O “IV Fronteiras das Amazônias: histórias, culturas e os desafios da oralidade. II Seminário Internacional de Fronteiras, religião e religiosidades na Pan Amazônia” visa aprofundar o conhecimento e a compreensão das questões relacionadas as histórias e oralidades das diversas Amazônias. Aqui, concebido como a continuidade de um espaço para promoção de conhecimento e reconhecimento dos saberes sobre as Amazônias entre pesquisadores/as e a comunidade interna e externa dessa universidade, visa ampliar o debate acerca das complexidades ambientais, culturais e sociais Amazônicas, bem como, promover o compartilhamento de saberes e fazeres a partir dos debates e discussões pertinentes acerca das “realidades” da Amazônia e seus desafios contemporâneos.
Reconhecer que para além de espaços bi/tri–nacionais as Fronteiras Amazônicas de um palco das ações de Estado de normativas de segurança e da dinâmica social promovidas pelas (i)emigrações, refúgio, trânsitos de fluxos (i)legalizados/legitimados, atravessados pela ausências/presenças de políticas públicas nos espaços das fronteiras do Arco Norte e das questões regionais, nacionais e internacionais que tais dinâmicas promovem ao debate. Estamos diante de espaços geografados por culturas que abrigam uma diversidade de histórias transmitidas tanto pelos corpos quanto pela oralidade através de tradições ancestrais. Isso implicar pensar as diversas fronteiras que as Amazônias encerram de forma decolonial/anticolonial.
Nesse sentido, reconhecemos a necessidade de descolonizar/decolonizar as narrativas dominantes, valorizar conhecimentos locais e reconhecer vozes marginalizadas. A perspectiva decolonial/anticolonial nos convida a reflexões críticas sobre o impacto do colonialismo nessas regiões (nacional/internacionais) e a valorização das múltiplas perspectivas culturais presentes nas Amazônias de forma a empoderar as comunidades e integrar suas tradições orais com outras formas de comunicação são caminhos para preservar as riquezas culturais e enfrentar os desafios ambientais e sociais desta região.
Portanto as fronteiras das Amazônias em seu conjunto são aqui compreendidas como campo articulado de territorialidades disputado pelos agentes que atravessam este espaço – pessoas, capital, empresas, Estado – que permitem que sejam analisadas as temporalidades entre o continuo e descontinuo de conflitos que permeiam as múltiplas fronteiras e seus universos e, interpretar esses espaços em razão das complexidades do vivido e das perspectivas dos sujeitos nos contextos contemporâneos.