Esta primeira edição do Seminário Redescobrindo o Brasil: diálogos socioterritoriais será realizada na Universidade Rural Federal de Pernambuco, Campus Recife, entre os dias 22 e 25 de outubro de 2024. O evento, originado das inquietações e debates da Cátedra Manuel Correia de Andrade (UFRPE), propõe um espaço de reflexão e intercâmbio a respeito de temáticas sociais e territoriais.
O termo “socioterritorial” é aqui compreendido como um diálogo envolvendo diversos atores sociais inseridos em contextos históricos e territoriais específicos. Em tal sentido, mediante uma análise crítica dos dilemas brasileiros representados por processos estruturais de exploração, espoliação, segregação e expropriação, bem como dos movimentos sociais, conflitos e resistências a esses fatores, busca-se estabelecer um espaço contínuo para o compartilhamento e divulgação de pesquisas, experiências e vivências relacionadas a essas temáticas e questões.
Esta edição irá prestar homenagem à Professora Rosa Ester Rossini, cujas contribuições relevantes ao longo das últimas décadas foram fundamentais para o avanço e consolidação da Iniciação Científica no Brasil, além de ser pioneira nos estudos de gênero na Geografia brasileira. O evento mantém o propósito da Cátedra Manuel Correia de Andrade (UFRPE) de ser um ambiente multidisciplinar, promovendo a interação entre diferentes campos do conhecimento.
O I Seminário Redescobrindo o Brasil: diálogos socioterritoriais visa promover ambientes que, pela sua essência, sejam abertos, plurais e críticos no processo de divulgação científica e troca de saberes com as comunidades, coletivos, organizações e movimentos sociais. O evento se caracteriza por sua capacidade interativa, acolhendo uma variedade de perspectivas, com uma programação organizada em mesas, painéis temáticos, Grupos de Trabalhos (GTs) e Sessões de Banner.
Sobre as submissões e apresentações dos trabalhos
Serão aceitos trabalhos nas seguintes modalidades: resumo simples, resumo expandido, artigo completo (condicionado pelo aceite prévio do resumo expandido). Segue abaixo os detalhes conforme cada modalidade:
Os Trabalhos submetidos na forma de resumos simples serão apresentados por meio de banners.
Os resumos expandidos com as melhores avaliações pela comissão científica, irão compor os painéis temáticos e serão apresentados em formato de mesa-redonda. Os autores dos trabalhos aprovados nesta categoria deverão enviar posteriormente os artigos completos. Os painéis temáticos contarão com em média 5 trabalhos por eixo
Os resumos expandidos aprovados, mas que não forem indicados para os painéis temáticos, serão apresentados nas salas dos Grupos de Trabalho (GTs).
O envio do artigo completo será posterior a data do evento e deverá ter entre 10 e 15 páginas (04/11/2024).
Todos os textos inicialmente submetidos como resumos expandidos poderão ser enviados na versão de artigo completo para ser publicado nos Anais ou sujeitos à possível seleção para publicação em revista. Essa decisão ficará ao critério dos autores dos resumos expandidos aprovados.
Todos os trabalhos aprovados, independentemente da modalidade escolhida, serão incluídos nos Anais do evento e passarão antecipadamente pela avaliação às cegas da comissão científica, composta por docentes e discentes de Pós-Graduação.
Haverá a modalidade de apresentação remota dos resumos para os autores que não residam no Estado de Pernambuco, os casos que não se encaixam nessa normativa deverão apresentar presencialmente. Os autores deverão informar no formulário de submissão a modalidade de apresentação: presencial ou remota. Não será possível alterar a modalidade de apresentação escolhida.
Cada trabalho poderá ter no máximo 4 autores (1 autor principal e 3 coautores) e cada inscrito poderá ser autor principal de no máximo 2 trabalhos e coautor de no máximo 3 trabalhos.
Todos os autores e coautores devem estar com a inscrição efetivada no ato de submissão dos trabalhos.
No ato de submissão os autores devem enviar dois arquivos: um identificado (nome, formação, instituição e e-mail) e o outro sem qualquer marca de identificação, ambos os arquivos devem ser submetidos com extensão doc ou docx.
Os autores deverão submeter o arquivo do trabalho conforme as normas de publicação e especificações detalhadas abaixo, sendo o uso do papel timbrado da edição atual do evento obrigatório. O modelo é disponibilizado no site do evento para download.
→ Resumo simples - Modelo e regras
→ Resumo expandido -Modelo e regras
→ Artigo completo - Modelo e regras
Sobre a identidade visual do “Seminário Redescobrindo o Brasil: Diálogos socioterritoriais”
Em certos casos, as ideias que tenho para algumas artes, na estruturação geral, já surgem de forma completa e imediata. Foi o caso deste trabalho. A inspiração inicial foi suscitada pelo subtítulo do evento: ‘’Diálogos socioterritoriais’’. Imaginei, então, pessoas dialogando. Mas como a arte é aberta à ficção e à fantasia, essas pessoas vieram em minha mente no formato que estão representadas no desenho, com cabeças que são mundos, com semblantes que trazem literalmente imagens de territórios.
A arte é influenciada, também, pela linguagem das Histórias em quadrinhos, tanto pela linguagem corporal das personagens expressando gestos de comunicação, quanto de forma mais nítida no balão de fala, que nesse caso, devido à ausência de linguagem verbal, atribui ao desenho um caráter experimental.
O que vemos no balão, ao invés de texto, são imagens que representam espacialidades, imagens que, reforçando, evocam territórios. Além da composição geral da arte, é fundamental comentar as especificidades dos elementos que ela apresenta. Representei o maior número possível dos elementos visuais elencados pela Cátedra Manuel Correia de Andrade e que, a partir de alguns diálogos, foram repassados a mim pela geógrafa Gerlane Gomes (Mestranda, PPGeo -UFPE).
Nesse sentido, a arte apresenta diversas imagens que nos permitem pensar sobre temáticas pertinentes ao seminário: do Rio Amazonas à verticalização do espaço urbano. Da cana-de-açúcar e da soja, que reproduzem sob a lógica moderna a violência arcaica dos latifúndios, aos ‘’parques’’ eólicos que, amparados nos discursos da energia limpa, não trazem ao debate público seus impactos negativos, como os que dizem respeito aos danos provocados à saúde mental das comunidades tradicionais nas quais as torres são instaladas.
Texto: Alex Mendes de Andrade | Professor de Geografia e Artista Visual