Faculdade Católica De Mato Grosso - FACC - Várzea Grande - Mato Grosso - Brasil
Pela vida e em defesa do bem comum
O Simpósio Acadêmico é um evento promovido pelo Diretório da FACC-MT que tem por objetivo levar à comunidade acadêmica, bem como, à sociedade em geral refletir temas pertinentes com proposições de mudanças e novos rumos, à luz das ciências.
No ano que o país passa por eleições diversas, refletir sobre a atual e real situação é de suma importância para que, tanto as ciências quanto a religião, deem esperança e que, pode sim, haver transformações.
À luz dos ensinamentos de Aristóteles, as reflexões mostrarão que é papel dos formadores de opinião promover esperança às pessoas, e dizer-lhes, sobretudo, aos apáticos políticos, que a mudança faz-se a partir dos pequenos gestos e situações, e que o ser humano é um ser político fazendo política, seja pela participação, seja pela omissão.
"Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda ela se forma com vistas a algum bem (o bem comum)
pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que
lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a isso, é evidente
que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem
mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens;
ela se chama cidade e é a comunidade política" (Pol., 1252a).
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O VII Simpósio Acadêmico da Faculdade Católica de Mato Grosso, sob o tema “Fé, política e esperança: pela vida e em defesa do bem comum”, iniciou suas atividades no dia de cinco de setembro logo pela manhã com o oferecimento de diversos minicursos temáticos relacionados ao tema geral do evento. Discorreu-se acerca da contemplação na espiritualidade inaciana, do entendimento de Santo Agostinho acerca da política, de uma nova proposta ao ensino da ética nas escolas, da relação entre Igreja e Estado na antiguidade tardia, da correlação de traumas com vivência em contexto sócio-político de corrupção, de uma visão da política no mundo a partir da educação sistêmica, de leis sistêmicas a serviço da vida, da reforma trabalhista como avanço ou retrocesso e da ética das virtudes como possível resposta ao problema da corrupção.
No período da noite, realizou-se a abertura formal do Simpósio, na qual os representantes discentes dos cursos oferecidos pela Faculdade discursaram brevemente, dando boas-vindas aos acadêmicos e visitantes do evento. Os acadêmicos foram precedidos pela fala inicial da professora mestra Marisa Helena, que ressaltou a necessidade de se discutir um tema de grande importância como este, especialmente em ano de eleições, e discuti-lo como Igreja, abertos ao diálogo e à construção do bem comum. Por fim fez uso da palavra presidente do diretório acadêmico, o discente Orlando Maximiano, que deu as boas-vindas de modo caloroso e pessoal a todos os que aí estavam.
À abertura oficial seguiu-se a primeira parte do debate acadêmico realizado pelos discentes da psicologia, da teologia, da pedagogia e da filosofia da Católica de Mato Grosso. Após o acadêmico Tony Aparecido Moreira dar a largada ao debate com um texto poético e realista, Alessandra Ferreira e Sérgio Pereira, representantes da pedagogia, discorreram acerca da necessidade que o cristão tem em se engajar politicamente em um tempo difícil de conciliar fé cristã e política e de esperar um futuro melhor para a nação brasileira, mas não se fundamentando em achismos. Dirce Gonzaga, representante da psicologia, falou acerca da autonomia do indivíduo para agir em perspectiva kantiana, tendo na autonomia o único princípio legítimo da moral. Neure Rejane, também da psicologia, apresentou a necessidade de se engajar, especialmente em meio acadêmico, para gerar frutos de pesquisa científica na produção do bem comum. Dos acadêmicos da filosofia, Rodrigo Abreu acentuou que as crises políticas são originadas na sociedade civil, e não em comunidade política, mas que esta, usurpando do poder, leva a sociedade ao caos em nome do bem comum quando não considera a amizade civil e a fraternidade como as virtudes mais necessárias; e Pedro Faustino expôs o elemento emotivista da sociedade atual, pelo que seus membros se consideram vítimas de um mal terrível, mas, na prática, não aceitam o remédio necessário – e por vezes amargo – para a cura: fé, humildade e submissão à Igreja de Cristo.
A noite se encerrou com a apresentação do Coral Arquidiocesano de Cuiabá, cujo regente, André Vilani, conduziu a execução de belas polifonias musicais.
O segundo dia do simpósio foi aberto com uma breve oração conduzida pelo coordenador do curso de Teologia, professor doutor padre Carlos Sérgio Viana. Em seguida, os acadêmicos de teologia Henrique Fávaro e Renan Cunha expuseram sua pesquisa acerca da relação entre aborto e religião no discurso pró-aborto da antropóloga Débora Diniz na audiência pública da ADPF 442.
Posteriormente, o simpósio deu espaço para a apresentação de movimentos sociais e políticos e sua atuação, levando em consideração também a fé a esperança cristã. Eliseu Xunxun, representante do movimento quilombola urbano Capão Negro, lembrou a marginalização dos negros que perdura mesmo após a abolição da escravatura há mais de cem anos. Marcos Matos, representante da União dos Movimentos Estudantis, acenou a usurpação política desse organismo que deveria ser apartidário, e por esse apartidarismo vem lutando. Daise Martis de Souza falou um pouco da sua trajetória de vida, especialmente do seu engajamento político e o papel que teve a fé e a esperança em Deus nesse período dramático de sua vida. Por fim, Neure Rejane, acadêmica do curso de psicologia da Católica, apresentou o movimento apartidário Agora!, do qual faz parte, que visa o engajamento político dos membros da sociedade. Ressaltou que o tempo para agir é fruto do desejo de agir para mudar a realidade em que se vive.
Trazendo alegria em meio a temáticas sérias e necessárias, a turma de libras de teologia e psicologia da FACC-MT interpretou em língua de sinais três músicas, com desenvoltura e simplicidade. Em seguida, a manhã foi encerrada com a retomada do debate entre os acadêmicos, que não fora finalizado na noite anterior. Coube ao curso de teologia levá-lo a termo, tendo em João Roberto e Renan Cunha seus representantes. João Roberto recordou a necessidade de os fiéis se engajarem politicamente, como manda a doutrina social da Igreja, lembrando-se sempre de que a opção preferencial da Igreja está nos mais pobres e excluídos social e politicamente. Renan Cunha, por sua vez, afirmou que o tão necessário engajamento político da parte dos membros leigos da Igreja Católica não pode estar fundamentado senão na fé católica para que sua participação seja de fato como pessoa católica; não se esquecendo, porém, de que em matérias temporais não há uma única solução possível. O mediador da mesa, Tony Moreira, ao sintetizar as diversas falas dos acadêmicos, entendeu que, em resumo, a crise atual se deu por falha no amor a Deus, uma vez que a audácia dos maus estaria alimentando-se da covardia dos bons – como afirmou o papa Leão XIII.
O momento final do Simpósio acadêmico apresentou, no período vespertino, em uma roda de debate com especialista de diversas áreas e mediada pelo professor padre Carlos Sérgio Viana, uma exposição sólida de conhecimentos relativos aos variados modos de compreender o tema do evento, “Fé, política e esperança”. A professora de psicologia Gislaine Figueiredo iniciou os dircusos afirmando ter a psicologia social uma resposta à crise da esperança na recuperação de elementos sociais para a compreensão do indivíduo. O professor Vinícius de Carvalho, em seguida, sinalizou os elementos da atual crise política e suas possibilidades de solução radicadas no medo, ao invés da esperança. Por sua vez, padre José Eduardo apresentou sumariamente os grandes momentos da história ocidental, enfocando a solução artificial dada pelo atual período histórico que “objetifica” homem e mulher, ao que propôs oferecer-lhes, em primeiro lugar, sólida humanização ao invés de fé e esperança. O professor Joel Gracioso ressaltou, em perspectiva filosófica, a necessidade da fé e da política atreladas à esperança na promoção do bem comum, mas apontou a instrumentalização da fé e a politicagem como deturpações que vão na contramão do bem comum. Por seu turno, partindo do fato histórico da Penitência de Milão, o historiador Marcos Silva lembrou que o cristianismo propiciou o frutuoso entrelaçamento entre Igreja e Estado que, desde então, passou a marcar a história da política ocidental, especialmente. Por fim, a educadora Mory Lobo valorizou a educação como geradora constante de esperança, mesmo em contexto contemporâneo de modernidade líquida, descartabilidade e crise de identidade.
Depois
de respondidos os questionamentos feitos pelos acadêmicos, deu-se por encerrada
a mesa de debates e o VII Simpósio Acadêmico da Faculdade Católica de Mato
Grosso.