A produção e a socialização dos conhecimentos precisa de um “espaço comum” construído com base em processos de comunicação e interação entre as pessoas. Tempos atuais se erguem sobre a tênue fronteira entre uma pandemia, um contexto de pós-pandemia, e mais recentemente, tentativas de resiliência pós eventos climáticos extremos ocorridos no Sul do Brasil, expressando a urgência dos encontros, ainda que virtuais, anunciando outras possibilidades de habitar o mundo e produzir conhecimentos através de espaços de diálogo e partilha.
O cenário pandêmico e de adaptação e enfrentamento à crise climática ambiental, nos convidou a reflexões sobre nossos modos de vida, sobre as novas disposições e tecnologias adotadas na vida cotidiana e sugere, de forma contundente, que novos pactos precisam ser firmados. Nesse sentido, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) toma parte neste movimento, abrindo espaços de reflexão, divulgação e ações de ensino, pesquisa e extensão, por meio das ciências em interdisciplinaridade.
Com esse intuito, o Observatório de Políticas e Ambiente (ObservaCampos) organiza o 1º Seminário Internacional Meu Corpo é Terra-Território e a 5ª Mostra ObservaCampos Territórios em Retomada. O evento se alia à proposta do feminismo comunitário em defesa radical do corpo-terra como forma de ocupar e cuidar dos territórios, em confluência política e socioambiental.
Pretende-se reunir um conjunto de práxis enquanto possibilidades de descolonizar e descapitalizar nossos corpos-terras-territórios: enfrentamento à crise climática e ambiental, promoção da agroecologia, formação de redes ativistas e movimentos sociais, participação e controle social das políticas públicas, defesa dos corpos emancipados em terras em disputa e em retomadas, pois o feminismo comunitário interpela sobre o sistema patriarcal, os processos de colonialidade e de mercantilização da vida sobre a Terra e seus corpos.