A Academia Brasileira de Letras dará início ao ciclo de conferências “Brasil Moderno”, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, na quinta-feira, 17 de março, às 17h30. A coordenação do ciclo é do Acadêmico e poeta Geraldo Carneiro e a coordenação geral é do Acadêmico e Primeiro Secretário Joaquim Falcão. O evento será realizado no Teatro Raimundo Magalhães Jr., sede da Academia, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, no Rio de Janeiro e a entrada é franca. No total, serão realizadas seis palestras que traçam um paralelo entre as questões levantadas na Semana de 22 e os dias atuais. O ciclo se encerra no dia 28 de abril com a palestra " Mário e Oswald - É tudo para hoje”, com o músico, compositor e professor, José Miguel Wisnik.
De acordo com o Acadêmico Geraldo Carneiro, a proposta é avaliar as ressonâncias do movimento de 1922 no presente e, de certa maneira, preconizar um futuro próximo e maior para as obras artísticas e literárias, em particular. O ciclo se estenderá por parte do mês de março e todo o mês de abril, sempre às quintas-feiras, no mesmo horário e local.
- O ciclo Brasil Moderno fala sobre a Semana de 22, fundamentalmente. É um diálogo entre o passado fabuloso, mas é também um pretexto para falar, transversalmente, do mundo e do Brasil de hoje. Tem essa dupla finalidade. Um pé no passado, outro no presente e até mesmo um terceiro pé, se é que possível pensar, no futuro. Nos tempos atuais, temos uma luta muito movida pelo desejo de regressão. Então, eu acho que é muito oportuno fazer isso hoje. A gente lança a esperança de que um dia seremos modernos outra vez.
A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles buscavam uma renovação social e artística no país, evidenciada na "Semana de 22". O evento chocou parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte de identidade mais brasileira.