Em um momento em que aprofundam-se desigualdades sociais, ameaças ambientais e violações sistemáticas de direitos, também emergem movimentos que questionam a ordem estabelecida e propõem novas formas de viver, ocupar e resistir. As (ins)urgências contemporâneas revelam tanto a urgência das demandas por justiça quanto a insurgência das vozes historicamente silenciadas.
Os territórios, sejam eles físicos, simbólicos ou afetivos, tornaram-se palco de disputas onde povos indígenas, comunidades quilombolas, movimentos de moradia, coletivos periféricos, organizações feministas e LGBTQIAPN+ constroem resistências cotidianas que reafirmam o direito de existir, ocupar, transformar o espaço, mas, principalmente, desafiar a lógica hegemônica de exploração e exclusão.
Assim, falamos em resistência política como reapropriação dos direitos no enfrentamento ao racismo estrutural, ao patriarcado, ao colonialismo e à destruição ambiental de onde surgem práticas transformadoras, muitas vezes invisibilizadas pelas estruturas dominantes, mas potentes em sua capacidade de gerar novos mundos. Portanto, diante das crises democráticas, do avanço de discursos autoritários e da mercantilização da vida, a XIX Jornada Discente do PPCIS convida a todes, todas e todos a reconhecer as insurgências como expressão legítima da luta por direitos e dignidade, uma vez que em tempos de urgência, insurgir é também existir.