EMENTAS DOS GRUPOS DE TRABALHO
GTS APROVADOS/OFERTADOS PARA O XIII CONINTER 2024
GT 01 - Fronteiras e migrações
Eric Gustavo Cardin
Max André de Araújo Ferreira
Marco Aurélio Machado de Oliveira
Gustavo de Souza Preussler
Ementa: O Grupo de Trabalho tem como finalidade criar um ambiente de diálogo sobre as diferentes dimensões sociais que marcam os processos migratórios nas regiões de fronteiras no mundo contemporâneo. Neste sentido, serão acolhidas pesquisas sobre o impacto das migrações nas dinâmicas das fronteiras internacionais; estudos de casos específicos que examinem como a migração influencia as políticas fronteiriças, a segurança nacional e as relações internacionais; analises dos desafios e oportunidades da migração transfronteiriça; investigações sobre o papel estratégico das fronteiras nos processos migratórios; estudos sobre a influência da migração na construção de identidades culturais em regiões de fronteira, observado como os processos migratórios afetam a cultura, os costumes e as tradições das comunidades locais e examinando como as interações moldam as identidades individuais e
coletivas. Também serão recebidas propostas referentes aos desafios
humanitários e as questões de segurança: pesquisa sobre as complexidades
associadas à migração forçada e seu impacto nas fronteiras; enfrentados
pelos migrantes forçados e pelas autoridades fronteiriças. Por fim, os
estudos sobre como a migração pode influenciar o desenvolvimento econômico em áreas fronteiriças; análises de como os fluxos migratórios afetam o comércio, o mercado de trabalho, o turismo e outros aspectos econômicos nas regiões fronteiriças também serão recebidos.
GT 02 - Conflitos
Socioambientais
Napoleão Miranda
Wilson Madeira Filho
May Waddington
Ementa: Os conflitos socioambientais permeiam os usos e processos de decisão (planejamento, legislação e gestão) sobre os territórios urbanos e rurais. Em sociedades economicamente desiguais, instituições
e mecanismos jurídico-políticos tanto são arenas democráticas de gestão
e solução de conflitos e de compensação de danos, quanto são
instrumentos operantes da desigualdade. Os conflitos socioambientais
enfocam não apenas as disputas sobre usos, posse, propriedade, planejamento e gestão de territórios urbanos e rurais, como também as implicações sobre a qualidade e os modos de vida de seus habitantes. As políticas de desenvolvimento econômico efetivadas no Brasil têm direcionado a maior parte dos danos sociais, econômicos e ambientais a grupos sociais vulneráveis (trabalhadores urbanos e rurais, populações de baixa renda, comunidades tradicionais, segmentos raciais discriminados) e os compelido a deslocarem-se do seu território, enquanto que os danos ambientais sistêmicos também não são previstos nem remediados. Esses são os temas que permeiam a proposta de organização deste GT o qual, a partir de uma abordagem interdisciplinar e voltada para estudos de caso, busca analisar a contribuição de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas para a compreensão dos conflitos socioambientais no país.
GT 03 - Desenvolvimentos da Autocomposição no Brasil
Rafael Soares Duarte de Moura
Richardson Xavier Brant
Ementa: Este Grupo de Trabalho (GT) se propõe a realizar uma exploração abrangente e crítica da autocomposição como um método vital para a resolução de conflitos no Brasil, com o objetivo de desvendar mitos, compreender desenvolvimentos recentes e inovar nas práticas e teorias subjacentes. A autocomposição, que engloba a mediação, a conciliação e a justiça restaurativa, tem se mostrado como uma abordagem eficiente para o tratamento de conflitos em diversos níveis da sociedade, desde disputas individuais até questões coletivas e estruturais. O GT investigará como essas práticas estão sendo desenvolvidas e implementadas em todo o território nacional, analisando o papel das políticas públicas,
das legislações e das instituições na promoção e sustentação da
autocomposição. Serão examinadas as experiências regionais e locais para
identificar os sucessos, os desafios e as oportunidades de melhoria,
com uma atenção particular às inovações que podem ser escaladas ou
adaptadas para diferentes contextos. Além disso, o GT abordará as
implicações sociais, políticas e culturais da autocomposição, questionando como esses métodos podem contribuir para a pacificação social e a construção de uma justiça mais acessível e democrática. Será dada especial atenção ao modo como a autocomposição pode ser uma ferramenta para superar os mitos que limitam seu uso e compreensão, e como pode ser projetada para enfrentar os complexos desafios de um mundo em constante conflito. O debate se estenderá para as dimensões interdisciplinares da autocomposição, incorporando perspectivas da sociologia, da política, do direito e da psicologia, entre outras, para fornecer uma visão holística e integrada. Este enfoque multifacetado permitirá ao GT propor não apenas estratégias legais e políticas, mas também promover um entendimento mais profundo das dinâmicas
humanas e sociais que fundamentam os conflitos e sua resolução. Assim, a
ementa do GT reflete o compromisso com a exploração de novas ideias e
projetos que possam influenciar positivamente o campo da autocomposição
no Brasil, alinhando-se com o tema central do CONINTER e contribuindo
para um diálogo construtivo sobre o futuro da resolução de conflitos em
um cenário globalizado e diversificado.
GT 04 - ODS e Universidades: desafios e perspectivas
Silvio Roberto Stefani
Anderson Teixeira Renzcherchen
Carlos Alberto Marçal Gonzaga
Ementa: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pelas Nações Unidas (ONU) em 2015 como um plano abrangente para alcançar um futuro mais sustentável e equitativo para todos. Os ODS foram lançados para alcançar estas metas futuras, a partir das quais várias iniciativas foram propostas, como a Agenda 2030, onde estabeleceram-se os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável criado pela ONU (Silva, 2018). Esses objetivos são inter-relacionados e abordam uma ampla gama de desafios sociais, econômicos e ambientais que o mundo enfrenta. Seguindo a tradição iniciada pela Recomendação 96 da “Declaração de Estocolmo” (UN, 1972), e da “Carta de Belgrado” (UNESCO, 1975), seguidas pela “Declaração de Tbilisi” (UNESCO, 1978), Declaração de Talloires (TALLOIRES REPORT, 1990), e a “Declaração de Halifax” (IAU, 1992), busca-se discutir a responsabilidade e as ações das Instituições de Ensino Superior em ajudar as sociedades no presente e no futuro, a moldar as suas políticas e ações em busca de justiça social e desenvolvimento para a sustentabilidade. Com a perspectiva da importância das Universidades na formação de sujeitos aptos ao auxílio de implementação dos ODS, este Grupo de Trabalho tem como objetivo discutir, as investigações de ensino, pesquisa, extensão e governança que realizadas em âmbito nacional e internacional relacionando os ODS e as Universidades e se ocorrem ações para que esses objetivos sejam alcançados. A área interdisciplinar envolve conhecimentos e práticas relacionadas aos diversos ODS e pode contribuir de forma crítica no seu atingimento.
GT 05 - Planejamento, Gestão e Avaliação de Políticas Públicas
Lobelia da Silva Faceira
Moisés Waismann
Alex Medeiros
Kornalewski
Ementa: Planejamento, implantação, gestão e avaliação de
políticas públicas. O debate teórico metodológico no campo da monitoria
e avaliação das políticas públicas. O estado da arte no campo da
avaliação. Formulação e aplicação de modelos teórico metodológicos de
avaliação da eficiência, eficácia e efetividade das políticas públicas.
As determinações conceituais de plano, programa e projeto. Diferentes
paradigmas e tendências contemporâneas da análise avaliativa e pesquisa
avaliativa. Aspectos políticos e éticos na condução da avaliação. A
construção de indicadores sociais de políticas públicas. A relação da
memória social, economia e política no desenvolvimento e avaliação das
políticas públicas. A avaliação de política setorial da assistência
social, de diversidades culturais e étnicas, da cultura, da educação, de
gênero, geracional (juventude e idosos), do meio ambiente, da memória,
do trabalho, da saúde, da habitação, de cidades e regiões (urbana), e
segurança pública. Memória e Violência: a produção de análises
qualitativas e avaliações da política de segurança pública. Memória e
Violência: a produção de análises qualitativas e avaliações da política
de segurança pública e execução penal.
GT 06 - Sistemas Socioecológicos e Políticas Públicas
Marcelo Vianna
Maria Eugênia Totti
Ementa: Esse GT propõe-se
a tratar de questões imbricadas entre sistemas socioecológicos e incidência de
políticas públicas. A centralidade
das discussões é nas temáticas que envolvem a gestão e a governança da água e do pescado e as populações locais. O
grupo visa promover uma abordagem interdisciplinar a fim de compreender os desafios emergentes
relacionados à água e ao pescado,
considerando os aspectos sociais, ecológicos, econômicos e políticos
envolvidos. São bem vindos trabalhos que promovam reflexões
sobre as possibilidades e limites das políticas públicas
como caminhos para uma sociedade menos desigual e para a conservação ambiental.
Propostas de discussão:
1) Análise dos sistemas socioecológicos relacionados à água e aos
recursos pesqueiros, identificando interações e interdependências entre
elementos naturais e sociais; 2)Estudo das mudanças e adaptações
socioambientais decorrentes de pressões antropogênicas, como
urbanização, poluição, mudanças climáticas e práticas de pesca
instustentáveis; 3) Avaliação da eficácia das políticas públicas
existentes relacionadas à gestão da água e dos recursos pesqueiros,
identificando lacunas e áreas de melhoria; 4) Desenvolvimento de
estratégias e soluções inovadoras para promover a gestão sustentável da
água e dos recursos pesqueiros, considerando as necessidades das
comunidades locais e a conservação dos ecossistemas aquáticos, e; 5)
Estudos que busquem o diálogo e colaboração entre diferentes atores,
incluindo acadêmicos, tomadores de decisão, organizações da sociedade
civil e comunidades locais, visando a construção de consenso.
GT 07 - Informação, Educação e Tecnologias
Carlos Henrique Medeiros de Souza
Cleonice Puggian
Fabio Machado de Oliveira
Cristiana Barcelos da Silva
Ementa: O
Grupo de Trabalho - GT tem como objetivo promover um espaço
interdisciplinar de interlocução acadêmica para pesquisadores das
seguintes temáticas: epistemologias emergentes, tecnologias e educação;
ciberespaço, ciberespaço, cibercultura e sociedade em rede; linguagens tecnológicas e redes sociais digitais; inteligências artificiais (IAs); educação, tecnologias e processos de formação humana; hipertextualidade, leitura e escrita; docência, discência e cibercultura; tecnologias, saberes e métodos; acesso à informação, igualdade e diferença; políticas públicas, educação e informação. Busca agregar conhecimentos
e articular o diálogo entre as diversas áreas à luz das transformações
tecnológicas, sociais e culturais. Examina a complexa interface entre as
diversas esferas da ação humana, observando os impactos das tecnologias digitais na educação, informação e ciência.
GT 08 - Ruralidades e Dinâmicas Regionais na Amazônia Legal: abordagens interdisciplinares
Renata Rauta Petarly
Cleiton Silva Ferreira Milagres
Ementa: A diversidade regional do Brasil se manifesta de maneira intensa na Amazônia Legal, uma área de importância crucial para a biodiversidade global e para a regulação climática. As comunidades rurais nessa região enfrentam desafios relacionados à preservação ambiental, à garantia de direitos territoriais e ao desenvolvimento regional sustentável. A sessão buscará estabelecer um diálogo interdisciplinar com evidências entre diferentes atores, incluindo pesquisadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e comunidades locais. Espera-se contribuir para a construção de um conhecimento amplo e integrado sobre a sustentabilidade ambiental, as ruralidades e o bem-estar das gerações presentes e futuras em escala global.
GT 09 - Acessibilidade, Inclusão Escolar e Social para um mundo em conflito: Desenvolvimentos, Mitos, Ideias e Projetos
Haydéa Maria Marino de Sant’Anna Reis
Ediclea Mascarenhas Fernandes
Ementa: Estudos interdisciplinares acerca das ideias e mitos existentes nos processos culturais e nos contextos de convivência social. Desenvolvimentos e Projetos de aceitação e recusas em espaços e tempos na relação humana sob a perspectiva da diferença e da diversidade. Acessibilidade programática, atitudinal, arquitetônica, metodológica/pedagógica, de comunicação, instrumental, tecnológica e digital nas instituições/cidades em tempos de conflitos. Inclusão social, laboral e escolar de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em contextos mediados pela utilização de tecnologias digitais e/ou tecnologias assistivas com vistas a adaptações
curriculares, didáticas e de metodologias de ensino. Os desafios
interdisciplinares acerca das tensões oriundas do cenário vigente: a
vida em sociedade, a formação acadêmica, a empregabilidade e as
condições de atuação profissional com vistas a apresentar caminhos e
horizontes para superá-los.
GT 10 - Diversidade Sexual e de Gênero: conflitos e propostas
Leandro Colling
Carlos Henrique de Lucas
Miguel Rodrigues de Sousa Neto
Aguinaldo Rodrigues Gomes
Ementa: Entre os diversos conflitos registrados nos últimos anos no Brasil e em vários outros países, a exemplo da Espanha, Portugal, Hungria, Argentina e Estados Unidos, os relativos ao respeito à diversidade sexual e de gênero têm ocupado um lugar central, em especial nas principais campanhas eleitorais. Em torno da “ideologia de gênero”, setores conservadores e religiosos cristãos se aliaram em escala internacional para proibir qualquer menção a gênero e sexualidade no debate público e nas políticas de educação, saúde, cultura e direitos humanos (ver Junqueira, 2022 e Butler, 2024). Enquanto isso, crescem as denúncias de casos de violência contra a comunidade LGBTQIAPN+ e a qualquer pessoa que questione de alguma forma as normas de gênero e sexualidade (Benevides, 2024). Além disso, setores tidos como progressistas também têm atacado as políticas identitárias LGBTQIAPN+. A proposta deste Grupo de Trabalho será a de refletir sobre as origens e dinâmicas desses conflitos e sobre as estratégias utilizadas por governos, movimentos sociais, artistas e demais pessoas, grupos e coletivos para construir um mundo que respeite e aprenda com a diversidade sexual e
de gênero. Por isso, serão aceitos trabalhos de perspectiva
interdisciplinar que reflitam sobre essas problemáticas em diferentes
perspectivas epistemológicas, conceituais e metodológicas.
GT 11 - Políticas Culturais
Maria de Fátima Rodrigues Makiuchi
José Roberto Severino
Ementa: O GT promove um espaço de reflexão para pesquisadores que se dedicam à temática das políticas culturais. Acolhe estudos e pesquisas teórico-conceituais e/ou analíticas que possam contribuir para a compreensão das políticas culturais em geral, do desenvolvimento e da gestão das políticas públicas de cultura frente aos desafios da contemporaneidade. Entre esses estudos destacamos aquelas dimensões que tratam do patrimônio material e imaterial, da diversidade cultural, dos processos de formulação, implementação e monitoramento das políticas culturais, da participação social, do financiamento público, e dos sistemas e indicadores da cultura.
GT 12 - Transição Ecológica, Mudanças Climáticas e Disputas Ambientais nos Territórios Rurais
André Rodrigo Rech
Gustavo Rovetta Pereira
Camila Alvez Islas
Alice Morais
Ementa: Este grupo de trabalho é aberto a submissão de pesquisas que versem sobre as formas de defesa, proteção, conservação e reconfiguração socioambiental dos territórios rurais brasileiros, no contexto dos efeitos das mudanças climáticas e da acentuação das consequências do neoextrativismo vinculados a produção de commodities e a reflexão sobre a busca de soluções baseadas em natureza com repercussão social. De modo convergente, também almejamos a discussão de pesquisas sobre os efeitos do neoextrativismo nos territórios, sua vinculação com os efeitos das mudanças climáticas e a construção
de modelos alternativos de envolvimento. Nessa lógica, serão discutidos
trabalhos que mobilizam, preferencialmente, de modo interdisciplinar os campos da ecologia política, etnoecologia, geografia, ecologia, conservação da biodiversidade, serviços ecossistêmicos e benefícios da natureza, agroecologia, economia ecológica, socioantropologia da questão ambiental, história ambiental e áreas afins.
GT 13 - Cercamentos, Desenvolvimento(s) e Violências Históricas Silenciadas no Mundo Rural
Andrey Lopes de Souza
Joselia Barroso Queiroz
Lima Renata Santos Maia
Ementa: Tem por objetivo receber, divulgar e discutir pesquisas concluídas ou em andamento que abranjam a complexidade dos conflitos sociais, econômicos, etcnico-raciais e de gênero que constituem a sociedade brasileira e a ruralidade. A persistência de conflitos das desigualdades extremas que implicam a sociedade brasileira, sobretudo após período de retrocesso de polítcas públicas por equidade e, portanto, afirmativa de direitos, nos leva a abrir um espaço de reflexão no qual possamos problematizar, ainda na atualidade, o impacto do mito da democracia social no Brasil. Os coordenadores do GT, vinculados a diferentes grupos de pesquisa, a programas de pós-graduação da UFVJM e da UNIMONTES que promovem diálogos interdisciplinares e que orientam pesquisas advindas
das diferentes regiões do país detectam os atravessamentos sociais,
políticos e epistêmicos que o mito da democracia racial, o
patriarcalismo e o desenvolvimento econômico capitalista neoliberal de
saberes, de territórios e de corpos, evidenciando o que Federici (2017) nomeou como cercamentos.
Ressalta-se que para promover a democracia plena no Brasil é necessário
reconhecer e reverter os quatro pecados capitais da República: latifúndio, patrimonialismo, patriarcalismo e escravidão (CARVALHO, 2017).
GT 14 - Políticas Públicas e Mudança Social
Cristiane Kerches da Silva Leite
Ana Paula Fracalanza
Camila Gonçalves De Mario,
Ementa: Este grupo de trabalho objetiva receber trabalhos que desenvolvam reflexões sobre as possibilidades e limites das políticas públicas como campo de efetiva mudança social no Brasil e na América Latina no atual momento histórico. Propomos debates entre trabalhos multi e intersetoriais (saúde, educação assistência social, meio ambiente, segurança pública etc.), diversos teórico e metodologicamente, que articulem perspectivas interseccionais (classe, gênero e raça), dialogando com as
questões de fundo: políticas públicas são espaço de mudança social, no
sentido da redução das desigualdades e vulnerabilidades sociais? Quais são as dinâmicas de resistência às mudanças inclusivas sócio e economicamente? Como as forças sociais democráticas atuam politicamente, dentro e fora das instituições, para a construção de uma sociedade menos desigual? Trabalhos sobre casos de avanços (e dilemas) sociais oriundos de processos que envolvem disputas entre coalizões, corporações, organizações, movimentos sociais, think tanks, institutos de pesquisas e afins são bem-vindos, que transitem no campo da interdisciplinaridade e problematizem a mudança social a partir das políticas públicas no século XXI.
GT 15 - Políticas Públicas , Ações Afirmativas e Relações Étnico-Raciais em Contextos Políticos e Organizacionais
Dyego de Oliveira Arruda
Vinícius Ferreira Natal
Talita de Oliveira
Ementa: O presente GT tem como propósito recepcionar trabalhos, ensaios teórico-analíticos e relatos de experiências que se debrucem no tema central das políticas públicas e demais movimentos ético- políticos que objetivam promover direitos e, portanto, reparar contextos históricos e estruturais de violências e subalternizações que acometem as populações negras, indígenas e periféricas no contexto brasileiro e da América Latina, de uma maneira geral. Entendemos as ações afirmativas enquanto iniciativas que perpassam as políticas públicas (mas não somente elas) e que pretendem resgatar e (re)afirmar potências e agências de grupos historicamente subalternizados, conferindo direitos a esses sujeitos e estimulando processos que resultam na igualdade de oportunidades entre os diversos segmentos étnico-raciais que compõem a sociedade brasileira e latino-americana. De maneira mais específica, esperamos que sejam enviados ao presente GT trabalhos, mesmo que ainda em processo de lapidação e desenvolvimento, que explorem as seguintes perspectivas: (i) características, potências e contradições dos processos de implementação das políticas de ações afirmativas no contexto brasileiro e da América Latina, com ênfase para as políticas de cotas que, no Brasil, se materializaram a partir das leis nº 12.711/2012 (cotas sociorraciais no acesso ao ensino técnico e superior das instituições federais de ensino) e nº 12.990/2014 (cotas raciais em concursos públicos); (ii) potências, agências, violências e barreiras que emergem em torno das presenças de populações negras, indígenas e periféricas nas organizações, sejam elas públicas, privadas (empresas), ou mesmo nas organizações que se originaram a partir dos movimentos sociais e coletivos, tais como os sindicatos, associações, agremiações e escolas de samba; (iii) discursos que emergem em torno das políticas públicas de ações afirmativas e dos demais movimentos de agenciamento das populações negras, indígenas e periféricas e; (iv) agenciamentos, burlas e barreiras provocadas pela branquitude ao ser confrontada com a potência em torno das políticas públicas e movimentos ético-políticas de ação afirmativa. Em termos metodológicos e epistemológicos, serão aceitos neste GT pesquisas e reflexões decorrentes dos mais diversos campos do saber, que possuem perspectivas teórico-analíticas marcadamente interdisciplinares e que estejam efetivamente comprometidas com práticas antirracistas, coletivas e emancipatórias.
GT 16 - Neodesenvolvimentismo e o direito dos povos indígenas, comunidades locais urbanas e rurais
Cora Higino
Ana Claudia Diogo Tavares
Erika Macedo Moreira
Roberta Lima
Ementa: O
avanço do neodesenvolvimentismo associado à mercantilização da natureza
e aos projetos de expansão das fronteiras agrícolas sobre áreas de
preservação ambiental, territórios indígenas e comunidades tradicionais,
urbanas e rurais, configura um cenário de intensos conflitos
socioambientais e culturais. Este Grupo de Trabalho (GT) propõe-se a
construir um diálogo interdisciplinar, com base em diferentes aportes
teóricos e metodológicos, a fim de colocar em evidência as diferentes
formas de mobilização e atuação política estabelecidas entre os
sujeitos, grupos e instituições, seja na luta pela manutenção dos seus
territórios e contra a usurpação de suas riquezas naturais e
conhecimentos tradicionais, seja na luta contra o avanço do capital
sobre as terras. O GT receberá trabalhos que abordem os seguintes temas:
1. Impacto do capitalismo de guerra; 2. Pilhagem do Estado de direito
contra a violência e usurpação dos conhecimentos e da natureza; 3.
Neocolonialismos e estratégias de oligarquias rurais e empresas
extrativistas, incluindo mineradoras; 4. Desafios do capitalismo verde e
da bioeconomia; 5. Modelos de desenvolvimento e autoritarismos; 6.
Conservação ambiental e unidades de conservação; 7. Direitos indígenas e
de povos e comunidades tradicionais; 8. Ecofeminismo 9.Segurança e
soberania alimentar entre outros temas correlatos à análise crítica do
modelo de desenvolvimento hegemônico e suas repercussões sociais e
ambientais. o GT é destinado a acadêmicos, pesquisadores, profissionais e
ativistas interessados em debater as relações de poder e ressignificar a
efetivação de direitos das comunidades tradicionais e locais urbanas e
rurais.
GT 17 - Movimentos Sociais e o Contexto Econômico, Social e Político na América Latina
Fernando José Martins
Monica Maria Teixeira Amorim
Gaudêncio Frigotto
Gustavo Henrique Cepolini Ferreira
Ementa: Os condicionantes do contexto econômico, social e político dos movimentos sociais na América Latina, na sua formação histórica, quanto embasamento teórico que se pauta em uma análise materialista, histórica e dialética do pensamento latino-americano. Teorias dos e sobre os movimentos sociais latino-americanos, com ênfase nos autores do próprio espaço da América Latina. Características e práticas dos movimentos sociais da América Latina e também referências aos movimentos localizados em tal espaço social, visto que há, aqui, movimentos emblemáticos como os Zapatistas no México, movimentos dos povos originários no Peru, Equador e Bolívia, bem como na América Central, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Brasil, os Piqueteiros na Argentina, Movimento Estudantil no Chile, entre outros processos de vulto internacional. O caráter educativo dos movimentos sociais. Movimentos Sociais, integração e fronteiras, entendidas em seu amplo significado, não como limite territorial. As propostas de formação humana e identidade coletiva contidas nas práticas dos movimentos sociais. Mobilizações sociais, protestos, ações coletivas e projetos societários emancipatórios.
GT 18 - O Mundo do Trabalho e da Justiça: entre retóricas, mitos e dados
Carolina Pereira Lins Mesquita
Joaquim Leonel de Rezende Alvim
Carla Appolinário de Castro
Ementa: Atribuindo um sentido de continuidade aos Grupos de Trabalho que coordenamos em edições anteriores do
CONINTER, nosso objetivo geral consiste em refletir sobre o mundo do trabalho, as instituições correlatas, os sistemas éticos e de acesso à Justiça do Trabalho, por intermédio de
pesquisas empíricas, contextualizadas, com viés interdisciplinar e
crítico. Consistem em temas de nosso interesse as atividades laborativas
(formais, informais e profissionais), as medidas de flexibilização e desregulamentação dos contratos de trabalho, as dinâmicas de precarização das relações individuais e coletivas de trabalho, os mecanismos de resistências, lutas e seus desafios. Investigações que abarquem os marcadores sociais da diferença (e.g., classe, raça, gênero, sexualidade, parentalidade e deficiência), questões de subjetividade e identidades, sejam como foco central ou transversal da análise, serão privilegiadas, especialmente aquelas que produzam dados primários contrastivos às retóricas e aos mitos midiáticos, políticos, econômicos e da dogmática jurídica.
GT 19 - Políticas pelo Direito à Permanência de Povos e Comunidades Tradicionais em seus Territórios de Origem: avanços, retrocessos e novas perspectivas
Ana Maria Motta Ribeiro
Jean Tible
Alba Simon
Ementa: O GT pretende reunir pesquisas, resumos acadêmicos escritos e outras formas narrativas como vídeos e imagens para relatos de casos sobre conflitos decorrentes de sobreposição (dupla afetação) de territórios de comunidades tradicionais e unidades de
conservação, experiências de retomadas de terras indígenas por povos
originários, conflitos pelo direito de permanência ou pelo direito
histórico de titulação envolvendo liberdade identitária de manejo e de
reprodução cultural econômica de povos e comunidades tradicionais em
seus territórios tradicionais, Iniciativas inovadoras e ações estruturantes de consolidação de áreas protegidas e de conquista de direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais
GT 20 - Gênero, Violências, Cultura: interseccionalidade e(m) Direitos Humanos
Verônica Teixeira Marques
Djalma Thürler
Claudiene Santos
Ementa: Este Grupo de Trabalho lança o desafio de repensar a naturalização da cultura da violência de gênero, de modo a compreender a chamada discriminação interseccional e a garantia (ou não) de direitos humanos na contemporaneidade, sob diferentes olhares teórico-metodológicos interdisciplinares.
São esperados trabalhos científicos que tenham como ponto de partida a
relação entre gênero, violências, cultura e direitos humanos, levando em
conta os diversos marcadores sociais em populações vulnerabilizadas e que versem sobre temas como: a) Raça/etnia e classe; b) discursos de/sobre masculinidades; c) sistema prisional e violência institucional; d) corpos dissidentes; e) LGTBQI; f) violências contra mulheres (doméstica,
sexual, tráfico de mulheres; exploração sexual); g) representações e
pedagogias culturais de mídias, audiovisual, cinema e artes; h) educação
em ; h) educação em direitos humanos, dentre outros. Funcionando desde 2018 o GT Gênero, Violências, Cultura – Interseccionalidade e(m) Direitos Humanos tem congregado pesquisadores de todo o Brasil estabelecendo um diálogo profícuo e interdisciplinar.
GT 21 - Memória e Patrimônio: deslocamentos e transformações nas práticas e representações
Regina Abreu
Renata Oliveira
Bianca Rihan
Sabrina Dinola
Ementa: A proposta deste GT tem por objetivo tecer diálogos entre pesquisas que denotem configurações de patrimônios e de políticas patrimoniais como resultados de dinâmicas de lembranças e esquecimentos em diferentes contextos de disputas entre grupos sociais. É substancial o debate sobre experiências de pesquisas presenciais e em rede que tenham por objetivo contribuir de forma alargada na construção de conhecimentos e inovações no campo do patrimônio cultural. Esta proposta busca abrir espaço para trabalhos que explorem construções de conhecimento em rede e interlocuções colaborativas, que já não são temporárias nem provisórias, entre pesquisadores e os chamados “detentores”, em processos cada vez mais permeados por ações de engajamento de ambas as partes. Em suma, buscamos reunir trabalhos que se debruçam sobre relatos e experiências de pesquisas permeados por “memórias de resistência”, “territórios instáveis”, “museus sociais e participativos”, “processos de patrimonialização em tempos extremos” e construção de “territórios de memoração".
GT 22 - Outros olhares sobre o turismo: resistências possíveis a práticas hegemônicas
Marcelo Vilela de Almeida
Patrícia Zaczuk Bassinello
Ementa: Fenômeno sociocultural apropriado pelo capitalismo, o turismo passou a merecer atenção da academia sob diversos diversos prismas teórico-analíticos. As complexidades que permeia tal fenômeno na contemporaneidade têm suscitado a busca por recursos analíticos – de viés contra hegemônico, pós- colonial e emancipatório – que possibilitem outros olhares sobre as práticas turísticas, (re)significando as inter-relações entre visitantes, meio ambiente e culturas locais.
Espera-se que este grupo de trabalho (GT) contribua, como em edições
anteriores do evento, para trazer à tona a diversidade de vozes de
atores de diferentes representatividades, invisibilizados nos territórios e espaços de governança
turística. Outro propósito deste GT é o de compreender as vivências e
movimentos de resistências de sujeitos subalternizados, bem como
possibilitar a ressignificação de saberes e fazeres representativos das práticas turísticas, de modo a permitir a abertura de uma construção diversa e humana no turismo. Trazer à luz outros olhares (teórico-metodológicos e empíricos) sobre o turismo, bem como discutir de que forma certas práticas turísticas têm se convertido em resistências possíveis às suas manifestações hegemônicas são, também, objetivos deste GT, em consonância com o tema central do evento. De forma mais objetiva, esperamos, no âmbito deste GT, acolher trabalhos que versem sobre as seguintes perspectivas: (a) manifestações contra hegemônicas no âmbito do turismo; (b) perspectivas críticas e pós-coloniais de “leitura” e análise do fenômeno do turismo; (c) sujeitos subalternizados e as dinâmicas a partir das quais tais indivíduos “produzem” práticas turísticas; (d) os marcadores sociais da diferença (raça, gênero, sexualidade e afins) no âmbito da organização do fenômeno do turismo, a partir de um viés contra hegemônico; (e) territórios de resistência e práticas de turismo contra hegemônico.
GT 23 - Memória, Narrativas e Discursos
Diana Pinto
Tamara Campos
Ronaldo Oliveira de Castro
Ementa: Discursos e narrativas no processo de construção de memória. Práticas discursivas institucionais no contexto da interdisciplinaridade. As narrativas como significações engendradas pela ação conjunta de atores sociais no processo de construção de memória. A produção de narrativas e o enquadramento de experiências na dinâmica social da memória e do esquecimento. Abordagens de análise do discurso e de narrativas: perspectivas teórico-metodológicas para o estudo do campo da memória social. As noções de micro e macro contextos nos discursos que compõem a memória. Memória, esquecimento e narrativas como atividades sociais. Vozes
institucionais e sistemas de representação na construção de narrativas e
memória: identidades situadas engendradas nos discursos concebidos como resultado de negociações locais de sentido entre os participantes. A relação discurso, poder, memória e instituições. Vínculos entre as relações de poder, narrativas e emoções nas práticas cotidianas de dominação, exclusão e formas de resistência social. Narrativas de memórias traumáticas.
GT 24 - Sentido e Experiências: desafios para para interdições necessárias nas relações hedonistas da sociedade do desempenho
Crisóstomo Lima do Nascimento
Adriano Furtado Holanda
André Vinícius Dias Senra
Ementa: Seja numa perspectiva mais ampla, inter-social através dos diferentes grupos sociais, comunidades, nações, seja inter-pessoal, nas relações cotidianas, ou até mesmo num âmbito de foro intra-pessoal nos modos de relações com que os sujeitos se relacionam consigo mesmos, é facilmente constatável que vivemos num mundo de conflitos cada vez mais explícito. O filósofo Sul Coreano Biyung Chul Han propõe que o sujeito de desempenho pós-moderno é livre na medida em que não está exposto
a qualquer tipo de repressão por instâncias de domínio externas a ele.
Mas, na realidade, ele não é livre do mesmo modo que o sujeito da
obediência. Quando a repressão externa é superada surge a pressão interna. Desse modo, o sujeito de desempenho desenvolve uma depressão e a violência continua se propagando a passos largos, apenas em seu interior. A decapitação na sociedade da soberania, a deformação na sociedade disciplinar e a depressão na sociedade de desempenho são estágios da mudança topológica da violência, que é sempre mais internalizada, psicologizada e, assim, acaba se tornando invisível. Ela vai se livrando mais e mais da negatividade do outro ou do inimigo, tornando-se autorreferente. O presente Grupo de Trabalho se propõe a acolher trabalhos e pesquisas que tragam a um campo de enunciação mais clara os fenômenos constitutivos deste tempo de permanentes conflitos em que vivemos, trazendo possibilidades emergentes de suas indiossincrasias e paradoxos intrínsecos que possam explicitar experiências e possibilidades menos hedonistas de sentidos para novos devires socialmente mais inclusivos e estruturantes de ideias e projetos mais comprometidos com as diversidades e alteridades individuais e sociais.
GT 25 - Instituições, Atores e Ideias em Tempos de Conflito: perspectivas pluridimensionais para a participação, inclusão e democratização no campo das políticas públicas
Felipe Fróes Couto
Geraldo Antônio dos Reis
Ana Claudia Farranha
Ementa: Este Grupo de Trabalho propõe suscitar debates interdisciplinares sobre a formulação, execução e avaliação/monitoramento de políticas públicas em tempos de conflito, abordando de forma ampla os principais elementos que compõem o policy cycle. O foco de interesse estará em debater questões críticas acerca da participação e inclusão cidadã no processo de construção e efetivação de políticas públicas. Nesse sentido, busca-se compreender como a democratização na formação da agenda pública, na tomada de decisão, na implementação e no monitoramento de resultados pode contribuir
para a criação de novos desenhos institucionais e normativos,
potencializando a geração de ideias e a articulação de atores em prol da
solução de conflitos. Os objetivos serão analisar as contribuições de
novas abordagens teóricas para o campo de políticas públicas,
especialmente no que tange a boa governança, participação popular e
transparência em políticas públicas; explorar as contribuições de experiências participativas que envolvam a inclusão e/ou o ativismo de grupos sociais de interesse normalmente excluídos da concepção/execução/avaliação de políticas públicas; e examinar contribuições de estudos de casos que apresentem inovações democráticas para a solução de conflitos entre grupos de interesse no âmbito das políticas públicas.
GT 26 - Hip Hop no Brasil: um diálogo com estudos sobre a produção de sentidos e as transformações da cultura
William de Goes Ribeiro
Denílson Oliveira
Bruna Gabriela Marques
Ementa: Já há alguns anos no Brasil, em meio a outras produções sobre o tema, o livro de Marc Hill (2014), intitulado Batidas, rimas e vida escolar, inspira o debate sobre a Pedagogia Hip Hop. O pesquisador norte-americano empenha-se no estudo etnográfico a partir de uma disciplina escolar: “Literatura Hip Hop”. A proposta salienta questões e dilemas naquele país, ao passo que expõe motivações e experiências diversas. Como na obra citada, não pretendemos buscar receitas, tampouco fórmulas para lidar com “jovens problemas”. Diferentemente, nossos estudos expõem a falência de concepções pedagógicas e políticas planejadas de antemão, as quais ignoram o contexto e as relações cotidianas imprevisíveis. Em outras áreas, produções acadêmicas e vida cotidiana, o Hip Hop se reedita como resistência, a partir de uma população potente; e como reexistência, em meio a conflitos sociais, raciais, de gênero, interseccionais e outros, promovendo a política “periférica”, sustentando subjetividades. No caso do Brasil, a referida cultura permanece viva em uma dinâmica singular, em virtude de ressignificações e de criativas produções, tornando o Hip Hop mais plural e local. Os estudos de Ricardo Teperman (2015) com o rap no país é um exemplo do exposto: Se liga no som. Em suma, com tais inspirações em mente e tantas outras mobilizadas pela cultura Hip Hop, o objetivo deste GT visa ampliar o diálogo interdisciplinar com a aludida cultura de modo a discutir alternativas a respeito de demandas sociais e enfocar as produções de sentido aliadas a lutas históricas, como as da população negra e indígena no Brasil.
GT 27 - Criminologia e Direitos Humanos: autos de resistência ao autoritarismo penal
Alexandre Miguel França
Nadine Monteiro Borges
Ementa: O presente GT, estruturado a partir de discussões e estudos realizados em disciplina eletiva ministrada no PPGSD, pretende priorizar discussões e análises sobre o autoritarismo penal brasileiro, buscando pesquisas e trabalhos que se estruturem a partir de autores que trabalham de maneira crítica com temas como violência, Criminologia e Direitos Humanos, confrontando as diferenças entre as razões declaradas da Política Criminal e a prática efetiva de violências cotidianas direcionadas especialmente à população negra e pobre. A partir dessa perspectiva crítica serão recebidos trabalhos que realizem estudos teóricos e possam articular estas perspectivas com análise de casos sobre violências recentes praticadas pelos agentes do Estado em nome do enfrentamento à criminalidade que identificam as amarras de um sistema penal opressor.
GT 28 - Alteridades na Universidade: saberes locais e diálogos críticos Carla Susana Alem Abrantes
Carla da Costa Dias
Maria Raílma Alves
Ementa: As universidades brasileiras vêm sendo, nas últimas décadas, o palco de profundas transformações sociais resultantes de políticas de ampliação do ensino superior e de ações afirmativas. Muitos sujeitos, outrora excluídos, chegam com histórias ativas, com experiências interculturais e com novas pautas acionadas e tensionadas na construção cotidiana e intercientífica do ensino. Essas manifestações representam grupos que sobreviveram às invasões coloniais, à assimilação forçada e ao racismo e hoje lutam por agendas decoloniais e um diálogo crítico e historicamente sensível aos modelos hegemônicos e às relações de poder. Os alicerces para esse novo ensino são o protagonismo juvenil, a emergência de identidades raciais, étnicas, tradicionais e a interação com territórios, redes e cotidianos comunitários. Os pesquisadores têm sido, portanto, provocados a se aproximar dessas arenas de conhecimento emergentes nas universidades e mediar posições e estratégias que respeitem os saberes locais e ancestrais. Em parceria com o Observatório das Desigualdades e Discriminações Étnico-Raciais na Unimontes (MG), esperamos receber trabalhos de pesquisa, ensino e extensão sobre a temática em tela. As formas de conhecer, sentir e agir no mundo, ao serem partilhadas, promovem Ciências Sociais e Humanas abertas à construção de espaços mais democráticos e a permanência dos jovens na universidade.
GT 29 - Crise Civilizatória e Horizontes em Perspectivas Diamantino Pereira
Silvia Helena Zanirato
André Felipe Simões
Marcos Bernardino de Carvalho
Ementa: A crise socioambiental pela qual passa o planeta tem nos obrigado a refletir sobre a dinâmica que a embasa e que a agravado de forma acentuada. A manifestação concreta dessa crise tem se feito sentir através das mudanças climáticas e seus efeitos. Isso tem ensejado respostas geralmente imediatistas que apontam como perspectiva alterar alguns procedimentos, mas que não caminham no sentido de entender a real dimensão do processo pelo qual o planeta está passando.Aa mudanças climáticas só poderão ser enfrentadas na medida em que ataquemos a dinâmica socioambiental que a tem produzido em um sistema que se rege pelo desempenho da economia através da extrema concentração de riqueza, de um lado, e de outro, a pobreza, injustiça e precarização impostos à grande maioria da população mundial. Nossa perspectiva vai pelo caminho de buscar desvendar a dinâmica atual da sociedade, considerando que se trata de uma crise civilizacional e, nessa medida, impõe-se o estabelecimento da vida base para o vislumbre de outros horizontes possíveis, a biocivilização nas palavras de Ignacy Sachs.
GT 30 - A Produção do Espaço Urbano e Meio Ambiente: estudos interdisciplinares
Marcos Esdras Leite
Narciso Ferreira dos Santos Neto
Ementa: A análise da cidade e meio ambiente denota a compressão e estudos que integram a complexidade do social, urbano e espaço. Desse modo, o presente grupo de trabalho visa debater sobre as dinâmicas sócio-espaciais
que compreendem a produção do espaço urbano e meio ambiente, fomentando
reflexões e assimilações técnicao-científicas. Assim, o presente Grupo de Trabalho pretende
reunir diferentes contributos em campos e áreas diversos, que articulem
uma perspectiva interdisciplinar para concatenar e unir estudos
correlatos às questões urbanas, direito à cidade, socialidades urbanas,
política urbana, sustentabilidade, degradação ambiental, modelagem Ambiental, Geotecnologias aplicadas ao estudos das cidades e processos de intervenções urbana, social e ambiental.
GT 31 - Pensar o Brasil em Texto/Imagem: Darcy Ribeiro, Glauber Rocha e as contradições de um país dependente
Ildenilson Meireles
João Batista de Almeida Costa
Ementa: O texto de Darcy é uma viagem vertiginosa pelo Brasil profundo, aquele que nos foi negado no material didático do ensino básico e que continua sendo negligenciado no ensino superior. Glauber Rocha defendeu em imagens uma originalidade trágica do Cinema Novo frente ao cinema hegemônico mundial na adoção da fome como cerne de sua estética. Uma estética da fome que seria, ainda, uma estética da violência. A partir dessa narrativa texto/imagem pretendemos abrir espaço para o debate acerca das contradições características do “Brasil profundo” tematizado pelos dois autores em suas obras. A utopia de Darcy, que era também a de Glauber Rocha, em que o país pudesse prosperar a partir das suas próprias virtudes culturais e econômicas, exigiu de ambos uma crítica radical das contradições de um país dependente. Além de trabalhos em texto, trabalhos audiovisuais e em chave literária que tangenciam essa articulação texto/imagens do Brasil serão muito bem vindos.
GT 32 - Direitos Humanos, Diversidade e Ações Afirmativas
Shirlena Campos de Souza Amaral
Décio Nascimento Guimarães
Patricia Teles Alvaro Salgado
Ementa: Esse GT propõe-se a tratar a questão da Diversidade, discorrendo sobre as bases culturais e mentais de práticas discursivas e sociais que (1) alicerçam preconceitos e exclusão e, na contramão disso, (2) contribuem para a promoção da igualdade e desenvolvimento da democracia, da justiça social e cultural. A reprodução de memórias histórico-culturais da metáfora da supremacia do “eu” em detrimento ao “outro” forma um lastro que sustenta padrões colonizadores de exclusão e de violência. Propondo
uma ruptura com este paradigma, estudos, saberes e manifestações
contra-hegemônicas mostram que práticas inclusivas, como as políticas
afirmativas, representam oportunidades de desconstrução desse lastro.
Propiciam a ressignificação das relações de poder, provocando reflexões relativas ao protagonismo das identidades e diversidades étnico-raciais, de gênero, de orientação sexual e outras que dos cenários escolar e sócio-humano. Esse GT constitui-se como espaço de debates sobre essas práticas e ajuda-nos a enfrentar a violência do silenciamento e da exclusão das diversidades, ao passo que pode promover o fortalecimento de ações afirmativas de empoderamento dos grupos autodeclarados minorias sociais. E, da mesma forma, propicia-nos fomentar reflexões sobre o papel da educação para a construção de uma cultura de direitos humanos.
GT 33 - Sociedade, Cultura e Educação: processos formativos e políticas públicas para superação das desigualdades sociais no contexto amazônico e nacional
José Gil Vicente
Carlos Alberto Lima de Almeida
Ementa: O Grupo de Trabalho (GT) SOCIEDADE, CULTURA E EDUCAÇÃO: Processos Formativos e Políticas Públicas para Superação das Desigualdades Sociais no Contexto Amazônico e Nacional, estabelece uma interligação entre natureza, sociedade e cultura na região amazônica. O grupo aborda a formação da sociedade regional, destacando sua constituição intercultural e interétnica, incluindo diferentes povos, culturas e nacionalidades. O grupo tamém investiga a a historicidade da região no contexto continental da Pan-Amazônia, abordando espaços, territórios, linguagens, expressões artísticas e outras manifestações simbólicas. Além disso, são analisadas as relações de poder,
Estado e políticas públicas, entre outros temas pertinentes, dentro de
um diálogo interdisciplinar e interinstitucional que promova a formação
crítica de professores e pesquisadores. O foco dos trabalhos deverá envolver a compreensão dos processos formativos e das políticas públicas como instrumentos para enfrentar e superar as desigualdades sociais em um mundo marcado por conflitos de diversas naturezas (sociais, políticos, econômicos ou culturais), tal como proposto para o XIII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades - evento da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (ANINTER-SH), que terá como tema "Desenvolvimentos, mitos, ideias e projetos para um mundo em conflito".
GT
34 - Utopia e Distopia na Teoria e no Pensamento Social: movências
interdisciplinares pela arte, filosofia, história, literatura e
psicanálise
Elton Dias Xavier
Rafael Baioni do Nasciento
Leila de Cássia Faria Alves
Ementa: A teoria e o pensamento social clássico têm sido, por vezes, permeado por narrativas de lugares ideais, fórmulas de bem viver na sociedade e no Estado a que chamamos utopia. Por outro lado, tem havido um crescente número de obras e manifestações distópicas a contrastar e a representar uma espécie de dissolução e/ou reconstrução desse ideário, numa espécie de crítica autofágica. O objetivo do Grupo de Trabalho (GT) é, por intermédio de algumas obras ficcionais utópicas/distópicas, de maneira interdisciplinar, apresentar, discutir, estudar, analisar e interpretar fenômenos sociais bem como os diversos paradigmas utilizados para representá-los e as ferramentas utilizadas nesta tarefa na teoria e no pensamento social.