Dia
07/05/2025 – Quarta-Feira
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08h às 09:30h – Credenciamento
09:30h às 10:00h – Apresentação
Cultural
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10:00h às 11:00h – 01 -
Palestra de Abertura
01 – Tema: Discursividades e Ideologia em Torno da Amazônia e de povos da
floresta
- Profa. Dra. Rosimar Regina
Rodrigues de Oliveira - UNIFESSPA
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11:00h às 13:00h – Almoço
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13:00h às 17:00h – Minicursos
.
02 – Minicurso: Semiótica e Discurso
Religioso
Profa. Dra.
Sueli Ramos – UFMS
03 – Tema: Sentidos do Plano de
Aula na Efetivação da Educação Escolar Indígena de Qualidade
- "Nókone hókea ûti motovâti
vikánauxea ra víhikaxovoku"
- Profa. Dra. Elisângela Leal da
Silva Amaral - UNICAMP
.
04 – Tema: Formação de Professores na Perspetiva do Movimento dos
Professores Indígenas Guarani e Kaiowá do Estado de Mato Grosso do Sul: do
ensino médio ao ensino superior
- Prof. Dr. Ailton Salgado Rosendo – UEMS
.
05 – Tema: Escrever (se) na
universidade
- Profa. Dra. Nair Cristina
Carlos de Medeiros - UEMS
15:00h às 15:20H – Café
17:00h às 18:00h – Exposição:
Artista JANE
CLARA ARUGUELLO
17:00h às 18:00h - Lançamento de
Livros
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19:00h às 19:10h – Abertura
Oficial
19:10h às 19:30 – Atividade
Cultural
19:30h às 21:30h – Mesa de
Abertura
06 - Tema: Fascismo e
Neoliberalismo: o falso dilema brasileiro
Prof. Me. Jones Manoel – PG/UFAL
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Dia
08/05/2025 – Quinta-Feira
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08:30h às 11:00h – Mesas
Temáticas
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07 - Mesa: Discurso, Resistência
e Práxis
- Tema: Historicidade e Sentidos
nas Formas de Expressão e do Discurso
- Profa. Dra. Euzenir Francisca
da Silva – PG/UNESP-Araraquara-SP
- Tema: Movimentos Sociais e
Comunicação Digital – desafios e resistência
- Jorn. Ma. Ceyd Eulacia Morales – NEAD/UEMS
- Tema: A Educação Escolar Indígena: discursos e praxis
- Profa. Dra. Elisângela Leal da Silva
Amaral - UNICAMP
08 -
Mesa: O (Não) Lugar da Literatura em Tempos de Autoritarismo: formas
espaços e discursos
- Prof.
Dr. Wagner Corsino Enedino (UFMS/CPTL/Fundect/CNPq)
- Profa.
Dra. Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/FAALC/Fundect/CNPq)
- Prof.
Dr. Ricardo Magalhães Bulhões (UFMS/CPTL)
- Prof.
Dr. André Luiz do Amaral (UFMS/CPTL)
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09 -
Mesa: Corpos-Território em Resistência:
Mulheres Terena e Insurgências Antirracistas no Centro-Oeste do Brasil
- Profa.
Dra. Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros –UEMS
Tema: Ideologia da Família e Políticas
Públicas de Combate às Violências de Gênero
Profa. Dra. Vanessa Arlésia de
Souza Ferretti - UEMS
.
10 - Mesa: Ideologia, Luta de Classes e Resistência dos Sujeitos
- A Greve e a Luta dos Trabalhadores da Educação Pública Superior nos
Anos 2000
- Profa.
Dra. Luciana Henrique da Silva – UEMS – Paranaíba
- Estudos Discursivos Foucaultianos e a Resistência dos Sujeitos
Coletivos: O Funcionamento do Poder na Luta de Classes
- Profa.
Dra. Dieny Graciely Souto (PMMS/GIEF - UEM)
- Significado da Luta de Classes
em Tempos Neoliberais
- Profa. Dra. Adma Cristhina
Sales Oliveira - UEMS
.
11 – Tema: A Luta e o Caminho
Jurídico do Reconhecimento das Comunidades Quilombolas
- Prof. Dr. Antonio Carlos
Santana de Souza – UEMS-NUPESSD
- Katiucia Cristaldo – IC-Avançado/Direito/Aquidauana/UEMS
- Yasmin Araújo Fernandes de Lima
- ICT/FUNDECT/UEMS
.
12 - Tema: A luta de Classe da
Cultura Sul-matogrossense pelo Recurso de Cada Dia
- Profa. Me. Valter Souza da
Silva - Título: “Cadê meu edital”: Protesto em análise) – PG/UNEAT
- Bàbá José Roberto Costa Cardoso
- Título: Cultura tomada, cultura negada: Colegiado Setorial de Cultura Afro MS
- Atriz Ângela Rodrigues
Montalvão
.
13 - 15:00h às 17:00h
Tema: Etarismo:
A Vivência Entre A Razão E A Emoção
Dra. Marta do
Carmo Taques - Vice-Presidente da OAB/MS
Profa. Dra.
Aline Saddi Chaves - UEMS
Dr. Nelson
Passos Alfonso – UMA/PG/UEMS
Prof. Dr. José
Barreto dos Santo – UEMS
.
14 – Simpósio: Sujeitos, Discursos e Identidades:
representações e processos de exclusão
Profa. Dra.
Romilda Meira de Souza Barbosa – SED/TL
Profa. Dra.
Icléias Caires Moreira – SED/TL
.
15 – Título: O Discurso Religioso
na Encruzilhada: Entre a Ideologia Opressora e A Utopia Transformadora
- Prof. Dr. Sérgio Ricardo
Gonçalves Dusilek - UEMS
- Prof. Dr. Nataniel Gomes dos
Santos – NUPEQ/UEMS
.
11:00h às 13:00h – Almoço
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13:00h às 17:00h – Apresentação
de Comunicação Individual
17:00h às 18:00h – Exposição:
Artista JANE
CLARA ARUGUELLO
17:00h às 18:00h - Lançamento de
Livros
.
19:00h às 19:20h – apresentação
cultural
.
19:20h às 21:30h
16 - Mesa: Polêmica, Ética e
Luta de Classe na Academia
Título: Polêmica acerca da Linguagem
Inclusiva de Gênero: discurso e ideologia
- Profa. Dra. Marina Célia
Mendonça – UNESP-Araraquara-SP
Título: Militante na ou da
Academia ou a Reflexão “crítica” é um Objeto Lúdico
- Prof. Dr. Marlon Leal Rodrigues
– NEAD/UEMS
.
Dia
09/05/2025 – Sexta-Feira
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08:30h às 11:00h – Minicursos
17 – Tema:
Bases Teórico-Metodológicas da Análise Dialógica do Discurso
- Profa. Dra. Marina Célia
Mendonça - UNESP-SP
.
18 - Minicurso: O Bullying e
as Violações dos Direitos Humanos nas Escolas
- Prof.
Dr. Michel Canuto de Sena – NEAD/UEMS
.
19 –
Minicurso: Produção de Texto na Ordem do Político: análise de conjuntura
- Prof.
Dr. Marlon Leal Rodrigues – NEAD/UEMS
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20
– Minicurso: Gênero e Poder: Como Meninos e Meninas Podem Construir Relações
Saudáveis (Desde) A/Na Infância?
-
Profa. Dra. Vicentina dos Santos Vasques Xavier (SEMU)
-
Prof. Thiago de Brito Ribeiro (SAS/SEMU)
-
Prof. Eduardo Vaz Oliveira (SAS/SEMU)
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09:40h à 10:00h – Café
11:00h às 13:00h – Almoço
.
13:00h às 17:00h – Mesas
Temáticas
.
21 - Mesa: História e Ideologia
Título: A história como Condição,
Consciência e Ação
Prof. Dr. Rodrigo Bianchini
Cracco – UEMS - PROFEHISTÓRIA
Tema: Ideologia e Luta de Classes
nos Séculos XX e XXI: o MST em análise
- Profa. Dra. Maria Celma Borges
- UFMS, Campus de Três Lagoas
Tema: A
Qual Interesse Serve o Discurso do Empreendedorismo?
Prof. Dr.
Vitor Wagner Neto de Oliveira, UFMS Campus de Três Lagoas
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22 - Titulo: Ideologia, Discurso
e Cena Discursiva: o discurso jurídico em questão
- Prof. Dr. Paulo Cesar Tafarello
– NEAD/UNEMAT – AA
- Prof. Me. Felipe Michelin
Fortes – UNEMAT – AA
Título:
Discursos sobre Pardos: o estatuto da igualdade racial e as bancas de
heteroidentificação
- Profa. Ma. Maíra Brás Costa
Terlizzi – PG/UNEMAT
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23 - Título: Conceito de
Meritocracia: Movência e a Disputa de Sentidos
- Profa.
Dra. Alexandra Aparecida de Araújo Figueiredo - PNPD/CAPES/UFGD
- Profa.
Dra. Nara Maria Fiel de Quevedo Sgarbi – Unigran
24 – Título: O Ensino de Língua
Portuguesa no Oeste De Mato Grosso Do Sul: Relação entre Teoria e Prática
- Profa. Dra. Cristiane Schmidt –
UFMS
- Ana Julia Alavarce Câmara –
PIBIC/UFMS
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25 – Título:
A Educação em Nosso Tempo
- Prof.
Dr. Gilberto Luiz Alves –
- Prof.
Dr. João Mianutti – UEMS
- Prof.
Dr. José Barreto dos Santos – UEMS
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26 –
Título: Escritoras em
Cena: Narrativas, Vivências e Resistências – Teresa Cárdenas (Cubana), Cidinha
da Silva (Brasileira), Carolina Maria de Jesus (Brasileira)
- Profa. Dra. Jordana Cristina Blos Veiga Xavier -
UEMS
- Prof. Dr. André Rezende Benatti - UEMS/UFMS
- Profa. Ma. Jane Fátima Ribeiro da Motta -
PPGLetras/UEMS
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17:00h às 18:00h – Exposição:
Artista JANE
CLARA ARUGUELLO
17:00h às 18:00h - Lançamento de
Livros
.
18:40 – 19:00h – Fala de
Encerramento
19:00h às 19:00h – Fala de
Encerramento
19:00h às 20:00h – Atividade
Cultural
- Banda:
20:00h às 21:30h
27 –
Palestra de Encerramento: A Dimensão Ética do Discurso: sobredeterminação e
tomada de posição
- Prof. Dr. Wedencley Alves
Santana – UFJF-MG
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Obs.:
Prof. Dr. Sírio Possenti por motivo de força maior suspendeu sua participação.
-Tema: Discurso, História e
Memória
- Prof. Dr. Sírio Possenti –
UNICAMP/CNPq
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IDEOLOGIA, DISCURSO E CENA
DISCURSIVA: O DISCURSO JURÍDICO EM QUESTÃO
Prof. Dr. Paulo Cesar Tafarello (UNEMAT – PPGL / NEAD
– Aia)
Prof. Me. Felipe Michelin Fortes (IFMT / SEDUC / NEAD
A. Aia)
Tomando como ponto de partida os conceitos de ideologia e discurso
na forma como proposta pela Análise do Discurso Francesa (ADF), este trabalho
analisa a cena discursiva do depoimento prestado do Presidente Lula ao Juiz
Sergio Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba em 13 de setembro de 2017 na Vara no
âmbito discursivo da operação Lava Jato. Assim, na articulação desses conceitos
teóricos pretendemos apontar como os sentidos produzidos por esses sujeitos
(PÊCHEUX) são constituídos em função das formações ideológicas a partir das
quais são enunciados.
Palavras chave: Discurso, Ideologia, Cena Discursiva,
Discurso Jurídico
.
Discursos
sobre pardos: o Estatuto da Igualdade Racial e as Bancas de Heteroidentificação
Profª.
Ma. Maíra Brás Costa Terlizzi
Partindo da
perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, trazemos uma análise
sobre os sentidos produzidos sobre pardos em discursos circulantes na rede
social Instagram. Para tanto, partimos de uma reconstrução das condições de
produção histórica dos sentidos de pardo desde a invasão do território que hoje
chamamos de Brasil até as condições de nossa contemporaneidade, buscando
compreender como nas condições de produção atuais, os processos de constituição
de sentidos sobre pardos são atravessados pelos discursos do Estatuto da
Igualdade Racial e das bancas de heteroidentificação.
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Título: GÊNERO E PODER: COMO
MENINOS E MENINAS PODEM CONSTRUIR RELAÇÕES SAUDÁVEIS (DESDE) A/NA INFÂNCIA?
Profa. Dra. Vicentina dos Santos Vasques Xavier
(SEMU)
Prof. Thiago de Brito Ribeiro (SAS/SEMU)
Prof. Eduardo Vaz Oliveira (SAS/SEMU)
Este trabalho
se inscreve no campo teórico-metodológico da Análise do Discurso, na linha de
Michel Pêcheux, e tem por objetivo analisar (algumas) relações entre gênero e
poder a partir de conceitos basilares da Análise do Discurso, como: Discurso como uma prática social que constrói
e reproduz relações de poder; poder simbólico exercido por meio da linguagem,
que pode ser usada para dominar, controlar ou resistir; ideologia como um
sistema de representações que legitima e mantém as relações de poder; e
interdiscurso que se refere ao conjunto de discursos que interagem e se
influenciam mutuamente. Com o estudo pretende-se trabalhar em busca dos
processos de produção do sentido e de suas determinações histórico-sociais
presentes na vida dos sujeitos envolvidos o que implicará o reconhecimento de
que há uma historicidade inscrita na linguagem que não nos permite pensar na
existência de um sentido literal, já posto, uma vez que toda interpretação é regida
por condições de produção (Orlandi, 1999), promovendo sentido de violência para
as mulheres.
A reflexão tem o propósito de apontar
como a desigualdade de gênero gera a violência de gênero, desencadeando a
violência na vida de meninas e mulheres. Os participantes serão levados a
refletirem sobre alguns conceitos fundamentais envolvendo diálogo aberto que
promova conversas sobre emoções, respeito e consentimento, ajudando a
identificar e expressar suas emoções de maneira saudável; desconstrução de estereótipos em que trabalhar
para desfazer ideias preconcebidas sobre o que significa ser
"masculino".
A proposta inclui discussões sobre masculinidade e o valor da
vulnerabilidade; ensino de empatia e incentivo a se colocar no
lugar dos outros; promovendo discussões sobre o que significa criar filhos que
respeitam e valorizam a igualdade; refletir
sobre a cultura para estimular uma análise crítica da mídia e da cultura
popular, questionando representações de gênero e promovendo um olhar crítico
sobre o que se consome como “verdade” no imaginário social.
Ao analisar experiências cotidianas, oferecemos elementos sobre como
educadores e cuidadores podem facilitar um ambiente onde crianças de diferentes
gêneros possam se relacionar de maneira construtiva e harmônica.
O aporte teórico para fundamentar
esta discussão foi o da Análise do Discurso (AD) da Matriz Francesa, com
pesquisas de Pêcheux. Em “Análise Automática do Discurso" (1969), Pêcheux
discute a relação entre discurso e ideologia, estabelecendo as bases para a
análise do discurso como um campo de estudo. Também utilizaremos conceitos da Crítica
Feminista, como de Heleieth Saffioti e Gerda Lerner para discussão do tema.
A metodologia a ser utilizada será
composta por exposições teóricas, práticas em grupo e exercícios individuais.
Ao final do curso, os participantes
estarão aptos a desenvolver textos escritos e/ou orais que incluam a promoção
da equidade entre os gêneros, como de
equidade de gênero no currículo escolar e em atividades cotidianas. Isso pode
incluir discussões sobre figuras históricas femininas e a importância dos
direitos humanos e direitos das mulheres.
Essas práticas ajudam a construir uma
base sólida de respeito, formando meninos que se tornam adultos conscientes e
respeitosos em suas relações. contribuindo para uma sociedade mais justa e
igualitária.
Palavras-chave: Gênero e poder; Relações
saudáveis; Análise do Discurso; Crítica feminista.
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Título: Escrever (se) na
universidade
Ministrante:
Profa. Dra. Nair Cristina Carlos de Medeiros
Neste
minicurso, iremos problematizar o ato de escrever, entendendo-o como desafio
ético e como um exercício para mudar a si mesmo. A partir dos textos "A
escrita de si" de Michel Foucault e “Notas sobre a experiência e o saber
de experiência” de Jorge Larrosa, propomos pensar o processo da escrita como
uma experiência que transforma e como um gesto de recriação de si. Traremos
para leitura e reflexão textos acadêmicos, textos ficcionais, textos
inacabados, anotações, rascunhos, textos "menores" que nos provocam,
nos indagam, nos deslocam e transpõem nossas fronteiras. Buscamos, nesse
encontro, interrogar os processos da escrita acadêmica, desconstruir já-ditos,
desnaturalizar a palavra para provocar os participantes a percorrerem outros
caminhos possíveis em seus projetos de escrita.
Minicurso: Semiótica e Discurso
Religioso
Profa. Dra. Sueli Ramos – UFMS
Resumo: Desvendar o processo de significação
do discurso religioso, um dos textos presentes em nossa cultura, e que até hoje
molda a mente dos fiéis, revestido por uma aura mítica de sacralidade e de
intocabilidade, tem o status de uma empreitada, no mínimo, desafiadora. O
presente plano de trabalho, busca a definição de um lugar, inserindo-se na
especificidade dos estudos em semiótica e discurso religioso. Tendo como
fundamentação teórica a semiótica discursiva e seus recentes desdobramentos
tensivos, essa pesquisa propõe-se estabelecer um panorama dos estudos acerca do
discurso religioso realizados, notadamente, no âmbito brasileiro. A presença da
semiótica narrativa no que concerne aos estudos acerca da linguagem da
religião, tem início por meio do desenvolvimento dos estudos acerca da
interpretação de enunciados bíblicos. No que diz respeito a semiótica e o
panorama dos estudos bíblicos, cabe ressaltar que a semiótica procura distinguir-se
de outras teorias do texto (histórico-crítica, pragmática, etc) “e de outras
problemáticas da recepção e da interpretação que se apresentam atualmente na
exegese bíblica e que intervém na elaboração de reflexões teológicas” (Panier,
1989, p. 19). A entrada da semiótica na exegese bíblica marca uma ruptura de
isotopia ao incluir um horizonte epistemológico completamente diferente (Chabrol,
1980). Ainda enquanto tratamento da presente proposta, nos propomos realizar um
levantamento e catalogação dos estudos realizados em semiótica discursiva, com
destaque ao âmbito brasileiro, que tenham como objeto discursos de natureza
religiosa.
Tema: Formação de professores na perspetiva do Movimento dos Professores Indígenas Guarani e Kaiowá do Estado de Mato Grosso do Sul: do ensino médio ao ensino superior.
Prof. Dr. Ailton Salgado Rosendo – UEMS
Considerando o objetivo proposto e as questões que nortearão esa palestra, pode-se afirmar que o Movimento dos Professores Indígenas das Etnias Guarani e Kaiowá do estado de Mato Grosso do Sul, firma-se como um espaço eminentemente formador e autoformador, que através de suas lutas conquistou no estado de Mato Grosso do Sul os direitos dos povos indígenas, frente a uma formação de professores específica e diferenciada, conforme dispõe a Constituição Federal de 1988.
Tema: A luta e o caminho jurídico do reconhecimento das comunidades quilombolas
Prof. Dr. Antonio Carlos Santana de Souza – NUPESD/UEMS
Profa. Dra. Maria do Carmo Brazil - Docente aposentada PPGEdu/UFMS. Pesquisadora Sênior do PPGEDU/UFGD
Graduanda Yasmin Araujo Fernandes de Lima (Graduação em Direito – UEMS/Aquidauana, Bolsista IC/FUNDECT)
Resumo: Trata-se de uma pesquisa de cunho linguístico/hermenêutico, jurídico, sociológico e antropológico, que visa abordar a questão étnica-quilombola no Brasil. A pesquisa detém cunho bibliográfico e documental. Apresenta-se, também, uma descrição densa da expressão étnica no mundo jurídico. A questão quilombola ainda caminha lentamente em termos de cultura jurídica brasileira; principalmente em suas sentenças, baseadas em laudos históricos e antropológicos.
Tema: Movimentos sociais e comunicação digital – desafios e resistência
Jorn. Ma. Ceyd Eulacia Morales – NEAD/UEMS
Resumo: Tendo como princípio que os movimentos sociais são ações e grupos organizados que representam causas e objetivam alguma mudança social por meio da luta e da organização política, na era contemporânea novas formas de manifestações ou ocupações surgem por meio das mídias digitais. Toda energia e o pulsar dos movimentos sociais regem e são canalizados para o avanço prático da inserção social de determinadas classes, ora excluídas. As políticas de inclusão e toda luta pelo reconhecimento da diversidade, da pluralidade, dos direitos dos trabalhadores, são interpeladas por ações em redes sociais. É necessário e urgente refletir a importância da internet para a organização e mobilização social, bem como o seu fortalecimento, em detrimento aos ataques e avanços de pautas conservadoras e/ou ultraconservadoras.
O ensino de Língua Portuguesa no Oeste de Mato Grosso do Sul: relação entre teoria e prática
Profa. Dra. Cristiane Schmidt – UFMS
Ana Julia Alavarce Câmara – PIBIC/UFMS
Resumo: O presente estudo visa analisar a realidade do ensino de Língua Portuguesa (LP) em escolas públicas localizadas no interior de Mato Grosso do Sul (MS), a partir de relatos de experiências produzidos por docentes de Língua Portuguesa. A coleta de dados valeu-se de uma abordagem qualitativa, sendo realizada durante o ano 2023 em diversas escolas públicas de diferentes cidades, englobando o Ensino Fundamental e o Ensino Médio situadas na região Oeste do Estado do Mato Grosso do Sul. Trata-se de um levantamento realizado, a partir de disciplinas de Prática de Ensino, do curso de Letras Português/Inglês e Letras Português/Espanhol, no Campus de Aquidauana (CPAQ) da UFMS. Tendo como tema principal o ensino de língua materna, essas pesquisas geraram questionários que, por sua vez, permitiram a percepção de diferentes metodologias e práticas de ensino presentes no cotidiano das escolas, como a utilização dos gêneros orais e escritos, desenvolvimento da Análise Linguística, entre outros. Observa-se também que esse procedimento investigativo foi baseado em obras selecionadas de Dolz, Schneuwly e Geraldi, que englobam justamente as temáticas de análise linguística e gêneros no ensino de língua, como prevê a legislação brasileira nos Parâmetros Curriculares Nacionais e na Base Nacional Comum Curricular. Dessa junção da comunidade acadêmica (universitária) com a comunidade escolar, tivemos como resultado a constatação de desafios enfrentados e estratégias didáticas utilizadas nas escolas públicas de MS para atingir um processo de ensino-aprendizagem de qualidade, na medida em que relaciona teoria e prática em seu desenvolvimento.
Estudos discursivos foucaultianos e a resistência dos sujeitos coletivos: o funcionamento do poder na luta de classes
Dieny Graciely Souto (PMMS/GIEF - UEM)
Resumo: A proposta deste minicurso é refletir discursivamente sobre o funcionamento do poder atravessando os corpos, bem como constituindo sujeitos em determinadas ordens do discurso. Dado que a visibilidade às complexas relações de poder que se engendram resultam na ocupação de diversas posições de sujeito nos espaços existentes para o dizer, a compreensão da concepção de poder como algo que é capilar, fundamentada pelos princípios teóricos e analíticos dos Estudos Discursivos Foucaultianos, contribui para iluminar possibilidades de resistência pelo caminho da contraconduta ou da desobediência. Ambos os conceitos são um chamado para que os sujeitos coletivos resistam às inquietações contemporâneas advindas dos problemas relacionados aos vários polos de poder existentes. Sob essa ótica, compreender a luta de classes, por um viés foucaultiano, lança visibilidade ao modo como o poder constitui o sujeito cujas práticas produtivas correspondam às ações padronizadas pelo que dita uma economia racionalizada.
Minicurso: Sentidos do plano de aula na efetivação da educação escolar indígena de qualidade / "Nókone hókea ûti motovâti vikánauxea ra víhikaxovoku"
Profa. Dra. Elisângela Leal da Silva Amaral - UNICAMP
Resumo: Pensar o(s) sentido(s) tanto pelo viés do discurso, quanto pelo viés do enunciado requer um posicionamento metodológico-analítico. Por sua vez, a temática da efetivação da educação escolar indígena (EEI) de qualidade, enquanto discurso, requer uma análise de suas condições de produção, o que inclui o plano de aula adotado. Enquanto enunciado, requer uma análise do espaço enunciativo e da cena enunciativa. Tomando a configuração de um plano de aula como corpus, objetivamos apresentar resultados que possam esclarecer pontos importantes para a configuração da qualidade almejada na EEI, por meio de contribuições da Análise de Discurso e da Semântica da Enunciação.
PALESTRA: A educação escolar indígena: discursos e práxis
Profa. Dra. Elisângela Leal da Silva Amaral - UNICAMP
Resumo: A legislação brasileira hoje tem assegurado direitos importantes sobre a educação escolar indígena (EEI). A questão que nos instiga é refletir sobre a relação entre o discurso da Resolução 5 de 22 de junho de 2012 e a qualidade da EEI vivenciada nas escolas de aldeias indígenas Terena no Estado do Mato Grosso do Sul, seja em sua práxis, seja nos resultados apresentados. Por meio da análise das condições de produção da EEI, objetivamos compreender melhor os contextos, que têm afetado a qualidade da EEI específica, diferenciada, comunitária e bilíngue.
Tema: Historicidade e Sentidos nas formas de expressão e do Discurso
Profa. Dra. Euzenir Francisca da Silva – PG/UNESP-Araraquara-SP
Resumo: A mesa redonda, Historicidade e Sentidos nas formas de expressão e do Discurso, trata do estudo do Discurso sob a ótica da Semiótica da Escola de Paris no VIII Encontro em Análise do Discurso: Discursividades sobre Ideologia e Luta de Classes, contempla pesquisas manifestadas nas diferentes formas de expressão analisadas pela teoria francesa. A proposta almeja contemplar estudos e pesquisas da historiografia semiótica e demais formas de linguagens visadas pela semiótica como linguagens verbais e não verbais. A Semiótica do Discurso foi fundada por Algirdas Julien Greimas (1917-1992), surgiu a partir de um projeto denominado Semântica Estrutural (1966), tradicionalmente foram contempladas investigações em textos literários, ampliando para outras formas de linguagens e expressão. Na sua imanência, a teoria explora o sentido e as redes de relações que estruturam o discurso, investigando no discurso como essas relações dão sentido ao texto, por meio da análise do percurso gerativo do sentido, distribuídos nos níveis fundamental, narrativo e discursivo. Nesse último se instauram atores, tempo, espaço, recobertos por isotopias temáticas e figurativas que investigam como são abordados os temas sociais e históricos revestidos por isotopias figurativas e temáticas enunciadas no texto e no discurso.
Tema: Análise do discurso em perspectiva: como tratar e interpretar textos nas mídias digitais?
Profa. Dra. Aline Saddi Chaves - UEMS
O objeto de discussão gira em torno da problemática do discurso e da ideologia no quadro atual da análise do discurso. Buscaremos estabelecer diálogos entre a análise do discurso francesa de 1ª. e 2ª. geração, e as contribuições de perspectivas enunciativas e sócio-interacionistas para uma metodologia de análise da materialidade verbal em meio digital.
Palestra: Ideologia e luta de classes nos séculos XX e XXI: o MST em análise
Maria Celma Borges (UFMS, Campus de Três Lagoas)
Nesta apresentação propõe-se uma reflexão do papel da Ideologia e da luta de classes nas ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), desde o seu nascimento, em fins dos anos 1970, ao tempo presente, em face das relações de poder que se desenharam nesse universo. Visa-se chamar a atenção para as transformações decorrentes das práticas e representações do MST no cenário da história brasileira dos séculos XX e XXI. O foco se centra no processo de lutas dos anos 1990, e nas duas primeiras décadas do século XXI, observando o modo como os governos, desde FHC ao governo Bolsonaro, influenciaram nas ações dos movimentos sociais, no caso, do MST, numa relação conflituosa e/ou de proximidade, em que a ideologia e a luta de classes, envolvendo os sem-terra e/ou assentados, tomaram novas tonalidades e dimensões de acordo com os jogos de poder e os interesses em voga. Indaga-se como a organização do MST agiu face aos governos ditos de “esquerda”, de Lula à Dilma Roussef, e aos governos de Temer e de Bolsonaro, a fim de apreender de que modo o campesinato, sem-terra e assentados, lidaram com os centros de poder e as ideologias predominantes nesse cenário. Destaca-se, no governo Bolsonaro, a violência da pandemia do Coronavirus, e os negacionismos de toda a ordem, tal como a criminalização dos movimentos sociais, como o MST, contribuindo para uma política de tentativa de fragilização dos movimentos. Por outro lado, observa-se que pouco fora feito nos governos anteriores para atender aos anseios de milhares de famílias sem-terra, como, por exemplo, a implementação de novos projetos de Reforma Agrária.
Título: Polêmica acerca da linguagem inclusiva de gênero: discurso e ideologia.
Profa. Dra. Marina Célia Mendonça – UNESP – Araraquara - SP
O contexto sócio-histórico em que insere este trabalho são os conflitos ideológicos constituídos no Brasil a partir de uma emergência de valores da extrema direita política e uma resistência a eles. Nas últimas décadas, tendo as “jornadas de junho”, ocorridas no país em 2013, como um marco para a visibilidade desse conflito, desdobraram-se acontecimentos como a queda da presidente Dilma Rousseff, a ascensão da extrema direita, o ápice e derrocada da operação Lava Jato, a prisão de Lula e posterior anulação de suas condenações, a eleição presidencial de Jair Bolsonaro e o consequente fortalecimento de movimentos antidemocráticos que culminaram na tentativa de golpe de estado em janeiro de 2023, reeleição de Lula para presidente em 2022. No turbilhão vivido pela sociedade nesse período, eclodiram discursos fascistas que tomaram por centralidade pautas em torno dos signos ideológicos (Volóchinov, 2018) “família”, “pátria”, “religião”, e em que se constituíram “inimigos” a serem perseguidos/destruídos (petistas, comunistas, esquerdistas, doutrinadores etc). Por outro lado, podemos dizer que a sociedade organizada em torno do direito de minorias e vulneráveis se colocou em atitude responsiva (Bakhtin, 1992), ao modo de resistência, mesmo que com força minoritária (já que a extrema direita avançou no país, o que se evidencia no resultado das últimas eleições para o Senado e Câmara dos Deputados em nível federal). Assim, apesar da complexidade de valores nesse turbilhão de conflitos, podemos dizer que há nele uma polarização entre “conservadores” e “progressistas” (ROCHA, 2021), constituindo uma guerra cultural específica e que se manifesta em discurso de ódio e fake news. Nesse contexto, emergem também novas polêmicas sobre o uso linguístico, neste caso, sobre a linguagem inclusiva de gênero, as quais são discutidas neste trabalho.
Minicurso
Título: Bases Teórico-Metodológicas da Análise Dialógica do Discurso
Profa. Dra. Marina Célia Mendonça – UNESP – Araraquara - SP
Resumo: A Análise Dialógica do Discurso (ADD) se constitui em uma linha de pesquisa sobre o discurso que tem se firmado no Brasil nas últimas décadas, reunindo número expressivo de pesquisadores. Brait (Brait, 2006), em capítulo de coleção com participação de autoria de vários pesquisadores brasileiros reconhecidos pelos trabalhos nessa perspectiva, defende que as reflexões a partir do corpo teórico-metodológico produzido pelos autores do Círculo de Bakhtin sejam utilizadas para que se desenvolva, a partir delas e de sua coerência, uma nova linha de estudos discursivos, a Análise Dialógica do Discurso. Nessa perspectiva, destacam-se, entre outros, os seguintes pressupostos teóricos: a natureza
dialógica da linguagem; a orientação social do enunciado; a alteridade e o caráter interativo da linguagem; o caráter responsivo-ativo da compreensão; a concepção de enunciado como um “todo de sentido” em sua multissemiose; os gêneros do discurso em funcionamento nas esferas de atividade; o caráter ideológico da linguagem - “[...] em todo signo ideológico cruzam-se ênfases multidirecionadas. O signo transforma-se no palco de luta de classes” (Volóchinov, 2017, p. 113). Nessa abordagem discursiva, as relações dialógicas no pequeno e no grande tempo (ou o cotejamento) são procedimento metodológico central, bem como as relações entre o pesquisador e seu outro. Neste minicurso, serão abordados alguns desses aspectos, com o objetivo de refletir, de forma introdutória, sobre essa linha de pesquisa em discurso.
Título: Conceito de meritocracia: movência e a disputa de sentidos
Profa. Dra. Alexandra Aparecida de Araújo Figueiredo - PNPD/CAPES/UFGD
Profa. Dra. Nara Maria Fiel de Quevedo Sgarbi - Unigran
Resumo: Uma das premissas da Análise de Discurso (AD) é pôr em suspensão a relação entre significante e significado. Isso nos permite questionar a ideia de sistematização, ou melhor, de suposta identidade dos conceitos fora da inscrição em suas teorias. Assim, a proposta desta comunicação é refletir sobre o discurso acerca do conceito de Meritocracia, muitas vezes utilizado com o objetivo de delegar ao sujeito as responsabilidades inscritas pelo próprio sistema de opressão ou ainda, de minimizar os efeitos do racismo
Tema: A história como condição, consciência e ação
Rodrigo Bianchini Cracco
Estar submetido à ação da história em nossas vidas e, ao mesmo tempo, ter consciência disso e agir historicamente são as duas faces da história enquanto consciência e condição. Essa dupla premissa separa a história em suas dimensões ontológica e epistemológica. Ser histórico é uma condição humana intransponível. Estar ciente dessa condição e agir sobre ela suscita uma ação consciente. Nesse sentido, separar a compreensão da condição histórica da noção de consciência histórica leva a uma compreensão parcial de toda a historicidade: “sofrer” a história é inevitável, mas ter conhecimento disso é a única via para uma ação fundamentada historicamente. É propriamente a preocupação em agir para transformar que orienta a busca pela compreensão do passado. Só podemos almejar tornar-nos agentes da história pela via da conscientização de que somos, antes, sujeitos dela. Os traumas e injustiças históricas que afligem a maior parte da humanidade são, em grande parte, circunstâncias delegadas. O trabalho no sentido da mudança, portanto, exige a compreensão do espaço de experiência que constitui o passado no presente, para que não apenas a dívida com os mortos seja sanada, mas também para que o presente se torne palco do agir.
CORPOS-TERRITÓRIO
EM RESISTÊNCIA: MULHERES TERENA E INSURGÊNCIAS ANTIRRACISTAS NO CENTRO-OESTE DO
BRASIL
Profa.
Dra. Profa. Dra. Adriana Lúcia de
Escobar Chaves de Barros (UEMS)
Resumo:
Este artigo
analisa as formas de resistência e reexistência das mulheres indígenas Terena
da Aldeia Olho D’Água, no Centro-Oeste do Brasil, a partir da perspectiva dos
corpos-territórios. Ancorado em uma abordagem decolonial, o estudo denuncia as
violências impostas pelo colonialismo, pelo patriarcado e pelo racismo
ambiental, revelando como a colonialidade de gênero marginaliza e silencia os
saberes e práticas das mulheres indígenas. As autoras, quatro mulheres Terena e
duas pesquisadoras da UEMS, entrelaçam vivências, epistemologias e lutas
coletivas que questionam o modelo ocidental de desenvolvimento e propõem uma
sustentabilidade baseada na reciprocidade, na espiritualidade e na relação
ancestral com a terra. Ao afirmarem seus corpos como territórios de memória,
cuidado e resistência, as mulheres Terena desafiam a lógica da dominação e
constroem horizontes possíveis de justiça social, ambiental e epistêmica. O
artigo destaca que não há justiça ecológica sem justiça de gênero e racial, e
que a sustentabilidade passa necessariamente pelo reconhecimento dos saberes
indígenas como centrais para o futuro do planeta.
Palavras-chave: mulheres indígenas,
corpos-territórios, colonialidade de gênero, sustentabilidade decolonial,
resistência Terena.
A Greve e a Luta dos Trabalhadores da Educação Pública Superior nos anos 2000
Profa. Dra. Luciana Henrique da Silva – UEMS – Paranaíba
Resumo: Nesta comunicação, traçaremos uma retrospectiva histórica sobre as greves dos trabalhadores da educação pública no Brasil, em especial nos anos 2000, destacando-a como uma forma legítima de resistência contra o avanço do neoliberalismo. Em um cenário marcado pela austeridade fiscal e a desvalorização dos profissionais da educação, a greve surge como uma resposta à precarização e ao desmonte dos serviços públicos. Os educadores, ao se mobilizarem, defendem não apenas seus direitos, mas também uma educação pública de qualidade. O educador também educa quando luta. Assim, pretendemos contribuir para o debate proposto pelo evento sobre ideologia e luta de classes, evidenciando a greve como um instrumento legítimo de luta política e de confronto direto com as políticas neoliberais.
Mesa: A luta de classe da cultura Sul-matogrossense pelo recurso de cada dia
Profa. Me. Valter Souza da Silva - Título: “Cadê meu edital”: Protesto em análise) – PG/UNEAT
Bàbá José Roberto Costa Cardoso - Título: Cultura tomada, cultura negada: Colegiado Setorial de Cultura Afro MS
Atriz Ângela Rodrigues Montealvão
Resumo: A formação social da cultura de Mato Grosso do Sul encampa algumas lutas, dentre elas a construção identitária e a pulverização de recursos. Visto que, fazer a percepção de recursos de fomento, em um estado onde o recorte do que se entende como Cultura é quase que homogêneo e o fascismo fundamentalista tem expressão significativa, torna oportuno problematizar a luta desta classe. Sobretudo pelo fato de que é a partir de incentivos que a visibilidade das múltiplas identidades que a cultura sul-matogrossense apresenta se tornará viável. Eis a relevância do debate deste tema em âmbito acadêmico: a luta pelo direito a fazer cultura em período pós-pandêmico, acessar recursos públicos de modo desburocratizado e popularizar os produtos gerados pelos agentes culturais.
Título: Ideologia da família e políticas públicas de combate às violências de gênero
Profa. Dra. Vanessa Arlésia de Souza Ferretti - UEMS
Resumo: Este trabalho tem por objetivo i) apresentar políticas públicas de combate à violência contra as mulheres em diferentes momentos históricos no Brasil e ii) avaliar a presença de diferentes discursos sobre gênero social e sobre essas práticas, focalizando a permanência de um discurso de combate a esse tipo de violência com base na defesa da família e da civilidade colonial, sendo sustentado por e sustentando uma ideologia de gênero heteronormativa. A partir dessa reflexão, discute-se como uma mesma ação de combate à violência pode se articular com discursos de orientações axiológicas diversas e mesmo opostas; que ações sob um discurso que legitima a proteção da “família tradicional” pode ser uma ação política estratégica, pois ao agir sobre as dimensões objetivas das práticas, pode tensionar a dimensão semiótica das relações e contribuir para mudanças políticas. No entanto, essa estratégia tem seus limites, pois pode ao fim e ao cabo trabalhar para manutenção do discurso hegemônico, heteronormativo, colonial, mantendo as situações de opressão de modo cada vez mais insidioso.
O (não) lugar da literatura em tempos de autoritarismo: formas espaços e discursos
Prof. Dr. Wagner Corsino Enedino (UFMS/CPTL/Fundect/CNPq)
Profa. Dra. Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/FAALC/Fundect/CNPq)
Prof. Dr. Ricardo Magalhães Bulhões (UFMS/CPTL)
Prof. Dr. André Luiz do Amaral (UFMS/CPTL)
Resumo: Conforme assevera T.S. Eliot (1989), a tradição se constrói por meio do “reaproveitamento do passado” e este “reaproveitamento” é conseguido graças ao talento individual de cada artista. Assim, tradição não é herança do passado, mas a reconstrução das ideias anteriores por meio do processo de elaboração individual. Com efeito, diante de um propósito que envolve o linguístico e o literário, o histórico-cultural e até mesmo o antropológico e o sociológico, que busca recuperar “vozes perdidas” em obras de cunho lírico, narrativo e dramático, esta proposta mantém como fio condutor a abordagem do próprio texto, procurando compreendê-lo a partir de sua configuração interna e dos parâmetros construtivos adotados. Sem desvincular a obra da história social e política sobre a qual se pronuncia, sem esquecer o diálogo que mantêm com seu contexto de produção e, pois, com sua autoria, procura-se analisá-la e interpretá-la segundo o projeto estético de cada produtor/a. A Literatura Comparada surge, diante deste cenário, como espaço reflexivo privilegiado para a tomada de consciência da natureza múltipla (histórica, teórica e cultural) do fenômeno literário, à medida que se posta como multidisciplinar, interdiscursiva e intersemiótica, situando-se na área particularmente sensível da “fronteira” entre nações, línguas, discursos, práticas artísticas, problemas e conformações culturais. Dessa forma, essa proposta pretende apresentar modos de elaboração formal e discursiva utilizados por artistas que permitem uma reflexão acerca da memória de períodos de exceção, tendo como ponto de partida a matéria ficcional cujo conteúdo diegético sugere, metaforicamente, por meio dos diálogos das personagens e do encadeamento do enredo, situações de impotência frente a brutalidade de regimes autoritários.
Tema: A dimensão ética do discurso: sobredeterminação e tomada de decisão
Prof. Dr. Wedencley Alves Santana – UFJF-MG
Resumo: A Análise de Discurso (percurso Pêcheux-Orlandi) trabalha no entremeio das teorias do poder (especialmente a matriz do Materialismo Histórico), das Teorias da Linguagem (especialmente a Linguística) e as teorias do sujeito (notadamente a Psicanálise). Graças a este "triângulo epstemológico" que está na base da AD, pensamos o sujeito como inerentemente sujeito-do/no-discurso, sobredeterminado pela Ideologia e pelo Inconsciente. Em Verité de la Palice, Pêcheux já discute o fenômeno surpreendente do "mau sujeito da ideologia", aquele que trabalha na contra-identificação da injunção ideológica. Anos mais tarde, em "Só há causa daquilo que falha", uma referência lacaniana, o fundador da AD traz o desejo para o centro da discussão da adesão ou não a uma ou outra ideologia, que falha. Para nós, Sujeito é, assim como o discurso, estrutura e acontecimento. Se é, por um lado, resultado dos processos de assujeitamento à linguagem e à história, por outro, pode ser visto como marcado pela singularidade de ter se constituído num ponto qualquer na rede de memória (interdiscurso)". Paralisada por conta da ênfase numa certa leitura da ideologia e numa certa leitura do Inconsciente, pretendemos neste trabalho retomar a discussão ética na Análise de Discurso, e o lugar da tomada de decisão, com a pergunta: "até que ponto podemos ver no sujeito do discurso a responsabilidade pelo seu destino? É essa a questão de fundo desta reflexão
O bullying e as violações dos direitos humanos nas escolas
Prof. Dr. Michel Canuto de Sena – NEAD/UEMS
Resumo: O bullying é enfrentado mundialmente não somente como um problema social ou educacional, mas como uma das questões de saúde pública, pois envolve vítimas e deixa sequelas. Essas sequelas, geralmente, não são acompanhadas pela família ou por profissionais da psicologia, o que pode resultar em outros desdobramentos, além do bullying. Talvez, essa ausência de suporte atua como um fator que pode potencializar os efeitos do bullying. Em outras palavras, todo esse isolamento da vítima pode ocasionar, além das mazelas mencionadas, a ocorrência de depressão.
A depressão presente na infância ou na adolescência pode atuar como um fator devastador, inclusive, a infância é o momento das conexões afetivas e da construção dos sonhos de cada criança. Assim, ser vítima de violência em ambiente escolar pode transformar os sonhos de uma criança inocente em um combate de guerra dentro da escola. Esse cenário triste poderá acarretar que a criança não tenha ânimo para o retorno escolar e, ainda, não tenha vontade nem sinta coragem de construir novas conexões afetivas e de amizades.
Do mesmo modo, se esse bloqueio causado pelo bullying for replicado na adolescência, poderá desencadear consequências mais drásticas. Uma delas é compensar os atos de violência com a própria violência. O bullying não pode ser respondido com outra violência ou com atos da mesma proporção, pois de tal modo não se poderia mais falar em conflitos escolares, mas sim em um campo de guerra.
Tema:
Discurso, História, Memória
Prof. Dr. Sírio
Possenti – UNICAMP/CNPq
Dadas as relações entre
análise do discurso e história, a questão da memória se tornou crucial. A
palestra tratará de diversas facetas da memória: seu aspecto psicológico (mais
pessoal, também dita lembrança), seu aspecto histórico e seu aspecto mais
recente, o midiático-computacional. Questões: o que se guarda, o que se
esquece, a que se alude? Materialização da memória: lugares de memória - datas,
monumentos, palavras. Relação entre memória e (inter)discurso.
Temas: O Discurso Religioso Na Encruzilhada: Entre A Ideologia Opressora E A Utopia Transformadora
Dr. Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek
Pertence ao caráter da irredutibilidade da experiência religiosa (Rudolf Otto; Roger Bastide) e a especificidade da linguagem religiosa (Paulo Ricoeur) a condição imagética da criação de novos mundos, novas possibilidades, de uma sociedade justa. É sob as asas da Religião, que pessoas pisoteadas pelo capitalismo suspiram (Karl Marx). Todavia, ao invés de conduzirem o povo a momento novo, à busca da utopia transformadora, a religião tem sido instrumentalização como instrumento de alienação e de legitimação do opressor. Perceber a influência do Fundamentalismo no chamado protestantismo histórico e da Teologia do Domínio em todas as ondas do movimento pentecostal, torna-se urgente, especialmente em época de plena ressurgência do fascismo. Eis o nosso objetivo.
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A
EDUCAÇÃO EM NOSSO TEMPO
Prof.
Dr. Gilberto Luiz Alves
Prof.
Dr. João Mianutti – UEMS
Prof.
Dr. José Barreto dos Santos - UEMS
Resumo:
Características gerais da educação nos modos de produção em decadência. A
decadência do modo de produção capitalista e suas formas de manifestação na
educação: o parasitismo, a destruição de forças produtivas e a adesão ao
conhecimento vulgar. O compromisso angular dos educadores comprometidos com a
transformação social na atualidade: a recuperação do conhecimento no trabalho
didático.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
ALVES,
G. L. Educação e Decadência dos Modos de Produção: Os Ensinamentos das
Obras Clássicas. Campo Grande, MS: Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves, 2024.
ALVES,
G. L. A Produção da Escola Pública Contemporânea. 3. ed. rev. Campinas,
SP: Autores Associados, 2005.
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Minicurso: Navegando
pela Ciência da História na obra de Euclides Da Cunha: uma crítica categórica
na obra canônica, “Os Sertões”
- Prof. Dr. José
Barreto dos Santos –UEMS
- Prof. Carlos
Manoel de Farias – UEMS
RESUMO: Como proposta de minicurso,
visamos discutir as razões pelas quais o ensino dos clássicos da literatura
brasileira, notadamente reconhecido pela sua importância sócio-histórica,
encontra-se praticamente ausente no ensino na escola básica. Com tal
pressuposto procuraremos estabelecer a relação educação e literatura,
dialogando com a categoria, organização do trabalho didático e as experiências
didático-pedagógicas adquiridas por meio da atividade em sala de aula,
sobretudo pela experiencia efetiva no programa Residência Pedagógica. Neste
sentido, partindo do olhar pela Ciência da História que navegaremos pela
relevância estética, enquanto obra canônica, “Os sertões”, de Euclides
da Cunha, obra publicada no início do século XX que narra, tal qual uma
epopeia, a batalha de Canudos, desencadeada no sertão da Bahia no final do
século XIX, passou a ser substituída pelo manual didático que reserva à obra
pequenos fragmentos textuais e discretas menções à biografia de seu autor.
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Título: Militante na ou da Academia ou a Reflexão “crítica” é um Objeto
Lúdico
- Prof. Dr. Marlon Leal Rodrigues – NEAD/UEMS
Resumo:
A proposta deste trabalho é procurar desenvolver uma reflexão a respeito de um
certo "modo de ser e de não ser" da Academia que foi/é um lugar,
historicamente desde os gregos, de uma certa relação com o “poder” (Lagazzi,
1988), com o pensar sobre a existência das coisas do mundo, do próprio mundo,
do homem e, ainda, um lugar de pensar o fazer deste pensar com suas “posições
ideológicas” (Orlandi, 2012), no rastro de sua constituição história. Se na
mitologia grega, o Olimpo foi o lugar onde os deuses decidiam, em alguma
instância, o destino dos mortais, com o nascimento do logos grego, o
Olimpo, juntamente com seus deuses, foi perdendo gradativamente o poder à
medida que outro lugar ia surgindo sorrateiramente e cuja força enquanto
“sentido” (Pêcheux, 1988) de decidir, de intervir, de mudar e de determinar em
alguma medida a vida dos homens, se fez mais intensa e preponderante que acabou
por se tornar um tipo de Olimpo na terra com homens mortais e eternos ao mesmo
tempo.
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Tema da fala: Fascismo e neoliberalismo: o falso dilema brasileira
- Prof. Me. Jones
Manoel – PG/UFC
A apresentação visa
expor um debate crítico sobre a extrema direita no Brasil, seu crescimento,
consolidação enquanto campo político e práticas de disputa da hegemonia
estabelecida. Ao mesmo tempo, debate criticamente as táticas correntes usadas
pela maioria da esquerda brasileira para enfrentar a extrema direita com foco
na compreensão da frente ampla e da retórica de apelo à democracia e
salvaguarda das instituições como elemento fundamental de combate à extrema
direita. Ao fim da comunicação, buscaremos mostrar como o fascismo brasileiro e
o neoliberalismo são duas faces político-ideológicas de um mesmo projeto
econômico e que atende aos mesmos interesses de classe em seus aspectos
fundamentais.
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Minicurso: Produção de Discurso na Ordem do
Político: análise de conjuntura
- Prof. Dr. Marlon
Leal Rodrigues – NEAD/UEMS
A
proposta neste minicurso é discutir alguns aspectos da produção de discursiva
no ordem do político. Não se trata de uma proposta de produção discursiva linguística-textual,
mas como abordar alguns aspectos da produção discursiva na ordem do político
enquanto análise de conjuntura. Para esta formação discursiva, outras questões se
colocam como marcar o espaço social, político e ideológico como parte do método
de análise-produção, marcar o local de posição sujeito na luta de classe. O
discurso enquanto análise de conjuntura não se configura apenas como um discurso
argumentativo-dissertativo, mas como parte de um jogo dialético de construção e
de desconstruções de sentidos que aponta uma síntese sempre provisória na medida
em que a síntese se constitui como tese.
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Título: A Qual Interesse Serve O
Discurso Do Empreendedorismo?
-
Prof. Dr Vitor Wagner Neto de Oliveira, professor de História na UFMS Campus de
Três Lagoas
Resumo:
Empreendedorismo tornou-se um termo amplamente usado nos meios governamentais;
na mídia; nas empresas e instituições representantes dos interesses privados, e
mesmo na Universidade. Entram nessa definição, como empreendedores, pessoas
formalmente incluídas no mundo da produção, mas também uma multidão excluída ou
precariamente incluída no trabalho formal. Empreendedor pode ser o empresário.
A empresa pode ser empreendedora e inovadora, e aqui outro termo entra na
conjunção. O que esse vocabulário quer dizer, ou quer encobrir? A essa pergunta
tentaremos responder na conferência.
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