O Planejamento Espacial Marinho (PEM) é definido
pela UNESCO como "Processo público de análise e alocação da distribuição
espacial e temporal de atividades humanas em áreas marinhas, para alcançar
objetivos econômicos, sociais e ecológicos que geralmente foram especificados
através de um processo político". É um poderoso instrumento público,
multissetorial, de cunho operacional e jurídico, indispensável para garantir a
governança e a soberania da Amazônia Azul; o uso compartilhado, eficiente,
harmônico e sustentável de suas riquezas; e promover a geração de divisas e de
empregos para o País, afiançando a necessária segurança jurídica aos
investidores nacionais e internacionais relativa às atividades econômicas
desenvolvidas nesse extenso ambiente marinho e costeiro, respeitada a
salvaguarda de interesses estratégicos e de defesa nacional.
Devido à importância dada ao tema pelos principais
países do mundo e pela própria Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil
assumiu, durante a Conferência da ONU para os Oceanos, em 2017, o compromisso
voluntário de implantar o PEM até 2030, tendo como objetivo estabelecer as
bases institucional, estratégica, normativa e regulatória que possam ser
utilizadas em apoio ao processo de tomada de decisão relacionado ao uso do mar
e ao seu ordenamento e conservação, tanto em âmbito público quanto privado.
Ele é conduzido no âmbito do Plano Setorial para os
Recursos do Mar, sendo co-coordenado pela SECIRM e pelo Ministério do Meio
Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e seu processo de implantação foi dividido em
quatro regiões em virtude da dimensão de 5,7 milhões de Km2 da Amazônia Azul,
tendo como financiadores o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e o Fundo para a Biodiversidade (FUNBIO). A despeito dessa divisão para
operacionalizar os estudos, ao final do processo se almeja uma política pública
única e nacional.
Pelos motivos apontados, pode-se afirmar que o PEM
pode ser o propulsor da Economia Azul, revestido de sustentabilidade e trazendo
qualidade sociambiental para os brasileiros.
A palestra “Planejamento Espacial Marinho (PEM).
Situação atual e próximos passos” será realizada no dia 17 de junho próximo, a
partir das 10h. Esta palestra tem o objetivo de promover a discussão com a
sociedade e comunidade científica sobre o aprofundamento de nossa compreensão
sobre a governança e a soberania da Amazônia Azul; o uso compartilhado,
eficiente, harmônico e sustentável de suas riquezas; e geração de divisas e
empregos para o País.