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O evento já encerrou
O Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada (PPGBot), da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, realizará, entre os dias 15 e 17 de abril, o III SIMBOT- Simpósio de Botânica Aplicada. O evento será online, com transmissão ao vivo das palestras pelo canal do YouTube do PPGBot. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas aqui pela plataforma da Even3. Teremos emissão e envio de certificados de participação após o evento.
O III SIMBOT tem como objetivo promover a difusão do conhecimento científico por meio de diferentes estratégias de divulgação, contando com palestras e mesas redondas que abordarão temas sobre a pesquisa, extensão e o ensino da Botânica. Por meio de um evento público, online e gratuito, convidamos toda a comunidade acadêmica e demais setores da sociedade a discutir temas importantes relacionados ao progresso do conhecimento e seus possíveis impactos sociais. Para isso, contamos com a participação de pesquisadores e professores do PPGBot, bem como de externos, cuja atuação profissional e qualificação possibilitarão um cenário rico de diálogos e de trocas de experiências. Em sua terceira edição, o SIMBOT consolida um espaço de aproximação entre pesquisadores, professores, estudantes e público em geral, que terão oportunidade de conhecer mais sobre a biologia de espécies nativas de palmeiras e sobre a importância de sua conservação tanto para o ambiente, por meio dos seus papéis ecológicos, quanto para a comunidade, por meio de seus usos e aplicações. Por esse motivo, o tema proposto para o III SIMBOT é: “Palmeiras: diálogos sobre botânica e aplicações”.
PALMEIRAS: DIÁLOGOS SOBRE BOTÂNICA E
APLICAÇÕES
O tema do III
SIMBOT, a família Arecaceae, aborda um grupo de plantas conhecido
como palmeiras, que constitui um dos grupos de plantas ecologicamente mais
importantes (Lima et al. 2006) e mais antigos da flora de todo o planeta
(Bauermann et al. 2010). Espécies de palmeiras têm sido reconhecidas como
espécies-chave em muitos ambientes tropicais, sendo cruciais para manter a organização e diversidade das comunidades das
quais pertecem (Paine 1969, Terborgh 1986, Mills et
al.1993, Galetti& Aleixo 1998). Representada por cerca de 2.700 espécies distribuídas
em mais de 240 gêneros, atualmente, a família Arecaceae se distribui de maneira
mais concentrada nas regiões tropicais (Lorenzi 2010, Martins 2012). No
território brasileiro, há uma elevada riqueza de espécies dessa família (Nascimento
2009), sendo 37 gêneros e 270 espécies de palmeiras nativas, que estão
distribuídas de maneira heterogênea entre as diferentes formações vegetacionais
do país (Lorenzi 2010).
Outro fator importante que chama atenção para o grupo das palmeiras nativas do Brasil é o grande valor econômico e cultural que representam para as comunidades tradicionais que habitam os ecossistemas tropicais (Nascimento et al. 2009). Várias espécies de palmeiras desempenham papel fundamental nas estratégias de subsistência e resiliência de povos tradicionais (Anderson 1991, Byg e Balslev 2004). Como as palmeiras estão adaptadas a uma ampla variedade de habitats, elas são relativamente abundantes e disponíveis para usos variados (Balick 1984) tanto espacialmente, quanto temporalmente.
Mauritia flexuosa L.f. (Buriti) & Mauritiella armata (Mart.) Burret (Xiriri)
Entre
as diversas espécies de palmeiras nativas, daremos destaque para duas espécies
associadas às veredas da região norte de Minas Gerais,que possuem papéis
ecológicos e sociais importantes. Considerados gêneros irmãos, Mauritia e Mauritiella pertencem a subtribo Mauritiinae, que compartilham
algumas características ecológicas e morfológicas em comum, dentre eles, a
preferência por habitats mais úmidos, tais como as veredas. As espécies Mauritia flexuosa L.f e Mauritiella armata (Mart.) Burret apresentam
ampla distribuição no Brasil (Lorenziet al. 2010) e, assim como outras palmeiras,
praticamente todas as suas partes podem ser aproveitadas para diferentes usos.
Foto: Vereda
Almescla, na APA Rio Pandeiros, Município Bonito de Minas - MG. Presença das
espécies Mauritia flexuosa L.f e Mauritiella armata (Mart.) Burret.
Mauritia flexuosa, o
Buriti, é uma palmeira de grande
porte, sendo considerada como a mais abundante do país (Lorenziet al. 2010). Na
região amazônica, é uma das Palmeiras mais utilizadas, apresentando uma
expressiva importância para as comunidades, as quais aproveitam praticamente
todas as partes dessa planta (Santos e Coelho-Ferreira 2012, Santos et al.
2019). O Buriti
é considerado como espécie-chave em sistemas de veredas, por seu papel no
fornecimento de alimentação e abrigo para a fauna, proteção do solo,
sombreamento, produção de biomassa, componente da serrapilheira e da rizosfera,
dentre outros (Lorenzi et al. 2010, Endress et al. 2013). A espécie tem, ainda,
importância social, devido à contribuição para a geração de alimento e renda
para populações tradicionais, e econômica, com elevado potencial de uso como
matéria prima na indústria cosmética e medicinal (Koolen et al. 2012, Martins
et al. 2012). O óleo de Buriti é reconhecido por suas propriedades terapêuticas
e seu potencial no preparo de cosméticos, com metabólitos relacionados às
propriedades antioxidante, hipoglicemiante, fotoprotetora, anti-inflamatória e
antitumoral (Freire et al. 2016), tornando-a extremamente popular no Brasil,
sendo é estudada até mesmo como alimento funcional.
Mauritiela armata, conhecida regionalmente como Xiriri,é uma palmeira
que tem o porte menor e distribuição mais restrita. Tem como provável centro de
origem a floresta amazônica (Absy e Silva 2009, Arasato e Amaral 2013, ITTO
RO-LAC 2014), podendo ser encontrada no Brasil em formações de mata atlântica,
cerrado e caatinga (Oliveira-Filho 2010). Possui associação com solos úmidos e
saturados em água, tendo uma tolerância a seca de alguns meses e nas áreas onde
ocorre pode formar povoamentos densos e extensos em forma de touceiras (ITTO
RO-LAC 2014). Também apresenta grande importância ecológica e social, principalmente
em relação à utilização de seus frutos, como alimento pela fauna e pelas
populações tradicionais. O Xiriri possui significativo uso em algumas populações tradicionais, onde
o estipe, o palmito, as folhas, a raiz e os frutos são utilizados na alimentação,
na confecção de artesanato e no uso medicinal (Martins 2012). Ainda é uma Palmeira muito pouco estudada e dados
sobre a ecologia de M. armata ainda são
inexistentes.
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