Programa de Pós-Graduação em História, UFC, Centro de Humanidades, Área II - Fortaleza - Ceará - Brasil
Com transmissão online
Nascido em 1925, Michel de Certeau continua sendo uma das vozes mais provocativas e instigantes para a produção do conhecimento histórico. Sua escrita, sempre movida pela inquietação, nos convida a deslocamentos de cunho metodológicos e epistemológicos.
Inspirados por suas obras fundamentais, propomos o Seminário Michel de Certeau, 100 anos: história, escrita e ficção não como um tributo estático, mas como uma travessia crítica. Certeau nos ensina que "a história se escreve sempre a partir de uma falta", de um desejo que move o sujeito que investiga, de um silêncio que pede escuta. Ele nos revela que o historiador não é apenas um transmissor de fatos, mas alguém que, ao escrever, inscreve sua própria posição subjetiva, suas escolhas e exclusões, e que a história é sempre um campo de disputa.
Certeau propõe que o passado não é apenas o objeto a ser compreendido, mas também o sintoma a ser interpretado. O inconsciente coletivo e individual atravessa os documentos, os arquivos e os silêncios, desafiando a história a acolher o que resiste à cronologia linear e à racionalidade documental. Ele sempre desconfiou das verdades prontas e confiou na potência das margens, das brechas e dos deslocamentos.
Neste centenário, perguntamos: o que significa ler Michel de Certeau hoje, em um mundo marcado pela aceleração do tempo, pela saturação de discursos e pela desestabilização das narrativas? Como suas ideias sobre práticas cotidianas, táticas de resistência, escuta do outro e escrita do ausente continuam a interpelar nossos modos de conhecer, ensinar e transformar?
Ao reunir diferentes pesquisadores para dialogar com a produção, o fazer e a escrita de Michel de Certeau, convidamos todas as pessoas para participarem do nosso evento nos dias 17 e 18 de setembro de 2025, de forma presencial e remota.
