“O outono goteja de frio a madrugada. Naquela hora da noite, uma pergunta pulsa em minhas células cerebrais e, junto com ela, brotam espontaneamente palavras que teimam em respondê-la. Sei que a questão o que é fazer ciência é complexa e, ao mesmo tempo, plena de nuanças sutis” (Elisabeth Sene, Universo da Depressão).
Em meio ao colapso de sistemas de saúde e economia mundiais em decorrência da pandemia do SARS-CoV-2, o mundo viu uma de suas maiores armas, a ciência, virar alvo de dúvida e contestação. O pesquisador, outrora depósito de esperança, se vê à mercê de críticas sociais e de autocrítica, exacerbada pela vontade de fazer diferença. E a certeza de fazer ciência torna-se uma questão: “fazer ciência?”
Nesta 19ª edição do Simpósio de Ecologia e Conservação do PPGECO – UFPR, discutiremos como a maior crise sanitária do século XXI impactou diretamente o fazer ciência no Brasil e seus pesquisadores? Os efeitos colaterais das críticas sociais; da falta de recurso e da desestabilização emocional, afetaram a produção científica e o nosso modo de fazer ciência? Além disso, quais serão os espólios ambientais da Pandemia?
Nesta ocasião, além de discutirmos o conhecimento científico gerado pelos discentes do Programa, teremos a oportunidade de partilhar a experiência de renomados pesquisadores quanto ao fazer ciência durante e no pós-pandemia. Como anda a saúde mental do pesquisador brasileiro?
O Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação dá boas-vindas a todos os participantes deste evento. Nestes dias de encontro, esperamos fazer a ciência segundo os olhos críticos de Elizabeth Sene: “partilhar virtudes e humildade ante o novo que se estabelece: dividir; ensinar; aprender; colaborar; esclarecer e tirar dúvidas. Fazer ciência é não ocultar!”
Façamos ciência!
Marcelo Pedrosa Gomes
Coordenador PPGECO