O Seminário de Estudos Linguísticos da UNESP – SELIN, que neste ano realiza a sua 16a edição, pode ser considerado um dos mais importantes eventos da área de Linguística do estado de São Paulo, especialmente por reunir pesquisadoras e pesquisadores de dois Programas de Pós-Graduação em Linguística já tradicionais e consolidados: o Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa, da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, de São José do Rio Preto.
O evento, criado em 2009, teve como intuito promover a troca científica entre os dois Programas de Linguística da UNESP, mas nesses últimos quinze anos ampliou a visibilidade dos trabalhos que produzem e fortaleceu a agenda da pesquisa em Linguística, tanto na Unesp quanto no estado de São Paulo.
Como Seminário de avaliação das pesquisas em andamento, o SELIN vem fortalecendo a formação acadêmica de discentes de mestrado e de doutorado, ao lhes oferecer a oportunidade de discutir, reposicionar ou aprofundar as pesquisas que desenvolvem, a partir da contribuição de pesquisadoras e pesquisadores de outras instituições.
O Seminário é assim uma ocasião importante para que alunas, alunes e alunos de mestrado e de doutorado possam trocar experiências entre si e submeterem suas pesquisas a uma primeira avaliação externa, que somente é possível graças à colaboração de colegas pesquisadoras e pesquisadores da UNESP e de diversas outras instituições de ensino do Brasil e do exterior. Essa avaliação contínua, que antecede a qualificação dos trabalhos, tem fortalecido o percurso de formação do corpo discente dos Programas e ampliado suas redes de pesquisa.
Para além de discutir os avanços da ciência linguística, cujos contornos estão muito bem delineados nas pesquisas desenvolvidas nos Programas, neste ano, estabelecemos como objetivo principal refletir as relações entre língua, linguagem e sociedade, direitos humanos, minorias linguísticas e estado de direito. Sob o tema “Língua(s) de direito e o direito à língua”, queremos promover discussões, com mesas-redondas e conferências, a partir de pelo menos três eixos: (i) como as políticas linguísticas e a proteção dos direitos linguísticos refletem e afetam a diversidade das expressões culturais, as dinâmicas de raça e de gênero, a inclusão social; (ii) como se podem estabelecer a preservação e a promoção das línguas minorizadas de variedades regionais e sociais, que são essenciais para garantir a igualdade de oportunidades e o respeito pela identidade cultural de grupos linguísticos menos prevalentes; e (iii) como linguistas podem desempenhar um papel de protagonismo em um projeto de sociedade justa e equânime.
Nesse sentido, o tema do evento convida a explorar como a língua está intrinsecamente ligada ao exercício pleno dos direitos fundamentais, como o direito à liberdade de expressão, o direito à educação, à saúde e aos bens culturais e o direito a uma efetiva participação política, promovendo uma reflexão sobre a importância da proteção das minorias linguísticas como exercício de cidadania, como práticas de promoção de justiça social e de promoção e respeito à diversidade, que deve ser reconhecida como um valor comum a ser preservado e celebrado em uma sociedade democrática.
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