A IV Jornada do GEPAD/UPE nos convida a repensar as formas de revolução, explorando os limites dessa concepção, para, assim, explorar uma transformação social mais profunda. Propomos pensar a revolução não apenas como uma mudança abrupta de estruturas e de regimes políticos, mas como um processo contínuo de reconfiguração das subjetividades, dos discursos e dos acontecimentos. Quais os sentidos para Revolução? A revolução é ao mesmo tempo um evento e um processo, uma ruptura e uma continuidade. Não se limita à derrubada de governos, mas se estende à transformação das formas de pensar, de sentir e de agir. Esse conceito enfatiza a importância das (micro)transformações que, acumuladas, geram mudanças significativas na estrutura social. Vivemos em uma época marcada por inúmeras decepções com a conjuntura social, de falência sistêmica e, ao mesmo tempo, desesperança sobre possibilidades de mudança desse paradigma. As promessas de progresso e de justiça frequentemente se chocam com a realidade de desigualdades persistentes, crises econômicas, ambientais e instabilidades políticas. O discurso das esferas dominantes, como se sabe, tenta apaziguar as tensões sociais, mas falha em se sustentar e em endereçar as causas dos problemas que enfrentamos, que, em última instância, informam sobre o funcionamento e manutenção destas mesmas esferas. Nesse cenário, a análise do discurso se torna uma ferramenta crucial para desvelar o funcionamento e os sentidos que sustentam a opressão e a injustiça. Quais as Materialidades da Revolução? A revolução, nestes termos, não pode ser entendida apenas como uma abstração idealista. Ela possui uma materialidade concreta, enraizada nas práticas cotidianas e nas relações ideológicas, imaginárias, culturais e inconscientes que estruturam a conjuntura social. Procuramos pela revolução manifesta nas pequenas resistências, nas microrrevoltas que desestabilizam a ordem estabelecida e abrem caminho para novas formas de organização social. Voltamos o olhar para as revoluções que reagem às crises contemporâneas: Climáticas, Políticas, Sistêmicas. Estas crises ilustram a urgência de revolução, uma que nos desafia a repensar nossas práticas de consumo, de produção, de convivência com o meio ambiente, de reinvenção das formas de governança e de participação cidadã. É preciso discutir um movimento de base, uma revolução que comece no nível microscópico e que avance em direção às mudanças sistêmicas.
Parte do dinheiro arrecadado com as inscrições será destinada à Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul, CUFA RS, em razão das recentes catástrofes ocorridas neste estado.