I Workshop: O Coração Feminino

O coração feminino necessita de cuidados especiais. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil mulheres por dia.

Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina. Na gênese dessa estatística, além de fatores de risco clássicos, que independem de sexo, como hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade, existem alguns aspectos específicos do público feminino.

Nas mulheres, além da doença aterosclerótica obstrutiva, há doença associadas à microcirculação sanguínea, doenças autoimunes (como artrite reumatoide e lúpus), a dissecção espontânea de coronária e a síndrome de Takotsubo.

A terapia hormonal e medicamentos antineoplásicos utilizados no tratamento do câncer de mama, a síndrome do ovário policístico e complicações da gravidez, como eclampsia e diabete gestacional, podem se refletir em problemas cardíacos.

A tudo isso, somam-se aspectos comportamentais e sociais, como dupla jornada de trabalho, estresse, depressão e outros problemas de saúde mental e violência de gênero. Pesquisas mostram que menos da metade das mulheres com IAM tem maior probabilidade de não receberem estratégia de reperfusão primária, tanto farmacológica quanto percutânea, com finalidade de reduzir o risco de morte e complicações associadas ao IAM. Isto reflete na média de sobrevida após o infarto que é de 8,2 anos no público masculino e de 5anos no feminino.

Diante deste cenário e entendendo a magnitude do problema, a Confraria do Coração e a Sociedade Brasileira de Cardiologia - Bahia, uniram forças para realizar o I Workshop sobre O Coração Feminino e fomentar a discussão sobre o tema.