Rachel de Queiroz, nascida no dia 17 de novembro de 1910, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, no ano de 1977. É considerada uma das romancistas mais emblemáticas da Literatura Brasileira por ter construído uma obra extensa e diversificada, são mais de trinta títulos: crônicas, poemas, romances, autobiografia e peças de teatro. Apesar de nunca ter se considerado feminista (pelo contrário, tecia duras críticas ao movimento), traz as mulheres (em sua maioria) como protagonistas. A data de seu nascimento foi instituída o dia da Literatura Cearense – uma literatura rica, expressiva e crítica, que tão bem retratou o homem nordestino, sua cultura em seus lances infelizes ou gloriosos. O pioneirismo, a linguagem sem floreios, coloquial, viva e próxima do povo, a perspectiva social dada ao romance, o enfoque no feminino, fizeram com que Rachel de Queiroz criasse uma galeria de mulheres aguerridas para além da Literatura Cearense. Em O Quinze (1930), temos Conceição; em Caminhos de Pedras (1937), Noemi; em As Três Marias (1939) conhecemos Maria Augusta, Maria da Glória e Maria José; em Dôra, Doralina (1975) há Maria das Dores e, em 1992, último romance queirosiano, Memorial de Maria Moura (1992), Maria Moura.