Bertolt Brecht foi um fazedor e pensador do teatro ocidental do Século XX, que se tornou referência por meio de suas ideias, contidas tanto em peças teatrais quanto em poemas e ensaios teóricos. Sua visão de um teatro épico, dialético, que lançava mão de recursos como o distanciamento, a historicização e o gestus social, apontou caminhos para se colocar em cena as inquietações diante de um mundo em transformação que desafiava a todos/as/es, artistas ou não, com suas imensas contradições econômicas, políticas, sociais e culturais.
Nesse sentido, o escritor de “A exceção e a regra” e “A ópera dos três vinténs” almejava um teatro em que o espectador pudesse ter uma emoção crítica, sair do teatro e mudar o mundo. Há muito a se discutir e debater sobre o teatro brechtiano, a começar pela escassez de traduções de muitos de seus textos para o português, entre eles, os ensaios teóricos.
A terceira edição do evento, agora em São João del-Rei e Tiradentes, Minas Gerais, traz palestras, oficinas e muitos debates sobre um teatro político, engajado e preocupado com a formação de pessoas interessadas em mudar realidades cruéis que esse sistema de divisão de classes provoca.