XIX Semana de História - UFG

XIX Semana de História - UFG

online Este é um evento online

O evento já encerrou

Separamos alguns eventos que você irá gostar

VIADUTO | Lançamento na Faculdade de Arquitetura da UFRGS

Quinta-Feira, 4 de Abril

Porto Alegre, RS

ACE Summit 2024

Sexta-Feira, 26 de Julho

São Paulo, SP

3º Medieval in Castelli

Sábado, 8 de Junho

Ascurra, SC

Golpes - Sempre Lembrar

Segunda-Feira, 1 de Abril

Rondonópolis, MT

{{'Receba_os_melhores_eventos_da_sua_area' | translate}}

{{'Receber_eventos' | translate}}

XIX SEMANA DE HISTÓRIA - UFG

HISTÓRIA EM TEMPOS DE CRISE: ANTICIENTIFICISMOS, NEGACIONISMOS, REVISIONISMOS

7 A 11 DE DEZEMBRO

XIX SEMANA DE HISTÓRIA

APRESENTAÇÃO

          O questionamento da relação que as sociedades modernas estabeleceram com a verdade foi uma das grandes tarefas assumidas pela historiografia das ciências na segunda metade do século XX. Tratava-se, então, de entender como puderam ser aceitos como verdadeiros, e portanto dotados de poder, certos discursos e práticas que foram, na origem ou no final, produtores, mesmo que de modo colateral, de diferentes formas de violência – pensemos, por exemplo, nas consequências provocadas pela partilha entre normal e anormal a partir de indicadores de sexo, raça e comportamento na medicina, nos saberes “psi”, na criminologia e no direito.

        Apesar desse caráter crítico, a história das ciências nunca pretendeu “relativizar” o valor do conhecimento científico. Mesmo Foucault fazia questão de separar, de um lado, os abusos cometidos pelo discurso médico-legal a partir da correlação entre a sexualidade “anormal” e a personalidade criminosa e, do outro, as histórias positivas da medicina e do direito. Não para “salvar” as ciências depurando-as daquilo que seria uma espécie de ideologia ou erro, mas como o gesto político de quem faz a crítica histórica da racionalidade científica se apropriando dela, para usá-la corajosamente a serviço de certos valores.

         Agora, como geralmente acontece nos momentos de crise, voltamos a nos perguntar sobre nossas relações com a verdade. A XIX Semana de História da UFG é um convite à reflexão – “História em tempos de crise: anticientificismos, negacionismos, revisionismos”. O que há de específico e de histórico na ascensão contemporânea dessas posturas reativas em relação ao conhecimento verdadeiro? O que, exatamente, está em crise? O que podemos fazer? Questões que também nos fazem refletir sobre as próprias categorias, práticas e ferramentas que mobilizamos para a produção de um conhecimento que dizemos estar sendo atacado, negado e revisado a partir de “fora”. Foi por isso que François Hartog escreveu uma história das relações entre o historiador e a testemunha, entre conhecer historicamente e ver: para mostrar ao mesmo tempo a profundidade histórica e a densidade epistemológica da frase “Você não viveu isso, você não tem como saber”, que certamente já foi dita por algum aluno de ensino médio ao seu professor de história numa aula sobre a ditadura militar no Brasil.

      Questões que nos levam, também, a reabrir o diálogo com as outras ciências. Por isso, esta edição da Semana de História da UFG será uma ocasião para discutir com cientistas de diversas áreas, e a partir de uma perspectiva histórica, sobre os desafios que enfrentamos juntos agora. Oportunidade, também, de examinarmos por contraste a nossa imagem de ciência, aliás, outro tema recorrente no debate historiográfico. Já em 1983, na sua famosa carta aberta aos historiadores associados aos Annales e cujo título, “Combates pela história das ciências”, evocava o livro de Febvre, Yvette Conry alertava que, para de fato apreender as ciências “na e por sua história”, seria preciso primeiro reconhecer “o direito delas falarem por si mesmas” e “a sua aptidão para decidirem historicamente sobre a racionalidade e sobre a verdade”¹ .

      Longe de dificultar nosso acesso, são justamente esse direito e essa aptidão das ciências que tornam fundamental a presença dos historiadores nos debates sobre a verdade. A oposição entre o “racional” e o “social”, que durante muito tempo nos manteve afastados dessa discussão, não passa de uma forma de desconhecimento da história, e não apenas da história das ciências. Nas palavras de Michel Foucault: “É preciso lembrar, com Max Weber, que a racionalidade não é apenas o produto de uma sociedade, mas um fator constitutivo da história.”²


Tiago Santos Almeida (PPGH-UFG)


1 CONRY, Yvette “Combats pour l’histoire des sciences: lettre ouverte aux historiens de mentalités”. In:Revue de

synthèse, t. CIV, 111-112, jul.-dez. 1983, p. 406.

2 FOUCAULT, Michel. “Le style de l'histoire”. Dits et Écrits II (1976-1988). Paris: Quarto Gallimard, 2001, p. 1473-1474.


Caderno de Resumos e Anais

Seguem os links para acesso ao Caderno de Resumos e aos Anais da XIX Semana de História da Universidade Federal de Goiás. Aproveitamos para agradecer a colaboração e compreensão de todas e todos que participaram e ajudaram a construir o evento e convidá-los/as para a XX edição da Semana de História!! 

Link Caderno de Resumos: https://drive.google.com/file/d/1nP2uvil-LcRNSlx8wr4n0R-S7wifKm76/view?usp=sharing 

Link Anais da XIX Semana de História: https://drive.google.com/drive/folders/1-IB97H5B6Z9wNI5M74KhksdUgQTpq-VH?usp=sharing

Atividades

{{item.titulo}}
{{item.horaInicio}}-{{item.horaFim}}
Calendar

PROGRAMAÇÃO GERAL SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

Confira dia, horário e comunicações aprovadas.

https://docs.google.com/document/d/1CgbB_KcT31HMj1jjPHryLxpCdVR5XxNYaV5UF2F03pE/edit?usp=sharing

{{viewModel.evento.titulo}}

{{viewModel.evento.responsavelEvento}}