II Seminário Negras e Negros no Ceará

O Grupo de Estudos Discurso, Identidades, Raça e Gênero (GEDIRG), vinculado ao Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em História e Letras da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC/UECE), a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), a Universidade Regional do Cariri (URCA), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em parceria com movimentos sociais negros, coletivos culturais e Redes de Religiões Afro-brasileiras, convidam você a participar nos dias 25, 26 e 27 de agosto de 2021 do II Seminário Negras e Negros no Ceará: rebelião dos jangadeiros - 140 anos: Ações Afirmativas, Cotas e Re-existências. Trata-se de um evento bianual que segue dando continuidade ao I Seminário Negras e Negros no Ceará: escritas, ativismos e sociedade realizado na cidade do Crato (CE), em 2019, e protagonizado pela URCA. Esta 1ª edição nasceu com o objetivo de recuperar trajetos históricos, sociais, culturais e acadêmicos das/os afro-cearenses, trazendo para o cerne do debate o compromisso de fomentar as pesquisas e os debates em torno da questão racial no Ceará, do protagonismo negro e da visibilidade de sua existência.  

Por sua vez, esta 2ª edição deste Seminário tem como objetivo central reunir pesquisadoras/es acerca da História da negra e do negro no Ceará bem como ser um espaço de debate social e acadêmico, a fim de realizar um mapeamento das produções científicas em diferentes áreas do conhecimento (História, Geografia, Educação, Antropologia, Estudos da Linguagem, entre outras) dedicadas ao referido tema. O II Seminário Negras e Negros no Ceará busca ainda reunir instituições de ensino e pesquisa que possuam produção dentro deste campo de investigação, além de promover discussões que possibilitem, por um lado, a visibilização de formas de re-existências contra as penalidades do racismo antinegro no passado e no presente, e, por outro, a ampliação e efetivação das Políticas de Ações Afirmativas no Ceará.

Nesse sentido, continuaremos tratando da resistência como tema. Em 2021 faz 140 anos que um grupo de negros jangadeiros, na praia do peixe (atual praia de Iracema) se recusou a transportar, em suas jangadas, escravizados que eram comercializados no famigerado tráfico interno. Esse fato, ocorrido em dois momentos do ano de 1881, ficou conhecido na história como movimento dos jangadeiros. O primeiro momento, nos dias 27, 29 e 30 de janeiro e o outro dia 30 de agosto. 

A construção dessas resistências à escravização no Ceará é, também, marcada pelo protagonismo feminino, Preta Simoa, apagada pelo sexismo historiográfico da literatura oficializada, insurge como uma articuladora fundamental para a greve dos jangadeiros. Foram períodos de rebeldia e resistência em que estes transgrediram a ordem social: negras/os devem obedecer aos brancos. Era o que os brancos esperavam. Entretanto, isso não ocorria de forma absoluta e cegamente. A negrada sempre resistiu as violências e ao processo de desumanização que a condição de escravizado representava. Portanto, assim como no seminário passado, a temática da resistência continua neste segundo encontro. Romper com o apagamento histórico, o sexismo e o epistemicídio é o objetivo e o desafio do Seminário Negras e Negros no Ceará.

Por conta da pandemia de COVID-19 em nosso país, o evento será realizado inteiramente de forma remota tendo em sua programação: mesas-redondas, simpósios temáticos, 2ª Reunião do Fórum de Ações Afirmativas e da Educação das Relações Étnico-Raciais das Universidades Cearenses, minicursos, oficinas e performances culturais.

AVISOS:

- Programação Completa: mesas, minicursos, oficinas e sessões de comunicação: https://drive.google.com/file/d/1wx5-N4bq32onmZe5OPpR5DZ7g-ieZGKv/view?usp=sharing

- Programação sessões e resumos: https://drive.google.com/file/d/1oG3jFzTZJXl796e1fUmMLwZ3vs1L7_MI/view?usp=sharing