos de justiça histórica, os arquivos transcendem sua função primária, de apoio e prova de atividades administrativas, e assumem o papel de importantes aliados na luta por igualdade, representatividade e resistência às estruturas de poder coloniais. Palavras-chave: Arquivologia; Referências Culturais; Historiografia.

 

 

As cavalhadas na cidade de Goiás: História, festividade e patrimônio cultural imaterial

 

Adylla de Jesus Rodrigues

adyllajesus714@gmail.com

Maria Dailza da Conceição Fagundes

maria.fagundes@ueg.br

 

Resumo: A proposta desta pesquisa é o estudo da história dos festejos das Cavalhadas na Cidade de Goiás que, após um hiato de mais de setenta anos, retornou, em 2022, à antiga capital do Estado. Essa festividade é conhecida pela representação das batalhas medievais entre mouros e cristãos, em que o teatro equestre conta com a participação de vinte e quatro cavaleiros: doze cristãos com as vestimentas azuis e doze mouros com indumentárias vermelhas. As cavalhadas é uma reminiscência medieval, ou seja, uma manifestação cultural originária da Idade Média portuguesa, que começou no século XV. No Brasil, foram implantadas no século XVII, em Pernambuco e, embora mantenham inspiração no enredo teatral medieval, as cavalhadas foram adaptadas e modificadas ao longo do tempo. Assim, propõe-se investigar as representações dessa celebração em escritos de viajantes como a obra “Viagem no interior do Brasil” de Joham Emanuel Pohl. Além disso, recorre-se também ao estudo de documentos iconográficos e escritos como requerimentos de terrenos. Essas  fontes históricas em análise se encontram na Fundação Cultural Frei Simão Dorvi (Cidade de Goiás-GO). A Fundação Cultural Frei Simão Dorvi é uma instituição de destaque na preservação do patrimônio bibliográfico e documental goiano. Em sua biblioteca e arquivo histórico, encontram-se periódicos, livros, documentos históricos e manuscritos datados desde o século XVIII, todos relacionados à história da antiga capital de Goiás. Nesse contexto, as Cavalhadas fazem parte das festividades reconhecidas como patrimônio cultural imaterial, pois essa celebração envolve experiências, saberes, relações de sociabilidades e histórias que se entrelaçam com o objetivo de preservar a identidade cultural e religiosa da cidade.

 

Palavras-chave: Cavalhadas; Cidade de Goiás-GO; Patrimônio; Celebração.

 

  

Educação patrimonial e memória afetiva: o caso do memorial Bernardo Sayão em Ceres - GO

 

Valdimar Manoel da Silva

valdimaredu@hotmail.com

 

 

Resumo: A educação patrimonial é um processo contínuo e participativo de troca de conhecimentos, com a capacidade de desenvolver comportamentos que protejam, preservam e valorizem o patrimônio cultural. O atual estudo tem como proposta analisar o inventário do memorial Bernardo Sayão, localizado em Ceres - GO, através da perspectiva metodológica da museologia social. Este enfoque destaca a memória afetiva, uso social do museu, investigando como a comunidade atribui sentido e significado aos acervos. O acervo de Bernardo Sayão, possui mais de 2.000 itens da Colônia Agrícola da cidade de Ceres - Goiás, com o objetivo de trazer de volta à memória a época da CANG entre bens, veículos, máquinas, ferramentas e outros utensílios, muitos adquiridos ou doados pela população local. A pesquisa, é de abordagem qualitativa, centrada em elementos sociais e culturais, enfatiza a importância da sensibilização e preservação do patrimônio histórico e cultural. Estrategicamente, o estudo busca integrar e mediar a relação entre a comunidade e seu patrimônio cultural, promovendo o senso de pertencimento e valorização das raízes históricas da cidade. Este processo é fundamental para a construção da cidadania, uma vez que mantem viva a identidade coletiva e permite que a população conheça e valorize sua própria cultura.

 

Palavras-chave: Patrimônio Cultural; museologia social; memória afetiva; inventario




ST 3: (RE)SIGNIFICAÇÃO DA "PEDRA E CAL":

ESPETACULARIZAÇÃO DAS CIDADES, DO PATRIMÔNIO VISÍVEL AO INVISÍVEL”

 

Coordenadoras

Dra. Keley Cristina Carneiro

keley.carneiro@ueg.br

Esp. Thays Thaynara de Sousa

thays.ts@hotmail.com

 

Resumo do Simpósio Temático

O Patrimônio Cultural edificado, principalmente nas cidades popularmente conhecidas como "cidades históricas", está ligado à espetacularização das "cidades-atração." Porém, por trás de sua estrutura arquitetônica, "de pedra e cal" há outras histórias, as invisíveis, as não contadas, aquelas dos bastidores, que envolvem legislações, IPHAN, ruínas, abandono, resistência, vivências, além do saber fazer desses monumentos. Por estarem ligados a espetacularização das “cidades atração”, esses patrimônios de “pedra e cal” acabam sendo viabilizados apenas por aquilo que está visível, deixando determinados pontos, comunidades e narrativas inviabilizadas. Diante disso, é necessário desenvolver um olhar mais aguçado diante do Patrimônio Cultural edificado, buscando um movimento de ressignificação das memórias dos marginalizados nas narrativas do patrimônio cultural, analisando-o a partir de uma nova roupagem, valorizando as ressonâncias do patrimônio imaterial existente neles, buscando trazer à tona uma outra face, esta que tem estado em uma condição de marginalidade. O processo de ressignificação é intenso, pois sabe-se que o patrimônio é um campo de disputas políticas e sociais. Nesse contexto, determinados grupos acabam sendo beneficiados, em detrimento de outros que acabam ficando em posição de invisibilidade no parecer histórico patrimonial. As estruturas arquitetônicas de “pedra e cal” não devem ser pensadas de forma isolada, suas “almas” precisam ser colocadas dentro da ótica de preservação patrimonial, sendo assim, este simpósio temático (ST) pretende reunir trabalhos e promover reflexões entre pesquisadores e estudiosos que abordam a espetacularização das cidades, como espaço de representação e seu "patrimônio em conflito." Além de desenvolver um debate sobre a ressignificação dos patrimônios de “pedra e cal” sob a perspectiva do visível ao invisível.

 

Palavras-chave: Patrimônio, (Re)significação, patrimônio invisível

 

  

 

COMUNICAÇÕES

 

PAC-Cidades Históricas: A importância da restauração histórica do Mercado Municipal

 

Ana Clara de Araújo

clara.araujo07@gmail.com

 

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo abordar sobre o Mercado Municipal, localizado na cidade de Goiás, de modo que este foi construído com detalhes o qual o aproximam da arquitetura neoclássica. Possuindo alvenaria de tijolo e adobe, ornamentos em massa forte de reboco, colunas com capitéis e volutas em estilo grego-jônico, que comportam uma platibanda, sendo ornamentada com elementos decorativos os quais remetem ao ecletismo utilizado em várias edificações da Cidade de Goiás, nas primeiras décadas do século XX. A reforma do mercado ocorreu por meio do programa “PAC Cidades Históricas” e pelo “Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional” (IPHAN), cujo plano estratégico das esferas governamentais resumiu em preservar e proporcionar a existência temporal do Mercado Municipal, em seu respectivo contexto. De acordo com o IPHAN (2016), inaugurado em 1926, o Mercado Municipal passou pelo processo de restauração de portas abertas, o qual possibilitou a presença dos comerciantes e intensa participação da comunidade durante toda a obra. Sendo financiada com recursos do PAC Cidades Históricas, com o custo de R$ 10 milhões, a restauração possuía como objetivo a revisão completa de todo o sistema elétrico e hidros sanitário do mercado. As intervenções duraram dois anos e preservaram as características principais do Mercado, buscando manter os aspectos que o aproximam da arquitetura neoclássica, a qual era tendência no início do século XX, em Goiás. 

 

Palavras-chave: Patrimônio Cultural. Mercado Municipal, PAC-Cidades Históricas, Cidade de Goiás.

 

 

 

A Igreja Matriz de Trindade-GO: para além da “pedra e cal”

 

Blenda Suelen Bento

blendasuelen@gmail.com

 

Resumo: A cidade de Trindade, localizada no estado de Goiás, é conhecida como a “capital da fé”, uma cidade religiosa, (re)territorializada por experiências católicas, que atrai milhões de pessoas todos os anos em sua tradicional Festa do Divino Pai Eterno, uma das maiores celebrações do Centro-Oeste brasileiro. A Igreja Matriz da cidade, primeiro santuário do Divino Pai Eterno, é a igreja mais antiga da cidade e foi tombada como Patrimônio Cultural Material Nacional pelo IPHAN no ano de 2014. Uma construção que data do ano de 1912, palco de diversas festividades e grande atenção durante a festa anual do Divino Pai Eterno, merecedora de toda sua preservação patrimonial. Um Patrimônio Cultural edificado, ligado à espetacularização da cidade de Trindade e que por trás de sua estrutura arquitetônica de “pedra e cal”, que aliás não pode ser pensada somente dessa forma, carrega histórias não contadas, simbologias invisíveis aos nossos olhos, vivências, sentidos e significados para milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Mesmo que o patrimônio seja um campo de disputas e conflitos, a Igreja Matriz de Trindade trata-se de um Patrimônio Cultural que não pode ser viabilizado apenas pelo seu visível, ou seja, sua construção material, pois devemos observá-lo com outros olhares e em busca de ressignificação das memórias invisíveis pertencentes à Igreja Matriz, sua comunidade e aos seus usuários, valorizando todo o “imaterial” existente nesse patrimônio. Este artigo objetiva, portanto, demonstrar e debater os significados que este patrimônio cultural possui além da “pedra e cal”, sob a perspectiva do visível ao invisível, abordando também toda a sua espetacularização na cidade de Trindade.

 

Palavras-chave: Patrimônio, (Re)significação, Igreja Matriz, Invisível.

 

 

  

 

Um bairro, Igreja Santa Rita e um monge; patrimônio que ultrapassam as margens do tombamento

 

Jefferson Leite Rodrigues

jeffersonlrodrigues@gmail.com

Dra. Raquel Miranda Barbosa

raquel.barbosa@ueg.br

 

Resumo: Nesta comunicação, pretende-se apresentar e refletir o patrimônio cultural, por meio dos entalhes em madeira produzido por Pedro Recroix que denotam a interação entre memória afetiva, história e identidade cultural, esta última ganha destaque na obra, uma vez que a condição cultural religiosa é norteadora da espiritualidade revelada nas obras de Pedro. Conhecida mundialmente pelo seu conjunto arquitetônico tombado pelo IPHAN em 2001, a Cidade de Goiás carrega consigo grande legado histórico e cultural do centro-oeste. Como mencionado pela grande poetiza vilaboense “as casas que cochicham umas com as outras” narram histórias desse território que durante décadas (ou séculos) mantinha uma relação de grande afastamento com as metrópoles brasileiras. Narrativas essas que podem ser encontradas em diversos autores, ou artista quem contam, ilustram e encantam a todos com a cultura produzida por esse “cantim” do Brasil. Porém apenas romantizar o passado e presente de Vila Boa de Goiás, não tem dado conta de suas narrativas. A periferia da cidade grita por espaço de narrativas de suas histórias, as quais historicamente tem sido silenciado pela elite (que se veste com a capa de “família tradicional vilaboense”), pelos ditos intelectuais e curadores da cultura vilaboense. Essa apresentação pretende dar voz à periferia, narrando histórias não contadas, considerando a memória coletiva dos moradores do bairro João Francisco, considerando a relevância da Igreja santa Rita para a comunidade para enfim apresentar os entalhes de Pedro, que conferem aos móveis sagrados da Igreja Santa Rita, uma identidade (latino-americana) muito próxima da Teologia da Libertação. A estética da arte de Recroix desempenha um papel importante na expressão da fé e na conexão entre o devoto e o divino, educando e inspirando os fiéis. A preservação do patrimônio religioso/cultural na Paroquia Santa Rita de Cássia, promove a continuidade das tradições religiosas e salvaguarda o patrimônio artístico de inspiração religiosa produzido por Pedro Recroix.


Palavras-chave: Santa Rita, João Francisco, Patrimônio Cultural, cidade de Goiás, Arte em Madeira.

 

 

Para além do visível nas ruas de pedra do centro histórico de Goiás

 Mateus Godinho Borges de Brito

mateusgbdb@gmail.com

 

Resumo: Esta comunicação trata sobre a pesquisa acerca da origem do calçamento de pedra de algumas ruas do centro histórico da cidade de Goiás, já reconhecidas como patrimônios culturais, e sua possível relação com os desdobramentos de identidade e de memória pela ótica dos processos de patrimonialização na cidade. O trabalho está sendo realizado por meio da análise de fotografias antigas das ruas delimitadas para a pesquisa e demais documentos, como Leis, Decretos, etc; O embasamento teórico é fundamentado principalmente por meio de autores especializados na temática do patrimônio cultural, incluindo Márcia Chuva, Sandra Pesavento e Izabela Tamaso. Este estudo procura desmistificar a percepção comum sobre a estética colonial dos calçamentos de pedra, utilizando documentação, especialmente fotografias, para demonstrar que as intervenções na paisagem ocorreram após o período colonial, influenciando a construção de identidade e memória associadas à “invenção” do patrimônio cultural. Além disso, pretende-se analisar os bens culturais para além da materialidade da “pedra e do cal”, explorando os aspectos “invisíveis” do centro histórico. A partir dessas discussões, o trabalho poderá contribuir de forma significativa ao evento já que procura questionar uma narrativa consolidada em torno da estética colonial como produto de uma “cidade atração”. O projeto está em sua fase inicial e requer ainda uma análise aprofundada das fontes históricas para fornecer respostas às hipóteses formuladas ou pelo menos provocar reflexões sobre a temática do patrimônio cultural, entendido como um processo vinculado ao exercício do poder e às escolhas dos grupos dominantes no contexto histórico da patrimonialização.

 

Palavras-chave: patrimônio cultural; memória; identidade; Goiás; pedras.

  

Congada Irmandade Nossa Senhora do Rosário: Bem cultural imaterial em Itauçu-GO

 

Maysa Fernandes de Sousa

fernandesysa@hotmail.com

 

Resumo: O conceito de patrimônio é marcado por contradições, assumindo uma forma concreta e distinta na sociedade. Quando recorremos a essa expressão pensamos logo em bens materiais, propriedades, heranças, riquezas, ou mesmo o que herdamos e está relacionado ao afetivo, por muito tempo o termo patrimônio foi visto apenas com esse propósito. Geralmente quando se fala em patrimônio relacionamos a algo palpável, concreto. Patrimônios são, também, os saberes, as memórias, o que os nossos antepassados construíram, tudo o que se quer preservar. Partindo dessa visão e conceitos relacionados ao campo do patrimônio, o presente trabalho busca refletir sobre um bem cultural que não é uma estrutura arquitetônica, de “pedra e cal”, mas um bem que envolve vivências, representações da tradição de um povo, tradição que as vezes está em uma posição de invisibilidade no parecer histórico patrimonial ou para o restante da sociedade. A Celebração da Congada, Irmandade Nossa Senhora do Rosário em Itauçu-Go, uma festa religiosa popular que envolve dança, canto, teatro e homenageia alguns santos, santos que os congadeiros consideram como seus padroeiros, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, compreende referências culturais associado as memórias que constrói a identidade da comunidade local, a festa reflete a identidade de um povo. Mesmo considerado um bem imaterial ou intangível, as celebrações ou festas se desenvolve em um espaço de representação, no caso do objeto de estudo, na cidade de Itauçu-Go. O festejo acontece pelas ruas da cidade, os congadeiros vão e se apresentam em lugares específicos, como a igreja e a prefeitura, o que chamamos de material. A Congada é um bem intangível, mas apresenta canto, dança e teatro, então acaba recorrendo a diversas manifestações de ordem material cristalizadas nos objetos, como instrumentos musicais, um figurino específico, além de outros objetos fundamentais na apresentação. Percebe-se então uma relação entre o material e o imaterial, não podemos nos referir somente ao imaterial ao falar sobre a Congada.

 

Palavras-chave: Congada, Patrimônio Imaterial, Invisibilidade.

 

 

Nacionalismo na Era Vargas e a invisibilidade da cultura negra na busca pela identidade brasileira

 

Pamella Woodson Honorato

pamellawoodson@gmail.com

 

Resumo: O nacionalismo na Era Vargas (1930-1945) foi uma política estratégica do governo para construir uma identidade nacional unificadora, “criar um novo Brasil, um novo homem brasileiro, concebido em termos de uma ideologia nacionalista” (Gonçalves, 1996 p. 40). O objetivo central era consolidar uma imagem de “brasilidade” que valorizasse a unidade e a coesão social em um país diverso e marcado por profundas desigualdades regionais, raciais e culturais (Costa, 2012). No entanto, ao buscar uma identidade homogênea, o governo Vargas promoveu uma cultura oficial que exaltava aspectos como a miscigenação e a mestiçagem, mas tendia a invisibilizar as contribuições e expressões culturais negras de maneira significativa, por exemplo, “O candomblé, o carnaval, os reisados etc. são [...] apropriados pelo discurso do Estado, que passa a considerá-los como manifestação de brasilidade” (Ortiz, 2012, p. 140). Getúlio Vargas, com sua política nacionalista, procurou enaltecer uma ideia de nação forte e moderna (Chuva, 2009). Em um momento de crescente urbanização e industrialização, buscou-se integrar simbolicamente as diferentes regiões e classes sociais em torno de símbolos comuns, como o samba, o futebol e o Carnaval. Embora esses elementos culturais tenham raízes profundas na cultura negra, o processo de sua institucionalização durante a Era Vargas gerou uma apropriação que frequentemente desconsiderava a autenticidade e o protagonismo da população negra. “No processo de resgate da identidade brasileira, negaram-se (e muito ainda se negam) as vidas, culturas e identidades pré-colonização” (Costa, 2012, p. 6). A regulamentação do samba, por exemplo, promoveu uma versão “branca” e mais aceitável socialmente da música, em detrimento de suas formas originais associadas às comunidades negras e periféricas, sendo possível observar o “embranquecimento” da cultura negra (Carvalho, 2004). Além disso, o nacionalismo de Vargas incluiu projetos que promoviam um “mito da democracia racial” – uma ideia de que o Brasil seria uma nação livre de conflitos raciais (Gomes, 2012). Esse mito ocultava as tensões e desigualdades enfrentadas pela população negra, dificultando a visibilidade de suas lutas e realidades. A cultura negra foi vista como uma “base” da identidade brasileira, mas, paradoxalmente, as pessoas negras continuaram a ser marginalizadas social, política e economicamente. Khaled Jr (2010) relata que “o reconhecimento da contribuição negra e indígena é quase que instantaneamente relativizado, pois a herança do colonizador deve ser valorizada [...]” p. 77. A invisibilidade da cultura negra, portanto, não se deu por falta de relevância cultural, mas sim por uma manipulação discursiva que tentava adequar as contribuições afro-brasileiras aos interesses políticos do Estado. O legado da Era Vargas nessa questão é complexo: se, por um lado, houve a valorização de elementos culturais afrodescendentes como patrimônio nacional, por outro, ocorreu uma diluição de sua autonomia e significado original, apagando a cultura negra e a transformando em brasileira. Assim, a construção de uma identidade brasileira unitária acabou por invisibilizar as especificidades culturais e históricas da população negra, reforçando, em certa medida, os preconceitos e as desigualdades que persistem no Brasil até hoje.

 

Palavras-chave: Nacionalismo; Cultura Negra; Identidade Brasileira.

 

 

A Requalificação do Cine Teatro São Joaquim e suas visões

 

Ma.Poliana Alves da Silva

polianaalvessilva07@gmail.com

 

Resumo: Está presente proposta de comunicação, tem como finalidade realizar uma reflexão a sobre da obra de Requalificação efetuada no Cine Teatro São Joaquim na cidade de Goiás, durante os anos de 2015 até 2017. O Teatro foi fundado em 1857 no Beco da Lapa, pelo empresário Manoel das Chagas Artiaga, o intuito da construção era criar uma fonte de laser para a sociedade vilaboense. Dessa forma, várias apresentações foram realizadas no espaço ao longo dos anos. Por volta de 1930 a edificação foi demolida em razão das condições precárias, motivada por uma enchente que afetou o Teatro, e intensificou a deterioração da estrutura do prédio. No ano de 1988 o Cine Teatro passa a se instalar no antigo Cine Anhanguera, local que está situado até a atualidade, na rua Moritti Foggia. O projeto de requalificação da edificação é resultado de uma Política Pública de nível Federal, o Programa PAC-Cidades Históricas iniciado em 2013, no qual contemplou vinte Estados, com a totalidade de quatrocentos e vinte cinco obras. Já na cidade de Goiás seis espaços foram apreciados com recursos do programa, o Cine Teatro São Joaquim e um deles. Porém, essa obra em sua totalidade virou um campo de disputas entre os moradores da cidade e os órgãos responsáveis pela realização da obra, ou seja, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Prefeitura Municipal da Cidade de Goiás, motivo resultante de uma ação efetuada na edificação, mais precisamente a demolição do prédio, o que acarretou na insatisfação de boa parte dos vilaboenses.

 

Palavras-chaves: Requalificação, Cine Teatro São Joaquim, PAC-Cidades Históricas. 

  

Lugar marginal: A (In)visibilidade patrimonial dos Becos da cidade de Goiás

 

Esp. Thays Thaynara de Sousa

thays.ts@hotmail.com

Dra. Keley Cristina Carneiro

keley.carneiro@ueg.br

 

 

Resumo: Sabe-se que o patrimônio é um campo de disputas políticas e sociais. Partindo dessa ótica, o referido trabalho tem como expectativa, abordar o processo de patrimonialização dos becos da Cidade de Goiás, a partir da perspectiva da sua (in)visibilidade, visto que estes bens culturais estão inseridos dentro do escopo patrimonial da antiga Vila Boa, mas ainda não são bem vistos do ponto de vista preservacionista e de resguarda do pavilhão patrimonial da antiga capital de Goiás. Os becos são estruturas marcadas pela construção de casas que ficariam atrás das grandes edificações que preenchem atualmente o visitado e valorizado centro histórico, eles seriam o lugar daqueles que não estavam à altura da alta sociedade goiana, ficando assim, reclusos. No presente, percebe-se que os becos têm se reconfigurado, sendo assim tornando necessário refletir sobre as histórias e estórias embutida neles, colocando-o dentro do viés patrimonial, no sentido de pensar os becos fora desse patamar de inferioridade, de ser “mal visto”. Este trabalho propõe uma reflexão sobre a imagem depreciativa dos becos na historiografia e a nova roupagem em que os mesmos estão inseridos na atualidade, contribuindo para aconteça uma mudança dessa imagem negativa em relação aos becos dentro da comunidade vilaboense, sendo repensado a partir de fontes como a  literatura e outros documentos históricos, pesquisando nos renomados livros de Bernardo Élis, Goiandira do Couto, Cora Coralina e outros, que já expressaram os becos em suas obras, entoando seus personagens e descrevendo suas estruturas físicas. Documentos históricos como periódicos do século XIX e livros literários são importantes fontes de pesquisa para o historiador, que precisa analisá-los com um olhar além do visível.

 

Palavras-chave: Becos da Cidade de Goiás, Patrimônio imaterial, (In) visibilidade patrimonial




ST 4 - Educação Patrimonial e Turismo: perspectivas e práticas decoloniais sobre o patrimônio cultural

 

Coordenadores

Diego Pinto de Mendonça

diego.mendonca@ueg.br

Norberto Ferreira Pinto

noferreira02@gmail.com

 

 

Data: 29 de novembro de 2024 

Horário: 8 h 30 

Local: Sala Couto Magalhães

 

Resumo do Simpósio Temático

 

A aceleração dos tempos sociais e a mercantilização das experiências culturais e turísticas impõem desafios significativos para o patrimônio cultural. Este cenário torna urgente a necessidade de um espaço de discussão que integre visões críticas sobre o turismo e o patrimônio cultural em contextos de consumo e alienação, bem como os impactos dessas práticas na memória e identidade dos povos. Em tempos onde o patrimônio cultural muitas vezes é reduzido como produto de consumo para atender as demandas do turismo e da econômica, é crucial integrar uma visão decolonial e de educação patrimonial para uma compreensão mais ampla e crítica do papel dos indivíduos, entidades e das comunidades na preservação e valorização de sua própria herança cultural.​ Uma vez que esse fenômeno da comercialização cultural banaliza o valor cultural genuíno, favorecendo a espetacularização das tradições. Esta dinâmica frequentemente resulta na desvalorização dos conhecimentos e das identidades locais em favor de uma imagem turística homogênea. Em paralelo, a educação patrimonial tem o papel essencial de promover uma compreensão crítica sobre o valor cultural e a importância da preservação das identidades, mas frequentemente ocorre de forma dissociada das experiências turísticas. Este simpósio propõe um diálogo entre o turismo, a educação patrimonial e a perspectiva decolonial para que a preservação cultural vá além de um "espetáculo" e passe a promover a valorização, a identidade local e fortaleçam a autonomia cultural das comunidades e suas manifestações. A abordagem decolonial questiona a centralidade de perspectivas hegemônicas e, ao ser aplicada ao turismo e à educação patrimonial, traz uma nova forma de ver e vivenciar a cultura.  

 

Palavras-chave: Educação Patrimonial; Decolonialidade; Mercantilização Cultural;  

Patrimônio Cultural; Turismo Decolonial.  

 COMUNICAÇÕES

Noções não hegemônicas sobre cultura, memória e diversidade: patrimônios e educação patrimonial na escola pluricultural O Kayodê da Vila Esperança na Cidade de Goiás

 

Emicléia Alves Pinheiro

emicleiamicky@gmail.com

 

Resumo: A presente proposta aborda o Patrimônio e as concepções de preservação numa contextualização não hegemônica, correlacionando noções de cultura, memória e diversidades a partir de assimilações críticas que vem sendo realizadas nos estudos e leituras evocados pela pesquisa em andamento. Apresenta e discute como o trabalho envolvendo a educação patrimonial tem sido realizado na Escola Pluricultural Odé kayodê, uma escola que foi gerada e é gerida pelo Espaço Cultural Vila Esperança, localizado na periferia da Cidade de Goiás e que traz na sua identidade institucional objetivo central de valorização, reconhecimento e preservação da diversidade, promovendo o reconhecimento e preservação do Patrimônio Cultural numa perspectiva decolonial.

Palavras-chave: Patrimônio Cultural. Educação. Diversidades. Preservação. Decolonialidade.

 

  

AFOXÉ pilão de prata: decolonialidade e resistência no patrimônio cultural imaterial

Norberto Ferreira Pinto

noferreira02@gmail.com

 

Resumo: Este resumo aborda o Patrimônio Cultural Imaterial do Afoxé Pilão de Prata, localizado na Cidade de Goiás, sob uma ótica decolonial que desafia as narrativas patrimoniais hegemônicas. Essas narrativas, historicamente, excluíram e ignoraram manifestações e expressões culturais negras como parte central da identidade brasileira. O estudo se fundamenta em uma pesquisa em andamento, que se entrelaça com os campos da decolonialidade, do turismo e da educação patrimonial. Sob essa perspectiva, o Afoxé Pilão de Prata se destaca como um exemplo de patrimônio intangível que rompe com visões eurocêntricas ao valorizar a cultura negra e afro-brasileira na Cidade de Goiás. Reconhecido por seu papel em celebrar e proteger manifestações historicamente marginalizadas, o Afoxé também atua no enfrentamento ao racismo estrutural e à intolerância religiosa por meio de suas práticas culturais e educativas. Reduzir essa expressão cultural à mera espetacularização turística significaria desconsiderar seu valor simbólico e cultural. O Afoxé Pilão de Prata carrega, em sua essência, a luta e a resistência dos saberes ancestrais, representando uma importante ferramenta para a valorização da memória e da identidade coletiva, em alinhamento com práticas decoloniais de preservação patrimonial.

 

Palavras-chaves: Afoxé. Decolonialidade. Cultura afro-brasileira. Educação patrimonial. Turismo Comunitário.

   

Festas de santos católicos: do povo ao patrimônio

 

Ruth Barbosa

 ruth_helly@hotmail.com

Neemias Oliveira da Silva

 neemias.oliveira@ueg.br

 

 

Resumo: O tema das festas religiosas populares faz parte do compósito formativo do catolicismo nacional. Este texto tenta fazer um apanhado básico do modo pelo qual tais festividades estão intimamente relacionadas as distintas formas de culto (seja por parte do popular ou do institucional) demonstrando como as celebrações religiosas são importantes na formação da identidade, da memória e por conseguinte, na constituição dos patrimônios materiais e imateriais das localidades. Desta feita tenta-se demonstrar como as festas religiosas são expressivas na contemporaneidade agregando elementos religiosos cujas demandas perpassam os interesses dos atores envolvidos. As formas de religiosidades praticadas dentro do catolicismo brasileiro contemplam múltiplas formas de cultos e uma dinâmica “híbrida” (Canclini, 2006) de tipos de louvar. Um recorte histórico nos permite precisar que as festas de santo foram sempre uma constante nas representações religiosas portuguesas e foram transladadas para o Brasil durante o processo de colonização. Em termos de popularidade, São João e São Pedro são dois santos muito representados em tempos de quadrilhas e festas juninas, sendo também muito relacionados a ruralidade. Em Goiás, festas religiosas de santos são muito comuns dentro dos interiores e em cidades menores. Mas, para além de suas especificidades e características muito específicas das pequenas cidades, do caso goiano onde a temática das ruralidades com suas dinâmicas culturais (comida, a atividade religiosa, com seus rituais e crenças, é essencial para a construção e a dinâmica das identidades.) Diante destas constatações o texto busca analisar o modo pelo qual as festas religiosas de santos são parte intrínseca do catolicismo brasileiro, perpassando a temática das diferenças entre religiosidade popular e institucional e tentando demonstrar como as festas de santos são também de suma importância na composição das identidades, memórias e por conseguinte como estão relacionadas a elaboração da categoria patrimônio e até mesmo com o patrimônio invisível, embora patrimônio esteja associado a objetos, monumentos e edifícios, o patrimônio invisível está relacionado com elementos intangíveis: saberes, festas, religiões, crenças, práticas espirituais ou rituais que não envolvem edifícios ou objetos, mas que são parte importante da identidade de um grupo, como memórias coletivas, histórias, relatos transmitidos oralmente que preservam a identidade e a experiência de uma comunidade. Esses aspectos podem não ser visíveis ou facilmente identificáveis, nas festas de santos, mas têm um valor cultural e simbólico profundo para as comunidades, reforçando a importância de preservar e reconhecer a diversidade de formas de patrimônio.

 

Palavras-chave: Catolicismo popular, festas religiosas, identidade, memória, patrimônio, patrimônio invisível

 

  

A Festa do Divino Pai Eterno em Trindade/ GO: patrimônios e narrativas

 

Lorena Mota Mendonça

lorenamm21@hotmail.com

 

 

 

Resumo: Na contemporaneidade, a sociedade goiana configura-se como um campo religioso vasto, reordenado e profundamente transformado, muito embora algumas de suas festividades populares e festas religiosas mais tradicionais permaneçam sendo expressivas a nível cultural e midiático. As nossas diferentes formas de expressão religiosa oferecem um pluralismo fértil que propicia análises no que se refere aos sentidos da religião e religiosidade, e as diversidades que estas implicam intrínseca e extrinsecamente no social. Partindo deste pressuposto, o objetivo por trás desta escrita, é problematizar a temática da Festa do Divino Pai Eterno da cidade de Trindade/GO, trazendo a luz da ótica acadêmica um debate sobre os processos de patrimonialização que permeiam a festa e a espetacularização em que a mesma se insere. A festa do Divino Pai Eterno na cidade de Trindade/ Go uma manifestação religiosa e cultural, a qual evoca identidades coletivas, tradições, e memória, sejam elas individuais ou coletivas. Busca-se entender as origens da referida festa, seus personagens, ritos, cenários, fazendo um estudo do processo de construção da mesma. A pesquisa tem como principal base a análise de fotografias, pois no que tange a perspectiva das análises das imagens, é preciso realizar uma análise de conteúdo das fotografias, identificando temas, motivos, contextos e sua contribuição para a documentação do patrimônio imaterial. Nesse sentido, é preciso analisar as narrativas textuais nos dossiês para compreender como as fotografias se relacionam com as informações textuais. O trabalho versa pela possibilidade de uma abordagem etnográfica. E esta Faz-se necessária para buscar compreender os modos pelos quais as comunidades e os grupos envolvidos no patrimônio imaterial percebem o uso de fotografias em políticas de patrimônio

 

Palavras-chave: Festa religiosa, Festa do Divino Pai Eterno, Fotografias, espetacularização

PROGRAMAÇÃO

XXIII ENCONTRO DE HISTÓRIA E II SIMPÓSIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS CULTURAIS, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO – PROMEP – CÂMPUS CORA CORALINA

 

TEMA: Além das imagens hegemônicas: visualidades Decoloniais.

 

 

Exposição de fotografias dos povos originários – mestrando do PROMEP: Paulo Cezar Alves Júnior (Exposição permanente – local: Campus Cora Coralina – UEG)

 

PROGRAMAÇÃO:

 

Dia 27 de novembro – Quarta-feira

Abertura: Profa Dra. Renata Melo Barbosa do Nascimento – UNB

Título da Palestra: O cinema como documento na história pelo olhar Feminismos Negros e Decoloniais

Horário: 19 horas

Local: Mini-auditório ou auditório da UEG

Lattes: http://lattes.cnpq.br/6778262598408279

Renata Melo Barbosa do Nascimento

 

Dia 28 novembro – quinta-feira

14 h às 17 h - Simpósios Temáticos


Palestra Profa Dra. Carolin Overhoff Ferreira – UNIFESP

Título: “Descolonizar a historiografia do audiovisual e cinema brasileiros: a representação e participação indígena, africana e afrodescendente”

Local: Mini-auditório ou auditório da UEG

19 h - Vídeo: Imagens de uma viagem pelo Patrimônio Cultural mineiro: Desconstruindo a narrativa colonial (2024)

19 h 30 - Palestra segundo dia


Lattes:  http://lattes.cnpq.br/1735199899378409

2022

 

 

Dia 29 de novembro– Sexta-feira


09 h às 11:30 h -  Simpósios Temáticos 



Encerramento: Profa. Dra. Camila Azevedo de Moraes Wichers (USP – UFG)

Título: Museus, patrimônios e políticas da memória: horizontes para uma prática decolonial

Horário: 14 h às 16 h horas

Local: UEG – mini-auditório ou auditório

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1268440854810735



Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Cora Coralina

Bancas de Defesas de Conclusão de Curso

Universidade Estadual de Goiás

Câmpus Cora Coralina

Curso de História

Defesas dos Trabalhos de Conclusão do Curso

Acadêmico(a)

Título

Banca

Dia/horário

JULYIS KARITA DE SOUZA FERREIRA

entre mitos e história: a intersecção das lendas goianas com a realidade

Prof. Dr. Valtuir Moreira da Silva (orientador)


Prof. Dr. Lucas Pires Ribeiro (UEG)


Prof. Dr. Paulo Sérgio Cantanhede (UEG)

Sexta-feira – 29 de novembro de 2024

 

14 h

YASMIM MARQUES DA SILVA

as ruas como um cenário de resistência, manifestações e protestos que moldaram a história

Prof. Dr. Valtuir Moreira da Silva (Orientador)


Prof. Dr. Renato Dias de Souza (UEG)


Profa. Dra. Keley Cristina Carneiro (UEG)

Quarta-feira – 27 de novembro de 2024

 

14 h

 JÚLIA KAREN DOS SANTOS SOUZA

"Figurações históricas das diferenças de gênero sobre as mulheres indígenas no relato “Viagem no interior do Brasil”, de Johann Emanuel Pohl (1819/1832)

Prof. Ms. Euzébio Fernandes de Carvalho (orientador)


Profa. Me. Damiana Antônia Coelho (UEG) 


Prof. Dra. Carla Andreia Martins Torres (Universidad de Salamanca)

Quinta-feira – 28 de novembro de 2024

 

9 h


Vikele da Costa Silva

As performances de Gal Costa: construção de uma “mulher fatal” no contexto ditatorial

Profa. Dr. Eduardo Gusmão de Quadros (orientador)


Profa. Me. Derontina H. B. Alvarenga (PUC)


Prof. Dr. Valtuir Moreira da Silva (UEG)

Terça-feira – 03 de dezembro de 2024

 

19 h

{{viewModel.evento.titulo}}

{{viewModel.evento.responsavelEvento}}