O evento híbrido promovido em alusão ao Dia Internacional dos Museus tem como objetivo central valorizar os saberes populares e o patrimônio imaterial da região, destacando práticas ancestrais como o uso medicinal das ervas e suas conexões com a fé, as tradições orais e a cultura do sertão. Ao reunir especialistas, mestres da cultura popular e representantes comunitários, busca-se evidenciar o poder dessas expressões como formas legítimas de conhecimento e resistência cultural.
Outro importante propósito da iniciativa é promover uma reflexão crítica sobre os territórios historicamente marginalizados, revelando as potencialidades culturais, sociais e humanas presentes nos bairros muitas vezes invisibilizados pelas políticas públicas e pela própria historiografia local. Por meio de palestras, oficinas e vivências, pretende-se ampliar o olhar sobre essas comunidades, fortalecendo sua presença nos espaços institucionais e acadêmicos.
O evento visa ainda destacar a relevância dos museus comunitários como lugares de memória viva, pertencimento e transformação social. O Museu Ozildo Albano, enquanto instituição enraizada na cidade de Picos – PI, será tomado como exemplo dessa relação orgânica entre museu e comunidade, numa perspectiva que valoriza as histórias locais, as lideranças populares e o patrimônio afetivo que sustenta a identidade picoense.
Além disso, a programação foi concebida para estimular o diálogo entre diferentes formas de saber – acadêmico, tradicional, popular e artístico –, promovendo a troca e o respeito mútuo por meio de atividades remotas e presenciais. Ao mesmo tempo, busca-se envolver ativamente estudantes, professores, lideranças culturais e o público em geral, criando um espaço de escuta, aprendizagem e celebração coletiva.
A realização deste evento também cumpre a finalidade de ampliar a visibilidade das ações do Museu Ozildo Albano, fortalecendo sua atuação educativa e cultural no cenário regional. Ao integrar a comemoração ao Dia Internacional dos Museus, em consonância com o tema proposto pelo ICOM para 2025 – “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação” –, reafirma-se o compromisso com uma museologia sensível às mudanças sociais, sustentada pela memória, pela diversidade e pela participação popular.