Tema: Cultura, modernidade e o
direito à cidade
A gente não quer só
comida
A gente
quer comida, diversão e arte
(Comida, Titãs)
Ações
importantes têm se efetivado no sentido de garantir o direito à cidade para os
cidadãos, mas há muito o que fazer. É o que se percebe, completados 100 anos do
movimento modernista. Celebrando e discutindo os cem anos de Semana de Arte
Moderna, foi escolhido o livro Quarto de Despejo como objeto de leitura
e debate no Clube do Livro da Fatec. A partir da narrativa de Carolina Maria de
Jesus e da nossa experiência cotidiana é possível refletir sobre as mudanças e
permanências na busca da superação do que é relatado em Quarto de Despejo”.
O
que pensar dessa urbanização em que o quarto de despejo não se refere apenas
aos objetos e materiais descartados e descartáveis, mas também às pessoas que
tentam sobreviver ainda que seus direitos fundamentais sejam negados? A vida
e a obra da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), no contexto da 11ª edição do Encontro de Tecnologia e Cultura,
são emblemáticas ao expor, problematizar e procurar modificar um cenário de
desigualdade e apartheid cultural em que os vulneráveis não têm o que comer e
nem onde morar com dignidade.
O
que se coloca atualmente é quanto a forma da organização das cidades ser
legítima, considerando os direitos surgidos com a modernidade e os ideais de
democracia apresentados nas cartas de intenção. Trata-se assim, ao aprofundar
sobre o conceito de cidade, compreender os limites do que hoje se convencionou
chamar cidadania no contexto da segurança alimentar, da sustentabilidade
socioambiental, do acesso aos bens culturais e aos territórios.