I SEMANA DE HISTÓRIA
“JORNADA PELA EDUCAÇÃO & EMANCIPAÇÃO”
“A pedagogia autoritária, praticada nas escolas, nas famílias e nos demais dispositivos sociais, forma-nos para sermos aquilo que não somos, para obedecer à máquina social de produção. Mas nos oferece em troca muitos bodes expiatórios sobre os quais lançar as responsabilidades que não queremos abraçar: os pais, os patrões, os políticos, etc. etc. A pedagogia libertária, por sua vez, pretende nos ensinar a liberdade. Sim, porque ela precisa ser aprendida. E, mais do que aprendida, precisa ser construída e conquistada, em um processo que deve ser, necessariamente, coletivo. Aprender a liberdade é aprender a conviver com o risco, é aprender o prazer de viver na corda bamba, sem nunca saber o resultado do próximo passo. A pedagogia libertária faz-se, assim, uma pedagogia do risco, enquanto a pedagogia autoritária resume-se em uma pedagogia da segurança.” (GALLO, 2007)
“Precisamos mostrar as nossas narrativas, temos que disputar. [...] Eu tenho dito muito que a gente sabe falar pelos orifícios da máscara e às vezes a gente fala com tanta potência que a máscara é estilhaçada. E eu acho que o estilhaçamento é o símbolo nosso, porque a nossa fala força a máscara. Porque todo nosso processo pra eu chegar aqui, foi preciso colocar o bloco na rua e esse bloco a gente não põe sozinha”. (EVARISTO, 2017)
A I Semana de História da UFG/Regional Jataí – “JORNADA PELA EDUCAÇÃO & EMANCIPAÇÃO”, constitui-se como um lócus de fortalecimento do tripé acadêmico: ensino, pesquisa e extensão. As atividades propostas estão pautadas nas especificidades que perpassam os campos do ensino e da pesquisa em História, a partir dos temas: consciência histórica, ensino de história, raça, classe, gênero e diferença/diversidade sexual, cultura, fontes históricas, história e mídia, história regional, educação histórica, linguagens e estética, desenvolvidos em conferências, mesas-redondas, minicursos e sessões coordenadas de comunicações orais, que contemplam a participação do público interno e externo à universidade.
O descolamento do jogo político e o cenário construído no século XXI, possibilitou que as ações de uma pluralidade de grupos sociais, os conduzissem da margem ao centro da cena pública configurando-os como expressivos frente a determinada hegemonia no tocante à disputa por lugares e valores. Negros, transexuais, gays, lésbicas, feministas, indígenas, trabalhadores rurais e estudantes ocupam ruas, praças, espaços públicos e privados. Tais agentes, em processos de embates representacionais, buscam o redimensionamento do conceito de família, das práticas políticas e os usos dos espaços públicos. Dessa feita, justifica-se a relação entre história, educação e emancipação.
É neste sentido, que a I Semana de História imprime um olhar político ao pensar essa nova configuração social, com o ensejo de que a partir das práticas, ações e intervenções desses atores possamos construir novos caminhos, em que o reconhecimento e não apenas a aceitação social, mas itinerários que nos conduzam a processos de formação e humanização, ou seja, trata-se de desafios de lutas pela existência, em estágio de emergência e calamidade que a profissão docente precisa de reconhecimento, valorização e investimento, pois é por ela que as possibilidades de alteridade, liberdade e emancipação são mediadas nos espaços educacionais e a dimensão social de seus agentes.