Diferente do Dia das Mães, dos Pais e dos Namorados, o Dia da Mulher
não é apenas uma data comemorativa: é uma data de luta, conquistas e
reflexão. Ele foi criado em 1910 no contexto das lutas feministas por melhores
condições de vida e trabalho, bem como pelo direito ao voto. Em dezembro de
1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para
lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
Mediante ao cenário atual, devemos pensar o papel das mulheres como
reprodutoras de valores sociais. Por isso, trazemos a reflexão da construção e
desconstrução do ser mulher na conjuntura contemporânea: A desconstrução
de uma ideia da mulher inferior e subordinada ao sujeito masculino, advindo de
uma perspectiva cultural que vem se perpetuando desde a Grécia e Roma
Antiga, onde seria o meio natural de convívio e continuação da vida
(procriação) e conservação e junção de heranças, a princípio; e a construção
de uma mulher protagonista e totalmente independente que passa a exprimir a
ação, ter voz e vez, através da promoção da autonomia, da cidadania e do
empoderamento por meio de uma construção identitária e igualitária.
Assim, o Dia Internacional da Mulher é um momento de memorar a
busca por igualdade em direito, políticos, jurídicos e econômicos, realçar a
diversidade de gênero para que a mulher possa ser vista em sua totalidade. De
acordo com Beauvoir (1980, p.291), uma mulher torna-se plenamente humana
quando tem oportunidade de se dedicar ao exercício de atividades públicas e
quando pode ser útil à sociedade. Portanto, parafraseando Beauvoir, não se
nasce mulher, torna-se mulher. Desta maneira é necessária a desconstrução
de uma concepção secundarista da mulher para entender o seu papel de
protagonista na construção dos valores sociais.